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        Os problemas nas usinas nucleares do Japão no fim de semana estão sendo acompanhados de perto na Ásia inteira, onde vários governos estudam construir dezenas de novos reatores, apesar da oposição de grupos ambientalistas que há muito tempo argumentam que esse tipo de instalação é inseguro numa região propícia a desastres naturais.

        A China, o Vietnã, a Tailândia e outros países asiáticos têm planos para mais de cem usinas atômicas, parte de um esforço regional para diversificar as fontes de energia além da tradicional dependência desses países do petróleo, do gás natural e do carvão. As usinas são consideradas peça fundamental da corrida asiática para atender à demanda diante da expansão vertiginosa do consumo.

        Essa iniciativa também impulsionou a cotação mundial do urânio nos últimos anos, criando grandes oportunidades de expansão para fabricantes de equipamentos nucleares como a GE.

        Num dos primeiros indícios de que o vazamento de radiação causado pelo tsunami que atingiu a usina Fukushima Daiichi, no norte do Japão, pode gerar munição para os críticos da energia atômica, o premiê da Tailândia, Abhisit Vejjajiva, disse que o incidente pode "influenciar a decisão de construir ou não usinas nucleares na Tailândia", e que o país precisaria analisar mais a segurança antes de decidir se prosseguirá com os planos.

        A estatal Autoridade Geradora de Eletricidade da Tailândia planeja construir a primeira usina do país até 2020, com 1 mil megawatts, mas ainda precisa de aprovação do governo. O governo estuda construir pelo menos quatro outras usinas.

        Numa entrevista posterior no mesmo dia, o porta-voz Panitan Wattanayagorn disse que Abhisit sempre foi contra a energia nuclear, pois teme o risco de incidentes como o do Japão e a possibilidade de ataques terroristas. "As pessoas que apoiam os planos precisam apresentar respostas para essas duas questões", disse Panitan, embora enfatize que o premiê esteja disposto a ouvir e que não vai impor seu ponto de vista se outras facções do governo decidirem que o país precisa das usinas.

        A China, o país da Ásia que mais está construindo usinas nucleares, reafirmou seu compromisso com a expansão da capacidade de geração nuclear nos próximos dez anos, e autoridades do governo e da indústria nuclear disseram no fim de semana que a adoção nacional do que é conhecido como a tecnologia de terceira geração torna o país menos suscetível a alguns dos riscos de colapso do núcleo dos reatores enfrentados pelos reatores japoneses mais antigos.

        "Algumas lições que aprendermos com o Japão serão empregadas na fabricação das usinas nucleares da China", disse o vice-ministro de Proteção Ambiental da China, Zhang Lijun. "Mas a China não vai mudar sua determinação de desenvolver a energia nuclear."

        A oposição à energia nuclear às vezes reacende na Ásia, embora analistas concordem que teria de ser muito maior para forçar países menos democráticos, como a China, a abandonar seus planos. A oposição tende a ser mais forte em países com governos democraticamente eleitos e importantes movimentos ambientalistas, como Índia, Indonésia e Tailândia, bem como em áreas de falhas geológicas ou propícias a tufões.

        A Indonésia adiou a construção de sua primeira usina anos atrás, em parte por causa de protestos de camponeses que temiam possíveis danos em terremotos. As Filipinas abandonaram uma usina de US$ 2 bilhões e 620 megawatts construída em 1984 numa área de atividade sísmica ao norte de Manila, por causa de temores quanto à segurança e acusações de corrupção na construção. O projeto onerou o governo com dívidas enormes.

        É provável que os ambientalistas tentem apresentar novas queixas sobre os planos asiáticos de desenvolvimento de energia nuclear.

        "Tenho conhecimento de que a economia em crescimento desses países precisa de muita eletricidade, mas é tão perigoso escolher a energia nuclear", disse Ria Verjauw, do grupo ambientalista Amigos da Terra, da Bélgica. O episódio no Japão "precisa ser uma lição importante para o mundo inteiro" de que é preciso repensar os projetos nucleares, disse ela.

        A China já informou que o aumento da capacidade de geração nuclear será uma peça importante para alcançar seu ambicioso plano de reduzir as emissões de gases do efeito estufa e diminuir a dependência do país de combustíveis fósseis importados. O governo planeja aumentar para 86 gigawatts a capacidade de geração nuclear até 2020. Atualmente a capacidade das usinas da China é de 10,8 gigawatts, ou 1,9% da capacidade total de geração do país.

        A China nunca enfrentou um colapso de núcleo, em que há derretimento do combustível nuclear. Mas uma usina na Baía de Daya, perto da cidade sulista de Shenzhen, teve um pequeno vazamento de radiação ano passado, mas autoridades disseram que ele não colocou em risco a saúde pública.

        A expansão nuclear chinesa depende muito de tecnologia importada, incluindo sistemas de terceira geração produzidos pela Westinghouse, comprada pela Toshiba Corp. em 2006. Lu Qizhou, gerente geral da Corporação de Investimento em Energia da China, uma importante geradora estatal de energia nuclear, disse que os projetos chineses com a mais nova tecnologia podem contornar os problemas no sistema de resfriamento que ocorreram no Japão, porque seus sistemas são operados pela força da gravidade e não usam eletricidade, segundo a Xinhua.

        Construir usinas cada vez mais no interior do país tem sido um dos pilares da estratégia chinesa de expansão nuclear. O desenvolvimento da Usina Nuclear Xianning, na província de Hubei, é uma prova disso e ela planeja usar a tecnologia de terceira geração da Westinghouse que as autoridades disseram que diminui os riscos maiores criados pela instalação de usinas nucleares longe de grandes fontes d'água, vital para a operação dessas instalações.

        "É igual a um vaso sanitário, não precisa de eletricidade", disse Lu sobre os reatores de terceira geração, segundo a Xinhua.

        Enquanto isso, o Vietnã planeja construir por até US$ 12 bilhões duas usinas, suas primeiras, na cidade costeira de Ninh Thuan, no sul do país. A primeira usina deve começar a ser construída em 2014. No longo prazo, o Vietnã espera construir pelo menos 13 reatores em 8 usinas.

        Se os países asiáticos não conseguirem desenvolver o volume de energia nuclear que planejam, podem enfrentar dificuldades para atender à demanda futura. Já há apagões consideráveis em algumas áreas, especialmente em parte do Sudeste Asiático, onde a demanda por eletricidade deve triplicar até 2030 ao mesmo tempo em que diminuem as outras opções, segundo a consultoria de energia Wood Mackenzie. O suprimento de gás natural de algumas áreas já está se esgotando e a oposição de ambientalistas ao uso de carvão dificulta que os governos de lugares como a Tailândia financiem novas termelétricas gigantes.

        Apesar dos reveses iniciais à energia nuclear na Indonésia, as autoridades estudam reiniciar o planejamento de novas usinas, para atender à enorme escassez de eletricidade do país. Os defensores das usinas querem que o governo construa duas delas nas ilhas Bangka Belitung, na costa de Sumatra e ao sul de Cingapura.

        A província fica do outro lado de Sumatra, afetada por um tsunami em 2004 que matou mais de 100 mil só na Indonésia.

