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Muitas das estratégias comunicativas utilizadas em sala de aula são, em geral, baseadas em linguagens audiovisuais. Ou seja, para ter acesso às informações, construir conhecimentos e levantar questões, os alunos precisam escutar instruções ditas pelo professor e, simultaneamente, enxergar imagens e materiais variados – característica particularmente marcante no ensino das ciências exatas.

“Tal abordagem pode limitar a aprendizagem de alunos com e sem deficiência visual. A audição e a visão permitem percepções sintéticas (que nos levam a sintetizar o que ouvimos e vemos). Por outro lado, uma abordagem multissensorial, que também considere o tato, viabiliza percepções analíticas que nos fazem construir o todo por meio da análise das partes”, disse Eder Pires de Camargo, professor do Departamento de Física e Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus Ilha Solteira (SP).

Camargo é autor do livro Saberes docentes para a inclusão do aluno com deficiência visual em aulas de Física, no qual demonstra que muitos conceitos da disciplina independem da visão. O livro está disponível para download gratuito no site da editora).

“Tomemos como exemplo a óptica, comumente associada à capacidade de ver para entender. Um cego de nascimento não fará construções visuais sobre as cores, não pensará no azul ou no amarelo. Mas pode construir significados sobre uma série de outros conceitos, como o comportamento da luz sob a forma de partículas ou ondas, trajetórias e refração, desde que se crie canais de comunicação para tanto”, afirmou Camargo.

Para construir esses canais bastam, muitas vezes, materiais simples e de baixo custo, como barbantes, arames, placas de isopor e massa para espaguete. No livro de Camargo, materiais assim dão forma, por exemplo, a maquetes sobre dispersão de luz, câmara escura e reflexão regular e difusa.

Contudo, para lançar mão do que o autor chama de linguagem semântico-sensorial – trabalhar o significado das palavras com percepções e sensações que vão além do som e da imagem – e, assim, incluir todos os alunos nas atividades de Física, é essencial que os professores detenham certos saberes.

Nesse sentido, entre as recomendações de Camargo aos docentes estão conhecer a história visual dos estudantes com deficiência (se nasceram cegos, se perderam a visão ao longo da vida, se têm baixa visão, se conseguem enxergar textos e imagens ampliadas), dominar a linguagem matemática e promover a interação entre estudantes com e sem deficiência usando recursos tátil-visuais.


Fonte: Fapesp




No dia 23 último, os engenheiros da AES Eletropaulo deliberaram em assembleia, em sua maioria, pela aceitação da proposta da companhia, apresentada aos representantes do SEESP no dia 19 de agosto. Abaixo, o resumo da proposta que constará no nosso Acordo Coletivo de Trabalho, acrescido das cláusulas já constantes no ACT 2012/2013 assinado com o Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, que também dizem respeito aos engenheiros:

• Vigência: um ano (junho de 2013 a maio de 2014);

• reajuste do salário-base: 6% em junho de 2013 e 0,5% em janeiro de 2014;

• vale-refeição: 8% em junho de 2013;

• vale-alimentação: 8% em junho de 2013

• vale-alimentação férias: passa de R$ 1.260,00 para R$ 1.390,00 (10,32%) em junho de 2013;

• demais benefícios: 8% em junho de 2013;

• adiantamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR): primeira parcela, em 12 de setembro de 2013, de R$ 4.000,00;

• manutenção do ônibus fretado da sede em Barueri nas condições atuais – cláusula do acordo;

• manutenção dos atuais critérios de recebimento do adicional de periculosidade  – cláusula do acordo;

• Plano de Incentivo à Aposentadoria (PIA) – mantida as condições atuais;

• Piso Salarial dos Engenheiros - compromisso entre as partes (fora do Acordo Coletivo de Trabalho): 

- 6,5 salários mínimos, a partir de 1 de junho de 2013;

- 7 salários mínimos, a partir de 1 de junho de 2014;

- 8 salários mínimos, a partir de 1 de junho de 2015;

- 9 salários mínimos, a partir de 1 de junho de 2016.

