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        A presidenta Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira (1º) que o comportamento da taxa básica de juros (Selic) no Brasil dependerá da conjuntura internacional. Na véspera (31) o Banco Central (BC) decidiu reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual, para 12% ao ano. Embora tenha defendido a queda dos juros na última terça-feira (30) e dito que a elevação do superávit primário pelo governo federal criava condições para que isso ocorresse, a presidenta destacou que o BC tem autonomia.

        “Desde o governo do ex-presidente Lula, e até anteriormente a ele, optou-se por uma relação entre o governo e o Banco Central de autonomia. Acredito que a situação internacional mudou o sentido do que estava acontecendo, porque vimos três aumentos de taxas de juros no início do nosso governo. Acredito que, dependendo do que ocorrer na conjuntura internacional, teremos um aumento ou diminuição [dos juros], não dá para, de forma muito antecipada, prever isso”, disse em entrevista a rádios de Minas Gerais.

        Na avaliação da presidenta, a crise econômica terá duração longa, de mais de dois anos, e as consequências ditarão o ritmo de algumas decisões econômicas daqui para frente. “Ninguém sabe como vai se comportar, se houver quebra de banco é um cenário, se a crise continuar com as economias internacionais com processo de estagnação, na melhor hipótese, e de depressão, na pior hipótese, temos outra configuração.”

        A presidenta voltou a dizer que o Brasil deve usar a crise econômica como uma oportunidade para fortalecer as indústrias e o mercado interno. “O governo mantém o investimento, programas sociais, estimula a economia, mas tem que dar um exemplo de austeridade, por isso aumentamos nosso superávit em R$ 10 bilhões, porque achamos que se abre uma oportunidade com essa crise”, destacou. "Para isso temos que nos fortalecer economicamente, melhorar a gestão pública e tirar disso todas as oportunidades para que o Brasil transforme os efeitos dessa crise em seu favor”, acrescentou. (ABr)

        A entrevista ocorreu na Base Aérea de Belo Horizonte. Enquanto isso, em Brasília, Centrais sindicais distribuiam sardinhas assadas em frente ao Banco Central, como protesto a favor da redução da taxa básica de juros.



imagem: Centrais sindicais distribuem sardinhas assadas em frente ao Banco Central
Marcelo Casal Jr, ABr
www.cntu.org.br




A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) divulgou relatório sobre o setor e alertou que a sobreposição de funções administrativas entre órgãos ambientais de governo também gera insegurança jurídica

       A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) defendeu quinta-feira (1) que a concessão de licenças ambientais para a instalação de parques eólicos seja mantida sob a competência de órgãos ambientais estaduais ou municipais. Para a entidade, divergências sobre o licenciamento são entraves para o setor no Brasil. A Abeeólica também criticou o posicionamento dos ministérios públicos em relação ao tema.

       Durante divulgação de relatório com análises sobre o setor – responsável por 1% da matriz energética brasileira – o vice-presidente da associação, Lauro Fiuza, disse que os ministérios públicos, estaduais e federal, tentam transferir a responsabilidade pela emissão das licenças para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), impondo questionamentos infundados.

       "No Nordeste, principalmente, cito o Ceará, que é meu estado, o Ministério Público entendeu que as eólicas são ruins, trazem impacto visual [na costa do mar] e que [a instalação de parques eólicos] desloca a população dessas áreas, por exemplo. São coisas infundadas", disse Fiuza, durante a feira Brazil Windpower.

       Para o pesquisador do Global Wind Energy Council (Conselho Global de Energia Eólica, na tradução livre), responsável pelo relatório, Ramón Fiestas, a sobreposição de funções administrativas entre órgãos ambientais de governo também gera insegurança jurídica. "Há um regime de competências ambientais confuso", declarou, sugerindo regulação mais específica.

       A obtenção da declaração de utilidade pública de terrenos para instalação dos parques consta do relatório como outra questão que precisa ser resolvida. Segundo o documento, "áreas comprometidas por complexas relações de uso e ocupação", em referência a disputas entre proprietários e posseiros, dificultam a liberação das propriedades para instalação das turbinas.

