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Painéis para discutir a formação e capacitação de mão de obra necessária para enfrentar os desafios nos setores ligados à infraestrutura no país vão até junho

        O segundo painel promovido pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado, na segunda-feira, dia 8 de março, discutiu "A política de formação e capacitação de recursos humanos frente à política de desenvolvimento produtivo". O foco da reunião foi à assimetria do dinheiro gasto no Brasil com relação as diferentes áreas do conhecimento.
        Segundo o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Carlos Alberto Aragão, que participou do encontro, existem áreas estratégicas, como as das engenharias, bem como outras ligadas à energia, ao clima, à nanotecnologia, e outras áreas interdisciplinares ainda muito incipientes no país.
       Durante a reunião, Aragão afirmou que o CNPq está buscando investir mais nas áreas tecnológicas com a intenção de fortificá-las e melhorar o desempenho do Brasil, principalmente na área das engenharias, que segundo ele, ainda está engatinhando.
       "Apesar das áreas de engenharias terem crescido nos últimos anos, essa é uma área de graduação que anda a passos lentos. O Brasil forma anualmente cerca de 30 mil engenheiros, número bem abaixo do verificado em países como a Rússia (190 mil), Índia (220 mil) e China (650 mil). Embora o Brasil esteja em 13º lugar na produção de conhecimento global, à frente da Holanda e da Rússia, no caso da engenharia o país ocupa a 21ª posição".
      Durante o encontro, Aragão também mostrou preocupação com a enorme evasão nos cursos de engenharia, tanto é assim que as estatísticas demonstram que 60% dos alunos de engenharia das universidades públicas desistem do curso e 75% dos estudantes das privadas também saem antes do término.
       "Esses dados são preocupantes, ainda mais porque apenas 2 de cada 7 engenheiros acabam exercendo a profissão. Esse afunilamento dos cursos de engenharia começa cedo. Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a cada 800 estudantes do ensino fundamental no país, apenas um opta por se formar em engenharia", disse Aragão.
       Para finalizar, Aragão afirmou que, neste ano, o CNPq irá focar no incentivo ao desenvolvimento de tecnologia de ponta nas empresas brasileiras, ou seja, tentará atrair mais o empresariado, com o intuito de oferecer recursos humanos altamente qualificados, tornando o setor privado mais competitivo no mercado externo. "Sabemos o quanto é necessário superar o fosso entre o conhecimento científico acadêmico e as atividades de inovação e agregação de tecnologia nas empresas", afirmou.
        Após a exposição de Aragão, o presidente da CI, senador Fernando Collor (PTB-AL), observou que o Brasil não pode mais perder a oportunidade de um crescimento consistente. "Não podemos mais dar prioridade a compras de tecnologia pronta. Precisamos dar oportunidade aos nossos pesquisadores. Temos ainda um número muito baixo de patentes brasileiras. Estamos no eixo secundário com um desempenho pior em relação às patentes depositadas nos Estados Unidos, sendo também superado nesse setor pela Rússia, Índia e China", disse.
       O painel também contou com a participação do Presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Reginaldo Braga Arcuri, do deputado federal Alceni Guerra (DEM-PR) e do diretor-presidente do Grupo Ultra, Pedro Wongtschowski.
       Segundo Reginaldo Arcuri, o Brasil tem que ser ainda mais competitivo e não apenas detentor de riquezas naturais com mão-de-obra eventualmente barata. "O Brasil precisa investir em inovação tecnológica, tendo em vista que o país voltou a ter demanda por trabalho qualificado em alguns setores, como engenharia, que chega a ser maior que a capacidade do país em formar esses profissionais".
       O presidente da ABDI registrou ainda que os operários são hoje "atores e partícipes" do processo de produção, com a utilização de máquinas complexas que demandam conhecimentos. "Só vamos efetivamente responder aos desafios que o resto do mundo nos propõe se tivermos gente capacitada tanto na pesquisa básica como na operação direta de máquinas", afirmou.

Painéis
      
A intenção do novo ciclo de debates organizado pela CI é discutir a formação e capacitação de mão de obra necessária para enfrentar os desafios nos setores ligados à infraestrutura no país. Os painéis seguem-se até 7 de junho, sempre às segundas-feiras, dentro da programação da Agenda Desafio 2009-2015.
       A programação está disponível em http://www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspx?codNoticia=99818

(Jornal da Ciência, com informações da Assessoria de Comunicação Social do CNPq e da Agência Senado)

 

 