 

Colaboraram Wilawan Watcharasakwet, Oranan Paweewun e Yayu Yuniar

 

(Valor Econômico)
www.cntu.org.br

 

 

         Ele terá sido talvez, entre os que se realizaram nestes 10 anos, o que mais surpresas nos reservou - que se sucederam umas às outras, desde o começo - e o que levantou mais questões para a reflexão sobre o futuro desse processo.

 

A animadora surpresa da grande marcha inicial
       
O Fórum se iniciou num domingo, e a surpresa desse dia foi bastante prazerosa: o grande número de participantes - 70.000, bem mais do que se esperava - na marcha com que já tradicionalmente se iniciam os Fóruns Sociais. As avenidas do seu percurso de quatro quilômetros, do centro da cidade ao campus da Universidade em que o Fórum se realizaria, se encheram da alegria que sempre as caracteriza. A forte presença africana e a diversidade das organizações presentes, quanto à sua origem e quanto aos objetivos de suas lutas, indicava que a mobilização prévia tinha conseguido superar a dificuldade do alto custo das viagens, nesse continente dividido artificialmente pelas potencias colonialistas do fim do século XIX: suas linhas aéreas, alem de serem um meio de transporte caro, ligam hoje seus países mais às antigas metrópoles do que entre si. Mas onde foi possível foram organizadas caravanas por terra, que cumpriram também o papel de difundir, por onde passavam, idéias e propostas rumo ao “outro mundo possível”.

        Nesse quadro animador só era estranha a presença ostensiva de policiais com suas mundialmente conhecidas vestimentas de repressão a demonstrações de rua, bloqueando as entradas - ou saídas - do percurso previsto. Mas observadores mais avisados o explicavam pelo que ocorria naqueles momentos na Tunísia e no Egito: o poder no Senegal já vinha sendo contestado e estaria tomando suas precauções, temeroso de eventuais desdobramentos daquela manifestação.

        Igualmente destoantes foram os enfrentamentos, presenciados somente pelos que se encontravam na proximidade, entre certo número dos participantes marroquinos1 e os representantes dos movimentos pela independência do povo sarahoui e seus apoiadores.2 Muitos asseguram que são provocados por agentes do governo marroquino.Trata-se no entanto de uma dificuldade que os próprios marroquinos estão procurando resolver, fazendo com que os Fóruns Sociais, no Maghreb, sejam um espaço efetivamente da sociedade civil, “não para se bater mas para debater”.

 

A surpresa desconcertante da Universidade ocupada
       
Pela informação fornecida ao Conselho Internacional do FSM, a data de realização do Fórum tinha que se adequar à do período de férias da Universidade, para que todas as suas dependências pudessem ser liberadas para o evento. Não foi por outra razão que se teve que aceitar, pela primeira vez em dez anos, que essa data não coincidisse com a do Fórum de Davos.

        Surpresa geral, na segunda feira após a marcha de abertura: toda a população universitária ali estava - em torno de 50.000 estudantes - e seus cursos e provas se realizavam normalmente, ocupando praticamente todas as salas disponíveis. Posteriormente nos foi informado que uma greve dos estudantes, no inicio do ano, obrigara a um remanejamento do calendário escolar e, como não havia compromissos escritos, não foi possível recuperar os espaços prometidos...

 

Mas essa difícil situação teve algumas conseqüências positivas:
- o Fórum mergulhou num ambiente africano, com os milhares de brancos presentes mesclando-se naturalmente aos seus milhares de irmãos negros, numa intercomunicação respeitosa que poderá produzir muitos frutos;

- muitos relatam que entre esses frutos surgiram novas articulações entre participantes do Fórum e estudantes senegaleses, até então pouco informados sobre aquela invasão de sua Universidade mas que se interessaram pelas atividades em curso ou pelas dezenas de estandes das organizações presentes;

- o espaço físico do Fórum teve que ficar totalmente aberto, diferentemente de muitos realizados anteriormente, em que o fechamento do seu território chegou a determinar tensões desgastantes, como no Fórum de 2007 em Nairóbi. Os crachás de identificação pessoal - indicando o país do participante - serviam quase somente para ativar a curiosidade, nos diálogos que aconteciam. Não se podia ser “barrado” pela necessidade de provar sua inscrição no Fórum, que muitos aliás até deixaram de fazer. Em Dakar o FSM foi, fisicamente, realmente um “espaço aberto”...

- os vendedores ambulantes da cidade, diante da concentração de estrangeiros no campus, não perderam tempo para instalar seu comercio nas vias mais movimentadas, ao lado ou na frente dos estandes. Essa imprevista e incontrolável presença criou então um intenso fervilhar humano, que terminou sendo favorável ao ambiente do Fórum, graças à extrema cordialidade dos senegaleses em geral;

- ficamos livres da obrigação de realizar os Fóruns Mundiais nas datas de Davos, com todos os inconvenientes dessa limitação, que impede sua realização em lugares de clima mais frio. É preciso ainda verificar, mais precisamente, se a não concomitância entre os Fóruns teve reflexos na cobertura dada ao FSM pela grande mídia, necessária para que se apresente à opinião pública mundial como uma alternativa ao outro, voltado para a crença cega no Deus mercado. Mas o tabu foi derrubado.

 

A desorganização costumeira
       
Durante o Fórum de Belém, em 2009, numa uma video-conferência com participantes de um Fórum Social Local da Alemanha4, eles nos disseram que um jornal de sua cidade noticiara que aquele FSM era o mais desorganizado de todos até então realizados...

        É certo que algum grau de desorganização já se tornou quase uma marca do FSM. De fato, para realizar os Fóruns não se contratam empresas ou profissionais promotores de eventos, que os planejariam de cima para baixo, com todo o detalhe. As centenas ou milhares de atividades que neles se desenvolvem são auto-gestionadas. Seu programa é portanto construído progressivamente, de baixo para cima, com uma grande margem de imprevisibilidade. A responsabilidade de preparação dos espaços em que elas se desenvolverão fica nas mãos das organizações locais que se disponham a prestar esse serviço aos demais, num esforço de natureza militante. 

        A Carta de Princípios do FSM estabelece por outro lado que o Fórum não tem uma direção, um chefe ou responsável último, que concentre algum tipo de poder. Estruturado não em pirâmide mas na horizontalidade própria à organização em rede, todos os seus participantes assumem uma quota de co-responsabilidade. Com isso, ninguém se coloca numa posição de espera de algo que venha pronto desde cima, mas procura encontrar o modo de solucionar os problemas que surgem. Já se disse que a capacidade de improvisação exercitada nos Fóruns Sociais Mundiais é em si mesma uma preparação para o “outro mundo possível”, onde a competição pelo poder será substituída pela cooperação. E certamente isto também explica a alegria que caracteriza esses encontros, por se constatar que a ação e a contribuição de todos e de cada um, coletivamente corresponsáveis, permitem que os resultados visados sejam alcançados.