       Para a Abeeólica, a solução dessas questões, que envolvem disputas de terras, poderia ser a transferência dos parques eólicos para a costa marítima (offshore), como ocorre na Alemanha e na Dinamarca, grandes usuários de energia eólica. No entanto, no Brasil, Fiuza explica que os custos do empreendimento, no mar, pela distância da costa, mais que dobrariam e são inviáveis.

       "Pelas medições, temos um potencial acima de 300 gigawatt-hora (GWh) [de geração de energia] sendo que o implantado é 1 GWh – tudoonshore, o que demonstra um potencial enorme em terra", disse o vice-presidente da Abeeólica, acrescentando que, mesmo no mar, o setor não estará de todo livre de questionamentos ambientais.

       Para aumentar a produção de energia a partir dos ventos no Brasil, o relatório também sugere mais pesquisas sobre os ventos brasileiros e a fabricação de equipamentos específicos para as características do país. Segundo o Abeeólica, as turbinas disponíveis hoje no mercado foram produzidas para atender às condições eólicas da Europa e são subaproveitadas.



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Ministros negociam mecanismos que possam viabilizar a produção de iPads no Brasil e assegurar a fábrica anunciada por Dilma.

      O governo tem lutado em busca de uma saída honrosa para o anúncio da produção de iPads no País. Em abril, durante visita à China, a presidente Dilma Rousseff garantiu que a empresa taiwanesa Foxconn começaria a entregar as primeiras unidades do tablet produzido no Brasil em novembro deste ano, mas a fabricante tem endurecido a postura e pedido maiores contrapartidas fiscais para o início da atividade - que só deve ser iniciada no começo de 2012, segundo admitiu a empresa. Com o impasse, o assunto voltou à tona ontem (30), em reunião realizada entre os ministros Guido Mantega (Fazenda), Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Paulo Bernardo (Comunicações).

      Os titulares das três pastas debateram um plano de desoneração de tributos para empresas que tenham interesse em participar da construção de redes de fibra óticas no País. A ideia é zerar a cobrança de tributos como PIS e Cofins para essas companhias. A estimativa é de que a exoneração chegue a R$ 4 bilhões durante os próximos quatro anos, incentivando investimentos que podem chegar a R$ 70 bilhões. "Será um impacto significativo, bem considerável, que deve estimular um volume bem grande de investimentos em tevê a cabo, internet e serviços correlatos, de maneira que avancemos bastante nos objetivos do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL)", anunciou Paulo Bernardo.

      Medida provisória - O projeto deverá ter sua redação final em até uma semana, quando será levado para análise da presidente Dilma Rousseff.

      Bernardo afirmou que ainda não há definição sobre o formato do incentivo fiscal e quando ele entrará em vigor. "Se for aprovado como medida provisória, talvez em setembro ou outubro já comece a valer. Mas se a presidente preferir um projeto de lei, aí ele deverá ser analisado pelo Congresso e seguir os trâmites da Casa", explicou. Para participar do projeto, operadoras de telefonia, por exemplo, terão que atender alguns objetivos: o principal será investir exclusivamente em transmissões via fibra óptica. "Não vamos habilitar tecnologias antigas. Queremos desonerar os equipamentos necessários para as transmissões e as obras necessárias para isso, como túneis, dutos, postes. Tudo será desonerado", garantiu Bernardo.

      Além disso, as companhias terão que apresentar contrapartidas. "Nós condicionaremos a habilitação ao atendimento das áreas que estão hoje sem cobertura. Ou seja, quem quiser construir uma rede de fibra óptica na Esplanada dos Ministérios, por exemplo, terá que fazer obras de expansão também no interior do Pará. É isso ou não haverá desoneração", declarou o titular do Planejamento. A ajuda fiscal não estará disponível para os projetos voltados para a Copa do Mundo de 2014, pois o foco é melhorar os serviços do interior do País.