 

Imprensa - SEESP




As negociações salariais entre o SEESP e a Embraer prosseguem. A data-base é 1º de maio, mas, conforme previsto na Convenção Coletiva em vigor, firmada entre o sindicato e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a empresa pode optar pela aplicação das cláusulas econômicas (reajuste de salários) da categoria majoritária, nesse caso, representada pelo Sindicato dos Metalúrgicos e pelo Sindiaeroespacial, e na mesma data-base deles, no caso, em 1º de setembro.

Nos últimos anos, os engenheiros têm sido prejudicados por conta da diferenciação dos reajustes salariais aplicados, após as negociações entre os sindicatos majoritários e a Fiesp. É inadmissível que tal situação continue, pois é uma política discriminatória, portanto, injusta, causando achatamento salarial desses profissionais.

É importante lembrar que a Embraer é uma das maiores empresas do mundo e uma das que mais empregam engenheiros. A empresa, que não é apenas uma “montadora”, desenvolve todo o ciclo produtivo de suas aeronaves (concepção, projeto, fabricação etc). Neste contexto, o engenheiro desempenha um papel fundamental, levando em consideração toda a complexidade envolvida em todas as atividades executadas. Não é sem razão que a Embraer tem conquistado prêmios e papel de destaque na mídia nacional e internacional.

Portanto, não é mais possível nos equiparar com pequenas empresas de menor complexidade. O SEESP encaminhou à direção da Embraer a reivindicação para que reveja essa postura de jogar a responsabilidade à Fiesp e que sejam aplicados os mesmos percentuais aos salários dos engenheiros, sem estabelecimento de teto e escala de valores diferenciados. A Embraer tem a prerrogativa de corrigir essa injustiça.

Férias
De tempos em tempos, o assunto férias volta a ser polêmica na empresa. Algumas matérias da legislação trabalhista podem ser atualizadas, porém ela ainda continua sendo uma garantia dos direitos dos trabalhadores e deve ser respeitada. A legislação obriga ao trabalhador, com mais de 50 anos de idade, usufruir os 30 dias de férias de uma só vez. Todavia, entendemos que há possibilidade de flexibilização dessa matéria por meio de Acordo Coletivo de Trabalho específico. O trabalhador, mesmo acima de 50 anos, deve ter sua vontade respeitada e deve, ao seu livre arbítrio, poder dividir suas férias em dois períodos. O SEESP está disposto e já propôs à direção da empresa assinar um acordo para garantir ao engenheiro a possibilidade de dividir esse benefício em dois períodos.

Compensação em 2014
O sindicato já iniciou a discussão do calendário de compensação do ano de 2014 com a direção da empresa. No próximo ano, a quantidade de dias a serem compensados é grande. É importante lembrar os jogos da Copa, embora esses não representem diferencial na compensação. Nossa proposta está pautada em pagar este tempo em minutos, como já vem acontecendo nos últimos anos e é de interesse de todos.

Plano de Saúde
Infelizmente, o Plano de Saúde SulAmérica apresenta algumas deficiências que prejudicam os trabalhadores. O contrato não prevê a disponibilização de ambulância para situações que necessitam o deslocamento do empregado ou dependente ao hospital ou pronto socorro e cobre apenas a transferência do paciente de um hospital para outro. Ocorre, porém, que a SulAmérica não tem garantido a disponibilidade de ambulância. Já houve casos do paciente, por falta de veículo, ficar aguardando para ser transferido. Já solicitamos à Embraer que sejam tomadas as providências necessárias para solucionar esses problemas.

Convênio Farmácia
A política adotada pela empresa em relação ao convênio com as farmácias, em alguns casos, tem dificultado a aquisição de medicamentos. Antes, quando um médico aviava uma receita, solicitando uso de medicamento, comprar pelo convênio nas farmácias autorizadas era natural. Hoje, se o remédio receitado pelo médico não constar na lista dos autorizados este medicamento não pode ser adquirido utilizando-se do convênio. Entendemos que há um critério técnico previsto até mesmo na legislação. Entretanto, há tratamentos especiais que exigem uma medicação específica que nem sempre consta na lista.

Auxílio-previdenciário
Por causa da redação da cláusula da Convenção Coletiva da categoria preponderante, que garante a complementação do auxílio-previdenciário nos casos de afastamento do trabalhador por doença ou acidente de trabalho, o valor da complementação pago é limitado até o máximo de sete vezes o salário normativo, vigente na época do evento. Isso significa que os trabalhadores que percebem um salário maior saem prejudicados, pois tal limitação reduz a complementação do salário.
 