        Por isso mesmo, quando me convidam para apresentar o processo Fórum a alguma delegação, com ou sem novos participantes, sempre alerto para a necessidade de preparar-se para enfrentar as insuficiências organizativas e improvisar para superá-las. Em Dakar o fiz em duas ocasiões: na reunião de acolhida das 600 pessoas que vieram com a ONG francesa CRID5, e no encontro prévio de uma delegação suíça de 60 pessoas, organizada pela ONG “Echanger”. Mas confesso que ao fazer esses alertas, desta vez, não esperava que o nível de desorganização chegasse ao patamar em seguida constatado...

 

O susto do primeiro dia de atividades
       
O caos do primeiro dia de atividades, dedicado às lutas na África, foi completo: não se dispunha de um programa impresso; quem teve acesso pela Internet à programação desse descobriu que para 15 a 20% das atividades anunciadas não havia indicação de salas; não se dispunha de um mapa do campus que facilitasse a busca dos locais indicados; quem os encontrava - quando funcionários não diziam que a sala não existia... - se deparava com uma grande quantidade de estudantes assistindo aos cursos normais da universidade ou fazendo provas... Houve participantes que ocuparam uma sala vazia ao lado da prevista, mas tiveram que a deixar com a chegada dos estudantes e do seu professor. Com a eventual possibilidade de não concretizar atividades longamente preparadas, algumas organizações se viram obrigadas a buscar espaços fora do campus. Pode-se imaginar os esforços adicionais necessários para divulgar onde se realizariam essas atividades.

        A confusão criada poderia ter levado a uma frustração generalizada. Houve quem considerasse que o processo FSM estava recebendo o mais duro golpe em seus 10 anos de existência, e que a continuidade do processo estava sendo definitivamente posta à prova, com um enorme risco de implosão: muitos poderiam decidir afastar-se dele, depois de todo o esforço pessoal e financeiro que tinham feito para vir ao Fórum sem conseguir realizar as atividades que tinham programado.

        A inexistência de um programa accessível - essencial para que os participantes possam encontrar outros para intercambiar experiências e se articularem - na verdade não era uma novidade. Tínhamos vivido uma situação similar em Porto Alegre, no Fórum de 2003, por problemas técnicos surgidos no uso de computadores. Mas naquele caso o tradicional grande caderno impresso foi distribuído com o Fórum já começado. E tinha sido possível consultá-lo no seu site na noite anterior - ensejando até a que uns e outros ganhassem alguns trocados, vendendo-o impresso aos mais ansiosos.

        Essa enorme surpresa do primeiro dia do FSM de Dakar, extremamente negativa, se acoplou no entanto à boa surpresa ocorrida nos dias seguintes. Como reportou o correspondente da Radio Televisão Belga Francófona, aquele parecia ser um Fórum natimorto. Mas ele completou sua análise dizendo que surpreendentemente o “bebê” se mostrava em plena forma. Assim como o correspondente do hebdomadário francês Politis colocou como título de sua matéria: “Desorganizado mas mágico”.

 

A força da retomada desde abaixo
       
Essa demonstração de resistência se deveu em minha opinião a dois fatores: primeiro a própria natureza do Fórum, firmada pela sua Carta de Princípios, que faz dele um evento no qual a co-responsabilidade é condição de existência; segundo, dez anos de articulações crescentes construídas pelo processo, dentro da sociedade civil, permitiram que muitos fossem a Dakar melhor preparados, com mais ligações e objetivos melhor definidos, e decidissem não perder a oportunidade de encontro que lhes era propiciada.

        O que se viu nos dias seguintes, e mesmo já no primeiro dia, foi a intensa busca de soluções para os problemas enfrentados, cada um e todos optando por não se deixar vencer pela confusão e tirar proveito dos encontros possíveis, sem se preocupar em encontrar os culpados pelo quadro em que todos estavam mergulhados.

        Uma informação que então circulou ajudou a dar a esse esforço uma dimensão de solidariedade política aos “organizadores” do Fórum: no inicio de janeiro o reitor da Universidade tinha sido substituído, e o novo reitor não respeitou os compromissos assumidos verbalmente pelo anterior... Um odor de ação política contrária ao Fórum pairava no ar, ainda mais depois que, já no primeiro dia, o Presidente da República do Senegal declarou sua opção neoliberal. Em sessão a que compareceu porque Lula dela participaria, como cidadão mas sempre como ex-presidente brasileiro, ele disse, alto e bom som, que não concordava com nenhuma das idéias que eram debatidas no FSM, mas, democraticamente, não o impedia de realizar-se em seu país...

        A onda positiva que tomou conta do Fórum, nessa retomada da iniciativa desde abaixo, permitiu que um grande número de atividades pudesse de alguma maneira ocorrer. Pouco a pouco seus organizadores - embora muitos tenham sido bastante prejudicados - foram encontrando seu lugar ou algum lugar para realizá-las, contando então com tendas armadas de última hora em diversos lugares do campus. Um bom exemplo dessa capacidade de iniciativa foi dada pela equipe encarregada de “Dakar-expandida”. Essa modalidade de participação havia sido bastante divulgada anteriormente, para multiplicar ao máximo as ligações via Internet com organizações pelo mundo afora que não tinham condições de vir até o Fórum e, em Dakar, com grupos da periferia da cidade que não podiam vir até a Universidade. Muitos “encontros virtuais” desse tipo tinham sido programados. Mas esta atividade exigia equipamentos e condições técnicas especiais, que não foram colocados à disposição dos seus responsáveis. Eles improvisaram então como puderam com seus próprios equipamentos, constrangidos a se agruparem numa única sala e a buscarem outros espaços fora do campus. Mas chegaram a realizar 70% dos encontros previstos.

        Esse esforço persistiu até o final, uns com mais sorte do que outros no uso das salas da programação inicial, em geral concentradas na área da Universidade em que também se tinha podido erguer os estandes solicitados pelas organizações participantes. E no final foram realizadas 38 assembléias de “convergência para a ação”, de dia e meio de duração - não necessariamente nos locais inicialmente previstos - com dezenas, centenas e mesmo milhares de participantes, consolidando e dando mais consistência à opção metodológica das plenárias temáticas experimentadas no Fórum de 2009 em Belém.

        No correr dos dias, o ambiente foi ficando suficientemente desanuviado para que os membros do Conselho Internacional do FSM que se cruzavam pudessem dizer, com humor: “provamos neste Fórum que não é preciso Comitês Organizadores”. “Nem precisamos de Davos”, diziam outros. Ou, “este Fórum não foi um 'espaço aberto', como especifica sua Carta de Princípios, mas um 'espaço agarrado como se pode'”, numa referência aos esforços para obter um lugar onde se reunir...

 

A boa surpresa da avaliação pelo Conselho Internacional
       
Não foi outro o tom do dia e meio da reunião realizada pelo Conselho Internacional do FSM depois do Fórum, embora se deva dizer que dele só participam representantes de organizações internacionais. Ou seja, não estavam presentes as pequenas organizações e redes que foram as mais prejudicadas pela desorganização. 

