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Pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, avaliou empiricamente, e sob um enfoque econômico, o impacto potencial das variáveis climáticas (em termos anuais) no valor da produção agrícola agregado dos principais Estados produtores do País. De acordo com o trabalho da economista Nicole Rennó Castro, os efeitos adversos produzidos por mudanças nas condições climáticas médias sobre o setor agrícola são divergentes entre os Estados, sendo mais atrelados às variações de temperatura e, ao mesmo tempo, a agricultura praticada no Centro-Oeste tem sido a menos vulnerável em relação às variações de temperatura. O estudo teve orientação do professor Humberto Francisco Silva Spolador, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq.

“As mudanças impactam a atividade econômica, e as atividades agropecuárias devem enfrentar tais efeitos de forma mais intensa, uma vez que o setor tem seu desempenho intrinsecamente dependente dos recursos naturais e das condições climáticas”, aponta Nicole. Segundo a pesquisadora, a questão ganha relevância, uma vez que efeitos adversos sobre a agricultura, além de prejudicarem os produtores via quedas de produção e produtividade, afetam diretamente os preços e a qualidade dos alimentos, o equilíbrio do mercado internacional de commodities e, também, a segurança alimentar global.

Nicole avaliou empiricamente, e sob um enfoque econômico, o impacto potencial das variáveis climáticas (em termos anuais) no valor da produção agrícola agregado dos principais estados produtores do País. “A análise foi realizada a partir de um modelo de efeitos fixos aplicado a um painel de dados com dez estados (Bahia, Espírito Santo, Minas Gerias, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) durante 23 anos (1990 a 2012). Foi implementada a estimação por meio do uso direto da função de produção, de forma agregada para cada estado”, explica.

O estudo teve apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e mostrou que a resposta da agricultura em relação às variações nas condições climáticas médias é divergente entre os estados. Mesmo que a análise se concentre nos principais estados produtores, ainda entre eles as estruturas do setor agrícola são bastante distintas. “Os resultados estão condicionados às diferenças na composição da produção agrícola a partir de diferentes lavouras, no nível de tecnologia empregado e demais estratégias de manejo, e em aspectos como o tamanho das propriedades e outros fatores”, acrescenta Nicole.

Variações na temperatura
Considerando a heterogeneidade dos cenários agrícolas brasileiros, a pesquisa apontou a região Centro-Oeste como a menos vulnerável às variações na temperatura média. De acordo com o trabalho, diversos fatores podem ser avaliados a fim de se justificar este resultado. “O expressivo crescimento da região como grande produtora e exportadora no contexto nacional; a predominância da soja no Valor Bruto de Produção destes estados — cultura que teve expressivo aumento de adaptabilidade a diversas condições climáticas tropicais; e, também, à recente capitalização dos produtores, consequente da expressiva elevação dos preços internacionais da soja, inclusive após 2006 (ano do último censo agropecuário disponível, base de dados para os demais trabalhos sobre o tema) — o que pode ter levado ao aumento dos investimentos e fortalecimento dos sistemas agrícolas da região”, descreve a autora.

Segundo os autores Pereira, Angelocci e Sentelhas (2007), algumas ações que podem auxiliar na obtenção de resiliência são a diversificação das variedades plantadas, a utilização do plantio direto, a correção nutricional e controle de pragas e doenças (culturas com maior vigor tendem a ter maior tolerância às mudanças nas condições climáticas ideais), e o uso de irrigação.

“Ao captar o nível de vulnerabilidade dos principais estados produtores às potenciais mudanças nas condições climáticas médias, os resultados desta pesquisa representam um diagnóstico geral para políticas públicas setoriais regionais e para novos estudos. No caso do Brasil, devido à extensão territorial e à expressiva heterogeneidade do setor agrícola, pesquisas e demais ações que auxiliem e subsidiem estas políticas direcionadas permitem, a orientação de investimentos na aplicação de medidas compensatórias para reduzir estes potenciais impactos”, finaliza a economista.

No caso específico do Brasil, ressalta-se ainda que o agronegócio responde por parcela relevante da renda, cerca 23% do PIB em 2013 (CEPEA, 2014); o País destaca-se como importante player no mercado global de commodities agrícolas; e, que o território nacional concentra-se em regiões de relativamente baixas latitudes, onde os efeitos climáticos, segundo a literatura internacional, devem implicar em danos mais intensos, fatores que evidenciam a relevância da questão no Brasil.


