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Uma metodologia criada por um doutorando da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (Poli-USP) pode ajudar a Defesa Civil a identificar pontos de deslizamento de terra em rodovias e mitigar possíveis acidentes nesses locais. A ferramenta utiliza imagens gratuitas tomadas por satélite como o Landsat para gerar mapas de relevo e de cobertura do solo e identificar cicatrizes de deslizamentos já ocorridos, bem como áreas com maior potencial de deslizamento. O estudo foi validado na cicatriz de um deslizamento ocorrido na Serra do Mar em 1999, no quilômetro (km) 42 da Via Anchieta, em São Paulo. 

“A metodologia pode aumentar a capacidade dos órgãos responsáveis de definir planos de gestão e monitoramento de riscos, pois se refere à avaliação do risco daquele deslizamento que já ocorreu próximo a uma rodovia e pode acarretar mais problemas. Pode ser útil, principalmente, em lugares em que as estradas são menos movimentadas e onde a Defesa Civil é menos equipada”, resume o engenheiro ambiental Luiz Manfré, autor do trabalho. 

A novidade é o desenvolvimento de uma ferramenta eficaz com base em dados gratuitos — pois um dos grandes desafios desse tipo de monitoramento é o custo e a existência das imagens de satélite. “Há vários satélites fazendo imagens da Terra, mas elas são muito caras, principalmente as de alta resolução. Por outro lado, há uma série de imagens gratuitas com uma resolução suficiente, como as do satélite Landsat, disponibilizadas pelo Serviço Geológico Norte-americano (USGS)”, explica Manfré. 

Feições de relevo
Além das imagens do Landsat, Manfré utilizou ainda dados derivados da Missão Topográfica Radar Shuttle (SRTM) e do TOPODATA (Banco de dados geomorfológicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) como base para a identificação de feições do relevo mais susceptíveis a deslizamentos. Por meio de revisão bibliográfica, ele definiu uma metodologia que sintetiza informações sobre tipos de relevo que favorecem a ocorrência de deslizamentos e avaliou procedimentos de classificação para identificar cicatrizes.

 

A combinação do mapa de feições de relevo com o resultado da classificação melhorou o resultado final da análise e facilitou a busca por cicatrizes de deslizamento em locais com características semelhantes às da Serra do Mar. “Escorregamentos pressupõem lama. Por isso, a metodologia se mostrou satisfatória para esse tipo de terreno. Mas achamos que pode ser adaptada para outras aplicações, como o entorno de dutos de água, petróleo e gás”, observa o orientador de Manfré, José Alberto Quintanilha, professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Poli. 

“Além de funcionar na identificação de áreas de risco, percebemos que a compartimentação do relevo possui diversas aplicabilidades e permite desdobramentos e análises para além do escopo deste trabalho”, afirmou Manfré. Neste sentido, pesquisadores do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) se mostraram interessados em utilizar a metodologia para o aperfeiçoamento dos mapas geomorfológicos existentes, e para o mapeamento de ocorrência de doenças relacionadas à água. 

“Neste caso, trata-se de um trabalho sobre a retenção de água em microbacias e a ocorrência de doenças, no vale do Rio Doce. A pesquisa terá de usar, como base, dados topográficos e geomorfológicos, daí o interesse na metodologia desenvolvida pelo Luiz”, afirma o coorientador de Manfré, Rodrigo Nóbrega, da UFMG.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa da Poli-USP

A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho não acolheu recurso da Aché Laboratórios Farmacêutico S.A contra condenação ao pagamento de R$ 16.480 mil de indenização por dano moral por discriminação a empregado que era diretor do sindicato da categoria. Ele não recebeu as promoções que lhe eram de direito e teve tratamento diferenciado quando foi transferido de Rondônia para São Paulo.

O trabalhador, que era filiado e diretor do Sindicato dos Propagandistas, Propagandistas-Vendedores e Vendedores de Produtos Farmacêuticos do Estado do Amazonas (Sindproam), começou a trabalhar para a Aché em janeiro de 1990, como propagandista vendedor cobrador. Após 14 anos de serviço, quando foi implantado sistema de níveis salariais após a fusão com outro laboratório, foi enquadrado no nível I, e nele ficou até ser dispensado em 2008, enquanto colegas com menos tempo e menor produtividade alcançaram níveis superiores.

O Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região (RO-AC) reformou a sentença de primeiro grau que condenou a empresa ao pagamento da indenização por dano moral, no valor de 80 mil reais, reduzindo-a para R$ 16.480 mil. Em relação aos danos materiais, manteve decisão que limitou o valor a R$ 40 mil referentes ao período em que deixou de ser promovido. Para o TRT, ficou comprovada a discriminação sindical, confirmadas por outros empregados também sindicalizados que trabalhavam para a empresa em outros estados.

Os depoimentos no processo comprovaram ainda que os empregados sindicalistas e estagiários recebiam uma linha de produtos que não participava de promoções de concursos de vendas do laboratório, com "a omissão de informações e tratamento diferenciado". A discriminação teria sido confirmada também na transferência de Rondônia para São Paulo, quando a Aché encerrou suas atividades naquele estado. Enquanto um dos empregados teve um ano para efetivar a transferência, o autor do processo só teve 48 horas para se pronunciar sobre a transferência e seis dias para começar a trabalhar em São Paulo.

No TST, o ministro Douglas Alencar Rodrigues, relator do recurso na Sétima Turma, destacou que o TRT julgou de acordo com as provas colhidas no processo e que, para se chegar à conclusão de que não ficou caracterizada conduta antissindical, seria necessário o reexame de fatos e provas, o que não é permitido nessa fase do processo (Súmula 126do TST).

 

 

Fonte: Notícias do TST

 

 

 

 

 

 

 

 

Com o objetivo de auxiliar a comunidade acadêmica na redação de trabalhos científicos, a Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos mantém o Portal da Escrita Científica, que reúne ferramentas de apoio à produção de artigos, dissertações, teses e outras publicações, gerenciamento de referências bibliográficas, editoração e outros recursos.

Iniciativa de docentes do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) e da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), implementada em parceria com a Prefeitura do Campus (PUSP-SC) e colaboradores das bibliotecas de todas as unidades, o portal funciona como um repositório de ferramentas e orientações para alunos e pesquisadores interessados em aperfeiçoar a escrita científica.

Entre os recursos oferecidos estão materiais informativos e didáticos, cursos on-line, videoaulas, workshops, tutoriais e ferramentas computacionais de auxílio à escrita em português e em inglês desenvolvidas pelo ICMC, que auxiliam na organização da estrutura e do conteúdo dos trabalhos.

“Para escrever um trabalho científico é necessário considerar uma série de elementos, desde o problema abordado, a metodologia adotada, os resultados e as contribuições para a literatura de determinada área e, muitas vezes, para a sociedade em geral. O portal busca auxiliar no processo de redação como um todo, oferecendo auxílio nas diversas etapas da produção”, disse Osvaldo Novais de Oliveira Júnior, do IFSC, presidente da Comissão de Implantação do portal.

As ferramentas auxiliam especialmente no que Oliveira Júnior considera ser a maior dificuldade enfrentada pelos autores: a estrutura dos textos.

“Diante do desconhecimento da estrutura do artigo científico, um problema muito comum no meio acadêmico, o portal trabalha com modelos que podem ser padronizados respeitando as particularidades de cada área e diferenças na escrita para audiências específicas ou mais amplas, considerando sempre a clareza e a concisão.”

Ferramentas
Entre os recursos disponibilizados gratuitamente pelo portal estão os que os desenvolvedores chamam de “ambientes para a escrita”, um conjunto de ferramentas computacionais que dão suporte a partes do processo de redação, do agrupamento das ideias à composição de um texto contínuo, com editores gráficos.

O SCiPo, por exemplo, é uma ferramenta de suporte à escrita que auxilia na redação de resumos e introduções com base em modelos de textos científicos em português, elaborados a partir de teses e dissertações de várias áreas de pesquisa disponíveis para o redator apreender a estruturação retórica do texto.

A produção realizada pela ferramenta passa ainda por uma etapa de críticas, na qual uma estrutura proposta é avaliada pelo sistema, e por uma etapa de classificação de um resumo já escrito.