        Em sua primeira sessão, pela manhã, deveria se iniciar o processo de avaliação daquele Fórum - foi dito explicitamente somente iniciar porque se tornava necessária uma boa avaliação mas a sabedoria coletiva aconselhava a que se deixasse passar o calor das situações vividas e esperar a poeira baixar. Fui designado, pelo Grupo de Ligação do Conselho - que organiza suas reuniões - para coordenar os trabalhos dessa primeira sessão, juntamente com a representante da organização que promovera a grande participação francesa no Fórum. Certamente fui escolhido porque meus cabelos brancos poderiam ajudar a arrefecer eventuais ânimos mais exaltados. Mas fomos logo de inicio ajudados pelos ventos que sopravam do norte da África e que nos haviam presenteado com a notícia da renúncia de Mubarak na tarde do dia anterior, exatamente quando realizávamos o ato-festa de encerramento do Fórum. A palavra tinha que ser dada necessariamente, de inicio, a um representante egípcio, como uma homenagem aos seus conterrâneos. Daí em diante uma postura positiva tomou conta da sala, para seguir em frente diante do muito por fazer para ajudar a construir o “outro mundo possível”.

        Nas intervenções seguintes não se deixou de fazer criticas e levantar questões, como, por exemplo, sobre algo pouco aceito por muitos membros do Conselho: quem teria decidido que um Chefe de Estado - no caso Evo Morales - assim como um Ministro enviado por um governo - no caso o governo brasileiro - falariam no seu ato de abertura? Esta decisão era frontalmente contraria a uma orientação, longamente discutida e adotada pelo Conselho em 2008, antes do Fórum de Belém, a partir de experiências negativas anteriores, pela qual Chefes de Estado não deveriam falar nem na abertura nem no fechamento dos Fóruns6.

        Mas mesmo havendo espaço para críticas, o tom geral desse início de avaliação foi de muito respeito aos organizadores africanos, e mesmo solidariedade com eles frente aos problemas de diferentes tipos que enfrentaram, agradecendo-se o enorme trabalho que tiveram. Pareceu até desnecessário, aos coordenadores da sessão, que ao final lhes fosse dada novamente a palavra, como se tivessem que responder às críticas. Falaram, como não poderiam deixar de fazer, mas até um pouco surpresos com a boa vontade demonstrada por todos.

        No seguimento da reunião, a Comissão de Estratégia do Conselho apresentou um balanço dos 55 Fóruns realizados ao longo de 20107 - em 28 diferentes países - sem contar o que aconteceu em 2009 depois de Belém e em 2011 antes de Dakar. Claramente positivo, ele indicava nitidamente o avanço do processo, expandindo-se pelo mundo afora, inclusive e especialmente em regiões em que tinha entrado mais recentemente, como o Maghreb e o Machrek, onde se realizaram 10 dos 55 eventos recenseados. A Comissão apontou então para o vigor desse avanço e para as pistas que se abriam com os Fóruns Temáticos, que permitiam um maior aprofundamento das reflexões e uma maior preparação das atividades nos Fóruns Mundiais. 

        O inicio de discussões sobre onde realizar o FSM de 2013 coroou o ambiente otimista. Várias possibilidades foram levantadas, a serem examinadas na próxima reunião do Conselho, em maio em Paris. Surgiram propostas desafiadoras, como a de realizá-lo na Europa, que estaria necessitada do sopro de esperança e otimismo que os FSM têm a capacidade de provocar. Mas o mais importante era o consenso total sobre a necessidade de continuar a organizar Fóruns Sociais Mundiais, como um marco essencial da busca dos caminhos da ação política da sociedade civil, na transformação do mundo. Assim como multiplicar cada vez mais, nessa perspectiva, os Fóruns Sociais regionais, nacionais e locais, para que cada vez mais gente se associe ao imenso esforço que tem que ser feito para superar a dominação do mundo pela lógica do dinheiro.

        As reuniões das Comissões do Conselho, com as quais ele se encerrou, demonstraram, em sua animação e intensidade, o interesse efetivo de todos nessa continuidade, cada uma atribuindo a si mesma tarefas precisas para assegurá-la.

        Faltaria, neste balanço, tratar dos Fóruns paralelos que já se tornaram tradicionais nos FSM, como aquele que, no dia imediatamente anterior ao Fórum, levantou na Ilha de Gorée o grande drama das migrações, que viria a se tornar um dos temas mais presentes nas discussões de Dakar. Mas não só não disponho de muitos dados a respeito como isto aumentaria demasiadamente este já longo texto. Como também deixo de citar os temas que se consolidaram, como a busca de novos paradigmas diante da crise de civilização, ou os temas novos que emergiram - como o acaparamento de terras e a ameaça da geo-engenharia - uma vez que as avaliações posteriores ao Fórum, de que trato a seguir, já o estão trazendo ao conhecimento de todos.

 

A boa surpresa das avaliações posteriores 
       
Tradicionalmente, após os Fóruns, começam a circular, nas listas de discussão do Conselho Internacional na Internet, avaliações diversas de organizações e pessoas participantes8.

        As críticas mais fortes iriam então aparecer nessas avaliações? Os muitos descontentes iriam trazer suas dúvidas e preocupações? Isto não ocorreu, até agora pelo menos, na escala que se poderia eventualmente esperar. Pouco se fala da desorganização a que me refiro neste texto. As pessoas preferem tratar das perspectivas que se abriram, do futuro que há a construir. Chega-se até a dizer que não se deve dar tanta atenção ao que ocorreu no aspecto organizativo, para centrar a atenção nos resultados políticos do processo Fórum. E se aponta o que há a fazer para que esse processo preste efetivamente o serviço que pode prestar à luta pela superação do neoliberalismo e pela construção do “outro mundo possível”.

        Na verdade uma boa avaliação dos resultados políticos só poderá ser feita quando dispusermos dos resultados de todas as assembléias de convergência para a ação, que ainda estão sendo reunidos. Assim como quando, mais adiante, for possível fazer um balanço da efetiva concretização de todas as novas iniciativas que os participantes do FSM de Dakar decidiram realizar em 2011 e 2012, e das repercussões dessas iniciativas nas mudanças pelas quais lutamos. Para isso precisamos ainda assegurar que toda a informação necessária seja recolhida e publicada.

        O importante a observar, por enquanto, é que prevalece o otimismo. Ou como resumiu em sua primeira frase uma das avaliações que circulam: “contrariamente ao que alguns gostariam de acreditar, o processo do Fórum Social Mundial está vivo e empolgante, e mais forte do que nunca”.

 

Lições a tirar 
       
Obviamente, no entanto, não se deve passar por cima, irresponsavelmente, do ocorrido. Este texto talvez destoe, neste sentido, da maior parte das avaliações que li até agora, porque dá especial importância aos aspectos organizativos que não funcionaram. Mas sem dúvida será necessário tirar todas as lições possíveis para que não se repita o que houve de negativo no Fórum de 2011.

        Todos os FSM têm tido muitas insuficiências organizativas, mas não temos o direito de minimizar a importância das condições em que se realizem. A participação em um Fórum Mundial implica em dispêndio de muitos recursos de diferentes tipos, nem sempre facilmente disponíveis e que não se pode desperdiçar. Assim como não se pode perder a oportunidade de fazer crescer as articulações da sociedade civil que um Fórum Social Mundial torna possíveis. Aqueles que assumam a responsabilidade de organizar Fóruns Sociais Mundiais têm que fazer o máximo ao seu alcance para não mais colocar os que a eles vierem na condição em que muitos se encontraram em Dakar. Seria o mesmo que trair a confiança neles depositada.