      Bernardo reconheceu a defasagem da qualidade do serviço prestado no Brasil e disse que, se não forem realizados novos investimentos, o país pode enfrentar um colapso nos serviços de comunicações. "A internet vai crescer muito nos próximos anos e precisamos de infraestrutura para os serviços. Se não fizermos isso, teremos um congestionamento das redes no futuro", admitiu.

      HP estuda alternativas - A empresa de tecnologia HP anunciou, por meio de sua diretoria, que avalia alternativas para a área de computadores pessoais (Personal Systems Group), incluindo a separação do negócio de PCs em um empreendimento independente. De acordo com a companhia, o processo pode ocorrer por meio de desdobramento, situação em que a HP ainda deteria o controle da nova unidade, ou por "outra transação" - que a empresa não detalhou. A HP diz ainda esperar que os projetos a serem avaliados sejam concluídos no prazo de 12 a 18 meses.



(Correio Braziliense)
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       Uma campanha em defesa da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e contra a perda de direitos foi discutida em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado, em 22 de agosto. A iniciativa justifica-se, conforme pontuou o senador Paulo Paim (PT/RS), tendo em vista as ameaças reais a conquistas já consagradas. Entre elas, como exemplificou, a estabilidade garantida ao dirigente sindical para que esse possa desenvolver suas atividades em prol da categoria que representa. Prevista na CLT, tem sido questionada, o que levou o parlamentar a propor projeto de lei específico sobre o tema. 

       Outra questão premente nesse sentido são as reformas da Previdência Social, que tornaram mais difícil e menos vantajoso o acesso ao benefício após décadas de trabalho. Recentemente, tendo enfim se manifestado favorável ao fim do fator previdenciário, que reduz drasticamente o ganho do aposentado, o governo aventou em substituição solução talvez ainda mais prejudicial: a chamada fórmula 95/105 (em que idade e tempo de contribuição devem somar 95 para mulheres e 105 para homens).

       Essas situações demonstram que a luta dos trabalhadores exige esforços diferentes e simultâneos: é preciso tanto avançar quanto evitar recuos. No entanto, a necessidade imperativa de se manter o que já se tem não deve anular a mobilização por novas conquistas. O Brasil, apesar das mazelas ainda existentes e das dificuldades que vêm sobretudo do cenário internacional, vive uma fase de crescimento e desenvolvimento. Portanto, os trabalhadores – ou seja, a maioria da população – precisam receber a parcela da riqueza que lhes cabe.

       Uma iniciativa importante nesse caminho é o debate em torno do trabalho decente, que vem ganhando substância no Brasil. Está em curso o processo para realização da I Conferência Nacional sobre o tema, marcada para maio de 2012, em Brasília. Em junho último teve início a etapa municipal e a partir de setembro começará a fase estadual da discussão. A sistemática adotada é a mesma dos demais debates do gênero e tem participação tripartite (sociedade civil, governo e empresariado), com eleição de delegados e apresentação de propostas que devem subsidiar políticas públicas.

       Com 42% da PEA (População Economicamente Ativa) submetida à informalidade e ainda registrando trabalhos escravo e infantil, o Brasil tem muito a avançar. Ao se dispor a travar o debate com seriedade, o governo e a sociedade dão um passo fundamental na construção de uma verdadeira nação.




Cid Barbosa Lima Junior


        Nos meses de maio e junho últimos, aconteceu em São Paulo o encontro da rede C40 – Large Cities Climate Leadership Group, que reuniu prefeitos e representantes das maiores cidades do planeta, para trocar experiências e, fundamentalmente, estudar ações para a luta contra as mudanças climáticas na Terra.

