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Na manhã de quarta-feira (4/3), aconteceu sessão da comissão geral da Câmara dos Deputados que trata da crise energética e hídrica no País. O presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Pinheiro, foi um dos participantes da atividade, assim como o ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga. Este último afirmou que o setor elétrico brasileiro passa por um momento grave, mas que o risco de racionamento de energia é administrável. Segundo ele, o risco de racionamento de energia nas regiões Centro-Oeste e Sudeste hoje é de 6,1% (1,1 ponto percentual acima do risco estrutural mínimo calculado para o sistema, que é de 5%).


Fotos: Paula Bortolini
Murilo fala editado 
Pinheiro fala ao Plenário da Câmara sobre comprometimento da engenharia nacional com o País 


Pinheiro, em sua fala ao Plenário, colocou a engenharia brasileira à disposição para ajudar a enfrentar os problemas por que passa o País e disse que a questão principal nas áreas de energia e de recursos hídricos é a falta de planejamento e investimentos. Especificamente sobre o modelo energético brasileiro o dirigente da FNE destacou que deveria ser revisto e ser cobrado mais recursos privados no sistema. Em referência aos recursos hídricos, Pinheiro propôs uma “força tarefa” para reverter a perda da água que chega a mais ou menos 30% em todo o território brasileiro.

O presidente da federação mostrou ao plenário que a engenharia nacional está imbuída em ajudar o País a resolver questões que afetam diretamente a vida da sociedade. Por isso, entregou o projeto Cresce Brasil ao ministro Eduardo Braga e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Dentro desse esforço, a entidade realiza, nos dias 12 e 13 de março, o seminário “Água e energia”, na Capital paulista, onde reunirá especialistas e técnicos para discutir e definir propostas de encaminhamento.


Murilo ministro CresceBrasil
Ministro Eduardo Braga recebe projeto Cresce Brasil

Exposição - Agência Câmara de Notícias
Conforme o ministro, o risco é menor hoje do que na crise de 2001, quando chegou a 14,8%. 
De acordo com ele, o nível de chuvas em janeiro de 2015 é o pior dos últimos tempos e, durante todo o ano de 2014, a média de chuvas foi muito ruim. Com isso, em 2014 houve uma redução drástica da reserva dos reservatórios de água. “Gostaríamos de ter mais chuvas”, disse. “Mas, em 2015, mesmo estando com os reservatórios abaixo dos níveis de 2001 (no Sudeste chega à metade), estamos conseguindo manter o fornecimento de energia, em função da robustez do sistema e da segurança energética.”

O ministro explicou que, em comparação com 2001, houve não só um aumento da capacidade de geração de energia do País, como a diversificação do modelo de geração, especialmente a partir de 2010. Ele destacou o investimento em usinas térmicas, biomassa, energia eólica e geração fotovotáica (solar).

Crise de janeiro
Em relação à falta de energia no Sudeste em 19 de janeiro, o ministro reiterou que houve “limitação no escoamento da energia do Norte para a região Sudeste, fazendo com que sistema tivesse que cortar carga para reeestabelecê-la em 38 minutos.

Porém, segundo ele, é justamente o fato de o Brasil hoje dispor de um sistema elétrico que interliga as diversas bacias hidrográficas que dá a possibilidade de poder administrar o setor. “Isso tornou o nosso setor muito mais robusto, comparado a 2001”, afirmou. Conforme Braga, os intercâmbios internacionais de energia também vêm crescendo, por exemplo, com Venezuela, Paraguai, Argentina e Uruguai, dando mais segurança ao setor.

Ações
Entre as ações em andamento, para administrar o momento de crise, Braga citou a recuperação dos atrasos na implementação de usinas e nas obras de transmissão, para aumentar ainda mais a capacidade de intercâmbio entre as diferentes regiões. Segundo ele, existem 105 obras em andamento neste ano.