        Nesse aspecto, ganha especial importância a questão das traduções, essencial para os diálogos entre pessoas que falem diferentes línguas. Se considerarmos as dificuldades de tradução que se apresentaram, quanto a tradutores e a equipamentos - apesar dos intensos esforços feitos pela rede Babels para que se soubesse onde havia tradutores à disposição dos interessados - teremos um quadro ainda mais negativo do FSM de Dakar para os que não falavam francês, língua dominante no campus9.

        As redes grandes e médias, que tinham sido construídas nos dez anos do processo, puderam buscar e encontrar saídas para os impasses em que foram colocadas. Mobilizaram durante o Fórum os recursos organizativos de que dispõem, e já sabem como se sair da desorganização costumeira. Mas o mesmo não ocorreu com organizações que vieram pela primeira vez ou que se propunham a consolidar redes incipientes. Muitos não conseguiram realizar as atividades que tinham preparado ou divulgá-las junto a outros eventuais interessados - obviamente não bastava afixar de manhã o programa do dia em paredes dos prédios da Universidade. Eu mesmo não fiquei nem mesmo sabendo se uma atividade que organizara com outros, e na qual tinha um particular interesse10, como membro da Comissão de metodologia do Conselho Internacional, chegou a aparecer em algum programa. Assim como deixei de lado muitos contatos que pretendia aprofundar.

        O “rendimento” do Fórum, se assim se pode dizer, quanto ao intercâmbio de experiências, ao aprendizado mútuo, à identificação de convergências e à construção de novas articulações - objetivos diretos da criação desses “espaços abertos” - foi portanto muito baixo. Muitos diziam que o Fórum foi ótimo, o ambiente muito bom, mas que de fato eles ficaram somente entre eles, sem alargar o âmbito de suas articulações, como pretendiam fazer ao vir ao Fórum.

        Pode-se concluir que todo o cuidado é pouco nos próximos passos a serem dados. Temos que tirar todas as lições que pudermos. 

 

O FSM como Bem Comum da humanidade
       
Tirar lições foi a tarefa a que se propôs a Comissão de Metodologia do Conselho Internacional, até sua reunião de maio. Ela pretende analisar o Fórum de Dakar à luz do roteiro adotado há vários anos - antes mesmo de Belém - pelo Conselho Internacional, completá-lo e melhorá-lo. Assim como examinar eventuais mudanças a introduzir no formato do Fórum, como foi sugerido na reunião do CI. Não vou portanto pretender me antecipar a essa análise, que deverá ser extensa e meticulosa.

        Mas já tiraria uma primeira grande lição geral: a necessidade de tomarmos consciência de que um Fórum Social Mundial - assim como Fóruns Sociais a qualquer nível - não podem ser privatizados, como não se podem ser privatizados os Bens Comuns da Humanidade, entre os quais já se pode dizer que o processo FSM se insere. Não podemos correr o risco de vê-lo ser apropriado por uma ou outra corrente ideológica, que queira colocá-lo ao serviço de seus objetivos, mas também não podemos correr o risco de vê-lo desaparecer por simples falta de capacidade organizativa. Ou de transformá-lo num grande encontro mundial daqueles que já se encontram articulados ou das redes organizadas planetariamente.

        Gerir qualquer Bem Comum, para que ele não se esgote e se garanta o seu acesso a todos que dele necessitem, é um enorme desafio. Essa gestão tem que ser necessariamente coletiva, com a mais absoluta transparência, negando-se todo verticalismo e toda possibilidade de concentração de poder nas decisões que devem ser tomadas, como ocorre no “mundo velho” que queremos superar, para que se eleve sempre mais a qualidade democrática da nossa ação política. Gerir um Bem Comum de dimensão mundial, como é o caso do FSM, de que tem necessidade a sociedade civil do mundo todo para atuar, respeitada sua diversidade, como ator político autônomo em relação a partidos e governos, é um desafio ainda maior. Em torno disto talvez se situe uma das dimensões mais decisivas do processo do FSM, em sua caminhada.

        A responsabilidade de realização de Fóruns Sociais não pode portanto ser atribuída a uma ou umas poucas organizações. Menos ainda sempre as mesmas, que os burocratizem ao se tornarem “donas” do Fórum, como muitas vezes ocorre com Fóruns regionais, nacionais ou locais. A privatização dos Fóruns prejudica sua continuidade. Talvez isto explique porque se diz que alguns Fóruns Regionais - como o Europeu por exemplo - se encontram “em crise”. E talvez seja essa dinâmica que fez com que muitos Fóruns Locais não se repetissem ou não se expandissem.

        No caso do FSM de 2011 muitos apontam essa privatização como estando na base dos problemas vividos em Dakar, assim como daqueles vividos no Fórum de Nairobi. A limitação dos coletivos que organizaram um e outro, assim como a centralização das decisões em poucas pessoas e a dificuldade em assimilar ajudas, foram apontados, pelos que procuravam entender o que estaria acontecendo, como uma das mais fortes razões para os problemas surgidos. E de fato podemos nos perguntar se a dificuldade básica enfrentada - a decisão do novo reitor da Universidade de não mais ceder as salas do campus ao Fórum - não poderia ter sido superada se essa decisão, com todas as suas conseqüências absolutamente previsíveis, tivesse sido comunicada a tempo a todo o Conselho Internacional do Fórum. Seguramente, dada a sua gravidade, uma delegação internacional teria ido a Dakar, mudando completamente a relação política de forças nos entendimentos em curso, com o que se evitaria atingir o patamar de desorganização que encontramos ao chegar. 

 Mas vamos em frente, que a caminhada é longa.

 

(Chico Whitaker, Fonte: Ciranda.net)
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          Celebrou-se esta semana o Dia Internacional da Mulher. Os dias ou anos internacionais não são, em geral, celebrações. São modos de assinalar que há pouco para celebrar e muito para denunciar e transformar. Não há natureza humana assexuada; há homens e mulheres. Falar de natureza humana sem falar na diferença sexual é ocultar que a "metade" das mulheres vale menos do que a dos homens. Sob formas que variam consoante o tempo e o lugar, as mulheres têm sido consideradas como seres cuja humanidade é problemática quando comparada com a dos homens. À dominação sexual que este preconceito gera chamamos patriarcado e ao senso comum que o alimenta e reproduz, cultura patriarcal.

          A persistência histórica desta cultura é tão forte que mesmo nas regiões do mundo em que ela foi oficialmente superada pela consagração constitucional da igualdade sexual, as práticas quotidianas continuam a reproduzir o preconceito e a desigualdade. Ser feminista significa reconhecer que tal discriminação existe e é injusta e desejar ativamente que ela seja eliminada.

          A cultura patriarcal vem de longe e atravessa tanto a cultura ocidental como as culturas africanas, indígenas e islâmicas. Para Aristóteles, a mulher é um homem mutilado e para São Tomás de Aquino, sendo o homem o elemento ativo da procriação, o nascimento de uma mulher é sinal da debilidade do procriador.