        Criado em 2005 pelo então Prefeito de Londres, o evento ocorre a cada dois anos. É um pequeno passo que começa, pouco a pouco, a assumir maior importância como laboratório na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

        Participaram dessa recente edição 56 cidades, sendo 40 membros permanentes e 16 afiliadas. Em 2011, a iniciativa teve ainda a presença de Bill Clinton, líder da Clinton Climate Iniciative, convidado em 2006 a ser parceiro da C40. Na oportunidade, o ex-presidente dos Estados Unidos elogiou o Brasil pelo uso do etanol e afirmou que o País apresentou o biocombustível mais eficiente do mundo.

        Ao ser constituída, a C40 pareceu mais uma propaganda, sem maiores consequências. Hoje, um conjunto de pequenas e efetivas ações pode apontar para a implementação de competentes políticas públicas, mas que precisam ter continuidade. Por exemplo, lançado em 1990 em São Paulo, o ônibus movido a etanol até hoje não se tornou uma alternativa real, embora a política para o combustível, com todos os seus percalços, comece a amadurecer no País.

        É preciso destacar que médios e grandes municípios no Brasil têm feito mais pela preservação do meio ambiente do que muitos dos grandes países. Em 2004, a Prefeitura de São Paulo estabeleceu uma parceria com a de Paris, reforçada em 2011 por um termo de cooperação, ampliando o intercâmbio em vários setores. Outro documento do gênero foi assinado com a cidade de Nova York.

        Devemos fazer a autocrítica e reconhecer que há muito que caminhar. Todavia, estamos implementando consistentes políticas, principalmente na questão dos combustíveis renováveis, na geração elétrica limpa e na preservação das florestas. Esperamos também que as grandes potências assumam suas responsabilidades e possam enfrentar com seriedade a questão da sustentabilidade. As nações mais desenvolvidas foram as que mais destruições causaram, e hoje esses países são os que menos fazem seu dever de casa. Paradoxalmente, são os que mais cobram preservação do grupo que forma o Bric (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

        A reunião da C40, com todas as suas falhas, começa a dar seus primeiros passos e a reivindicar participação na próxima Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio +20), que acontecerá no ano que vem.


Cid Barbosa Lima Junior é engenheiro e membro do Conselho Editorial do Jornal do Engenheiro



Soraya Misleh


        Esse tem sido um dos resultados observados com a realização anual da Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia) desde 2003. A constatação é atestada pela coordenadora da iniciativa, professora Roseli de Deus Lopes. Personalidade da Tecnologia em Educação agraciada pelo SEESP em 2009, ela acredita que essa é a contribuição de tal trabalho ao desenvolvimento sustentável do País.

        Face à conjuntura atual, em que se torna imperativo formar mais e melhores engenheiros, a proposta organizada na USP (Universidade de São Paulo) por essa instituição, com a participação de sua Escola Politécnica e seu Laboratório de Sistemas Integrados, ganha ainda mais relevância. “Mas é apenas o começo. A mudança de mentalidade dentro da escola é o nosso objetivo, para que seja um espaço mais interessante à formação.”

        De acordo com sua explanação, o público-alvo são estudantes dos ensinos fundamental (oitavo e nono anos) e médio. A partir da motivação a que desenvolvam projetos de livre escolha, o objetivo é auxiliá-los a decidir qual profissão seguir. Segundo a professora, o primeiro passo é que “observem o mundo em que vivem e tentem ver quais as coisas que lhes causam inquietação”. Com isso, podem “prototipar uma ideia que pode se tornar a solução para o problema”. A importância da iniciativa é comprovada pelo interesse do setor produtivo, “que nos apoia não apenas para incentivar os jovens, mas porque sabe que esses estarão amanhã nas nossas empresas levando inovação”.

        Como conta ela, a ideia é que o aluno faça seu projeto de forma individual ou em equipe ao longo do ano e ao final desse período o submeta. Para 2012, as inscrições estão abertas e vão até 11 de novembro próximo (confira calendário completo e procedimentos para participação no site www.febrace.org.br). Uma banca de especialistas então examina o conjunto recebido e seleciona os finalistas para a mostra (a próxima ocorrerá entre 13 e 15 de março, com visitação aberta nos dois primeiros dias, e a premiação, em 16 e 17 do mesmo mês). A expectativa é que o resultado se assemelhe ao obtido neste ano, em que houve 1.300 submissões completas, além das que vieram de 41 feiras afiliadas em todo o País, o que culminou com a escolha de 650 projetos das diversas áreas do conhecimento.