O ministro afirmou ainda que os projetos de diversificação da matriz energética continuam (19 projetos de hidrelétricas, 34 termoelétrica, 420 eólicas, 31 fotovotáicas) e que o governo vai cumprir o calendário de leilões de energia previstos para este ano. “Já fizemos o primeiro leilão de 2015, de fontes alternativas de energia. Tivemos uma adesão muito importante, com 570 projetos habilitados”, disse.

O próximo leilão acontecerá em abril. Ele também citou, entre as ações do governo federal, a desoneração do PIS e Confins para energia fotovotáica.

Desperdício
Por fim, o ministro destacou a necessidade de participação do consumidor no momento de crise. “Não desperdiçar energia é inteligente para o setor elétrico e para o próprio bolso”, afirmou. Braga acrescentou que “definitivamente estamos num novo ritmo hidrológico no nosso País e de uma mudança no clima na Terra, fruto da relação homem-natureza”.


 

Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Com colaboração da jornalista Renata Dias/In Press Oficina








A Faculdade de Engenharia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Guaratinguetá organizou, nos dias 12 e 13 de fevereiro, o primeiro encontro entre as instituições que formam o consórcio vencedor da chamada Global Innovation Initiative. Além da Unesp estiveram presentes representantes dos demais membros do consórcio, a Purdue University, dos Estados Unidos, e a DeMontford University, do Reino Unido.

O Workshop of the Consortium for Rapid Smart Grid Impact foi o primeiro encontro entre estas universidades desde maio de 2014, quando foi anunciado o resultado da chamada que visa incentivar a criação de parcerias entre universidades norte-americanas, britânicas e de quatro países em desenvolvimento (Brasil, Indonésia, Índia e China). "As três partes têm estado com contato com bastante frequência nos últimos meses, mas na maioria das vezes por vídeo-conferência. Esta é a primeira chance de nos encontrarmos para conversar pessoalmente", explica o professor Dionízio Paschoarelli, responsável por coordenar a atuação da Unesp no consórcio. Outro encontro semelhante já está previsto para Junho de 2015, no Reino Unido.

O projeto vencedor da chamada dá atenção especial à eficiência energética nas áreas rurais por meio do uso de tecnologias, mas também pela conscientização e educação dos consumidores. Este foi o ponto bastante destacado na palestra do coordenador geral do consórcio, Athula Kulatunga. Para o professor da Purdue University, desenvolver e identificar práticas que promovam o consumo eficiente e envolver a população local neste processo é um ponto fundamental. "O maior desafio do projeto é identificar, demonstrar e conseguir replicar práticas na comunidade local. É desta forma que nós vamos alcançar o máximo de impacto possível na sociedade", aponta. "Este tipo de projeto que nós estamos desenvolvendo também se esforça na mudança de atitude das pessoas. Temos a intenção de interagir com essas comunidades. Uma idéia é ir às escolas e informar as crianças sobre o consumo energético. Em geral, crianças têm um poder multiplicador muito forte dentro de suas casas”.

Durante o seminário foi apresentado o papel de cada instituição no desenvolvimento do projeto e discutiu-se um cronograma para ser cumprido ao longo de dois anos, tempo de duração do consórcio. Um dos papeis da Unesp, por exemplo, será selecionar e treinar as equipes que irão trabalhar junto às comunidades. A idéia é que essas equipes colham informações sobre demanda energética das comunidades rurais, identifiquem potencialidades de economia de energia, e multipliquem conhecimentos sobre o uso racional da energia.

Meses antes do seminário, o professor Athula já havia estado no Brasil para acompanhar o professor Paschoareli em visitas aos assentamentos sem-terra que servirão de modelo para o projeto, na região de Ilha Solteira. Em sua apresentação, o professor da Purdue University compartilhou suas impressões da visita, dando o tom da atuação educacional do projeto. "Eu notei que as pessoas que estão ali deixaram a cidade e foram ao campo para serem bem sucedidas, mas ainda trazem hábitos da cidade que não deveriam ser compatíveis com o campo", afirmou, citando como exemplo o uso generalizado do chuveiro elétrico – de alto consumo energético – em uma região com grande incidência solar.