Imprensa – SEESP




Na internacionalização da produção, as companhias buscam otimizá-la com a melhor vantagem de custos. Mas nem sempre elas consideram os direitos trabalhistas dos locais para onde migram seus processos produtivos. Com foco apenas nos lucros, a globalização parece não levar prosperidade para as regiões mais pobres do globo, diz Katiuscia Moreno Galhera Espósito, autora de uma dissertação de mestrado sobre relações trabalhistas em empresas transnacionais.

Apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Unesp, vinculado ao Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais (Ippri/Unesp), a pesquisa intitulada “Transnacionalização das relações de trabalho: o caso de uma maquila estadunidense e o papel da Federação Internacional de Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas (FITIM)” busca uma compreensão das formas de atuação sindical no plano transnacional. O estudo foi orientado pelo professor Tullo Vigevani com co-orientação de Ericson Crivelli, especialista em direito internacional do trabalho.

Katiuscia realizou um estudo das condições de trabalho de operários mexicanos em uma multinacional norte-americana que emprega mais de 160 mil pessoas em todo o mundo. “Nesta pesquisa focalizamos as fábricas de FINSA, localizada na cidade de Puebla, e Interiores, em Tlaxcala, no México. Ambas podem ser caracterizadas como maquiladoras,” diz.

De acordo com a pesquisa, as maquilas mexicanas são reconhecidas como regiões nas quais predominam ambientes de trabalho insalubre e os salários são usualmente mais baixos do que os praticados em outros Estados ou mesmo em outras áreas dentro do próprio país. “O motivo da escolha dessas duas fábricas em detrimento de outras foi a cobertura e assistência dadas a elas pela FITIM,” esclarece Katiuscia.  

Em seus levantamentos, a autora observou que os trabalhadores das duas fábricas mencionadas, em muitas ocasiões, tiveram seus direitos desrespeitados, inclusive com relação aos direitos fundamentais previstos pela OIT (Organização Internacional do Trabalho).

“Nos documentos analisados havia apontamentos de discriminação de gênero, com as mulheres recebendo menos que os homens pelo mesmo tipo de trabalho; instalação de câmeras nos armários femininos; más condições de trabalho, como o sistema de ventilação desligado e falta de equipamentos de segurança; jornadas de 12 horas de trabalho; desigualdade trabalhista entre trabalhadores contratados diretamente pela empresa e os terceirizados, entre outras mazelas”, destaca.

Sindicatos de papel
Embora a FITIM cite a existência de sindicatos para dar proteção aos trabalhadores das duas fábricas, algumas características indicavam a falta de representatividade desses órgãos, como acordo coletivo assinado entre sindicato e representante patronal sem a participação dos operários; desconhecimento, pelos trabalhadores, da política sindical e de seus líderes; inexistência de mecanismos de escolha de representantes e de participação nas decisões que afetam os operários, entre elas, os contratos de remuneração e trabalho.

Transnacionalização das relações de trabalho
Buscando evitar novas violações dos direitos trabalhistas e das liberdades sindicais, os operários das duas maquiladoras buscaram se filiar a organizações parceiras do United Steelworkers (USW), um importante sindicado que congrega metalúrgicos dos EUA, e que mantém filiação com a Federação Internacional de Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas (FITIM). 

Uma das primeiras ações da FITIM em favor dos trabalhadores mexicanos foi apresentar queixa ao Comitê de Liberdade Sindical da OIT contra a multinacional, relatando os problemas por eles enfrentados. Outra ação da Federação foi a realização de uma campanha, denunciando agressões a trabalhadores e pedindo ao governo mexicano a investigação dos “sindicatos de papel” e o respeito aos direitos fundamentais do trabalho. A FITIM também enviou carta às autoridades governamentais mexicanas.

No primeiro momento essa iniciativa provocou conflitos entre trabalhadores e representantes de metalúrgica. Posteriormente levou o governo do México e instituições ligadas aos trabalhadores a reconhecer os direitos trabalhistas, entre eles, o direito à filiação sindical.