Já o SCiEn-Produção é um conjunto de ferramentas computacionais para auxiliar na redação de artigos científicos em inglês. Adaptado do SciPo-Farmácia, o recurso se baseia na análise de textos da área de Engenharia de Produção.

Há ainda uma série de outras ferramentas desenvolvidas em específico para diversos campos do conhecimento, como o CALeSE, software de suporte à escrita de introduções com textos modelos da área de Física.

Os serviços do Portal da Escrita Científica da USP de São Carlos podem ser acessados em www.escritacientifica.sc.usp.br.



 

Fonte: Agência Fapesp











O Plano Municipal de Educação de Santo André foi concluído, no dia 25 de abril último, durante a Conferência Municipal de Educação. O documento, que traz metas para o setor para serem cumpridas nos próximos dez anos, será encaminhado à aprovação da Câmara Municipal na segunda quinzena de maio.

Para levantar as principais ações necessárias para a garantia de uma educação de qualidade para o município com ações a médio e longo prazos, foram realizadas diversas discussões que envolveram a comunidade e profissionais da área nos Fóruns Municipais de Educação, no ano passado. Neste ano quatro pré-conferências que aconteceram em escolas municipais espalhadas pela cidade para facilitar a participação da população, possibilitaram mais uma vez a análise das principais sugestões.

Todos os municípios brasileiros têm até junho para concluir e ter a aprovação da Câmara de seus Planos Municipais. Este prazo foi estabelecido pela lei nº 13.005 , de 25 de junho de 2014, que criou o Plano Nacional de Educação (PNE). O PNE estabeleceu 20 metas que o Brasil deve alcançar na área de Educação nos próximos dez anos. Engloba ações que vão da educação infantil até o ensino superior, ensino privado ou público, incluindo valorização do professor, educação inclusiva, financiamento da educação e outros temas. Mas para que estes objetivos aconteçam, é importante que os Planos – municipal, estadual e nacional – estejam integrados. De acordo com o secretário de Educação, Gilmar Silvério, os Planos – municipal, estadual e nacional - servem como instrumento de planejamento e levam em consideração as competências de cada um no que tange às polícias educacionais.


 

Fonte: Prefeitura Municipal de Santo André








O Parque Tecnológico de São José dos Campos vai sediar nos dias 19 e 20 de maio, das 9h às 18h, o workshop Abordagem Sistêmica na Certificação de Aeronavegabilidade – Experiências Internacionais. Além da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), estarão presentes os órgãos reguladores norte-americano Federal Aviation Administration (FAA), europeu European AviationSafety Agency (Easa) e canadense Transport Canada Civil Aviation (TCCA).

Realizado pela Anac, em parceria com a Prefeitura de São José dos Campos e a Embraer, o evento está alinhado com o eixo de desenvolvimento sustentável do plano de governo do prefeito e tem como objetivo propiciar uma troca de experiências entre os diferentes players do segmento da certificação aeronáutica.

“Como polo nacional da indústria aeronáutica, São José dos Campos é a cidade ideal para sediar um evento deste porte. Além da Embraer, do DCTA e do ITA, temos aqui o IFI (Instituto de Fomento e Coordenação Industrial) e a gerência de certificação da ANAC, órgãos responsáveis pela certificação dos produtos aeronáuticos”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia.

O seminário é gratuito e voltado para os profissionais da indústria aeronáutica envolvidos com o processo de Certificação de Tipo. As inscrições podem ser feitas até o dia 7 de maio (quinta-feira) pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Com a realização deste encontro, a Anac espera fornecer uma visão intuitiva e prática dos diferentes sistemas implementados na América do Norte e na Europa na condução da Certificação de Tipo (ODA/DAO/DOA) à Autoridade Brasileira de Aviação Civil, à Indústria Aeronáutica e para outras organizações interessadas.

Segundo a Anac, espera-se também que os participantes do evento troquem informações sobre como arquitetar e adaptar sistemas de certificação de aeronavegabilidade funcionais e robustos. Os sistemas da FAA, da TCCA, e da EASA serão avaliados de um ponto de vista das autoridades e dos projetistas da indústria, buscando-se uma ideia prática das vantagens, dos inconvenientes e dos desafios.