Em sua apresentação, o professor Dionízio Paschoarelli lembrou que o projeto envolve outras faculdades de engenharia da universidade, e que a proposta da chamada é que a maior parte dos recursos seja investido na mobilidade dos pesquisadores.

O projeto prevê ainda a aplicação de redes energéticas inteligentes (smart grids, em inglês) nas comunidades. Tais redes aplicam tecnologia da informação ao sistema elétrico, abrindo a possibilidade para a troca de dados e de energia entre usuários e fornecedores e entre os próprios usuários que produzam energia. A instalação de medidores inteligentes fornecerá ainda dados importantes sobre consumo, tensão e corrente dos usuários, permitindo uma gestão mais eficiente da rede.

O desenvolvimento de um modelo aplicado às comunidades rurais e os estudos relacionados ao uso dos smart grids em sistemas de energias renováveis serão executados pela equipe da DeMontfort University, cabendo à Unesp a aplicação do modelo no contexto rural.

Neste sentido, o evento também teve apresentações das experiências de empresas brasileiras que estão instalando redes inteligentes de forma experimental nos municípios de São Luis do Paraitinga e de Aparecida, ambos na região do Vale do Paraíba.



Fonte: Agência de Notícias da Unesp - UnAN







Uma sociedade de economia mista não pode deixar de contratar candidatos aprovados em concurso público e indicar-lhes para empresas que prestam serviços a ela, o que caracteriza terceirização ilegal. Com base nesse entendimento, a 5ª Vara do Trabalho de Brasília reconheceu o vínculo trabalhista direto de um funcionário com a Furnas Centrais Elétricas pelo período em que ele prestou serviços à estatal como terceirizado.

No caso, o trabalhador foi aprovado em concurso público de Furnas, em 1997, e passou por treinamento e capacitação para integrar o quadro funcional da empresa. Ocorre que, à época do certame, o Conselho de Coordenação e Controle das Empresas Estatais editou a Resolução 14 para determinar que as sociedades de economia mista suspendessem as contratações de novos empregados.

Diante da redução de pessoal e do risco de suspensão das atividades essenciais (geração e transmissão de energia elétrica), a Furnas decidiu contratar empresas prestadoras desses serviços para repor a força de trabalho e garantir a qualidade e confiabilidade das atividades. O autor da ação contou que ele e outros candidatos aprovados foram indicados pela estatal para serem contratados pelas empresas terceirizadas.

Nessas condições, o empregado trabalhou de 1998 a 2000 para as empresas Newmac Equipamentos e Construções, Orbral (Organização Brasileira de Prestação de Serviços) e Concreta Assessoria Empresarial. Em agosto de 2000, em obediência a uma decisão judicial, a Furnas contratou formalmente o trabalhador para a função de especialista em manutenção eletromecânica.

Para a juíza responsável pela sentença, Elisângela Smolareck, é certo que a Furnas, na condição de sociedade de economia mista, está subordinada aos princípios constitucionais da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. “Assim, a contratação de pessoal obedece às regras impostas para a Administração Pública Indireta, inclusive disponibilidade orçamentária e, no caso em tela, autorização do Conselho de Coordenação e Controle das Empresas Estatais”, observou.

No entanto, a resolução editada pelo Conselho proibiu tanto o concurso público como a contratação de funcionários pelas empresas estatais. Mesmo com o intuito de preencher a necessidade de mão de obra, a contratação de pessoal para realização da atividade-fim de Furnas, por meio de empresas interpostas, no entendimento da juíza, também foi irregular.

“No presente caso, houve explícita fraude no momento em que foram os candidatos aprovados no concurso público, contratados por empresas interpostas para laborar nas atribuições que desempenhariam caso tomassem posse nos cargos para os quais foram aprovados”, constatou. “Observa-se que a reclamada, para agir com obediência ao princípio da legalidade observando a Resolução 14/97, cometeu outra ilegalidade”, completou Elisângela.