 

Fonte: Agência USP de Notícias








 

A presidente Dilma Rousseff anunciou que vai sancionar, nesta segunda-feira (9/03), a Lei do Feminicídio. A assinatura ocorrerá antes de esgotar o prazo estabelecido após a aprovação pelo Congresso Nacional e encaminhamento para a Presidência da República, estabelecido pela Constituição em 15 dias úteis para sanção ou veto.

Com a aprovação, o crime passará a ter penas mais duras e a medida “faz parte da política de tolerância zero em relação à violência contra a mulher brasileira”, ressaltou a presidente. O crime do feminicídio é aquele em que a mulher é assassinada por questões de gênero.

O Projeto de Lei 8.305/14, aprovado no dia 3 último, pela Câmara dos Deputados, depois de ter tramitado no Senado Federal, classifica o feminicídio como crime hediondo e modifica o Código Penal incluindo o crime entre os tipos de homicídio qualificado.

O texto prevê o aumento da pena em um terço se o assassinato acontecer durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto; se for contra adolescente menor de 14 anos ou contra uma pessoa acima de 60 anos ou, ainda, contra uma pessoa com deficiência. A pena é agravada também quando o crime for cometido na presença de descendente ou ascendente da vítima.

O projeto foi elaborado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher e estabelece que existem razões de gênero quando o crime envolver violência doméstica e familiar ou menosprezo e discriminação contra a condição de mulher.

Na justificativa do projeto, a CPMI destacou que, entre os anos 2000 e 2010, 43,7 mil mulheres foram mortas no Brasil, vítimas de homicídio. Mais de 40% delas foram assassinadas dentro de suas casas, muitas pelos companheiros ou ex-companheiros.


 

Fonte: Agência Brasil








Análise realizada nos 645 municípios do Estado de São Paulo revela que a existência de usinas de cana de açúcar nas cidades tem como efeito positivo o seu desenvolvimento socioeconômico, sendo maior nas cidades próximas ou vizinhas que na própria cidade onde está a usina. O resultado faz parte de pesquisa desenvolvida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), em Piracicaba. O economista e especialista em agronegócio Leandro Gilio avaliou em sua dissertação de mestrado, no Programa de Pós-Graduação (PPG) em Economia Aplicada da instituição, os impactos socioeconômicos causados pela expansão do setor no País.

O trabalho, desenvolvido durante o ano de 2014, foi organizado no formato de dois artigos científicos, que, segundo o autor, podem ser lidos e avaliados de forma independente. O texto “Avaliação de impacto socioeconômico da expansão do setor sucroenergético em municípios paulistas”, trata dos efeitos decorrentes da expansão canavieira recente e da presença de usinas sobre os municípios produtores e proximidades, no estado de São Paulo. Para tal proposta, foi construído um painel com dados de todos os 645 municípios do Estado para se avaliar o efeito da expansão da área cultivada e da presença de usinas.

O desenvolvimento socioeconômico dos municípios foi avaliado pelo Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). A área plantada de cana foi fornecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e as informações sobre usinas, coletadas no Anuário da Cana. O modelo em painel considerou aspectos dinâmicos e espaciais (distâncias entre as cidades) e variáveis de controle. A estimativa foi feita a partir do Método de Momentos Genralizado (GMM), técnica econométrica genérica de estimação de parâmetros.

No estudo, Gilio conclui que o efeito positivo da existência de usinas de cana-de-açúcar nas cidades é o seu desenvolvimento socioeconômico, sendo maior nas cidades próximas ou vizinhas que na própria cidade onde está a usina. Isso se dá, segundo o autor, pela grande dependência do desenvolvimento regional para o local. “Os municípios vizinhos podem se beneficiar mais, por terem economia mais diversificada e não tão dependentes do setor sucroenergético”.

Desenvolvimento socioeconômico
Com relação apenas à expansão da área agrícola de cana-de-açúcar, foi identificado um pequeno efeito negativo para o desenvolvimento socioeconômico local, sem impacto significativo sobre as proximidades. “Este fato pode ser entendido como uma captação do efeito da mecanização neste setor, que tornou a cultura de menor trabalho intensivo”, acrescentou.

O artigo “O impacto socioeconômico da expansão canavieira: uma revisão sistemática da literatura”, mostra o atual estágio das pesquisas desenvolvidas na área, podendo subsidiar trabalhos futuros. Para essa pesquisa, foram levantados cerca de 1.300 trabalhos e artigos, nacionais e internacionais, em língua portuguesa ou inglesa. Após análise criteriosa, Gilio selecionou 46 estudos para leitura integral e analítica. A maioria dos trabalhos tinha origem brasileira (cerca de 40%).