Mas a pesquisa também aponta que, após algumas disputas tensas envolvendo sequestros e ameaças de morte, a fábrica Interiores foi fechada em 2012, demitindo 380 dos 440 trabalhadores. “Os ganhos locais obtidos pelos operários da fábrica Interiores foram sufocados e eliminados quando a empresa decidiu fechar a unidade e migrar para um local onde não havia política sindical, onde provavelmente um novo contrato seria firmado com um novo sindicato de papel,” assinala a pesquisadora.

Para a autora, o estudo de caso envolvendo operários no México permitiu duas constatações. A primeira diz respeito à condição efêmera dos ganhos individuais e pontuais dos trabalhadores da fábrica Interiores, que foram facilmente sufocados pelo patronato. “Uma alternativa seria a construção de redes em uma dada empresa, o que possibilitaria aos trabalhadores formar contatos permanentes e duradouros, como já acontece em algumas multinacionais. Essa modalidade de redes sindicais tem apresentado resultados concretos e consistentes para os trabalhadores,” assinala.

A segunda observação é a força determinante da organização sindical no próprio local de trabalho, mais importante que suas formas internacionais. “Em nosso estudo de caso essa constatação se fez presente ao observarmos que a conscientização dos trabalhadores foi realizada pelo Centro de Apoyo al Trabajador, uma ONG local,” finaliza.


Fonte: Assessoria de Comunicação e Imprensa do Ippri/Unesp




O Observatório da Inovação e Competitividade (OIC), do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP), discute nesta sexta-feira (30/08), às 11h, os engenheiros e o mercado de trabalho brasileiro no seminário “Faltam engenheiros? De que tipo, onde, por quê? Quais as perspectivas?”.

Durante o evento, será lançado o relatório Tendência e Perspectivas da Engenharia no Brasil, dos pesquisadores Mario Salerno, Demétrio Toledo, Leonardo Melo Lins, Bruno Araújo e Guilherme Lima.

A participação no seminário é gratuita, aberta ao público e não requer inscrição. Ele ocorrerá na sala de eventos do IEA, na rua Praça do Relógio, 109, bloco K, 5º andar, Cidade Universitária, São Paulo. Mais informações neste link ou pelo telefone (11) 3091-1666.

 

Fonte: Agência Fapesp




Profissionais que exercem suas atividades na Prefeitura Municipal de São Paulo mantiveram reunião técnica no dia 21 de agosto último, na sede do SEESP, com várias decisões importantes, como a elaboração de documento conjunto a ser encaminhado ao prefeito Fernando Haddad, assim como solicitar audiência unificada.
 

Foto: Beatriz Arruda/SEESP
PMSP21AGO2013dentro 
* Aqui as fotos da reunião histórica dos profisssionais da PMSP


Os profissionais, representados pelos sindicatos dos engenheiros (SEESP), arquitetos (Sasp), geólogos (Sigesp), dos servidores municipais (Sindsep) e da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos Municipais de São Paulo (Seam), avançaram em muitos assuntos e, principalmente, na unificação de propostas e ações. Outras deliberações da reunião: ratificação da proposta ao governo de 8,5 salários mínimos como padrão inicial das carreiras; não permitir alteração do atual modelo da tabela de referências e níveis para evitar alteração de lei e não permitir o adiamento do aumento dos vencimentos.

 

Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa – SEESP




Representante da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), a Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), protocolou nesta terça-feira (27/08) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de liminar para suspender os efeitos da MP621/2013, que criou o Programa Mais Médicos. A ação conta com o apoio das centrais sindicais que defendem que as ações do governo para solucionar a crise na saúde devem obedecer à legislação trabalhista do Brasil. As entidades são contra a remuneração por bolsa estabelecida pelo programa, a não permissão de mobilidade do profissional dentro do País, a devolução do pagamento caso o participante venha a desistir e o serviço obrigatório no Sistema Único de Saúde (SUS).

A Fenam, que critica a precarização do trabalho caracterizada por essas condicionantes do “Mais Médicos”,  defende a realização de concurso público federal, disponibilizando-se os profissionais para os municípios, e investimentos na saúde. "Se o governo quer levar médicos às regiões carentes, que o faça de forma legal. Dessa forma, beneficiam-se tanto a população quanto os profissionais”, reforça o presidente da CNTU, Murilo Pinheiro.