A juíza acrescentou que a conduta de Furnas viola o artigo 9º da Consolidação das Leis do Trabalho. O entendimento, inclusive, é o mesmo que tem sido adotado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região no julgamento de casos semelhantes. Com isso, a juíza reconheceu o vínculo empregatício do empregado com Furnas durante o período de 1998 a 2000, na mesma função registrada no momento da admissão dele como funcionário da empresa.

A sentença determina que o trabalhador receba o adicional por tempo de serviço corrigido percentualmente, bem como as diferenças dessa correção sobre todo o período em que trabalhou como terceirizado e o reflexo desses valores sobre FGTS, férias, 13º salários, horas extras, adicional noturno e sobreaviso. Com informações da Assessoria de Imprensa do TRT-10.



Fonte: Consultor Jurídico








A presença feminina na área vem se ampliando nos últimos anos, não obstante a predominância ainda seja masculina. O tema deve estar em pauta ao longo de todo o ano, durante encontros regionais organizados pelo Coletivo de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU). Quem informa é a coordenadora desse espaço e vice-presidente da entidade, Gilda Almeida, que atesta: “Já se percebe a diferença, houve um crescimento, mas ainda é insuficiente.”

Ana Clara Bellan, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), comprova a informação. Baseando-se em dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho, segundo ela, em 2003, no Brasil, as engenheiras eram 16,8% do mercado e recebiam 70% do salário pago aos homens; em 2013, passaram para 20,6% e a diferença na remuneração caiu para 21%. Um resultado melhor do que a média das profissões universitárias (62%).


Ilustração Gilberto Maringoni
ilustração maringoni mulher editado 

Houve expansão no emprego para a categoria acima da média nacional, e a inserção feminina superou a masculina, em termos relativos – a primeira foi de 128%; a segunda, 77%. Um exemplo é o Estado de São Paulo – que detém 1/3 dos postos de trabalho para engenheiros no Brasil, reunindo grandes empresas e centros tecnológicos, e “define muito desse comportamento”. Nesse, o volume de contratados com carteira assinada elevou-se no geral em 60%, já na engenharia, saltou para 80%. E dos 40 mil postos gerados, 10 mil foram de mulheres, como apontou estudo encomendado ao Dieese pelo Seesp, intitulado “Perfil ocupacional dos profissionais de engenharia no Estado de São Paulo” (disponível em http://goo.gl/P31zgh). “Eles ainda são maioria, mas o processo de entrada da mulher nesse mercado já vinha desde 1995 e permanece”, ressalta Bellan. A economista reconhece que em algumas áreas, elas ainda são poucas; representam menos de 10%, “mas na engenharia mecânica, elétrica, já estão com papel importante”. Ela pondera: “Tem se ampliado o mercado de trabalho para as mulheres em áreas que antes não ocupavam, até mesmo na construção civil, mas ainda são progressos muito sutis, não há uma revolução.”

Conscientização
Almeida destaca a contradição que representa a ainda hoje pouca presença feminina na área, em comparação com os dados relativos à escolaridade das mulheres, “bem maior que a dos homens”. “Elas compreendem 57% dos ingressantes na universidade e 60% dessas se formam. Agora, se for ver onde se encontram, estão em psicologia, letras, assistência social, nutrição, áreas mais ligadas a humanas, e os homens geralmente são maioria em engenharia, arquitetura, medicina. E é gritante essa diferença quanto à ocupação e rendimento. Por essa razão, o Coletivo de Mulheres elegeu três eixos prioritários para atuar: política, trabalho e saúde.” Estudos referentes a esses segmentos constam da revista “A CNTU e a luta das mulheres”, lançada pela confederação durante sua 7ª Jornada Brasil Inteligente, realizada em 12 de dezembro último, em São Paulo (confira em http://goo.gl/9SzUBI). Segundo a publicação, “em todos os setores de atividades, o trabalho da mulher é inquestionável, destacando-se em: serviços domésticos (17% das mulheres ocupadas); serviços de educação, saúde e assistência social e comércio (16,8% em cada); indústria de transformação (12,4%); e setor rural (12,2%)”.