“Não tenho dúvidas de que a troca de experiência proporcionada por este workshop será muito proveitosa para todas as partes e colocará o município como referência global em certificação aeronáutica, aspecto estratégico para a competitividade da indústria do setor”, disse o secretário.

 

 

Fonte: Prefeitura Municipal de São José dos Campos

 

 

 

 

 

 

 

 

Aconteceu no dia 28 de abril último, no auditório da Faculdade de Saúde Pública, o lançamento, com direito a autógrafos, do livro, Análises do Trabalho – Escritos Escolhidos, da doutora Leda Leal Ferreira, editora Fabrefactum.

São 428 páginas que reproduzem uma série de textos e de pesquisas, conferências, palestras e ensaios de Leda ao longo de sua carreira. Criadora da Análise Coletiva do Trabalho e funcionária por 30 anos da Fundacentro, até se aposentar, ela manteve em toda a sua vida uma ética pessoal voltada para a realização científica, o respeito ao trabalhador e à trabalhadora e a correção com que tratava cada um de seus colegas.

Que lhe retribuíram, porque todos os 21 textos escolhidos são apresentados por um deles, formando um conjunto que enriquece a já rica coleção dos textos da autora. É uma antologia e um repositório de amizade, até mesmo daqueles que comparecem sem apresentar nenhum de seus escritos.

Um professor de Harvard, estudioso do México e do trabalho, John Womack Jr insurgia-se há quase dez anos contra o desprezo que a academia passara a dedicar ao tema do trabalho e, recenseando o número de aquisições da biblioteca de sua universidade que era “18 vezes mais sobre sexo que sobre trabalho industrial e um terço a mais sobre pornografia que sobre trabalho industrial”, considerava um absurdo perder-se o interesse de estudar a atividade necessária para que ocorra qualquer outra atividade humana.

Em toda a sua trajetória intelectual, desde o projeto de pesquisa apresentado no 13º Congresso Nacional de Prevenção dos Acidentes do Trabalho, em 1974, até a palestra no seminário municipal de saúde dos servidores da cidade de São Paulo, em 2006 (ambos fazendo parte da antologia), Leda defendeu a centralidade do trabalho e dos trabalhadores e trabalhadoras, sejam eles pilotos de avião, petroleiros, cortadores de cana, pescadores de lagostas ou professores e a necessidade de se compreender como trabalham, como se relacionam, como falam sobre suas experiências e como resistem, com seus sindicatos, para manter sua importância e dignidade.

A doutora Leda é mãe dos meus dois filhos.

 

 

* por João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Todos sabemos que o 1º de Maio é o dia da luta pelas 8 horas diárias de trabalho. Isso ocorreu há 131 anos. Naquela época os trabalhadores não tinham nenhum direito reconhecido. Com muita luta, greves, protestos e manifestações aos poucos a classe trabalhadora arrancou os chamados direitos trabalhistas. Não foi mole não. Precisou muita força e participação de milhares de trabalhadores. Só para lembrar, no 1º de maio de 1919, no Rio de Janeiro, na Praça Mauá, 60 mil manifestantes se reuniram para exigir esses direitos. Foram 10% da população da época. Mas demorou muitos anos ainda até se conquistar algum “direito”. Só anos depois os trabalhadores começaram a conquistar as “leis trabalhistas”.

E hoje? Não há mais nada a fazer? Ao contrário. Os empresários, os patrões querem voltar atrás. Querem retirar o que demorou 130 anos para ser conquistado. Como? Eles querem aumentar seus lucros ao extremo, por isso a exploração aumenta.

Muitos trabalham muitas horas a mais sem ganhar um tostão por isso. Estão sempre conectados ao celular ou ao computador e resolvem o dia todo os problemas da empresa. E o ritmo de trabalho? Aumenta a cada dia. Cada dia tem novas “metas” a alcançar e a produção pró-patrão aumenta. Com isso o estresse avança e a saúde vai pro espaço.