        A maioria deles provém de escolas públicas. “Recebemos trabalhos de cidades que eu não sabia que existiam”, complementa. Um deles, de um município de Rondônia, foi encaminhado após o aluno ver um comercial sobre a Febrace na TV. “Ele não tinha internet, decorou o número do telefone para se inscrever e enviou todo o material para submissão manuscrito.” Conforme continua Lopes, era um projeto na área de biologia. Recebeu como premiação uma câmera filmadora, que possibilitou posteriormente aos irmãos do rapaz desenvolverem um projeto tecnológico de como proteger os DVDs que geravam para venda para que não fossem copiados. “A feira busca identificar jovens talentos”, enfatiza.

Exemplos de sucesso
        Indo para a décima edição, a Febrace tem conseguido atingir essa meta e recebido muitos trabalhos interessantes, comemora Lopes. “Vários são relacionados ao tema das energias alternativas e à solução de problemas referentes a catástrofes, como desmoronamentos, de forma a evitar a repetição dessas situações.” Também segundo sua informação, o uso de materiais reciclados em projetos tem sido constante.

        A professora cita alguns de destaque. “Um trabalho muito premiado, que representou o Brasil na feira americana, foi de um jovem inspirado nos problemas da avó dele que mora no sul da Bahia, que posteriormente se tornou um empresário. Ele construiu um dessalinizador solar que transformava água salobre em potável somente com a utilização de energia solar.”

        Lopes dá outros exemplos: “Neste ano, na feira internacional (da qual participam os melhores trabalhos), conquistamos o terceiro lugar com um projeto de engenharia de um menino, relativo à acessibilidade. Ele desenvolveu um aparato que, acoplado a qualquer instrumento musical, num sistema digital, converte as notas em vibrações ao ponto de a pessoa com deficiência auditiva conseguir se emocionar. Tem também o caso de jovens que fizeram um óculos mouse, que funcionava conforme o movimento da cabeça.”



Lucélia Barbosa


       Responsável pelo tratamento de 33 mil litros de água por segundo e pelo abastecimento de aproximadamente 50% da Região Metropolitana de São Paulo, o Sistema Cantareira da Sabesp, empresa pública paulista, é um dos maiores produtores de recursos hídricos do mundo e é considerado um feito notável de engenharia.

       Unindo quatro represas em diferentes níveis, que se interligam por 48km de túneis e canais, supera ainda a barreira física da Serra da Cantareira com a elevatória Santa Inês, que bombeia a água 120 metros acima, até o reservatório de Águas Claras. Os equipamentos da elevatória foram escavados em rochas a 60 metros da superfície. No total, existem quatro unidades de bombeamento com capacidade de 11 mil litros por segundo cada. A energia elétrica necessária para manter a estrutura em operação plena corresponde ao volume consumido por uma cidade de cerca de 280 mil habitantes. Por conta disso, existe no local uma subestação elétrica que gera 138 mil MWh para manter o funcionamento.“A conta mensal de energia da elevatória ultrapassa os R$ 6 milhões”, mencionou Rosa Monaro, do Departamento de Promoções e Eventos da Superintendência de Comunicação da Sabesp.

       O Complexo Cantareira é composto por quatro reservatórios. O primeiro fica na cidade de Bragança Paulista, sendo alimentado pelos rios Jacareí e Jaguari, cujas nascentes estão situadas em Minas Gerais. O segundo é abastecido pelo Rio Cachoeira, localizado no município de Piracaia. O terceiro encontra-se em Nazaré Paulista, sendo alimentado pelo Rio Atibainha. Em Mairiporã, é o Rio Juqueri que abastece a quarta barragem, denominada Engenheiro de Paiva Castro. Abriga também a represa de segurança Águas Claras, reservatório intermediário que consegue manter o sistema em funcionamento durante três horas, caso haja um corte de energia impedindo o bombeamento de água pela elevatória Santa Inês. Conhecer esse sistema e entender o processo de captação e tratamento de água foi o objetivo da visita técnica realizada pelo Conselho Tecnológico do SEESP, em 19 de agosto último.