Outro dado que demonstra a necessidade de continuar a luta por avanços, também encontrado ali, diz respeito à qualidade dos postos de trabalho e limitação em sua ascensão profissional – mesmo com alta escolaridade. “Nos cargos de chefia mais baixos, as mulheres têm forte presença, mas o mesmo não ocorre nos escalões médios (gerente) e superiores (diretor, vice-presidente e presidente).” Situação que, conforme Almeida, se repete inclusive junto ao movimento sindical. “Em geral, as mulheres nunca estão em cargos estratégicos, com raras exceções. Onde se estabelecem cotas, você as tem, mas dificilmente na Presidência, na Secretaria-Geral, na Tesouraria ou mesmo na Comunicação.” Embora o desequilíbrio de gênero na área ainda não tenha sido superado, aí também pode se verificar a evolução que tem havido na engenharia, como constata a vice-presidente da CNTU: “Hoje, tem inclusive mulheres na Presidência dos Senges, como no Ceará e Pará. Antes só tinha homem.”

Diante desse cenário, ela enfatizou a importância da realização dos encontros regionais, “para descentralizar, levar informação, fazer o debate e tentar organizar as mulheres”. Além de discussões permanentes, Almeida defende que se invista em conscientização, para ampliar a capacitação política feminina, sobretudo em segmentos como a engenharia, em que elas ainda são minoria. E que se pense em atividades abarcando os ensinos fundamental e médio para “quebrar o paradigma de que há profissões que não são para mulheres”. “Podemos talvez fazer uma campanha nas escolas.” E foi categórica: “Temos que envolver também os homens nessa luta, para avançar mais.” A CNTU levantará tanto as bandeiras históricas na luta feminina quanto as das profissionais universitárias durante o ato unificado pelo Dia Internacional da Mulher – 8 de março – em São Paulo. Está ainda discutindo atividade específica no mês. Por Soraya Misleh


 

Fonte: Jornal O Engenheiro, da FNE, Edição 154/Março de 2015









Na Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC/USP), pesquisa do engenheiro Narumi Abe propõe uma ferramenta de calibração dos modelos de sistemas de abastecimento de água mais eficiente que os métodos atuais. O método híbrido aproxima os valores das pressões e vazões simuladas com as reais ao combinar redes neurais artificiais com algorítimos genéticos. O sistema permitiu reduzir o tempo de calibração em um setor de fornecimento em Araraquara (interior de São Paulo), de 12 horas para 26 minutos. A comparação das pressões previstas pelo modelo com os dados do monitoramento da rede permitem localizar e resolver vazamentos, reduzindo o desperdício de água.

“Temos sido contatados por algumas companhias de saneamento nacionais interessadas em implantar essas soluções e por diversos pesquisadores fora do país”, diz o engenheiro. “No Brasil, o custo da água ainda é muito baixo, fazendo com que exista pouco interesse das companhias de saneamento na resolução do problema dos vazamentos e no tratamento das águas residuárias, mas o cenário tende a se modificar com a atual crise hídrica”. O trabalho foi orientado pela professora Luisa Fernanda Ribeiro Reis, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Saneamento da EESC, e teve o auxílio do Departamento Autônomo de Àgua e Esgotos (DAAE) de Araraquara.

De acordo com Abe, os modelos de sistemas de abastecimento de água são análogos a sistemas de previsão do tempo, sendo possível prever as pressões nas tubulações, planejar estratégias de bombeamento para atender ao consumo de água nos horários de ponta, calcular o gasto de energia e outros parâmetros elétricos e estimar vazamentos. “Tais modelos somente são úteis se suas simulações produzirem resultados realísticos. A calibração ajusta os modelos matemáticos para que isso ocorra ao otimizar suas diversas variáveis internas”, afirma. “O monitoramento remoto da rede em tempo real é fundamental para fornecer informações ao modelo, como níveis dos reservatórios, vazões e pressões em alguns pontos de interesse”.