          Esta cultura, ancorada por vezes em textos sagrados (Bíblia e Corão), tem estado sempre ao serviço da economia política dominante que, nos tempos modernos, tem sido o capitalismo e o colonialismo. As Novas Cartas Portuguesas, publicadas em 1972 por Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, denunciavam o patriarcado como parte da estrutura fascista que sustentava a guerra colonial. "Angola é nossa" era o correlato de "as mulheres são nossas (de nós, homens)" e no sexo delas se defendia a honra deles. O livro foi imediatamente apreendido porque justamente percebido como um libelo contra a guerra colonial e as autoras só não foram julgadas porque entretanto ocorreu o 25 de Abril, a revolução que tantos hoje desejam nunca tivesse acontecido.

          A violência que a opressão sexual implica ocorre sob duas formas, hardcore e softcore. A versão hardcore é o catálogo da vergonha e do horror do mundo. Em Portugal, morreram 43 mulheres em 2010, vítimas de violência doméstica. Na Cidade Juarez (México) foram assassinadas nos últimos anos 427 mulheres, todas jovens e pobres, trabalhadoras nas fábricas do capitalismo selvagem, as maquiladoras, um crime organizado hoje conhecido por femicídio. Em vários países de África continua a praticar-se a mutilação genital. Na Arábia Saudita, até há pouco, as mulheres nem sequer tinham certificado de nascimento. No Irão, a vida de uma mulher vale metade da do homem num acidente de viação; em tribunal, o testemunho de um homem vale tanto quanto o de duas mulheres; a mulher pode ser apedrejada até à morte em caso de adultério, prática, aliás, proibida na maioria dos países de cultura islâmica.

          A versão softcore é insidiosa e silenciosa e ocorre no seio das famílias, instituições e comunidades, não porque as mulheres sejam inferiores mas, pelo contrário, porque são consideradas superiores no seu espírito de abnegação e na sua disponibilidade para ajudar em tempos difíceis. Porque é uma disposição natural não há sequer que lhes perguntar se aceitam os encargos ou sob que condições. Os cortes nas despesas sociais do Estado atualmente em curso vitimizam em particular as mulheres. As mulheres são as principais provedoras do cuidado a dependentes (crianças, velhos, doentes, pessoas com deficiência). Se os doentes mentais são devolvidos às famílias, o cuidado fica a cargo das mulheres. A impossibilidade de conciliar o trabalho remunerado com o trabalho doméstico faz com que Portugal tenha um dos valores mais baixos de fecundidade do mundo. Cuidar dos vivos torna-se incompatível com desejar mais vivos.

 

(Boaventura Souza Santos, Ciranda)
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           O Brasil avança na economia, mas tem um longo caminho a percorrer na educação. O país é o único dos BRICs a não ter nenhuma instituição de ensino superior entre as cem mais bem avaliadas por acadêmicos no mundo todo.

Brasil fica no 88º lugar em ranking da Unesco
           É o que mostra o novo ranking divulgado nesta quinta-feira pela THE (Times Higher Education), principal referência no campo das avaliações de universidades no mundo, que é baseada em Londres.

           A Rússia aparece com a Universidade Lomonosov, de Moscou, na 33ª posição. A China tem cinco universidades no ranking (duas em Hong Kong e uma em Taiwan). A melhor é a Tsinghua, de Pequim, no 35º lugar. O Instituto Indiano de Ciência está na 91ª colocação.

           Foram ouvidos 13.388 acadêmicos de 131 países para chegar à lista das universidades com melhor reputação

           São estudiosos com, em média, mais de 16 anos de trabalho em instituições de ensino superior e 50 trabalhos científicos publicados.

           Na liderança, mais uma vez, aparece a americana Harvard, que também lidera o ranking geral da THE divulgado em setembro de 2010 e que a Folha publicou com exclusividade no Brasil.

           A diferença entre os rankings é que o geral leva em conta 13 critérios --relação estudante/professor, quantidades de alunos e professores estrangeiros, número de trabalhos científicos publicados, ênfase em pesquisa etc.

           O índice de reputação, divulgado pela primeira vez pela THE, considera apenas a imagem que as instituições têm entre os acadêmicos.

           Foi pedido que apontassem, entre mais de 6.000, até dez universidades como as melhores do mundo em seus campos específicos.

HARVARD
           Os Estados Unidos são o grande destaque, com sete universidades entre as dez primeiras e 45 entre as cem.

           Em seguida vem o Reino Unido, com duas entre as dez primeiras (Oxford e Cambridge) e 12 no total.

           A surpresa é a Universidade de Tóquio, que aparece na oitava posição. No ranking geral, ela está no 26º lugar.

           A Rússia também se destaca. A Lomonosov, em Moscou, é a 33ª com melhor reputação, apesar de nem constar do ranking geral da THE.

           Com mais de 50 mil alunos, tem 11 ganhadores do Nobel e investe dinheiro público e privado em pesquisas.

           Segundo especialistas, é justamente a falta de investimento em pesquisa que deixa as universidades brasileiras fora desses rankings.

           Phil Baty, um dos responsáveis pelo estudo, diz que os rankings baseados em critérios objetivos são muito importantes, mas defende também os de reputação.

           "Neste momento em que há uma grande disputa global pelo mercado de alunos e professores, uma boa reputação no meio acadêmico é crucial", afirma Baty.

           Fora o Reino Unido, a Europa não aparece bem no ranking. A universidade suíça mais bem colocada está em 24º lugar. A alemã, em 48º. Nenhuma francesa está entre as 50 primeiras.

           Itália, Espanha e Portugal não figuram no ranking.

 

(Folha de S. Paulo)
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          Os interessados na bolsa devem apresentar curriculum lates; proposta de trabalho de acordo com o roteiro para elaboração do projeto, cópia do histórico escolar oficial da graduação para candidatos a mestrado; cópia do histórico escolar oficial do mestrado para candidatos a doutorado; carta de encaminhamento do coordenador do programa de pós graduação, informando a data de ingresso do aluno e a duração máxima do curso. 

          Cada pedido de bolsa deverá ser classificado em somente uma das áreas de interesse da Cnen: aceitação pública da tecnologia nuclear; análise e avaliação de segurança de instalações nucleares e radiativas; aplicações e efeitos das radiações ionizantes na agricultura e em alimentos; aplicações e efeitos das radiações ionizantes na indústria; aplicações e efeitos das radiações ionizantes na saúde; aplicações e efeitos das radiações ionizantes no meio ambiente, ciclo do combustível nuclear; fusão nuclear; instrumentação nuclear e de controle; materiais de interesse nuclear; metrologia das radiações; radioproteção e dosimetria; reatores nucleares; rejeitos radioativos; tecnologias nucleares inovadoras.

          A bolsa de mestrado será de R$ 1.200, e de doutorado R$1.800. O resultado do processo de seleção será divulgado no Portal Cnen até o dia 2 de abril. As bolsas serão implementadas com vigência a partir do dia 1º de abril. Os candidatos aprovados neste edital deverão apresentar os documentos é até o dia 15 de abril.

          As inscrições seguem até o dia 11 de março e podem ser feitas pelo email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou na Secretaria de Formação Especializada da Comissão.