 

Fonte: CNTU




Os atrasos, paralisações e até mesmo as exclusões de diversas obras de infraestrutura e mobilidade urbana previstas inicialmente no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Copa de 2014 são exemplos do que não deve ser feito em termos de planejamento urbano. Esta é a visão do Sindicato Nacional de Arquitetura e Engenharia (Sinaenco), apresentada pelo presidente da entidade, João Alberto Viol.

Ele relata que, em 2007, quando o Brasil foi escolhido como sede do Mundial, esperava-se que aquela seria "a grande oportunidade para se projetar e executar ações que iriam deixar um legado para a população, principalmente em relação à mobilidade urbana, melhorando inclusive a qualidade de vida". Entretanto, seis anos depois, a decepção é grande. "Teríamos nossa grande chance, mas ela foi mal aproveitada porque não conseguimos nos planejar para realizar todos os investimentos necessários a tempo. O que está acontecendo hoje é algo que não pode servir de padrão e que precisamos corrigir", criticou.

Viol e representantes das comunidades técnica e política, estudantes e sociedade civil estiveram reunidos, no dia 22 último,na Capital paranaense, para discutir e apresentar novas propostas a serem implantadas pelas grandes metrópoles para melhorar suas infraestruturas. O evento "De olho no futuro: Como estará Curitiba daqui a 25 anos?" será realizado também em outras 12 capitais. Nestes encontros, conforme o sindicato, será analisada a capacidade dos gestores, profissionais e da população em geral, de planejar o futuro.

No final do ano, o sindicato vai divulgar um documento contendo todas as informações coletadas nas capitais para as autoridades municipais, estaduais e federais.

 A falta de continuidade de projetos de mobilidade, por exemplo, é um dos grandes problemas diagnosticados, aponta o sindicato. "Cada administrador que assume o cargo enxerga somente os quatro anos diante daquele mandato. Essa cultura precisa ser mudada de alguma maneira. A classe política, o administrador público está olhando mais para o retrovisor do que para a frente", reforçou Viol.

Sem mobilidade
Um levantamento prévio realizado pelo Sinaenco, por exemplo, apontou que o trânsito e o transporte público são os maiores problemas de infraestrutura de Curitiba. Segundo 85% dos entrevistados, a falta de ações de mobilidade urbana causa maior impacto na vida da população. "Na capital paranaense esta é a principal reivindicação, então temos que discutir quais são as soluções para os próximos anos? Queremos difundir o planejamento como instrumento essencial para decidirmos que tipo de cidade queremos", completou João Alberto.

Com informação do jornal Folha de Londrina, reportagem de Rubens Chueire Jr.




 

 

No final dos anos 1970, a televisão, a publicidade e propaganda, além de outras manifestações culturais tipicamente urbanas, ganharam destaque na agenda da pesquisa paulista.

O legado desses estudos foi uma importante bibliografia nas áreas de Sociologia, Comunicação, Semiologia, entre outras, que contribuíram para a reflexão sobre o país que emergiria dos anos de ditadura. Parte dessa bibliografia foi examinada no terceiro encontro do Ciclo de Conferências “50 anos das Ciências da Comunicação no Brasil: a contribuição de São Paulo”, no dia 23 de agosto, na Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp).

Um dos precursores dessas pesquisas foi Sérgio Miceli. Em A Noite da Madrinha, trabalho de mestrado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciência Humanas (FFLCH) da USP, publicada pela editora Perspectiva em 1972, Miceli realizou um dos primeiros estudos sobre programa de auditório veiculado pela TV, O Programa da Hebe, então na TV Record, líder absoluto de audiência na última metade da década de 1960.

Num cenário com sofá, a apresentadora Hebe Camargo – “sempre flexionando significantes no diminutivo” – recebia convidados com a intimidade de quem está em sua própria sala de visitas. “Hebe recompunha, na esfera do lazer, a figura de uma madrinha que distribuía sorrisos e presentes”, afirmou Antonio Adami, do Departamento de Midiologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O intuito de Miceli era “conhecer os objetivos da mensagem televisionada”. E Hebe, falando principalmente para a classe média, passava a mensagem de “um Brasil ótimo”. “O livro tornou-se uma referência até porque foi pioneiro na sociologia da Comunicação”, concluiu Adami.