De acordo com Gilio, a metodologia empregada nesta avaliação é pouco explorada na área de ciências econômicas. “Este trabalho é mais utilizado nas áreas de saúde e conhecido como ‘prática baseada em evidências’”. No caso das ciências humanas, o método torna-se importante para fornecer uma base sintética e atualizada para estudos futuros, mostrando uma espécie de ‘retrato’ do atual desenvolvimento científico da temática e evidenciando lacunas e novas possibilidades de estudo.

O artigo revela que existe uma predominância de estudos com enfoque regional e que as temáticas mais exploradas são aquelas relacionadas às dimensões de trabalho e uso da terra. “Para o caso nacional da expansão do setor sucroenergético, há ainda uma carência de estudos que avaliem os efeitos de acordo com recentes configurações do setor, como a proibição da queima de cana-de-açúcar, as mudanças no mercado de trabalho causadas pela mecanização e alterações institucionais ligadas à posse e arrendamento de terras, por exemplo”, acrescenta o economista.

Segundo o pesquisador, o melhor entendimento dos aspectos avaliados em sua tese contribui para o desenvolvimento do setor sucroenergético e para a promoção de políticas de incentivo. Para Gilio, novos trabalhos devem ser desenvolvidos na área, utilizando métodos quantitativos e qualitativos, de modo a se subsidiar políticas públicas e iniciativas de promoção no setor. A orientação do estudo foi da professora Márcia Azanha Ferraz Dias de Moraes, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq. A pesquisa foi financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).


 

Fonte: Agência USP de Notícias






Em debate realizado no dia 28 último, no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, foi reforçada a necessidade de pressionar o governo pela regulação da mídia, apesar da composição conservadora do Congresso ser um empecilho. Apesar disso, o tema está em evidência na sociedade. Há 10 ou 15 anos, o assunto era restrito a rodas de intelectuais ou sindicalistas.

“É uma luta árdua e que não termina em 2015, nem em 2016”, argumenta Rosane Bertotti, coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Apesar das sinalizações de Ricardo Berzoini [ministro das Comunicações], que já sentou para dialogar com o fórum, ela opina que, enquanto a Câmara for chefiada por Eduardo Cunha, será difícil vencer essa disputa. “Precisamos fazer o processo de debate durante esse biênio”, defende, ressaltando a importância do Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (ENDC), agendado para os dias 10, 11 e 12 de abril, em Belo Horizonte. A atividade reunirá diversos setores e atores interessados na democratização da comunicação.

Para o professor Laurindo Leal Filho, só será possível transformar o quadro de concentração e monopólio se quebrarmos a “aura” de que a grande mídia é intocável. “Uma das razões de não haver regulação é essa subserviência dos dirigentes políticos, e até mesmo sindicais, em relação aos meios de comunicação”, avalia. “Criou-se esse consenso de que a mídia é o 'quarto poder', o que ela não é. Ela é, sim, um poder político e econômico até maior que os poderes republicanos”, reflete. “A maioria ainda se ajoelha perante o poder da mídia. No imaginário dos dirigentes, confrontar a mídia é ser derrubado.”

Um dos maiores especialistas em comunicação no Brasil, Lalo recorda que para a indústria, por exemplo, há órgãos reguladores – o Cade, no caso. “Duas empresas não podem ter duas marcas de pasta de dente e monopolizar o mercado, mas a mesma lógica não é aplicada na mídia, onde a propriedade cruzada impera.” Não temos nem a regulação econômica, uma das promessas eleitorais de Dilma Rousseff, e muito menos a regulação de conteúdo. “Apesar de os barões da mídia acusarem censura, temos que ressaltar que o conteúdo pode provocar danos ou influenciar decisões nos corações e mentes das pessoas”.

O caminho óbvio, para Lalo, é a lei de meios. “Essa lei é para o audiovisual, que usa concessões públicas e não pode ser monopolizado por meios comerciais”, diz. “Além disso, precisamos fortalecer a comunicação pública e comunitária. Não temos, como na Argentina, na Venezuela e em outros países do continente, nenhum 'alto-falante' que faça contraponto à mídia hegemônica”.