Veja a integra do edital no link:
http://www.cnen.gov.br/noticias/documentos/bmd2011/edital_2011.pdf

 

(Ascom da Cnen)
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       Entre as tecnologias que começam a se tornar competitivas estão a transformação dos resíduos em combustíveis, conhecida pela sigla CDR (combustível derivado de resíduo).

       A empresa de gestão de resíduos Estre Ambiental trouxe essa tecnologia para o País e instalou em Paulínia (SP) o Tiranossauro, um equipamento importado da Finlândia. Em um galpão de 6,2 mil m², a máquina tritura, separa e transforma o lixo em combustível. "Com essa máquina, é possível dar destino do lixo orgânico até resíduos mais volumosos, como móveis e colchões velhos", explica Pedro Stech, diretor de Tecnologia Ambiental da Estre. O equipamento, em testes, deve começar a operar comercialmente em abril.

       Stech explica que a tecnologia CDR está em operação em outras 50 cidades do mundo, como Roma e Helsinque. A unidade em testes em Paulínia tem capacidade para processar 1 mil toneladas de lixo por dia e permite produzir 500 toneladas/dia de combustível para fornos industriais - que pode ser usado para alimentar caldeiras e fornos hoje abastecidos com combustíveis fósseis, como carvão.

       "O equipamento ainda precisa passar por ajustes, mas é uma solução viável para regiões metropolitanas, que produzem muito lixo diariamente e já não podem contar com aterros", diz.

       A tecnologia da incineração dos resíduos em termelétricas que geram energia elétrica, comum na Europa e Japão, é outra que deve entrar em operação nos próximos meses. Há estudos de viabilidade em andamento - de capitais como Belo Horizonte a municípios de porte médio, como São Sebastião, Barueri e São Bernardo do Campo (SP).

       "Com a aprovação da lei nacional de resíduos, a tendência é que haja uma diversificação nas tecnologias para dar destino aos resíduos no País", diz Carlos Roberto Vieira da Silva Filho, diretor executivo da Abrelpe, entidade que reúne empresas de coleta e destinação do lixo. Segundo ele, o custo da incineração dos resíduos ainda é um empecilho - em torno de R$ 250 a tonelada, enquanto o custo médio da destinação a aterro é de R$ 90 a tonelada. "Mas esses custos podem ser reduzidos com a venda da energia elétrica gerada pelo sistema", diz Silva.

       Para Lúcia Coraça, diretora de Química e Energia da Pöyry, empresa que atualmente realiza um estudo de viabilidade para uma unidade de incineração em Belo Horizonte, a incineração pode ajudar a resolver o problema do lixo nas metrópoles. "É possível conciliar a reciclagem dos materiais com a incineração", diz.

 

(O Estado de S. Paulo)
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A licença ampliada ainda não chegou a todas as gestantes que trabalham no setor privado. A lei atual prevê que a concessão dos salários dos dois meses extras é opcional para as empresas.

         A licença-maternidade de seis meses já é uma realidade para as funcionárias públicas de 22 estados e 148 municípios, além do Distrito Federal. O levantamento é da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), idealizadora do projeto da licença ampliada no país.

         Desde 2008, as servidoras públicas federais também usufruem da licença de 180 dias, mas, no caso de estados e municípios, cada um deve fazer sua própria lei.

         Mães e médicos garantem que o tempo extra ao lado do bebê é fundamental para o desenvolvimento da criança, além de garantir o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses, que aumenta a defesa do organismo do recém-nascido contra doenças nos primeiros anos de vida e também na fase adulta.

         "Acabei de ter meu primeiro filho. Na minha opinião, é importante esse convívio que a mãe tem com o seu filho no período de seis meses para dar mais atenção", disse Floriza de Almeida, 35 anos, técnica em radiologia de um hospital público no Distrito Federal.

 

Setor privado
         A licença ampliada ainda não chegou a todas as gestantes que trabalham no setor privado. A lei atual prevê que a concessão dos salários dos dois meses extras é opcional para as empresas. O patrão que aderir pode descontar a despesa do imposto de renda. Os salários referentes aos primeiros quatro meses de licença, previstos na Constituição Federal, permanecem sendo pagos pelo INSS.

         No entanto, somente as empresas que declaram pelo sistema de lucro real podem solicitar o incentivo fiscal. Mais de 160 mil empresas estão nesse grupo, a maioria de grande porte, conforme dados da Receita Federal até o final de 2010. Ficam de fora aquelas que declaram pelo Simples ou pelo sistema de lucro presumido - micro e pequenas empresas.

         "É injusto eu ter apenas quatro meses para ficar com meu filho e não seis", reclama a corretora Ana Lícia Nascimento, 21 anos, grávida de seis meses.

         Segundo a coordenadora de Acompanhamento da Licença-Maternidade da SBP, Valdenise Martins, não há levantamento preciso da quantidade de empresas que já aderiram à licença-maternidade ampliada. As estimativas falam em 10,6 mil empresas brasileiras. Para aumentar a adesão do empresariado, a coordenadora defende que a licença se torne obrigatória para todos os setores do país.

         No ano passado, o Senado aprovou a obrigatoriedade da licença-maternidade de seis meses tanto para o setor privado quanto o serviço público. O projeto foi encaminhado para votação na Câmara dos Deputados. "A gente precisa agora fazer propaganda e pressão", disse a coordenadora.

 

(Fontes: Diap e Agência Brasil)
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        A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança hoje (9) a Campanha da Fraternidade 2011. Este ano, o tema é Fraternidade e a Vida no Planeta. O objetivo é contribuir para a conscientização sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas.

        A expectativa, de acordo com a CNBB, é motivar as pessoas a participar de debates e de ações que visam a enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta.

        Realizada em todas as dioceses do Brasil, a Campanha da Fraternidade foi criada em 1964. Este é o quarto tema relacionado à preservação do meio ambiente – em 1979, o tema foi Preserve o Que É de Todos; em 2004, Água, Fonte de Vida; e, em 2007, Vida e Missão Neste Chão.

        O lançamento da campanha deste ano será feito pelo secretário-geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, às 14h30, na sede do órgão, em Brasília. Será apresentada ainda uma mensagem do papa Bento XVI, enviada exclusivamente para a campanha.

 

(Agência Brasil)
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        O material é microscópico, mas seu potencial é gigantesco. Objeto da outorga do Prêmio Nobel de Física de 2010 aos cientistas de origem russa Andre Geim e Konstantin Novoselov, o grafeno é uma folha de carbono extremamente fina, com apenas um átomo de espessura, que poderá revolucionar a indústria nos mais variados campos, de computadores mais potentes a novos aviões e satélites. E o Brasil tenta aproveitar- se disso. O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), trabalha no estudo das características do material e no desenvolvimento de produtos com ele. 

        Com seus laboratórios de ponta e equipamentos de alta tecnologia - como o Titan, o mais poderoso microscópio em operação na América Latina -, o Inmetro tornou-se um centro de excelência no campo da nanotecnologia com base no carbono. 

        Esta área contempla, além do grafeno, os nanotubos. A instituição é uma das cinco em todo mundo que estão desenvolvendo um padrão de qualidade para a produção deste material, que já chega à marca global de 300 toneladas por ano.