Purificação
       Após percorrer o longo trajeto e chegar ao pé da Serra, a água segue para a ETA (Estação de Tratamento) Guaraú. No local, os engenheiros do sindicato conheceram de perto todo o processo de purificação que é dividido em várias etapas. No reservatório inicial, o líquido passa por três válvulas dissipadoras de energia para diminuir a velocidade e segue para a bacia de tranquilização onde começa o tratamento. Chamada de desinfecção, a primeira fase consiste na adição de cloro e outros produtos químicos para destruição de micro-organismos patogênicos capazes de causar doenças. “Como o cloro é utilizado em várias fases do processo, o consumo diário é de aproximadamente dez toneladas”, explicou Monaro.

       A segunda etapa de limpeza é a coagulação. Nela é adicionado sulfato de alumínio com o qual se obtém uma mistura rápida para facilitar a agregação das partículas de sujeira. Depois, o líquido segue para o processo de floculação, em que é diminuída a velocidade de mistura da água para provocar a formação de flocos com as partículas de sujeira.

       Em seguida, a água passa pelo processo de decantação para separar os flocos formados na etapa anterior. Dessa forma, permite que as impurezas se assentem em local reservado antes que a água seja coletada pelas canaletas dos decantadores. O próximo passo do tratamento é a filtração, processo que permite a remoção das partículas suspensas na água que não foram removidas no decantador. A ETA Guaraú possui 48 filtros constituídos de carvão antracito e areia, além de uma camada suporte formada por pedregulhos em diferentes granulometrias.

       O processo continua com a correção final do pH da água, com a colocação de cal para diminuir o ataque de acidez, evitando a corrosão das tubulações. Também é feita uma última adição de cloro para garantir que a água fornecida chegue isenta de bactérias e vírus e acrescentado flúor para a prevenção de cáries. Finalizado o processo, a água é armazenada nos reservatórios de distribuição.

       Além de percorrer todas as etapas de purificação, os membros do Conselho Tecnológico puderam ver de perto a lavagem de um filtro. O processo que dura cerca de oito minutos é determinado pelos valores de perda de carga e turbidez da água filtrada. O líquido utilizado na lavagem é reaproveitado para dois tanques, retornando ao início do processo de tratamento. Ainda na ETA Guaraú, os engenheiros passaram pelo Laboratório de Operação Administrativa, responsável pelo controle físico-químico de todas as fases de tratamento da água. Saindo dali, visitaram também a Represa Juqueri




Soraya Misleh


       Terá início em setembro a etapa estadual do processo rumo à I Conferência Nacional do Trabalho Decente. Tal ocorrerá entre 2 e 5 de maio do ano que vem, em Brasília, após a conclusão dessas atividades, que serão precedidas por iniciativas municipais.

        Em São Paulo, a conferência estadual acontecerá nos dias 24 e 25 de novembro próximo. A sistemática segue a dos demais eventos do gênero, com composição tripartite (governo-sociedade civil organizada-setor produtivo), eleição de delegados para representação no âmbito nacional e discussão de propostas para subsidiar a elaboração de uma política pública de Estado sobre a questão.

        Segundo Mario Barbosa, assessor especial para assuntos internacionais do Ministério do Trabalho e Emprego e coordenador-geral do processo de conferência do trabalho decente, esta se referencia no memorando de entendimento firmado em 2003 entre o governo brasileiro e a Organização Internacional do Trabalho para implementação de uma agenda sobre o assunto, que deu origem a um plano nacional. Concluído em 2009, tal inclui metas e resultados para 2015. “Assenta-se nos quatro objetivos estratégicos da OIT: direitos fundamentais, proteção social, geração de mais e melhores empregos e diálogo social.”