O método de calibração proposto na pesquisa utiliza técnicas de redes neurais artificiais, que imitam simplificadamente o modo como o cérebro realiza o aprendizado, combinadas com algoritmos genéticos. “Esses algoritmos visam procurar as melhores soluções, baseados na teoria da evolução, eliminando as mais ruins e preservando as melhores para as gerações seguintes, sendo combinadas e ‘selecionadas’ novamente até que a melhor solução seja encontrada”, explica. “A combinação não é inédita. A novidade é a utilização de técnicas estatísticas que auxiliaram a busca do algoritmo genético, evitando as piores soluções, conhecidas como hipercubo latino”.

Calibração constante
O método híbrido foi testado em quatro setores de fornecimento (bairros) no município de Araraquara e apresentou resultados idênticos ou melhores aos métodos já consagrados na literatura científica, mas com diminuição significativa no tempo de processamento. “Por exemplo, a calibração no setor Iguatemi Zona Alta, que antes era feita em mais de 12 horas, foi finalizada em 26 minutos”, diz. “Em outro setor menor, o novo método proposto calibrou a rede em 2 minutos e 12 segundos, enquanto o método tradicional consumia 2 horas e 37 minutos, no mesmo computador”.

A velocidade no resultado possibilita que os modelos sejam calibrados constantemente com as novas informações obtidas por intermédio do monitoramento em tempo real, fazendo com que as simulações apresentem resultados muito superiores aos modelos calibrados de forma esporádica. “Os métodos de calibração tradicionais utilizam, em geral, algoritmos genéticos ou alguma outra técnica de busca computacional, como busca harmônica, ou mesmo algum método híbrido já existente”, ressalta. “A inclusão do hipercubo latino na calibração híbrida permitiu que calibrações que antes duravam horas ou dias fossem concluídas em poucos minutos”.

A resolução de equações hidráulicas por meio do método, além de fornecer a estimativa da quantidade de vazamentos, pode auxiliar em sua localização, por meio da análise da diferença entre as pressões monitoradas e as pressões previstas pelo modelo, agilizando a correção dos vazamentos. “Além disso, a quantidade de vazamentos possui relação direta com as pressões nas tubulações. Com as simulações, o sistema pode exibir os pontos com altas pressões que necessitam de controle”, observa. “De posse destas informações, os tomadores de decisão da companhia de saneamento podem, por exemplo, instalar válvulas reguladoras de pressões nestes pontos”.

Segundo o engenheiro, a economia de água gerada pelo sistemas depende muito do setor a ser modelado. Dados do Sistema Nacional de informações Sobre saneamento (SNIS), da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, indicam que as perdas de água por vazamentos variam entre 30% a 70%. “Estudos indicam que o controle da pressão nos sistemas de abastecimento é essencial, pois além de evitar um maior volume de vazamentos, também evita o número de rompimentos nas tubulações”, aponta. “Cabe ressaltar que a água e energia são relacionados. A redução dos vazamentos implica em economia na energia devido a diminuição do bombeamento para adução da água”.


 

Fonte: Agência USP de Notícias









Na manhã desta quarta-feira (4/3), a partir das 9h30, acontece uma sessão no Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, para discutir a crise hídrica e energética no País. O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, será o principal convidado do debate, dando início à série de comissões gerais com os 39 chefes das pastas do Poder Executivo. O presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Celso de Campos Pinheiro, que também preside o SEESP, participará da atividade. O tema já está em pauta na federação, que realiza, nos dias 12 e 13 próximos, o Seminário Água e Energia.

O Brasil detém 12% da água doce do planeta e abriga grandes bacias hidrográficas, como a do rio Amazonas (a maior do mundo), mas diversos estados têm enfrentado sérios problemas de abastecimento. O caso mais greve é o de São Paulo, onde ainda não foi totalmente descartada a hipótese de rodízio de água. O presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Jerson Kelman, é um dos convidados da comissão geral.