Movimentos sociais
De acordo com Rosane Bertotti, o período de mudanças concretas na vida do povo brasileiro nos últimos 12 anos contrasta com uma grande dificuldade em fazer o debate político e a disputa de ideias. “Nós, enquanto movimento social, conseguimos, pelo trabalho de base, quebrar um pouco esse processo hegemônico da mídia. Mas, mesmo assim, ela tem conseguido cumprir sua agenda conservadora”, pontua.

O Ministério das Comunicações com o ex-ministro Paulo Bernardo, avalia, deixou de ser um Ministério de debate sobre políticas para a comunicação, tornando-se apenas um instrumento das empresas privadas do setor. “O MiniCom precisa se colocar nesse debate político sobre a democratização da comunicação”, sublinha Bertotti.

Apesar de Ricardo Berzoini ter assumido a pasta com a missão de levar a cabo a regulação econômica da mídia, a coordenadora do FNDC conta que ele mesmo assinou a Lei da Mídia Democrática, de Iniciativa Popular. “Apesar disso, ele já nos avisou que não pode trabalhar com algo pronto, porque já nasceria 'morto'. A ideia dele é levar o debate para a sociedade e desmitificar o assunto”.

Conforme ela explica, a Lei da Mídia Democrática é o grande instrumento de mobilização e o ENDC, que terá uma marcha pela democratização da comunicação, deverá inflamar o debate na sociedade. “A conjuntura é difícil, mas sem dúvidas é uma bela luta. Quem luta pela democratização da mídia se apaixona, luta com sangue na veia”

Secretária-Geral do Barão de Itararé, Renata Mielli argumenta que, desde as vitórias eleitorais do campo progressista na América Latina, a mídia conservadora assumiu o papel partidário que a direita, desarticulada, não lograva cumprir. “A direita, entretanto, saiu do armário, mostrando sua faceta mais nefasta e intolerante”, observa, ponderando que o cenário atual da política é complexo e cheio de contradições. “No campo da comunicação, porém, parece haver mais convicções”, avalia. “Ou enfrentamos essa pauta estratégica que é a comunicação ou a tirania do dinheiro degolará qualquer projeto popular para o país”.

Para ela, caso o governo esteja realmente interessado em entrar nessa batalha, há muitas coisas que podem ser feitas mesmo sem lei de meios. “Há diversos pontos previstos na Constituição e no Código Brasileiro de Telecomunicações que podem ser colocados em prática”, diz. “Temos que pressionar o governo para que tome medidas. É possível obter conquistas e, consequentemente, dar amplitude às nossas bandeiras. Precisamos dessa sinalização”.


 

Fonte: Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé








O nível do sistema Cantareira, o principal manancial de abastecimento da região metropolitana de São Paulo, recebeu mais 2,4 milímetros (mm) de chuva. O volume ainda é insuficiente para elevar a quantidade de água armazenada. Desde o último dia 2, esse sistema opera com 11,7% de sua capacidade total, segundo a medição diária feita pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

O acumulado de chuva este mês no Cantareira está em 6,1 mm e a média histórica prevista para março é 178 mm. Para repor o volume da primeira cota da reserva técnica, que começou a ser utilizada em maio do ano passado, a capacidade deveria subir de 11,7% para 29,2%.

De acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), as áreas de instabilidade no Sudeste devem provocar precipitações isoladas. As chuvas poderão ter forte intensidade, neste sábado (7), sobre o sul de Minas Gerais, onde se localizam nascentes importantes que alimentam o Cantareira.

Dos seis mananciais administrados pela Sabesp, três apresentaram queda no volume de água. No sistema Alto Tietê, o nível passou de 18,9% para 18,7%; no Guarapiranga, de 63% para 62,9%; e no Rio Grande, de 85,4% para 85,2%. Nos dois restantes foram registradas elevações: o nível do Alto Cotia passou de 40,7% para 40,9% e o Rio Claro, de 38,5% para 38,6%.



Fonte: Agência Brasil









O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), devolveu a Medida Provisória (MP) 669/15, benefício fiscal de desoneração da folha de pagamento de 56 segmentos da economia. De acordo com a MP que foi devolvida, a alíquota de 1% de contribuição previdenciária sobre a receita bruta, passaria para 2,5%, neste caso o impacto recairia mais sobre a indústria. Já a alíquota para empresas de serviços, como do setor hoteleiro ou de tecnologia da informação (TI), subiria de 2% para 4,5%.

As forças empresariais, ocultas ou aparentes, pressionaram o Congresso Nacional e provocaram a devolução da MP. O mesmo não ocorreu com as duas MPs (664 e 665), que alteram as concessões de benefícios trabalhistas e previdenciários, como o seguro-desemprego e a pensão por morte.