        "A nanotecnologia hoje é um assunto que engloba várias áreas, diz Carlos Alberto Achete, coordenador da Divisão de Metrologia de Materiais do Inmetro. " Não somos uma universidade, mas, como um instituto de metrologia, trabalhamos no desenvolvimento de material de referência, padrões e procedimentos de forma a fornecer subsídios para que a indústria brasileira se torne mais competitiva e estimular a inovação tecnológica.

        De acordo com Achete, ainda não há um marco regulatório para a área de nanotecnologia, o que faz do trabalho do Inmetro fundamental.

        Os nanotubos, segundo ele, começam a ter seu uso testado em baterias, tintas, cimento e outros materiais compostos. Há, inclusive, a intenção de abrir uma fábrica deles no País.

        "Alguém que quiser se desenvolver na nanotecnologia e ser inovador tem que, sobretudo, ter a capacidade de medir", considera Achete, parafraseando Lord Kelvin, físico e engenheiro britânico do século 19 que afirmou: "Se você não pode medi-lo, não pode melhorá-lo".

        "A metrologia em materiais é nova no mundo todo. Isso nos leva à questão de como fazer o controle de qualidade de produtos nanotecnológicos. O Inmetro desenvolve esse potencial de análise, pois podemos medir o tamanho, propriedades e composição químicas dessas nanopartículas.

Meta é estimular produção industrial
        Já com relação ao grafeno, conta Achete, o Inmetro conseguiu reproduzir o método criado por Geim e Novoselov para sua fabricação em 2004, quando usaram uma simples fita adesiva para retirar a folha de átomos de carbono do grafite comum usado em lápis, e começa a explorar alternativas, como a esfoliação e a deposição dos átomos de carbono com vapor.

        Agora, a intenção é estimular a indústria nacional a produzir grafeno a partir do grafite mineral para uso em pesquisas e produtos no país e exportação. "Já perdemos o bonde do silício, que exportamos como material bruto, lembra Achete. O Brasil tem grafite de altíssima qualidade, que, com a esfoliação, pode virar grafeno. Isso é uma inovação fácil que a indústria nacional de grafite pode fazer e aumentar enormemente o valor agregado de seu produto. Em vez de vender grafite, podemos começar a vender grafeno.

        Achete destaca ainda que os produtos que usam a nanotecnologia não precisam ser necessariamente microscópicos. Entre os exemplos estão palmilhas de sapatos e tênis tratadas com nanopartículas de prata para eliminar odores, às quais cabe ao Inmetro verificar se estão realmente presentes e cumprem a função prometida. O instituto também está avaliando um novo revestimento que deverá ser usado para proteger toda uma nova geração de satélites nacionais.

        "O material pode ser pequeno, mas o produto pode ser muito grande", ressalta. "O grafeno tem propriedades únicas e abre perspectivas em várias áreas, com aplicações das mais sofisticadas. Quando colocamos um monte de folhas juntas, por exemplo, ele se transforma em nanofitas, que também têm propriedades interessantes. Em suma, não estamos fazendo nenhum milagre. Muitas pessoas suam muito para dar esse apoio ao desenvolvimento da indústria nacional".

 

(O Globo)
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Espera-se, com os resultados deste novo teste destrutivo, uma economia de material da ordem de 20% em termos de peso no projeto dos futuros foguetes.

         Coloque uma lata de refrigerante no chão, em posição vertical e, em seguida, pise sobre ela. Mas não um pisão desajeitado - aplique o peso progressivamente, de forma absolutamente programada, de modo a ver exatamente quando a lata começa a ondular e finalmente colapsa.

         É mais ou menos isto o que uma equipe de engenheiros da Nasa se prepara para fazer neste mês.

         Com a diferença de que, em vez de uma lata de refrigerantes, eles usarão um imenso tanque de combustível de foguete, feito de uma liga de alumínio e lítio. E, em vez de um pé, será empregada uma gigantesca prensa hidráulica.

Foguetes mais leves
         O objetivo é descobrir a resistência exata da estrutura, o que permitirá que os engenheiros construam as peças do foguete o mais finas possível, de modo a reduzir o peso do veículo e, por conseguinte, aumentar sua capacidade de levar carga útil.

         Testes semelhantes já foram feitos no passado, durante os preparativos da missão Apolo. Mas a Nasa achou que era hora de atualizar os dados de seus modelos, de forma a levar em conta os materiais muito mais leves e resistentes usados atualmente. Espera-se, com os resultados deste novo teste destrutivo, uma economia de material da ordem de 20% em termos de peso no projeto dos futuros foguetes.

Tanque do ônibus espacial
         O tanque de combustível que será amassado mede 8,4 metros de diâmetro por seis metros de altura - exatamente uma seção do grande tanque de combustível externo dos ônibus espaciais. A estrutura será colocada no interior de uma gigantesca prensa hidráulica, que vai amassá-la lentamente, aplicando uma força equivalente a quase meio milhão de toneladas.

         Estão sendo instalados centenas de sensores ao redor do tanque que será amassado para medir a tensão e as deformações sofridas em cada ponto, a cada momento. Além disso, técnicas avançadas de medição óptica serão usadas para monitorar deformações minúsculas por toda a superfície externa do cilindro metálico.

(Inovação Tecnológica)
         Organizada pelo Museu Exploratório de Ciências (MC), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a premiação será dia 30 de maio, na 12ª Reunião Bienal da Rede de Popularização da Ciência e Tecnologia na América Latina e no Caribe (RedPop), realizada em Campinas (SP).

         Com o tema "Transformação", o concurso aceita trabalhos nas categorias Jovem, para participantes com até 18 anos de idade, e Adulta. Os vídeos com duração entre 60 e 120 segundos, devem ser inscritos em apenas uma das três grandes áreas do conhecimento: ciências humanas e sociais, exatas e tecnológicas e biológicas. Para cada vídeo submetido, o participante deve encaminhar um resumo de até 250 palavras, link da produção no Youtube, declaração de posse e cessão de direitos autorais e ficha técnica da obra.

         A inscrição vai até 11 de março, na página da 12ª Bienal da Red Pop (http://www.mc.unicamp.br/redpop2011) e custam US$ 10, ou o seu valor correspondente em reais. Os interessados podem inscrever quantos trabalhos desejar, sendo necessário efetuar o pagamento da taxa de inscrição para cada vídeo enviado.

         Os trabalhos serão premiados nas categorias Jovens e Adultos, em cada uma das áreas de conhecimento. Para cada obra vencedora, o prêmio é de US$ 500. Além disso, os vídeos premiados têm garantida a sua exibição nos portais: Revista Fapesp Online, 17ª Mostra Ver Ciências e Museu Exploratório de Ciências.

         O Minuto Científico objetiva estimular, localizar e qualificar a produção espontânea, dispersa ou institucional no âmbito da divulgação e difusão científica, que pode ocorrer por iniciativas individuais ou institucionais diversas, tais como, escolas, universidades, museus de ciência e tecnologia, sites, ONGs, centros culturais, empresas de base científica e tecnológica, entre outros.

         Organizado pelo MC, associado à Red Pop, o concurso é promovido com apoio do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) e do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast/MCT), do Rio de Janeiro

 

(Agência MCT)
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