A TV também foi o tema do livro Signagem da televisão, de Décio Pignatari (Editora Brasiliense, 1984). A obra reúne uma série de textos publicados pelo autor em sua coluna semanal no Jornal da Tarde, entre 1978 e 1980, e na Folha de S. Paulo, sendo alguns inéditos.

O título instigante remete ao estabelecimento da relação entre signo, significação e linguagem. “Mas desde logo ele explica que tratará signagem como sinônimo de linguagem, apontando um novo caminho para a análise do meio, a partir dos olhos da semiótica”, comentou Ana Silvia Médola, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus Bauru. “Pignatari já via o potencial da TV na sociedade de massas”, afirmou.

Impacto da TV
Lançado na mesma época, mais precisamente em 1985, o livro Muito além do Jardim Botânico, de Carlos Eduardo Lins e Silva, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), analisa o impacto do Jornal Nacional, da TV Globo, em duas comunidades de trabalhadores, uma no Guarujá, em São Paulo, outra em Natal, no Rio Grande do Norte, em pesquisa realizada entre 1980 e 1983. “Era o período de abertura, a Rede Globo era hegemônica, tinha monopólio de audiência e já estava presente no mercado externo”, contextualizou Tyciane Cronenberg Vaz, da TV Câmara de Guarulhos.

Lins e Silva utilizou a metodologia pesquisa-ação, que confere papel ativo tanto ao entrevistado como ao entrevistador e lhe possibilitou discutir com as duas comunidades desde os critérios de edição do Jornal Nacional até comparar os seus conteúdos com matérias sobre os mesmos temas publicadas em jornais.

Os resultados da pesquisa – tema de sua tese de doutorado na USP – “confirmaram suas hipóteses”, como Cronenberg Vaz diz, de que outras fontes – sindicatos, igreja etc. – interferem na relação do espectador com as notícias veiculadas; que o grau de conhecimento do espectador sobre o assunto está diretamente relacionado ao senso crítico e que, apesar de ser baixo o nível de informação que em geral eles têm sobre o veículo, a “credibilidade do Jornal Nacional não é absoluta”, conforme ela sublinhou.

O impacto da chegada da TV à cidade de Ibitinga, no Estado de São Paulo, foi tema do mestrado de Luis Milanesi na Escola de Comunicação e Arte (ECA), da USP, publicado pela Paz e Terra em 1978 sob o título Paraíso via Embratel.

Utilizando metodologia de observação participante, Milanesi “viveu” na cidade por um período de seis anos, entre 1969 e 1975, acompanhando de perto “as mudanças trazidas pela indústria capitalista, via televisão”, descreveu Mauro Ventura, da Unesp de Bauru.

A expansão do mercado de publicidade e propaganda no país foi examinada por Roseméri Laurindo, da Fundação Universidade Regional de Blumenau (Furb), que analisou o livro A Embalagem do Sistema, da socióloga Maria Arminda do Nascimento Arruda, atual Pró-Reitora de Cultura e Extensão Universitária da USP. “Tese de mestrado da autora, o livro é uma excelente fonte para comparar o presente e o passado da publicidade no Brasil”, afirmou Roseméri.

Ana Claudia Mei Alves de Oliveira, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), analisou o livro Olhar Periférico, de Lucrécia Ferrara, um estudo semiótico sobre a periferia de São Paulo. “Ela era uma semioticista que trabalhava com história, com as transformações do ambiente urbano. Ia semanalmente a São Miguel Paulista. Suas ferramentas de pesquisa eram o verbo e a fotografia que flagrava o momento presente”, disse Oliveira.

Roberto Elisio Santos, da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (UMSC), tratou de O que é indústria Cultural, de Teixeira Coelho, publicado na Coleção Primeiros Passos da Editora Brasiliense em 1980. “Ele utilizou os conceitos de Humberto Eco, apocalípticos e integrados, para distinguir alienação e democratização da cultura”, afirmou Santos. “Ele rejeitou a visão apocalíptica dos que condenam a indústria cultural com a intenção de ‘combater o prazer’.”

A indústria cultural, ou mais precisamente seu impacto sobre uma manifestação cultural típica do Brasil rural – a música caipira – foi o tema de Cristina Schmidt, da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), que analisou o livro O Acorde na aurora, de Wladenyr Caldas.