      Pesquisadores de engenharia química do MIT descobrem que nanotubos de carbono podem ser estimulados por ondas de calor para produção de energia elétrica
       Um grupo de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, descobriu um fenômeno que faz com que ondas de energia sejam lançadas por nanotubos. Segundo eles, a novidade poderá levar a uma nova forma de produzir eletricidade.
      "O fenômeno das ondas de termoforça abre uma nova área na pesquisa de energia, o que é algo muito raro", disse Michael Strano, professor de engenharia química do MIT e um dos autores do estudo, que foi publicado domingo (7/3) na revista "Nature Materials".
       Como um monte de detritos que são atirados por ondas em uma praia após terem viajado pelo oceano, a onda térmica - um pulso de calor - transportada por um fio microscópico pode levar consigo elétrons, criando uma corrente elétrica.
      O ingrediente principal nessa mistura é o nanotubo de carbono, estrutura com medidas nos bilionésimos de metro em que os átomos estão dispostos como em uma cerca de arame enrolada.
        No estudo, os nanotubos utilizados foram cobertos com uma camada de um combustível altamente reativo, capaz de produzir calor à medida que se decompunha.
      O combustível foi inflamado em um lado do nanotubo por laser. O resultado foi uma onda térmica que se deslocou muito rapidamente pela dimensão do nanotubo de carbono.
       Os cientistas verificaram que o calor do combustível foi passado para o nanotubo, onde se deslocou milhares de vezes mais rápido do que o próprio combustível. À medida que o calor retornou à camada de combustível, uma onda térmica foi criada e emitida pela dimensão do nanotubo.
      Com uma temperatura de mais de 2.700 oC, o anel de calor se moveu pelo nanatubo 10 mil vezes mais rápido do que o espalhamento normal da reação química. O calor produzido pela combustão, observaram os pesquisadores, também deslocou elétrons pelo tubo, criando uma corrente elétrica significativa.
         Ondas de combustão, como o pulso de calor por um fio metálico, têm sido estudadas matematicamente há mais de 100 anos, mas o grupo do MIT é o primeiro a observar seu efeito em um nanotubo e verificar que a onda de calor pode transportar elétrons e produzir eletricidade.
       O artigo "Chemically driven carbon-nanotube-guided thermopower waves (DOI: 10.1038/nmat2714)", de Michael Strano e outros, pode ser lido por assinantes da "Nature Materials" em www.nature.com/naturematerials

(Fonte: Agência Fapesp, 8/3)

 

 

       Mesmo com a retaliação aos Estados Unidos, o Brasil tem fontes alternativas de abastecimento. O Uruguai, que em 2008 exportou US$ 32 milhões em trigo ao Brasil, no ano passado vendeu US$ 210 milhões; o Paraguai passou de US$ 152 milhões a US$ 168 milhões.
       O governo brasileiro classificou de "terrorismo" e "especulação" as ameaças da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) de aumentar em 16% o preço do pão e das massas em reação ao aumento na tarifa de importação de trigo proveniente dos Estados Unidos. O aumento da tarifa, que só passa a valer daqui a trinta dias, foi decidido como resultado da disputa movida pelo Brasil contra os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os subsídios ilegais do governo americano aos produtores locais de algodão.
        "O custo do trigo no pãozinho varia de 10% a 16%; como a restrição de 5% da importação implicaria aumento de 16% no preço?", perguntou o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. "Isso não tem lógica nenhuma, é terrorismo", afirmou, acusando os moinhos de trigo de querer forçar aumentos de preço, sem motivo. "Isso é pura e exclusivamente especulação em torno de uma medida que será inócua em relação aos preços", concordou o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge.
       A retaliação aos Estados Unidos foi calculada com base nos dados de importação de 2008, quando, por problemas na safra nacional e na Argentina, o Brasil chegou a importar US$ 319 milhões em trigo dos EUA. Essa situação fez com que o valor das importações fosse o maior entre os itens listados para sofrer sanções (aumentos de tarifa) por parte do governo brasileiro.
       O governo afirma que não gostaria de aplicar as sanções, que são uma maneira de convencer os americanos a negociar o fim dos subsídios ao algodão e compensações pelas perdas dos produtores brasileiros.
       Mesmo que sejam aplicadas retaliações, porém, o valor das importações afetadas deve ser bem menor do que o estimado com base nos dados de dois anos atrás. Já em 2009, as importações de trigo dos Estados Unidos despencaram, para US$ 46 milhões, 3,8% do total. Em 2010, no primeiro bimestre, foram, importados US$ 6 milhões, apenas 2% do total importado.
        O Brasil também vem recorrendo cada vez mais a fontes alternativas de abastecimento. O Uruguai, que em 2008 exportou US$ 32 milhões em trigo ao Brasil, no ano passado vendeu US$ 210 milhões; o Paraguai passou de US$ 152 milhões a US$ 168 milhões. Entre janeiro e fevereiro deste ano, foram importados do Uruguai 550% a mais que no ano passado, US$ 52 milhões.
       A safra nacional não deve ajudar muito a conter os preços, porém. O ministério da Agricultura calcula que a demanda por trigo no país chegará a 10 milhões de toneladas neste ano, das quais serão abastecidas pelo mercado interno 5,8 milhões, o mesmo volume de 2008. O governo tem, ainda, um estoque de 900 mil toneladas. Stephanes acusa os moinhos de esconder o tamanho dos estoques privados, para especular e forçar o aumento dos preços do trigo no mercado nacional. Ele afirma que tem pedido aos moinhos a informação sobre esses estoques, sem sucesso. O ministro suspeita que grande parte do que hoje é abastecido pelos EUA poderia sem simplesmente substituído por trigo mantido nos silos das empresas privadas no Brasil.

(Fonte: Sergio Leo, Valor Econômico - 10/03/2010)

 

 

 

 

       Algumas grandes construtoras e incorporadoras chilenas estão sendo acusadas de adotar dois pesos e duas medidas na hora de construir e de usar matérias de qualidade baixa em áreas nas quais a fiscalização é mais "frouxa"