A alegação de Renan Calheiros para a não devolução das medidas de retirada de direitos dos trabalhadores foi a sua edição na ocasião em que o Congresso estava de recesso, e sua entrada em vigor impossibilitou a ação imediata do presidente do Congresso. As MPs (664 e 665) foram editadas em 30 de dezembro de 2014.

Porém, a justificativa do presidente Renan, para não agir da mesma forma com as demais medidas, traz fragilidade jurídica. O Art. 64 CF, § 4º é claro ao definir que as MPs respeitarão o prazo de tramitação a que se refere o § 3º, “que contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional”.

Para além das inconstitucionalidades formais das medidas, já declaradas por vários juristas, o presidente do Congresso deveria devolvê-las, assim como fez com as MP 669/15. Ainda que paire a dúvida na legalidade da devolução.

Para além da decisão do presidente do Congresso, que não possa mais ser revista, por efeitos do regimento interno da Casa, da Constituição ou por avaliação política tardia, a Comissão Mista, que tratará do mérito e da constitucionalidade das MPs poderá reparar o equivoco. Neste caso, o colegiado pode declarar inconstitucional as duas medidas e evitar danos aos trabalhadores brasileiros.

A decisão do senador Renan Calheiros abre um precedente e a oportunidade para que os trabalhadores possam recuperar seus direitos. Para que se consolide essa decisão, faz-se necessário que as lideranças sindicais pressionem os membros do colegiado para inviabilizar sua admissibilidade no Congresso. Esse ato derrotará as MPs.


* André Santos, jornalista, assessor parlamentar do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e especialista em Política e Representação Parlamentar








Agua Embrapa 2 editadaNem todo mundo sabe, mas o solo tem estreita relação com a disponibilidade de água e as mudanças climáticas. Num momento em que, sobretudo, São Paulo e Rio de Janeiro vivem uma séria crise de abastecimento, provocada por diversas razões, temos que nos lembrar da falta de aproveitamento da água de chuva em diversas frentes — seja no meio urbano ou rural.

A crise hídrica está intimamente ligada ao manejo do solo. Atuando como um filtro, ele deve estar permeável para que o líquido se acumule nos lençóis freáticos e aquíferos. Assim, percebe-se que o problema da crise hídrica no Sudeste é provocado não só por baixa precipitação, mas principalmente pela impermeabilização do solo nas áreas urbanas e o não armazenamento das águas pluviais. Algumas cidades como Paris e Kuala Lampur utilizaram medidas de contenção de enchentes, como a construção de reservatórios subterrâneos ("piscinões") para melhorar aproveitamento da água da chuva. Além disso, muitas cidades estão abrindo grandes parques para viabilizar a infiltração e retenção da água.

Nesse contexto, talvez possamos dizer que o problema hídrico começa bem antes, com a erosão das cabeceiras dos córregos e rios que compõem nossas principais bacias de captação de água. Não há dispositivo em nossa atual legislação ambiental que preveja a necessidade de acompanhamento técnico que garanta o manejo adequado do solo nessas áreas tão frágeis — mesmo se estiverem no coração da recarga de aquíferos. Com isso, em um solo descoberto ou com pouca cobertura vegetal, as águas da chuva apenas "varrem" o solo, não se infiltrando e não promovendo o reabastecimento dos aquíferos e a manutenção dos lençóis freáticos dos rios e córregos que alimentam os reservatórios.

Da mesma forma, o aquecimento global pode ser influenciado pelo manejo do solo. Segundo documento das Nações Unidas, até o fim desta década, é necessário que as emissões de carbono parem de crescer e caiam para zero até 2050, e o manejo adequado do solo pode ser o fiel da balança no sequestro de carbono.

Diversas práticas agropecuárias, como o plantio direto, o reflorestamento de áreas degradadas, a integração lavoura/pecuária/floresta e a fixação biológica de nitrogênio em leguminosas e algumas gramíneas, como a cana-deaçúcar, elevam a acumulação de carbono na terra. Mas precisamos avançar na criação de indicadores nacionais que demonstrem, entre outros, a extensão desse estoque de carbono e sua variação em função dos diversos tipos de manejo realizados nos diferentes biomas brasileiros.

Por sua multifuncionalidade, o solo deve estar na pauta dos agentes públicos, sob a responsabilidade de quem faz a gestão de um recurso finito. Só assim haverá mais chances de que o cenário futuro do Brasil e do mundo seja mais promissor para a vida do homem na Terra.