Patrões querem com nossos direitos trabalhistas
Os planos da política que chamamos de neoliberal estão claros: diminuir custos para o patrão e aumentar seu lucros. Como? Nas costas do trabalhador. Com crise ou sem crise querem mais lucros. E para isso precisam manter o Governo amarrado aos seus planos, quietinho, sem se mexer, sem mudar quase nada. E aí, o 1º de Maio como fica? Fica um alerta. Ou nós, trabalhadores, partimos para a luta organizada nos sindicatos, centrais e associações e pressionamos os partidos comprometidos com os trabalhadores ou perderemos muitas das conquistas de séculos atrás. O 1º de Maio nos lembra: de um em um, os patrões nos papam todos. Unidos e lutando firmes venceremos.


 

 

* Por Vito Giannotti, ex-metalúrgico, escritor e coordenador do Núcleo Piratininga de Comunicação








Em sua sétima edição, o Encontro Ambiental de São Paulo (EcoSP) ocorreu nos dias 23 e 24 de abril, no Novotel São Paulo Center Norte, na Capital, em meio às crises hídrica e energética que afetam sobremaneira o Estado. Assim, trouxe à tona contribuições fundamentais para o enfrentamento dos desafios atuais. Entre elas, o incremento da participação de fontes renováveis na matriz energética paulista a partir do biogás, a gestão inteligente de resíduos sólidos oriundos da construção civil e a formação em Engenharia de Inovação, oferecida pelo Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), na perspectiva da sustentabilidade. 


Foto: Beatriz Arruda/SEESP
EcoSP 2015 publico
Estudantes participam da sétima edição do EcoSP, realizado de 23 a 24 de abril, em São Paulo


Os estudantes da primeira turma dessa gradua­ção somaram-se ao público do evento. Diariamente, foram cerca de 800 participantes que circularam pela feira de produtos ecológicos e auditório – muitos dos quais universitários.

Constituindo-se em importante fórum à discussão sobre o desenvolvimento sustentável no País, a iniciativa, promovida pelo SEESP e Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), insere-se no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado pela entidade nacional em 2006 e atualizado desde então. À abertura, o vice-presidente do SEESP, João Carlos Gonçalves Bibbo, salientou a importância de tal encontro, destacando a inovação aliada à sustentabilidade como central em 2015. Nesse sentido, lembrou que o sindicato e a FNE também dão sua contribuição com a concretização do Isitec, que iniciou o seu primeiro ano letivo em fevereiro último. Para o coordenador do evento e também vice-presidente do SEESP, Carlos Alberto Guimarães Garcez, a grande missão do EcoSP é não só debater, mas disseminar as boas práticas ambientais.

O secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo do município de São Paulo, Artur Henrique da Silva Santos, parabenizou os engenheiros que vêm discutindo, de forma pioneira e há muito tempo, a questão do desenvolvimento sustentável. “Para atingir esse objetivo, temos vários desafios, como gerar novas ideias e propostas com investimentos públicos e privados em mobilidade urbana, na crise dos recursos hídricos e até em garantir o trabalho decente, combatendo a desregulamentação do mundo do trabalho”, afirmou, referindo-se ao projeto recentemente aprovado pela Câmara dos Deputados que amplia a terceirização para a atividade-fim. 

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, lembrou que participa do EcoSP desde os seus primórdios, quando era realizado na cidade de Taubaté, no Vale do Paraí­ba. Parabenizando a inclusão dos recursos hídricos na pauta da atividade, Jardim aproveitou para reivindicar o acréscimo de outro assunto, a agricultura. “O Brasil precisa de políticas públicas mais perenes, e a engenharia pode contribuir para isso.” Já João Carlos de Souza Meirelles, secretário estadual de Energia, defendeu como urgente a discussão sobre o destino do lixo e de outras fontes de energias renováveis, por exemplo a partir do bagaço de cana-de-açúcar. Na sua visão, os estudantes de engenharia são essenciais para pensar alternativas ao desenvolvimento que considerem tais questões. Nesse sentido, o secretário de Habitação do Estado, Rodrigo Garcia, realçou o pioneirismo do SEESP com a criação do Isitec, ajudando a formar profissionais voltados à inovação tecnológica. Fala que foi reforçada pelo deputado estadual Itamar Borges (PMDB/SP). 