       Felipe Marín acordou na madrugada de sábado, 27 de fevereiro, com o mundo sacudindo. Cambaleantes, ele e sua mulher chegaram até a porta do apartamento, mas ela estava travada. O terremoto havia entortado os batentes, deixando os dois presos naquela arapuca. Felipe, de 36 anos, é um administrador de empresas sedentário e ganhou uns quilos depois do casamento com Jimena, há oito anos. Mas o "gordinho" Felipe não hesitou, atirou-se contra a porta e a derrubou - ele mesmo diz não saber se conseguiu mesmo derrubar a porta ou se ela acabou arrancada do batente por causa dos solavancos do tremor. O piso estava se partindo. Mas, antes que parte do prédio desabasse, Felipe e sua mulher conseguiram chegar à rua.
       Agora, passado o susto, o casal Marín se diz aliviado por estar vivo, mas volta suas forças para outro problema. Eles querem explicações da construtora sobre os motivos que levaram seu prédio, em Maipú, região metropolitana da capital, Santiago, a desmoronar, enquanto outros edifícios idênticos, da mesma construtora, suportaram bem o impacto do tremor de 8,8 graus na escala Richter.
      "O terremoto não teve culpa no desmoronamento. O que houve, sim, foi o uso de materiais de baixa qualidade", afirma Felipe. Afinal, diz ele, "prédios em Las Condes [bairro nobre de Santiago] com projeto igualzinho ao meu e da mesma construtora estão de pé".
       Essa reclamação se baseia em algo que vem assombrando muitos chilenos e afetando a credibilidade das construtoras do país: o uso de dois pesos e duas medidas na hora de construir. Algumas grandes construtoras e incorporadoras chilenas estão sendo acusadas de usar matérias de qualidade baixa em áreas nas quais a fiscalização é mais "frouxa".
       Donos de imóveis afetados dizem que essa fiscalização mais frouxa se daria porque os fiscais privados, contratado pelas próprias construtoras, não querem perder seus clientes mais poderosos. Os mais exaltados insinuam até que haja corrupção por trás dessa "frouxidão".
      Segundo a Lei Geral de Urbanismo e Construção do Chile, de 1975, o empreendedor tem de contratar por conta própria um fiscal terceirizado. O objetivo dessa norma é poupar o Estado dos custos de manter uma fiscalização permanente de obras, jogando essa conta para o setor privado. O que o Estado faz é manter uma lista de fiscais independentes credenciados.
        Analistas e políticos dizem que os casos de desmoronamento podem ter como pano de fundo a irresponsabilidade de construtoras, mas reclamam também da falta de fiscalização do poder público.
       Alberto Undurraga, prefeito de Macul, afirma que a responsabilidade maior é das construtoras, "mas há, sim, responsabilidade pública". Para ele, o papel fiscalizador do poder público precisa ser aperfeiçoado. "A norma de fiscalização está velha. Precisa ser reformada."
        Claudio Vázquez, arquiteto e pesquisador da Universidade Católica, diz que "as normas de construção do Chile são antigas e é preciso agora revisar as normas antissísmicas", tanto no lado construtivo quanto no lado da fiscalização.
       Uma das principais construtoras citadas por problemas de construção em Maipú é a Paz Corp. A empresa diz que não negligenciou nenhuma norma ou padrão de construção civil.
       Segundo Ariel Magendzo, diretor da Paz, a empresa tem US$ 50 milhões em caixa e deve resolver com facilidade as questões relativas a eventuais indenizações. Em tom nervoso, Magendzo diz que o nome da empresa está sendo desconstruído por causa da má vontade da imprensa. "Toda essa situação pela qual a empresa vem passando é injusta. Cumprimos todas as regras e somos uma empresa que atua de forma legal e estrita."
       As ações da Paz Corp. na Bolsa de Santiago caíram quase 25% desde o dia do terremoto.
       O Ministério Público está investigando danos em edifícios da Paz e de outras construtoras. Kronhill, MIG e pelo menos outras quatro empresas são acusadas por chilenos de terem usado material de baixa qualidade em edifícios danificados no tremor.
       Rafael Riddeli, diretor do Departamento de Engenharia Industrial da Universidade Católica do Chile, diz que é necessário cuidado ao acusar as construtoras. "Temos de levar em conta que a maior parte dos edifícios construídos sob as regras impostas em 1975 está de pé. Nos que sofreram danos maiores, a maior parte das pessoas conseguiu sair tranquilamente."
       Magendzo, da Paz, diz que não é contra uma maior fiscalização, contanto que ela não se transforme em mais burocracia e nem leve a maiores custos para as construtoras. "Confio muito no sistema de autorregulação."
       Felipe Marín, que perdeu seu apartamento em Maipú, diz, por sua vez, que quer investigações profundas. "Confio no Ministério Público e na Justiça."

Rodrigo Uchoa, Valor Econômico - 09/03/2010

Grupo deverá definir, aprovar e promover políticas e projetos comuns para impulsionar, a partir das mais relevantes áreas do conhecimento, a meta da integração assumida pela Unasul

       Representantes dos países-membros da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) reuniram-se em Quito, nos dias 1º e 2 de março, para elaborar o estatuto e o plano de ação do Conselho de Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Inovação (Coseccti) da entidade. 
        Pelo projeto de estatuto preparado, o Coseccti será formado pelos ministros da Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Inovação dos países-membros, ou seus delegados. Entre suas atribuições estão a definição, aprovação e promoção de políticas e projetos comuns para impulsionar, a partir das mais relevantes áreas do conhecimento, a meta da integração assumida pela Unasul.
       A presidência do Conselho caberá ao mesmo país que ocupe a presidência pro tempore da Unasul.
      Para exercer suas funções, o Coseccti poderá criar "grupos de trabalhos especializados", com a participação de pelo menos um representante de cada país-membro. Estes grupos terão autonomia para desenvolver suas atividades, em qualquer dos projetos que estiver a seu cargo.
      O tratado fundador da Unasul foi firmado em Brasília, em 23 de maio de 2008. O primeiro conselho criado no âmbito da entidade foi o de Defesa, tendo em vista resolver pendências entre países da região, sobretudo em questões limítrofes.