No terceiro encontro de Ciclo de Conferências, coordenado por Sonia Jaconi, da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), Alfredo de Almeida, da Universidade do Povo, avaliou o livro Cineastas e imagens do povo, de Jean Claude Bernadet, e Diego Franco, da Umesp, falou sobre a obra de Peñuela Canizal sobre Pedro Almodovar.

No mesmo encontro, Dimas Kunsch, da Faculdade Cásper Líbero, comentou Notícias, um produto à venda, de Cremilda Medina; Fatima Feliciano, da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), falou sobre Imprensa e Liberdade, de José Freitas Nobre; Eduardo Moretin, da USP, tratou de Sétima arte, um culto moderno, de Ismail Xavier; Ana Maria Fadul, da USP, analisou o livro Estrela Breve: Lupe Cotrim, de Leila Gouvêa; e Carla Longhi, da Unip, apresentou os principais pontos de Síntese de História da Cultura Brasileira, de Nelson Werneck Sodré.

Os encontros do Ciclo de Conferências "50 anos das Ciências da Comunicação no Brasil: a contribuição de São Paulo" ocorrem às sextas-feiras, até o próximo dia 4 de outubro. Para mais informações sobre os próximos encontros acesse aqui.

 

Fonte: Agência Fapesp



O sistema eleitoral brasileiro adota o voto proporcional de lista aberta para a escolha dos deputados federais, estaduais e vereadores e o voto majoritário para os cargos de presidente, governador, prefeito e senador. Neste texto cuidaremos apenas do voto proporcional.

Por este sistema, o eleitor vota no candidato ou no partido e a soma dos votos válidos atribuídos aos candidatos e partidos é dividida pelo número de vagas em disputa.

Por exemplo. O número de vagas para deputado federal em São Paulo é de 70. Supondo-se que a soma dos votos válidos tenha sido de 21 milhões, divide-se esse número por 70 e chega-se a 300 mil votos para cada vaga.

Ou seja, na suposição acima, o quociente eleitoral ou o número de votos necessários para preencher uma vaga será de 300 mil votos. Se um partido ou coligação não alcançar, no mínimo, os 300 mil não terá atingido o quociente eleitoral e, portanto, não terá representantes na Câmara.

Para cada novo grupo de 300 mil votos, o partido ou coligação terá direito a mais uma vaga, que sempre será preenchida pelos candidatos mais votados em ordem decrescente.

Ocorre, entretanto, que nem sempre os votos dados aos partidos coincidem exatamente com o quociente eleitoral. Se, no exemplo acima, um partido ou coligação "A" alcançar 700 mil votos, terá direito a duas vagas e ficará com uma sobra de 100 mil votos.

Depois de preenchidas as vagas pelo quociente eleitoral pleno, ou seja, 300 mil ou seu múltiplo, passa-se à distribuição das vagas restantes para os partidos que tiveram sobras.

No Brasil, utiliza-se a regra da maior média que, invariavelmente, beneficia os partidos com melhor desempenho eleitoral.

Primeiro, divide-se o número de votos atribuídos a cada partido ou coligação pelo numero de lugares por ele obtido mais um.

O partido que apresentar o maior quociente ou a maior média leva a vaga. Caso haja ainda cadeiras restantes, repete-se a operação, sempre atribuindo a cadeira a maior média.

Por exemplo. Se um partido B obtiver 3,01 milhões, ele terá direito a 10 vagas e ficará com um voto de sobra.

Comparando este partido B, que elegeu dez e tem sobra de apenas um voto com o partido do exemplo anterior, do partido A, que elegeu dois deputados e ficou com uma sobra de 100 mil, qual dos dois terá a vaga pela sobra?

Vamos ao cálculo. No caso do partido B, divide-se 3,01 mi por onze (10 + 1) e se chega a uma média de 272.727 votos. No caso do partido A, divide-se 700 mil por três (2 + 1) e se chega a uma média de 233.333. Logo, a vaga é do partido B que, apesar de ter tido apenas um voto de sobra, teve a maior média.

Esse cálculo se repete, sempre acrescendo um ao número de vagas que o partido já tem, até preencher todas as vagas.
 

* por Antônio Augusto de Queiroz, jornalista, analista político e diretor de Documentação do Diap. Texto publicado originalmente no portal Fecesp.org.br, da Federação dos Empregados no Comercio do Estado de São Paulo, em 20/08/2013




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