        Esses serão discutidos nos eixos temáticos em torno dos quais está estruturada a conferência. Neles, como enumera Barbosa, poderão ser debatidas questões como negociação coletiva, saúde e segurança do trabalho, igualdade no ambiente laboral, com corte de gênero, raça e etnia, prevenção e erradicação dos trabalhos infantil e escravo, questão migratória, sistemas públicos de emprego, políticas macroeconômicas e fortalecimento dos atores sociais. As resoluções a serem deliberadas e votadas em cada etapa preparatória para virem a constituir um relatório a ser discutido em Brasília partirão, de acordo com o coordenador, de um texto base já aprovado. “Temos um engajamento bastante ativo de trabalhadores e empregadores, e com a formulação da política pública do trabalho decente se buscará também oferecer a possibilidade de um alinhamento das intervenções da União, dos estados e dos municípios nos temas relacionados.” Nesse sentido, na sua concepção, a conferência deverá contribuir ainda à construção de “mecanismos de acompanhamento para que de fato se possa avançar na promoção do emprego e do trabalho decente, cujo conceito é o daquele adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade e segurança e capaz de garantir uma vida digna”.

Desafios
        Para tanto, a iniciativa terá à frente a busca de soluções para desafios prementes. Entre os principais, conforme Barbosa, está avançar no sentido da internacionalização, com a ratificação de convenções da OIT, a exemplo da relativa à atividade doméstica, que visa garantir a quem a executa direitos iguais aos demais trabalhadores. Além disso, consolidar uma intervenção no sentido da sensibilização do governo e dos atores sociais em relação ao trabalho decente no cotidiano das relações laborais no processo de formulação da política. “É uma ação compartilhada e, para isso, é importante um ambiente também que favoreça o desenvolvimento de empresas sustentáveis. É ainda preciso pensar em como empregos verdes podem acompanhar esse processo.”

        Ademais, como pondera ele, “apesar de sobretudo a partir de 2003 ter havido avanços sociais importantes, temos ainda hoje cerca de 16 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza”. O coordenador continua: “É um contingente da população que não pode viver unicamente das políticas sociais, que têm papel fundamental, mas é importante criar aos que podem trabalhar condições de inserção produtiva.”

        Diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Clemente Ganz Lúcio aponta que o desafio será encontrar um campo de convergência entre as posições divergentes que possa orientar uma política pública adequada de trabalho decente no Brasil. Além disso, ele afirma que é preciso avançar para solucionar o problema da informalidade, situação em que se encontra hoje pouco menos da metade da população economicamente ativa. E, assim, solucionar a ausência estrutural de seguridade social. Os salários bastante baixos são outro ponto a se evoluir. “O mínimo necessário para dar conta dos direitos assegurados na Constituição Federal seria hoje em torno de R$ 2.300,00”, enfatiza Ganz Lúcio.

        Com a visão de que é mister superar esses e outros desafios, a conferência terá ainda na pauta bandeiras históricas do movimento social, como a redução da jornada semanal de trabalho para 40 horas sem diminuição de salários e a ratificação de outras convenções da OIT, como a 158, que proíbe a demissão imotivada. Mais informações em http://portal.mte.gov.br/i-cnetd/home.htm.




      Esse será o foco do XIX Simea (Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva), que acontece nos dias 21 e 22 de setembro, na Capital. O evento apresentará estratégias, soluções, técnicas e inovações para a mobilidade no Brasil.

      Sob o tema “Competitividade na indústria automotiva brasileira: o futuro é agora”, o simpósio debaterá a conjuntura econômica e política, demografia, custos de material, impostos, logística, mão de obra, centros de pesquisa e desenvolvimento, maquinário, legislação de segurança e emissões e acordos comerciais internacionais. Outro foco serão as contribuições do setor à evolução da competitividade dos produtos nacionais no mercado interno e no externo, considerando o potencial de inovação, qualidade e disponibilidade de mão de obra técnica.