Princípios e objetivos
       O estatuto proposto para o Coseccti baseia-se em dez princípios e 15 objetivos. Entre os princípios, estão:
- equidade e inclusão, que enaltece a construção de sociedades democráticas coesas e inclusivas;
- proteção dos direitos das coletividades e do acesso equitativo à educação, cultura, ciência, tecnologia e inovação, respeitadas a pluralidade e diversidades culturais, étnicas e ideológicas;
- participação cidadã;
- qualidade e cobertura educativa;
- transparência e divulgação;
- diálogo e solidariedade;
- colaboração em rede como prática indispensável ao desenvolvimento educativo, cultural e do conhecimento na região; e
- projeção internacional, visando projetar mundialmente o desenvolvimento científico, tecnológico e da inovação dos países-membros.

Entre os objetivos do Coseccti, destacam-se:
- promover e intensificar na região a colaboração entre universidades, centros de pesquisa, empresas públicas e privadas, com o fim de transferir conhecimentos científicos e tecnológicos para incrementar a capacidade de inovação e melhorar a competitividade sistêmica do setor produtivo;
- promover o desenvolvimento, acesso e uso de tecnologias sociais, em benefício dos setores mais necessitados, melhorar o ensino das ciências e promover a popularização do conhecimento científico;
- promover a coordenação de iniciativas e intercâmbio de experiências para a formação, pesquisa e inovação em desenvolvimento sustentável, conservação da biodiversidade e adaptação e mitigação das mudanças climáticas; e
- promover o intercâmbio de informações sobre os sistemas de reconhecimento, equivalência de estudos e garantia de qualidade em todos os níveis e modalidades educativas, para facilitar a integração, a mobilidade e o intercâmbio acadêmico, profissional e trabalhista.

       O Plano de Ação do Coseccti reúne inúmeras ideias, mas a redação final ainda não está pronta. O tema deverá ser debatido pelos representantes dos países membros da Unasul por via eletrônica e de videoconferências.
       O projeto de estatuto será submetido à próxima reunião de Ministros e Secretários de Estado e de Governo dos países-membros, marcada, em princípio, para o próximo dia 14 de abril.
       A delegação brasileira presente no encontro de Quito foi presidida pelo chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do MCT, José Monserrat Filho, e integrada por representantes do Itamaraty, do Ministério da Educação e da Embaixada do Brasil na capital equatoriana.

 

 

 

 

       Após mais de uma década insistindo na política de privatizações, o Governo do Estado de São Paulo finalmente desistiu de vender a Cesp (Companhia Energética de São Paulo), ameaçada de ir a leilão por várias vezes desde 1998. Juntamente com essa boa notícia, uma melhor ainda. Com esse novo rumo estabelecido, a empresa deve voltar a ter investimentos e ocupar seu devido lugar no sistema elétrico brasileiro como uma das maiores geradoras do País. Segundo divulgado pela imprensa, o Governo pretende que a estatal siga o exemplo da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), que vem ao longo do tempo investindo na expansão e buscando novos mercados, inclusive fora do território mineiro.
       Ainda que esse movimento seja feito de forma tímida, sem grandes aportes de recursos, também como foi veicula­do na mídia, a medida é extremamente positiva e deve ser comemorada por todos e especialmente pela engenharia. Segundo informações do novo presi­dente da Cesp, Vilson Christofari, há duas frentes de busca de projetos. O aproveitamento de pequenas centrais hidrelétricas no território paulista e empreendimentos de fazendas eólicas também em São Paulo, sobretudo em áreas da própria companhia.
       Para o SEESP, que desde sempre com­bateu fortemente a ideia de vender a Cesp, única geradora que sobrou sob controle público após o desmonte dos anos 90, trata-se de uma vitória da ra­cionalidade. Na nossa avaliação, ao abrir mão da companhia, o Governo paulista desistiria também de um im­portante instrumento de indução do de­senvol­vimento. Como se sabe, geração de ener­gia não é qualquer atividade econômica e trata-se de interesse de Estado com importantes repercussões na vida da população, na atividade in­dustrial e na economia em geral. Além disso, com a retomada do crescimento e diante da necessidade de ampliar a oferta de ener­gia, seria absurdo que São Paulo se exi­misse de qualquer possibili­dade de inter­vir no planejamento do setor elétri­co e de contribuir com o progresso do País.
       A partir desse passo acertado, espera-se que esteja superada a visão que, igno­rando a realidade do setor elétrico, aca­bou por causar aumento de tarifas, que­da na qualidade dos serviços e até ra­cionamento. Que comece uma nova era, voltada ao planejamento e à ação es­tratégica em benefício do povo pau­lista e de todo o Brasil.

 

 

 


 