 

* por Daniel Pérez, pesquisador e chefe-geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Solos. Foto da Embrapa Solos








De uma forma bem simplificada, as plantas necessitam de luz, água e nutrientes. No Brasil dispomos de luz e água, mas importamos quase 90% dos nutrientes que aplicamos na agricultura. Uma forma de reverter este quadro e obter êxito na área econômica é conhecer as necessidades das plantas e saber as quantidades disponíveis de nutrientes nos solos.

 

Foto: Embrapa
Solo embrapa 
Pesquisa quer traçar mapa de distribuição de micronutrientes em todo o Estado de São Paulo 

 

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal, em parceria com a Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), de Piracicaba, publicou um artigo, na revista Geoderma Regional, da editora Elsevier, que traça um mapa de distribuição de micronutrientes em todo o Estado de São Paulo. O estudo é liderado pelo professor José Marques Júnior, da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária, da Unesp, com a colaboração do professor Luís Reynaldo Alleoni, da Esalq. 

A pesquisa tem como objetivo propor um planejamento de coleta de amostras, isto é, saber quantas amostras são necessárias para confeccionar, em escala confiável, mapas de nutrientes do solo, além de apresentar um mapeamento da presença de micronutrientes no solo paulista.

Em busca de um rigor no mapeamento dos nutrientes, os pesquisadores utilizaram conceitos da Geomorfologia (ramo da Geografia que estuda as formas da superfície terrestre) e dividiram o Estado em várias áreas, utilizando uma densidade de amostragem diferenciada para cada região geomorfológica. Exemplo: um ponto de amostragem a cada a 33 km (Província Costeira), a cada a 29 km (Planalto Ocidental), a cada 22 km (Cuestas basálticas) e a cada 21 km (Depressão Periférica e Planalto Atlântico).

Os resultados mostram que utilizando matemática aplicada e conhecimento básico em ciência do solo é possível identificar áreas com diferentes densidades de amostragem, sem a necessidade de estudar individualmente esses locais, como normalmente é feito. Segundo o coordenador da pesquisa, José Marques Júnior, do Câmpus de Jaboticabal, acreditamos que este espaçamento de amostragem pode ser usado em outros lugares com as mesmas formas de paisagem e geologia.

No Brasil, o conhecimento do solo é incompleto e, de acordo com José Marques, são poucos os estudos sobre a caracterização de atributos do solo em grandes áreas que contemplem as variações espaciais em níveis mais detalhados.

Nesse contexto, os resultados deste trabalho surgem como alternativa sustentável para o planejamento estratégico das atividades agrícolas, buscando maneiras de otimizar recursos como adubos - especificamente os que contêm micronutrientes - a fim de reduzir custos, aumentar a produção e, principalmente, zelar pela integridade e pela qualidade do solo”, explica o pesquisador.

Qualidade do solo paulista
Os pesquisadores monitoraram o teor de elementos como cobre, ferro, manganês e zinco em amostras de solo na região de todo o Estado de São Paulo. Com exceção dos teores estimados para o manganês, a região Norte do Estado apresentou os menores valores desse micronutriente. Os maiores teores de cobre estão mais concentrados nas regiões Nordeste e Sudoeste. Nas regiões Noroeste e Sudeste os teores são considerados de médio a alto e variam de 1 a 5 kg por hectare (10.000 m2).  

Foram identificadas duas regiões - que cerca 20% da área total do Estado - que apresentaram altos teores disponíveis de cobre. Estes valores possivelmente são devidos a grande quantidade de pesticidas com componentes que contém cobre aplicados às culturas. Para José Marques, o monitoramento espacial das áreas com teores muito altos de cobre deve ser intensificado, para que seja tomada medidas de intervenções locais, evitando que o acúmulo deste metal chegue aos índices de toxicidade. 

Resultados como este abrem caminho para linhas de pesquisa multidisciplinares, como a da Geomedicina, explica o pesquisador. "Podemos fornecer aos gestores da saúde pública elementos para a correlação entre as anomalias do solo e a incidência de endemias na população, favorecendo a formulação de políticas preventivas", reforça. 