      Também entrará na pauta do evento o desenvolvimento de combustíveis alternativos e políticas fiscais para adoção de tecnologia embarcada para redução de CO2, a segurança dos transportes, aumento de investimentos em pesquisa e desenvolvimento e as vantagens do Brasil no contexto global.

      Promovida pela AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), a atividade acontece no Sheraton São Paulo WTC Hotel, localizado na Av. das Nações Unidas, 12.559. O custo das inscrições é de R$ 400,00 para sócios da entidade e de R$ 700,00 para os demais. Mais informações no site www.simea.org.br, pelo telefone (11) 5575-9043 ou e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..



CAMPINAS
Extecamp (Escola de Extensão da Universidade Estadual de Campinas)
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo
Site: www.extecamp.unicamp.br
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Telefone: (19) 3521-2337
• Engenharia de pavimentos – dimensionamento. O objetivo é proporcionar aos profissionais o domínio completo das etapas necessárias ao estudo de um pavimento. Entre os temas, ruptura, fatores condicionantes para projeto de pavimentos, estudos do subleito e de tráfego, ensaios, principais métodos para dimensionamento e drenagem. O curso será realizado entre 12 de setembro e 21 de novembro, às segundas-feiras, das 18h às 21h. O preço é de R$ 1.980,00.


PIRACICABA
Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) da USP (Universidade de São Paulo)
Site: www.esalq.usp.br
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Telefone: (19) 3434-1333
• MBA em agronegócios. O curso abordará indicadores de rentabilidade; custos de produção; financiamento agrícola; logística e transporte; planejamento estratégico; comércio internacional; agricultura familiar; riscos de crédito; pesquisa de mercado; entre outros. Com carga de 450 horas, a especialização será ministrada às
sextas-feiras, das 19h às 22h30, e aos sábados, das 8h às 17h, quinzenalmente. O custo é de 20 parcelas de R$ 750,00, incluindo a matrícula.


SÃO PAULO
Academia de Engenharia e Arquitetura
Site: www.aeacursos.com.br
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Telefone: (11) 2626-0101
• Planejamento e desenvolvimento de empreendimentos hoteleiros. Para conhecer todas as fases para a implantação de um hotel. O programa inclui desde o estudo de mercado, planejamento do empreendimento, desenvolvimento dos projetos até a execução. A atividade será realizada entre os dias 13 e 17 de setembro, das 9h às 18h. O custo é de R$ 2.500,00.


VDI-Brasil (Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha)
Site: www.vdibrasil.com.br
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Telefone: (11) 5180-2316
• Treinamento de negociação para engenheiros. O intuito é orientar o profissional para um melhor desempenho na arte de negociação. A atividade acontece no dia 22 de setembro, das 8h30 às 17h30. O custo é de R$ 450,00 para associados à
VDI-Brasil e de R$ R$ 650,00 aos demais.
• Palestra sobre mestrado profissional em gestão internacional de negócios. O objetivo é apresentar informações sobre o programa de mestrado profissional ministrado pelo Instituto Mauá de Tecnologia em parceria com a School of International Business and Entrepreneurship, da universidade Steinbeis, na Alemanha. A especialização garantirá dupla diplomação ao concluinte. A atividade é gratuita e acontece no dia 13 de setembro, das 17h30 às 19h.


Instituto de Engenharia
Site: www.institutodeengenharia.org.br
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Telefone: (11) 3466-9253
• Gestão da qualidade na construção civil. Para aprender a executar uma construção racional otimizando resultados quanto à qualidade, custos e prazos. O curso apresentará aos participantes novas técnicas de controle dos processos produtivos e de custos da qualidade visando ganhos de produtividade e eficiência competitiva sem perdas e desperdícios. A atividade acontece de 13 a 15 de setembro, das 19h às 23h, e o custo é de R$ 600,00 para associados ao IE e de R$ 750,00 aos demais.



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