Cid Barbosa Lima Junior

       Voltei a sonhar – como se os sonhos não fossem uma constante – e desta vez me encontrava dentro de um presépio. Lá estavam a manjedoura, o bebê, os cavalos, os burros, as vaquinhas, os porcos e os carneirinhos. Todos tranquilos até que a direção da fazenda mudou.
       Os cavalos velhos foram demitidos, os bur­ros que tinham dignidade também, só sobra­ram alguns poucos carneirinhos, algumas vaquinhas, alguns porcos e alguns cavalos, como na alegoria de George Orwell, os colaboracionistas.
       A nova gerência tirou a tranquilidade da­quele presépio. Ameaçava todos os funcio­nários com demissão e, quando esses resol­veram ir à greve por melhores salários, en­viou à porta da empresa policiais civis e mi­litares, munidos de escopetas e metralhadoras.
       Ao mesmo tempo, o gerente-mor tomava seus chás de rosa e seus iogurtes para pro­piciar um bom condicionamento físico para correr, que era seu hobby preferido.
       Com o breque ao plano de cargos e salá­rios e a implantação da contenção de despe­sas, obtinha grandes lucros para os acionis­tas. Essa previu o aumento do número de assessores, contratados no mercado, doa­ção de uma grande área para a província de Belém e os funcionários que nela traba­lhavam foram para três prédios alugados.
        Enquanto isso ocorria, no microcosmo da cidade de Belém, o alcaide e o gover­nador debatiam-se com o problema das chuvas intensas.
       As barragens da empresa, sem controle, começaram a extravasar e a inundar as cida­des vizinhas, e a grande mídia – como de praxe – não denunciou as excelentes gestões. O governador anterior, que é secretário do atual, dizia que as obras realizadas por ele no Rio Jordão – o principal da região – resolve­riam para sempre os problemas de enchentes.
        No entanto, as chuvas continuaram a cair, e a província virou uma calamidade. Só na cidade de Belém, bairros inteiros ficaram submersos por quase dois meses. Na pro­víncia inteira, foram mais de 70 mortes.
       A política social do governador provin­cial baseava-se na entrega das empresas públicas ao mercado, que segundo ele ge­renciam me­lhor que o Estado. Ao mesmo tempo, o alcaide acusava um tal de Pedro – jovem morador da região – de mandar, através do vodu, as contí­nuas chuvas. Qua­se apelou para um tal de Noé – armador e comerciante da época – para salvar o seu eleitorado. O bebê da manjedoura tinha se tornado um homem e resolveu, junto com sua família, abandonar a província.
       Com a esperança perdida, acordei em so­bressalto, era mais um pesadelo que terminava.

Cid Barbosa Lima Junior é engenheiro

 

 

 

Rita Casaro

       O forte desejo de construir um outro mundo – no qual haja justiça e igualdade, o desenvolvimento econômico traga bem-estar sem des­truir o planeta, o imperialismo seja abolido e tenham fim o racismo, o sexismo e toda a discriminação – mais uma vez ecoou em Porto Alegre.
       A cidade que, em 2001, inaugurou o Fórum Social Mundial recebeu, entre os dias 25 e 29 de janeiro último, o evento, distribuído também pelos municípios gaúchos de Canoas, São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Sapiranga e Novo Hamburgo.
       Numa edição descentralizada – aconte­ceram iniciativas em diversas partes do Brasil e do mundo –, o foco principal do encontro foi a reflexão sobre a mobiliza­ção que nasceu para se contrapor ao Fó­rum Econômico Mundial numa época em que grassava a hegemonia neoliberal, seu papel atual, avanços e dificuldades. Esse foi o tema do seminário “Dez anos depois: desafios e propostas para um outro mundo possível”. Nas diversas mesas de discus­sões, uma questão recorrente: o FSM li­mita-se a um espaço de encontro e debate entre organizações e movimentos pro­gressistas ou é capaz de articular políticas e ações que contribuam para construir es­se outro mundo possível?
       Sem que se chegasse a uma conclusão cabal, ganhou evidência a necessidade de articulações que levem à ação conjunta, como ocorreu em 2003, quando milhões de pessoas em todo o globo marcharam contra a invasão do Iraque pelos Estados Unidos. Taxativo, em entrevista coletiva, o sociólogo Emir Sader propôs “um banho de política ao FSM”. Também durante o debate sobre a conjuntura social, realizado no dia 26, ele foi categórico. “A crise não acabou com o modelo neoliberal e isso não acontecerá sem que haja alternativas, que precisam ser construídas. A resistência eterna é um caminho de derrota.”
       Mais otimista, o francês Gustave Messiah comemorou uma grande vitória do FSM: a recusa do ideário neoliberal como único. “A batalha das ideias foi vencida pelo so­cial, isso foi confirmado pela crise finan­ceira em 2008”, afirmou.
       Na manhã anterior, na mesa de abertura, teve lugar um embate parecido. “O FSM é uma espécie de concentração, mas o jogo se decide em campo”, afirmou o líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stédile. Ele vê a iniciativa como uma grande contribuição, mas que “falhou ao não conseguir promover ações exitosas de massa”.
       Mais benevolente, o dirigente da CUT (Cen­tral Única dos Trabalhadores), João Felí­cio, vê mais qualidades que defeitos numa mobiliza­ção que conseguiu dar con­ta da enorme diversidade que marca o FSM. Ainda assim, também propôs partir para a ação segundo uma pauta de con­senso. “A reflexão é fundamental, mas precisamos de grandes mobilizações de massa para alcançar mudanças.”
       Uma sugestão dessa agenda foi dada pelo jornalista Antonio Martins, da Attac Brasil (Ação pela Tributação das Transações Fi­nan­ceiras em Apoio ao Cidadão), na fala acerca do novo ordenamento mundial, no dia 28. “Precisamos de propostas concretas para problemas que exigem respostas, co­mo a imi­gração, o trabalho e a mudança climática.”
       Alterando o tom, a líder feminista uru­guaia Lílian Celiberti comemorou o espa­ço constituído. “Estar juntos e recriar a es­pe­rança é um fim em si mesmo. Não vimos aqui apenas para encontrar um meio de unir as lutas, mas porque acreditamos que existe um novo mundo possível”, enfatizou.