No âmbito federal, a presidente da República, Dilma Rousseff, estuda lançar uma campanha para estimular o uso racional da água pela população. Em entrevista ao portal Terra no último dia 21, o ministro Eduardo Braga admitiu que o Brasil enfrenta a “maior crise hídrica” da história e ressaltou que janeiro foi o mês que menos choveu nos últimos tempos.

Em debates anteriores na Câmara, deputados e especialistas destacaram, entre outras medidas, a necessidade de melhorar gestão dos recursos hídricos no País.

Além dos ministros e do presidente da Sabesp, também serão ouvidos na comissão geral o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu; o diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Carlos Afonso Nobre; a coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Maria Luísa Borges Ribeiro; e o presidente do Instituto Acende Brasil, Carlos Sales; entre outros.

O evento terá transmissão ao vivo online neste link.


 

Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Com informações da Agência Câmara de Notícias








A engenheira mexicana Susana Flores, da Universidade de Puebla, criou um sistema de refrigeração solar que pode funcionar não apenas como geladeira, mas também como condicionador de ar. Em vez de usar um painel solar para gerar eletricidade para alimentar um compressor tradicional, a professora Susana criou um sistema de refrigeração termossolar, que transforma o calor do Sol em frio sem passar pela energia elétrica. O protótipo consegue manter a água a 9º C durante todo o dia, o que é suficiente para conservar alimentos ou fazer funcionar um sistema de ar-condicionado.


Foto: Imagem: Invdes
Engenheira Mexicana
A engenheira Susana Flores afirma que já recebeu contato de empresários
alemães interessados em investir na tecnologia


"Com essa temperatura é possível conservar alimentos, mas nosso objetivo é chegar a 5º C, o que tornará possível conservar pescado sem desnaturar as proteínas do peixe," disse Susana. 
Segundo a engenheira, a conservação de medicamentos e vacinas em localizações remotas é outra possibilidade de uso promissor para a tecnologia de geladeira termossolar.

Refrigeração termossolar
O sistema faz o resfriamento aproveitando o calor do Sol por meio de um ciclo termodinâmico de adsorção-deadsorção que dura 24 horas. Como refrigerante é usado metanol e, como adsorvente, são usadas zeólitas, um mineral altamente poroso.

Durante o dia "se produz o aquecimento, a deadsorção e o período de condensação. A energia solar aquece a zeólita e aumenta a pressão de vapor do metanol. Este refrigerante se condensa e é conservado em um tanque que alimenta o evaporador," explica a engenheira. Durante a noite o processo se inverte, tendo lugar a evaporação, adsorção e o resfriamento.

"A temperatura da cama adsorvente diminui depois do pôr-do-sol, por isso a pressão do refrigerante se reduz e ocorre a evaporação, enquanto o adsorvente é esfriado. Durante este período o refrigerante começa a evaporar e é novamente adsorvido pela zeólita, gerando o esfriamento. O processo de adsorção continua toda a noite, até a manhã seguinte," completa a pesquisadora.

A quantidade de água que é resfriada depende da quantidade de zeólita utilizada, e o resfriamento obtido pelo protótipo, ainda sem otimização, foi de 11º C em relação à temperatura ambiente, mas isto pode variar dependendo da incidência solar de cada região e a cada estação.

A pesquisadora afirma que já recebeu contato de empresários alemães interessados em investir na tecnologia.


 

Fonte: Inovação Tecnológica








Regina Aparecida Pereira tem 56 anos de idade, quase todos dedicados ao artesanato. A quilombola descobriu a atividade ainda criança, observando a avó trabalhar e nunca mais parou. A experiência somada à recente participação no projeto Gênero e Comercialização, promovido pela Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) com recursos do Programa de Apoio à Infraestrutura em Territórios Rurais (Proinf), ampliou as possibilidades de mercado para Regina e outras artesãs da Comunidade de Cafundó, no município de Salto do Pirapora, estado de São Paulo. “Aprendemos técnicas da cultura afrodescendente. Já levamos esse trabalho para algumas feiras e vendemos tudo”, comemora.