Os vereadores paulistanos Aurélio Nomura e Mario Covas Neto, ambos do PSDB, indicaram a necessidade de se acabar com a cultura do desenvolvimento sem se preocupar com suas consequências. Já o superintendente de São Paulo do Departamento Nacional de Produção Mineral do Ministério de Minas e Energia, Ricardo de Oliveira Moraes, ressaltou que o desafio é construir infraestrutura ao desenvolvimento com sustentabilidade.

Engenharia de inovação

Pensando a formação sob essa ótica, a graduação oferecida pelo Isitec foi tema da palestra ministrada pelo professor do instituto Marcelo de Melo Barroso. Conforme ele, não dá para pensar a sustentabilidade sem inovação. 

O docente explicou que o Isitec trabalha com os seus estudantes no sentido de não se ter medo do desconhecido e de se trabalhar em equipe e globalmente. E que é necessário, no ensino da Engenharia de Inovação, saber “aprender, desaprender e reaprender durante toda a vida”. E completou: “Precisamos pensar os problemas que ainda não existem.” No ambiente da inovação trabalha-se com tecnologias existentes, demandas sociais e estoque de conhecimentos científicos disponível.

O professor João Sérgio Cordeiro, também do Isitec, citou algumas inovações, ao longo da história da humanidade, como a construção das pirâmides do Egito, há 4 mil anos, da muralha da China, do banheiro com sistema hidráulico correto na Roma antiga ou de aquedutos, há mais de 2 mil anos.

Políticas para garantir água
Sob a ótica da inovação a serviço da sustentabilidade, desafio é fazer frente à crise hídrica no Estado. O Sistema Cantareira vem funcionando hoje bem abaixo de sua capacidade, com a utilização do volume morto. Saídas a esse grave quadro encontram-se entre os aspectos centrais debatidos em âmbito global durante o 7º Fórum Mundial da Água, realizado de 12 a 17 de abril na Coreia do Sul. Tal relato coube ao governador pelo Brasil no Conselho Mundial da Água, Newton Lima de Azevedo. 

Entre os pontos, ele elencou como de grande interesse do Brasil a necessidade de planejamento integrado de recursos hídricos; a demanda por incluir a água como tema transversal às diversas políticas públicas; a urgência em dar resposta à carência de coleta e tratamento de esgotos; a questão da governança, gestão e regulação; o tema do financiamento, recursos públicos e privados; a capacitação operacional – ao que anunciou a criação do Centro de Treinamento Hydrus, via acordo com a França –; e a importância de se utilizarem tecnologias já existentes, como ao reúso e à dessalinização. Além disso, o encontro na Coreia do Sul deliberou pelo monitoramento das ações elencadas como prioritárias nesse espaço, bem como no fórum anterior, em Marselha, França, em 2012, rumo a Brasília, onde ocorrerá o próximo, em 2018.

Biogás na matriz energética
Já Marco Antonio Coutinho, gerente do projeto Reforço da Rede Tubular de Alta Pressão (Retap) da Companhia de Gás de São Paulo (Comgás), abordou as oportunidades à matriz energética a partir do biogás. Segundo ele, o Estado conta com 55,5% de fontes renováveis, ante 45,5% do País e 12,5% do mundo. “O governo paulista tem o desafio de até 2020 expandir esse índice para 69%.” 

Entre os projetos nesse sentido, está incrementar a produção de biogás, via fontes produzidas em aterros sanitários, vinhaça da cana-de-açúcar, efluentes, resíduos agrossilvopastoris e sólidos urbanos. Coutinho destacou que “a proposta da Comgás é fazer o processamento e tratar o biogás. O biometano resultante será distribuído aos clientes da empresa”. O palestrante salientou que tal inserção na rede está especificada na Resolução nº 8/2015 da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a qual define os parâmetros para tanto e os usos do biogás, bem como o conceitua. Ele assegurou que existe tecnologia para tanto. 

Reaproveitamento de entulhos
Oportunidade sustentável é ainda a reutilização dos resíduos gerados em obras, como apresentado pelo presidente da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção (Abrecon), Hewerton Bartoli. Ele alertou que o alto índice de perdas na construção civil, da ordem de 50%, é o principal responsável pela geração de entulho. Reutilizá-lo significa, portanto, “economia de matéria-prima, menos enchentes e menos poluição”. Estímulo para tanto é a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determina a responsabilidade compartilhada sobre o material descartado, planejamento e gestão de resíduos sólidos. Desafio, identificou Bartoli, é a conscientização do papel de cada um, inclusive do poder público, que “não tem dado a atenção que a área merece”.