Clima, Haiti, pré-sal, engenharia e trabalho
       O FSM mais uma vez deu conta da diver­sidade que o marca e abrigou 915 ativi­da­des autogestionadas, das quais participa­ram 35 mil pessoas, oriundas de 39 países, segundo dados da organização. Ganhou ênfase o tema das mudanças climá­ticas, que coloca em xeque a própria sobrevi­vência da humanidade e do planeta. Concentrou atenções a situação do Haiti, devastado pelo terremoto de 12 de janeiro último, que matou mais de 230 mil pessoas.
       O drama teve destaque numa das principais atrações do evento, a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, num encontro com os movimentos sociais promovido no ginásio do Gigantinho, na noite de 26 de janeiro. Pro­metendo auxílio ao País, além da controversa presença de tropas brasileiras, Lula defendeu que o FSM 2010 tivesse como única proposta final a solidariedade ao povo haitiano.
       Também na agenda, pautas de interesse na­cional, como as reservas de petróleo na camada do pré-sal, cujo marco regulatório encontra-se em discussão no Congresso. A Lei 11.888/08, que institui a assistência técnica pública e gratuita, foi objeto de uma oficina, em 27 de janeiro. Entre os palestrantes, o diretor do SEESP, Carlos Kirchner.
      A luta pela redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais esteve presente na tradicional marcha de abertura, que per­correu as ruas de Porto Alegre, com cerca de 30 mil pessoas, na tarde de 25 de janeiro, e teve grande participação do movimento sindi­cal. A necessidade de manter a unidade foi o tema do seminário “Crise global, trabalho decente e pacto mundial pelo emprego”, que reuniu as centrais, no dia 28.

Participação do SEESP
      
Tendo marcado presença em todas as edições do Fórum Social Mundial realizadas no Brasil (2001, 2002, 2003, 2005 e 2009), o SEESP enviou uma delegação à edição que marcou os dez anos da iniciativa. Leia a seguir as impressões dos dirigentes que foram a Porto Alegre.

       Após uma década de seu primeiro encontro, voltou a Porto Alegre e a mais cinco cidades do Rio Grande do Sul o Fórum Social Mundial.
       Hoje, o Brasil já não é mais o mesmo, foi testado pela crise de outubro de 2008
e está mais robusto econômica e financeiramente.
      
O alarido das ruas cede lugar a movimentos coordenados em busca de melhores condições de vida para as populações pobres do mundo. Apesar de menor em número de participantes que as edições globais que anteriormente foram sediadas
em Porto Alegre, o FSM 2010 demonstrou que o sonho ainda persiste e um novo mundo será em breve possível.
João Paulo Dutra, vice-presidente do SEESP

       O Fórum Social Mundial continua um espaço democrático, plural e uma oportunidade de relacionamento humano para compreender-se melhor o País e o mundo em que vivemos. Os seus primeiros dez anos foram saudados por jovens a aposentados.
       O balanço sobre as mudanças na América do Sul mostrou os avanços democráticos e sociais no período e as dificuldades previsíveis na próxima década. Um debate vibrante, unindo engenheiros, estudantes, professores, petroleiros, sindicalistas, governo e trabalhadores sem-terra, mostrou como o fundo social do pré-sal poderá destinar até 50% dos recursos para melhorar a qualidade da educação.
       Chamou-me a atenção uma iniciativa da qual já tinha ouvido em 2003, mas só agora concretizável: a realização de evento do FSM em Detroit, nos EUA, em junho deste ano. O mundo mudou.
Allen Habert, diretor do SEESP

        Se eu pudesse resumir numa só palavra todos os sentimentos que me acometem quando participo da marcha de abertura do FSM, essa seria esperança.
       Em meio àquela diversidade de pessoas clamando suas demandas, impossível não se sensibilizar e se solidarizar com cada uma delas. E, nesse momento, como não acreditar que um outro mundo é possível?
        Ao longo do evento, minha participação foi focada na temática ambiental e, a partir dos debates, ficou clara a necessidade urgente de uma agenda para o enfrentamento dos efeitos desastrosos causados pelo atual modelo de desenvolvimento.
       Por fim, agradeço imensamente ao SEESP por ter me proporcionado mais uma vez a participação no FSM, que talvez seja o espaço político mais democrático atualmente, voltado à construção de propostas para um outro mundo.
Fabiane Ferraz, diretora da Delegacia Sindical do SEESP em Piracicaba

 

 


 