 

Foto: Ministério do Desenvolvimento Agrário
Mulher campo 
Incentivo à infraestrutura no campo ajudou mulheres no interior de São Paulo
 

O projeto, que proporcionou à Regina e a outras 230 mulheres, assentadas e quilombolas, inclusão produtiva e reconhecimento, foi coordenado pela pesquisadora do Itesp Iara Rossi. Para ela, a capacitação elevou a autoestima das participantes e fortaleceu a economia dos grupos de mulheres do campo.

“Sem esses recursos, não teríamos condições de levar tantos benefícios para as comunidades, com resultados tão rápidos”, explica Iara.

Com as vendas a todo vapor, Regina planeja, agora, participar de mais cursos. “Aprendi a ver o artesanato e a luta do meu povo de outra forma. Como alternativa, inclusive, para melhorar a renda”, finaliza a artesã.

De 2011 a 2013 foram apoiados 1.497 projetos, totalizando investimento de R$ 163.967.899,40 em Territórios Rurais.

Proinf
O Proinf é uma ação orçamentária do Pronat cujo objetivo é apoiar financeiramente projetos territoriais de investimento em infraestrutura rural apresentados por municipalidades, consórcios públicos, governos estaduais, entes da União e entidades privadas.

Ao longo de mais de uma década os resultados obtidos posicionam o Proinf como importante instrumento indutor de processos de inclusão produtiva, de geração de trabalho e renda e de autonomia econômica de famílias e empreendimentos coletivos da agricultura familiar nos Territórios Rurais.

 

 

Fonte: Portal Brasil

 

 

 

 

 

 

Em 10 de março, a partir das 18h30, será a posse solene da diretoria Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) para a gestão 2015-2018. A cerimônia ocorrerá no Memorial JK, em Brasília (DF).
 

Foto: Beatriz Arruda
Diretoria CNTU 
Diretoria foi eleita em novembro de 2014 para o mandato 2015-2018
 

A eleição ocorreu em Assembleia do Conselho de Representantes da CNTU no dia 13 de novembro último, sendo reconduzido ao cargo de presidente da entidade o engenheiro Murilo Celso de Campos Pinheiro. Ele enfatizou: “A luta da CNTU continua em defesa das categorias que a compõem. Vamos manter também nossa atuação pelo desenvolvimento nacional e pela melhoria da qualidade de vida da população.”

A adesão da confederação à pauta unitária do movimento sindical no Brasil, como a redução da jornada, o fim do fator previdenciário, a manutenção dos direitos trabalhistas e da política de valorização do salário mínimo também foram enfatizadas por Pinheiro. Participam da CNTU as categorias dos economistas, engenheiros, farmacêuticos, médicos, nutricionistas e odontologistas.

Confirmar presença na solenidade em Brasília pelo telefone: (61) 3225-2288 ou e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..


 

Imprensa SEESP
Com informação da CNTU








O presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Celso de Campos Pinheiro, participou da posse de mais um presidente de conselho regional de engenharia e agronomia (Crea), desta vez foi no Paraná, no dia 2 de março último. O engenheiro civil Joel Krüger foi reconduzido ao cargo, na eleição de 2014.


Foto: Paula Bortolini
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Presidente da FNE à mesa de cerimônia de posse do Crea-PR 


Em seu discurso de saudação, Pinheiro parabenizou e desejou boa gestão a Krüger e colocou a FNE à disposição para contribuir nas discussões da ciência e tecnologia e também observou a “responsabilidade que os profissionais têm para ajudar a enfrentar a crise pela qual o País está passando”.

O dirigente reeleito avisou que o seu mandato terá como lema a valorização e defesa das profissões do Sistema Confea/Crea e que pretende intensificar as ações de fiscalização e combate ao exercício ilegal da profissão.


 

Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Com informação da assessoria do Crea-PR









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