Também estiveram entre os palestrantes Antonio Carlos Zuffo, professor da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (FEC-Unicamp), que falou sobre o Sol como motor de variabilidade climática; Rinaldo Moreira Marques, da Geopesquisa Investigações Geológicas Ltda., sobre a geofísica aplicada à investigação ambiental; Tiemi Yamashita, consultora de sustentabilidade da Teia Projetos Ambientais, que abordou uma nova visão para se reduzir o desperdício de recursos essenciais à qualidade de vida a partir de técnica japonesa denominada Mottainai; e Hassan Barakat, engenheiro do Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo (CGE), o qual apresentou iniciativa desse poder público municipal à prevenção de catástrofes em caso de enchentes. Além do cônsul-geral adjunto do Reino dos Países Baixos em São Paulo, Rogier van Tooren, que trouxe a experiência do setor de água da Holanda, que converteu, por meio de tecnologias sofisticadas, o problema de inundações recorrentes em vantagem competitiva.

Cobertura completa:
VII EcoSP: Engenharia para garantir desenvolvimento sustentável
A engenharia de inovação a serviço da sustentabilidade
Inovação para garantir qualidade de vida e prevenir riscos
A energia solar mantém em funcionamento o ciclo da água
Holanda converteu problema de água e inundação em vantagem competitiva
Oportunidades a partir do biogás
Gestão inteligente dos resíduos da construção civil é tema no EcoSP


 

Soraya Misleh
Colaboração Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP








O movimento sindical, os trabalhadores e a parcela da sociedade brasileira que defende avanços sociais no País devem se unir para evitar que o Projeto de Lei 4.330/2004, já aprovado na Câmara dos Deputados, onde repousava há mais de uma década, passe pelo Senado e seja sancionado pela Presidente da República. Apresentada pelos seus defensores como forma de modernizar as relações de trabalho no Brasil, a proposta pretende regulamentar a terceirização no País de forma indiscriminada, inclusive nas atividades-fim. Isso significa abrir caminho à precarização do trabalho e ao enfraquecimento do movimento sindical. 


Maringoni terceirização

Além de generalizar a terceirização, o PL traz a substituição da responsabilidade solidária pela subsidiária e favorece a chamada “pejotização”, em que há fraude do vínculo empregatício e o trabalhador é contratado como pessoa jurídica. Ainda, se aprovado, o PL 4.330 acarretará aumento da jornada de trabalho e da rotatividade e redução dos salários. Hoje, a remuneração do trabalhador terceirizado, contingente que já soma 14 milhões de pessoas no Brasil, é, segundo estimativas, 36% menor que a dos demais. E, mais grave, conforme estudos, 64% dos acidentes de trabalho atingem essa mão de obra. 
 

O Congresso já recebeu parecer assinado por 19 dos 26 ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) criticando o projeto de lei e alertando para as consequências negativas de sua aprovação. Diversas outras instituições, forças sociais e estudiosos do mundo do trabalho também já alertaram para o equívoco da medida. Ao autorizar o PL, a Câmara dos Deputados provoca gravíssima lesão social e pode  transformar milhões de trabalhadores, hoje enquadrados como efetivos das empresas e instituições tomadoras de serviços, em empregados de segunda categoria e desassistidos. 
 

Assim, é preciso que a mobilização e a pressão sobre o Congresso Nacional e o Executivo sejam intensificadas, sob pena de profundo retrocesso.  É inadmissível que se percam as conquistas alcançadas em décadas de luta e consolidadas na Constituição de 1988. Pelo contrário, temos que caminhar no sentido oposto e regulamentar diversos direitos previstos na Carta Magna para que tenham efetividade. 
 

A precarização do trabalho é claramente nefasta ao conjunto da sociedade e ameaça nossas intenções de construir uma nação justa, democrática e desenvolvida. Conforme afirma a Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) em nota pública sobre o tema, a medida favorece o capitalismo selvagem, no qual não há espaço para a inclusão e o bem-estar geral.

 

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente do SEESP









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