Soraya Misleh

       Erros primários em obras são consequência do des­monte da engenharia brasileira nos últimos 20 anos e da provável busca por economia na contratação de profissionais. Essa é a conclusão de especia­listas e pano de fundo de acidentes ocorridos recentemente.
       Na concepção de José Elias Laier, pro­fessor titular do Departamento de Engenha­ria de Estruturas da Escola de Enge­nharia da USP São Carlos (Universidade São Paulo), ago­ra que retoma­ram-se as obras em velocidade grande, não há profis­sionais com experiên­cia para geren­ciá-las. “É o preço por não ter havido inves­timento em enge­nharia por um bom tempo. Houve per­da de expertise.” Em âmbito global, o se­cretário de Estado dos Trans­portes de São Paulo, Mauro Arce, concorda: “Vive­mos no passado um momento em que havia até de­semprego, hoje o fenômeno é outro, sobre­tudo na área civil. Há uma de­man­da muito grande e um déficit de profis­sionais habilitados para fazer obras de infraes­trutura no Brasil inteiro.”
       Professor da Escola Politécnica da USP, presi­dente da Associação Latino-Americana de Controle de Qualidade, Patologia e Reabi­litação das Cons­truções e conselheiro do Ibracon (Instituto Brasileiro do Concreto), Paulo Roberto do La­go Helene pondera que a questão é ainda mais complexa: “Nos últimos 20 anos, houve um desenvolvimen­to brutal da engenha­ria. Anti­gamente nin­guém falava de ambiente, eco­logia, econo­mia de energia, não havia nor­ma de quali­dade, durabilidade, vida útil, de­sem­penho. Quando me formei, em 1972, a gente trans­portava concreto por jerica (um carrinho de duas rodas) e por ele­vado, não existia bomba de concreto, grua... Muitas novida­des ocorre­ram e a quantidade de informa­ção com que hoje o engenheiro sai da esco­la é muito supe­rior. Então, não con­segue se posi­cionar, a me­nos que faça parte de uma equipe multidisciplinar.” Diante dis­so, na sua ótica, não dá para atuar sozinho. “No meu tempo, uma construto­ra podia en­tregar uma obra para um recém-forma­do porque tudo o que havia era meia dúzia de coisas. Hoje, ele não pode ficar como único res­pon­sável por uma linha de metrô, uma ponte ou viaduto do rodoanel. É muito mais complexo, tem-se muitas variáveis, isso sem falar em todas as exigências, inclusive de proteção ao trabalha­dor, o que obriga a que se tenha um engenheiro de segurança.” As­sim, Helene vaticina: “Quem cobra um pro­fissional muito bem formado é quem não quer pagar por uma equipe, mas so­mente o mínimo de um recém-graduado, e quer que ele saiba tudo. Isso não é mais possível.”

Falha elementar
       O acidente em trecho do rodoanel sul em novembro de 2009 serve de exemplo das consequências desse quadro, acredita Laier. Arce enfatiza, todavia, que, no caso, estão envolvi­das as maiores em­presas do País, as quais competem no mercado de forma priori­tária, tendo capaci­dade muito maior de trazer profissionais habi­litados e pagar seus salá­rios. O consórcio res­ponsável pelo rodoa­nel, portan­to, na sua visão, teve todas as condições de seguir esse caminho.
       A despeito disso, a falha foi primária. Segun­do resultado do laudo elaborado pelo IPT (Insti­tuto de Pesquisas Tecnológicas), divul­gado ao final do ano passado pela assessoria de im­prensa da Secretaria Estadual dos Trans­portes, o deslizamento e tomba­mento das vigas em trecho do anel viário deveu-se à conjugação de três fatores: falta de horizontali­dade das superfí­cies das bases de apoio, in­suficiência de atrito na interface das vigas com essas ba­ses e falta de travamento adequado das vigas. Agraciado pelo SEESP com o prêmio Perso­nalidade da Tecnologia em Constru­ção Civil no ano de 1997, Helene analisa que os dois primeiros foram coadjuvantes. “Caiu porque não tinha o travamento, essa é a razão princi­pal.” Compartilhando dessa análise, Laier enfatiza: “É uma falha primá­ria, não é possível co­meter um erro tão elemen­tar. É como soltar uma bigorna no próprio pé.” De acordo com Arce, não fosse a ausência de amarração, mes­mo faltando uma viga, o que também foi no­tado, não teria havido a queda. Ele explicou: “Hou­ve um erro na montagem, é um problema muito mais na execução. O con­sórcio, a quem cabia fazer a instalação, assumiu isso.”
       Assim, além de não ter acréscimo no custo – esti­mado em R$ 5 bilhões –, o secretário garante que não haverá atrasos na entrega do trecho sul à po­pulação, prevista para 27 de março próximo. E pondera: “Não quero mi­nimi­zar, mas entre 2.480 e tantas vigas em 62km, tivemos a queda de três. Gostaria que não tivesse tido nada, mas essa obra tinha visibilidade enorme, e o índice de acidentes foi extremamente baixo.”
       Para Laier, é preciso investir em capacitação e fazer auditagem técnica na obra. “A enge­nharia civil brasileira é muito respeitável, o pro­blema está na parte operacional”, finaliza.

 

 

08/03/2010

CANTEIRO

Ampliado prazo para revisão da poupança
        Dia 10 de março próximo é o prazo final para propositura das ações referentes ao Plano Collor I, conforme novo posicionamento do Tribunal de Justiça. Significa que têm direito à devolução da diferença todos que possuíam poupança entre março e junho de 1990, mesmo que a conta tenha sido encerrada ou o banco incorporado por outro. Além disso, se o correntista faleceu, o herdeiro ou inventariante poderá acionar a Justiça. As pessoas que à época tiveram 50 mil cruzados novos bloqueados hoje têm a receber cerca de R$ 4 mil. Mas é possível obter acima desse valor nas seguintes circunstâncias: se a conta era conjunta; aos aposentados; e aos que conseguiram um mandado judicial impedindo o confisco. Mais informações pelos telefones (11) 3101-2887, (19) 3295-3573 e e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

Conferência das Cidades em Bauru
      Com o tema central “Avanços, dificuldades e desafios na im­ple­mentação da política de de­senvol­vimento urbano” e a mis­são de res­gatar e discutir os re­sul­tados das ini­ciativas anterio­res, vi­sando a evolu­ção no proces­so de de­senvol­vimen­to urbano local e a proposi­ção de polí­ticas públicas para a área, ocor­reu em 15 e 16 de janeiro a 4ª Conferên­cia Muni­cipal de Bau­ru. Entre os tópicos que inte­graram o evento, a implementação do con­selho e do instituto de pla­ne­jamento e desen­volvimento lo­cais e a inte­gração das políticas urbanas no ter­ritório (fundiária, de saneamento, habita­ção, mobilidade e acessibilidade).