A qualidade do elemento ferro no solo está intimamente relacionado ao esboço geológico da região. Os solos formados a partir de arenitos apresentam os menores teores de ferro. A partir da transição das rochas para o arenito-basalto, os teores de disponibilidade de ferro aumentaram. As rochas basálticas apresentam quantidades de ferro bastante superiores às de rochas areníticas e quando são submetidas às condições climáticas que favorecem o intemperismo (degradação e enfraquecimento das rochas) podem resultar nos altos teores de ferro disponível nos solos de algumas regiões do Estado de São Paulo.

Com relação ao manganês, foram observadas áreas continuas com deficiência ou baixa disponibilidade: aproximadamente 87% do território do Estado apresentou teores muito altos de disponibilidade. Já os teores de zinco apresentam a maior variabilidade dentre os micronutrientes estudados: foram diagnosticados teores médios em 21%, alto em 77% e muito alto em 2% da área.

Foco econômico
O coordenador do estudo, José Marques Júnior, explica que para o Brasil, grande importador de nutrientes, conhecer melhor o solo contribui para termos um custo menor neste processo comercial. Como exemplo, ele cita o fósforo, recurso não renovável e relativamente caro, que reage de diversas formas em solos da região tropical úmida, tornando, na maioria das vezes, indisponível para as plantas.

Para ele, uma crise de fosfato seria pelo menos tão grave como uma crise do petróleo. Enquanto o petróleo pode ser substituído como fonte de energia - pelo vento, nuclear ou energia solar -, não há alternativa ao fósforo. “É um elemento básico de toda a vida, e sem ela os seres humanos, animais e plantas não poderiam sobreviver, finaliza.

 

 

 

Fonte: Assessoria de Comunicação da Unesp

 

 

 

 

 

 

 

 

Parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Milho e Sorgo, de Minas Gerais, com a Agência Nacional de Águas (ANA) permitiu a execução de levantamento inédito sobre o uso da água na agricultura irrigada por pivôs centrais no Brasil. Os resultados mostraram que, em 2013, o Brasil possuía quase 18 mil pivôs centrais, perfazendo uma área de aproximadamente 1,2 milhão de hectares.


Foto: Manoel Albuquerque Filho
Embrapa irrigação 
 Mapeamento da agricultura irrigada por pivôs aprimorou as estimativas de demandas de água


A aplicação do mapeamento aprimorou as estimativas de demandas da água – tanto no cálculo quanto na espacialização. "Tais resultados estão alimentando, por exemplo, os Planos de Recursos Hídricos em elaboração, os Estudos de Bacias Críticas e de Demandas de Água e os Relatórios e também Informes e Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil", aponta o especialista em recursos hídricos da agência reguladora, Thiago Henriques Fontenelle.

O trabalho em questão se baseia na tecnologia "Integração Google – SIG, Servidores de Mapas", desenvolvida pela Embrapa Milho e Sorgo, e combina informações de satélite e a digitalização no Google Earth. A identificação das áreas irrigadas é feita usando imagens do satélite Landsat8, da agência espacial norte-americana, NASA, e também utiliza tratamento dessas imagens para evidenciar os equipamentos de irrigação.

"Os estudos mostraram que existe concentração de uso de pivôs nas bacias dos Rios São Francisco, Paranaíba, Grande e Paranapanema (respectivamente, em torno de 350 mil, 300 mil, 100 mil e 90 mil hectares). Essas regiões estão localizadas em área densamente povoadas e com alto índice de industrialização, fatores que ocasionam um maior consumo de água", explica a pesquisadora Elena Landau, que coordenou a pesquisa, juntamente com o pesquisador Daniel Pereira Guimarães, ambos da Embrapa Milho e Sorgo (MG).

De acordo com a pesquisadora, Minas Gerais é o estado que apresenta a maior concentração de áreas irrigadas por pivôs (aproximadamente 370 mil hectares), seguido pelos estados de Goiás, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul (respectivamente, com cerca de 211 mil, 192 mil, 169 mil e 76 mil hectares). "Nessas áreas é alta a demanda pelo consumo de água para irrigação bem como para a geração de energia e abastecimento para consumo humano", aponta Landau.

A metodologia havia sido usada com êxito em trabalho de gerenciamento dos recursos hídricos feito para a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, possibilitando implementar o projeto estruturante IrrigaMinas.

O gerenciamento dos recursos hídricos é uma ferramenta utilizada para amenizar os conflitos pelo uso da água. "Apenas em Minas Gerais existem mais de 50 bacias hidrográficas nas quais foram estabelecidos conflitos pelo uso da água. O gerenciamento pode ser feito pelos produtores rurais, pelo governo, por comitês de bacias hidrográficas e outros interessados", explica o pesquisador Daniel Pereira Guimarães, da Embrapa Milho e Sorgo. Ele cita um bom exemplo de controle, realizado na Bacia do Rio Entre Ribeiros, em Paracatu, cidade do Noroeste Mineiro. "Lá os próprios irrigantes já se organizaram para gerenciar o consumo de água. Em épocas de escassez eles fazem a opção de reduzir o consumo", diz.

O georreferenciamento das áreas irrigadas permite identificar as áreas plantadas com o uso das imagens dos satélites Aqua e Terra (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer - Modis). "A compatibilização das bases de dados referentes à agricultura irrigada com as bases municipais do IBGE e as bacias hidrográficas da Agência Nacional de Águas torna-se um poderoso instrumento de monitoramento e gerenciamento do uso da água na agricultura irrigada, além de fornecer subsídios para a avaliação da safra agrícola", diz Guimarães.

Irrigação brasileira
A crise hídrica que vem ocorrendo no Brasil está causando impacto na economia e na qualidade de vida da população. Como a agricultura irrigada utiliza-se de cerca de 70% das águas derivadas dos recursos hídricos, a atividade muitas vezes é apontada como responsável pela crise de água.

Daniel Guimarães, da Embrapa Milho e Sorgo, considera essa visão simplista e sem sentido. "Precisamos enxergar o ciclo da água na natureza e notar que a água está em processo contínuo de transformações, em que grande parte retorna para o espaço pelo processo de evaporação da água contida no solo e transpiração das plantas", diz o cientista.

O pesquisador ressalta que nesses períodos de forte estiagem, as altas temperaturas e os baixos índices de umidade do ar contribuem para aumentar as perdas de água para a atmosfera e reduzir a água disponível nos solos. "Na realidade, as atividades humanas impactam diretamente a natureza e precisam ser redirecionadas de forma a permitir o desenvolvimento sustentável. No caso da agricultura irrigada, trata-se de uma atividade que permite ganhos expressivos em produtividade e a consequente redução da área antropizada", complementa.  A área antropizada é aquela onde ocorrem transformações no meio ambiente (solo, relevo, vegetação, regime hídrico) por consequência da atividade humana.

No entanto, Guimarães explica que tudo isso requer o uso eficiente da água de irrigação e que a consolidação do Brasil como celeiro de alimentos do mundo passa, obrigatoriamente, pela expansão dessa atividade no país. "Apesar de nossa vasta extensão territorial e condições climáticas favoráveis, o Brasil ainda ocupa uma tímida posição no que se refere à área irrigada, perdendo até para países de clima árido, como Paquistão e Irã. Enquanto nossa área irrigada situa-se atualmente na casa de seis milhões de hectares, nos Estados Unidos supera 25 milhões de hectares e ultrapassa 60 milhões de hectares irrigados na China e Índia", pontua. A política do governo é dobrar a área irrigada no país até 2020, mas essa expansão requer análises criteriosas que permitam o gerenciamento dos recursos hídricos de forma a minimizar os conflitos pelo uso da água e as questões ambientais.


 

Fonte: Assessoria de Comunicação da Embrapa








Na edição desta semana, o Jornal do Engenheiro (JE) na TV, programa do SEESP, traz reportagem especial mostrando como foi a aula inaugural do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), no dia 23 de fevereiro último, com o ministro Aldo Rebelo, da Ciência, Tecnologia e Inovação.

A entrevista é com o presidente da Federação Interestadual dos Nutricionistas dos Estados de Alagoas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco e São Paulo (Febran), Ernane Silveira Rosas, também diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU). Ele abordou a importância do coletivo do jovem profissional da entidade, que vai tratar, entre outros temas, do mercado de trabalho, da qualidade dos cursos universitários.

O quadro “No Ponto”, com o presidente do sindicato Murilo Celso de Campos Pinheiro, fala sobre as diversas atividades e lutas o SEESP e dos benefícios que são oferecidos aos profissionais filiados. Pinheiro destacou, portanto, que o engenheiro se associe e fortalece a luta em defesa da valorização profissional e do desenvolvimento sustentável do País.

Tudo isso e muito mais você confere no programa que vai ao ar, às segundas-feiras, às 19h30, para a cidade de São Paulo, nos canais 9 (NET), 72 (TVA) e 186 (TVA Digital) ou pela internet  no mesmo dia e horário neste link. O programa é transmitido para mais 40 municípios paulistas e de outros estados conforme grade variada, confira aqui.


Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP


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