 

Contribuição sindical
       Prevista nos artigos 578 a 591 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), com o objetivo de garantir o custeio para a representação dos trabalhadores, a Contribuição Sindical é obrigatória e deve ser paga neste ano até o próximo dia 26. Para tanto, as GRCSs (Guias de Recolhimento) já foram enviadas aos engenheiros. A esses, o valor é de R$ 139,50.

 

Assistência técnica em Ribeirão Preto
       Em 29 de dezembro último, foi aprovada pela Câmara de Verea­dores local a Lei nº 12.215/09, que institui o programa munici­pal de assistência técnica à ha­bita­ção social em Ribeirão Preto. A nor­ma vai ao encontro da Lei Federal nº 11.888/08, relativa à assistên­cia técnica pública e gra­tuita ao projeto e construção à po­pulação de baixa renda.
       O sindicato, por intermédio de sua delegacia sindical na Alta Mogiana, participou ativamente da elaboração dessa lei e agora visa garantir sua implementa­ção.

 

Enchentes em São Paulo em debate
       Para identificar as raízes de tal problema e propor alternativas, foi realizado no dia 10 de feve­reiro, na Câmara Municipal de São Paulo, o debate “Enchentes: causas e soluções”.
       Promovido pelos vereadores Ja­mil Murad e Netinho de Paula, am­bos do PCdoB, o encontro con­tou com as palestras de Sérgio Gon­çal­ves, da Secretaria Na­cio­nal de Saneamento Ambiental do Minis­tério das Cidades; do geó­logo Del­mar Mattes; do presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro; e da livre-docente do Departamento de Geo­grafia da USP (Universida­de São Paulo), Odete Seabra.
       Pinheiro enfati­zou que a respon­sabilidade de equacionar o proble­ma é de todos. Ele sugeriu a forma­ção de uma equipe de trabalho composta por especialistas, poder público e socie­dade civil, o que foi aceito por unanimidade.
       Entre as principais causas das enchentes le­van­tadas no encontro estão a falta de planejamento na área de sa­neamento, ocupação desordenada nas várzeas e em áreas de risco, al­teração dos es­paços naturais de dre­nagem da água, desmatamento, ex­pansão territorial, destinação incor­reta do lixo e irresponsabilidade po­lítica por parte dos governantes.

 

Sindicato em defesa do patrimônio dos engenheiros
       Perante ação que tramita na 49ª Vara do Trabalho de São Paulo, o SEESP entrou com pedido de defesa do patrimônio previden­ciário dos engenheiros e, por ex­tensão, de todos os tra­balhadores das empresas de energia elétrica paulistas, que terão seus benefícios de aposen­tadoria pagos pela Fundação Cesp.
       O sindicato tomou essa deci­são ao considerar o risco im­pu­tado ao patrimônio da fundação, em consequência de ação judi­cial impetrada pela AAFC (As­sociação dos Aposentados da Fundação Cesp), que cobra da Fazenda do Estado aproximada­mente
       R$ 40 milhões referentes a diferenças de valores de bene­fícios de complementações de aposentadorias (Lei 4.819/58) e coloca a Fundação Cesp como solidária. Esta é tão somente uma processadora, que opera­cionaliza a folha de pagamento dos aposentados da Cesp e da Cteep vinculados à lei em ques­tão, cuja fonte de recursos é de responsabilidade exclusiva do Tesouro do Estado, visto que a fundação não possui nenhuma reserva ou fundo de provisão constituído para esse fim.

 

Comissão para discutir PLR 2010 na Usiminas
       Em 13 de janeiro último, foram empossados os membros da Comissão de PLR 2010 na Usiminas, com mandato de dois anos. São 18 representantes dos empregados. Além deles, há quatro da companhia e sete das entidades sindicais, entre os quais o presidente da Delegacia do SEESP na Baixada Santista, Newton Guenaga Filho. Logo de início, o desafio da comissão é finalizar e assinar o programa de PLR 2010 ainda neste mês.

 

Diretorias do SEESP e da FNE tomam posse em março
       No próximo dia 1º, ocorrerá na Assembleia Legislativa de São Paulo, no Plenário Juscelino Kubitschek de Oliveira, na Av. Pedro Álvares Cabral, 201, a so­lenidade de posse da nova dire­toria do SEESP, eleita para a gestão 2010-2013. A cerimônia está marcada para as 19h30.
       Ainda em março ocorrerá no dia 18, na Câmara dos Deputa­dos (Au­ditório Nereu Ramos, Anexo II), em Brasília, às 15h, a posse da di­retoria da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), cujo man­dato tam­bém vai até 2013. À fren­te de am­bas entidades es­tará o en­genheiro Murilo Celso de Cam­­pos Pinhei­ro. Para con­firmar presença na ce­rimônia na Capital Fe­deral, o telefone é (61) 3225-2288, e em São Paulo, (11) 3113-2610.

 

No Interior
       Em Bauru, posse da Diretoria Re­gional do SEESP ocorrerá no mes­mo mês, no dia 5. O evento será se­diado na nova sede da dele­gacia, na Rua Constituição, 8-71, a partir das 19h30. No ensejo, será ainda descer­rada placa de inaugu­ração do espa­ço, que pas­sa a ser denomina­do Eng. Muril­lo Villaça Maringoni, ao qual será feita ho­menagem póstuma. Também na ocasião serão em­pos­sados os membros do Con­se­lho Téc­nico do Promore (Pro­grama de Mo­radia Econômica). Mais informa­ções pelo telefone (14) 3224-1970.

 

 

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