Com data-base concentrada em maio e junho, os engenheiros paulistas caminham para o encerramento das campanhas salariais de 2009, que devem, apesar da crise financeira e de todos os temores, registrar avanços. Além do reajuste salarial de acordo com o IPC/Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), vem sendo conquistado também aumento real.
Os bons resultados até agora sinalizam positivamente para as negociações ainda em andamento, que devem também chegar a bom termo, já que não há motivo real que impeça correção dos salários, assim como a garantia de maiores ganhos e de melhores condições de trabalho.
Fruto do esforço de mobilização e organização dos engenheiros, esse cenário, contudo, não é exclusivo para a categoria. Nota técnica divulgada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em 26 de junho, apresenta uma síntese dos reajustes salariais negociados em 2009, comparada a 2008, a partir da análise de 100 categorias e conclui que houve melhoras. No ano passado, 89% das negociações asseguraram pelo menos a recomposição das perdas ocorridas durante a data-base, ante 96% agora. Assim, aquelas com índices inferiores ao INPC-IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) passaram de 11% para 4%. O percentual de negociações que garantiu reajuste acima do índice de preços passou de 77% para 78%.
Tal quadro representa não só boas notícias para os trabalhadores, como para o País de um modo geral. Depois do pânico inicial por parte de algumas empresas ou mesmo setores da economia, a situação já passa a ser vista com mais realismo, até mesmo com a reversão de demissões que se mostraram precipitadas. O reconhecimento das companhias, à mesa de negociação, da possibilidade e necessidade de recompor salários e ceder a novas conquistas aos trabalhadores é uma elogiável demonstração de maturidade e seriedade nas relações entre capital e trabalho.
Aponta ainda para a boa disposição de contribuir para a superação das dificuldades geradas pela turbulência internacional. Os engenheiros têm defendido que é preciso um grande esforço nacional para que o Brasil atravesse este momento com condições de retomar o bom desempenho quando o pior tiver passado. Para isso, é preciso manter os investimentos produtivos e defender o emprego e a renda do trabalhador, que são os principais ativos de curto prazo para proteger a economia. Esse é hoje o foco do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, que em 2006 propôs um plano de desenvolvimento nacional.
Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente
Paulo Teixeira
Aqueles que têm responsabilidade sobre o futuro do planeta devem agir para salvá-lo diante das mudanças climáticas e ambientais que estão em curso, ameaçam o patrimônio ambiental existente e diminuem as oportunidades das gerações futuras. O Brasil tem uma matriz energética relativamente limpa em comparação com os demais países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Enquanto aqui temos 45% da matriz energética oriunda de fontes limpas, em razão da hidroeletricidade e do etanol, os EUA, Europa e Japão têm somente 14%. Ainda assim, devemos ampliar nossa matriz energética renovável, aumentando nosso potencial hidroelétrico, e incrementá-la com biomassa e energia eólica. Sou defensor da ideia de que devemos adotar amplamente biodigestores para produção de biogás nos aterros sanitários e na produção de carne suína e de frango. Devemos estimular a energia solar fotovoltaica, para que, quando ela for economicamente viável, o País domine a sua tecnologia.
Muito tem sido feito na direção da racionalização do consumo energético e na mudança dos hábitos de consumo. Porém, ainda é insignificante diante do desafio que temos pela frente. Nossas construções em geral são intensivas no consumo de energia. Nem sempre levam em consideração a utilização de luz natural como forma de iluminação da parte interior de casas e edifícios. Habitualmente, os materiais são inadequados para garantir conforto térmico. Os chuveiros elétricos predominam nos lares brasileiros e são responsáveis pelo consumo de 8% de toda a energia produzida no horário de pico (entre 17h e 20h). Desperdiçamos água tratada, lavando calçadas e automóveis e na irrigação de jardins. Precisamos adotar conceitos de arquitetura bioclimática, melhor aproveitamento da iluminação natural, adoção de aquecedores solares térmicos, utilização de madeiras originárias de manejo sustentável, utilização de água de chuva e reúso de água.
O Brasil ainda tem uma contribuição importante para as mudanças climáticas por meio do desmatamento e das queimadas. O desmatamento tem como epicentro dois biomas: a Amazônia e o Cerrado. Esse fenômeno tem como causa uma economia de baixa produtividade, seja do ponto de vista da exploração de madeira, como da criação de bois e do plantio de soja. Temos que modernizar a atividade agrícola dessas regiões, colocando no lugar uma agricultura baseada no conhecimento, para o desenvolvimento de uma indústria voltada à biotecnologia.
É preciso saber se a sociedade brasileira está disposta a fazer altos investimentos necessários a tanto. Em outros momentos de sua história, o País investiu em instituições que garantiram saltos de desenvolvimento, como quando criou a Petrobras, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). Agora, o Brasil poderia fazer algo assim pela Amazônia e pelo Cerrado.
Um dos pilares do desenvolvimento é a preservação ambiental, que dá seu conteúdo de sustentabilidade. Devemos assim rechaçar a ideia produtivista, que pensa em crescimento a qualquer custo, mesmo que às custas do desperdício do patrimônio ambiental existente e que será legado às gerações futuras. Está em nossas mãos!
Paulo Teixeira é deputado federal pelo PT/SP e membro da Comissão Permanente de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
Antiga bandeira do sindicato, a engenharia pública pode ser contemplada com a Lei nº 11.888/08. Não obstante não tenha sido regulamentada, essa entrou em vigor em 24 de junho último. Institui a assistência técnica pública e gratuita para a construção de habitação de interesse social. O tema tem sido objeto de eventos regionais promovidos pelo SEESP, em conjunto com outras entidades e órgãos.
Somente neste mês, foram dois: um em Bauru e outro em Jacareí, respectivamente nos dias 5 e 25. Na primeira cidade, além de assistência técnica, foi abordada em seminário a questão da regularização fundiária. A iniciativa reuniu representantes de 41 cidades da região, num total de mais de 250 pessoas. O prefeito Rodrigo Antônio Agostinho Mendonça prestigiou a atividade. Em Jacareí, foram cerca de 100 participantes de todos os municípios abrangidos pela delegacia do sindicato na localidade. Entre as autoridades, os deputados federal Paulo Teixeira (PT), estadual Marcos Martins (PT/SP) e o prefeito Hamilton Ribeiro Motta.
O SEESP vem propondo nessas oportunidades que a lei federal seja implantada nos municípios paulistas via Promore (Programa de Moradia Econômica). Além disso, preocupado com a sustentabilidade, tem feito gestões para que os projetos contemplem sistema de aquecimento de água através de energia solar. Presente a ambos eventos, a Caixa Econômica Federal, gestora dessas operações, ficou de analisar a efetividade dessa proposição.
O Promore foi criado pelo sindicato em Bauru em 1988 e funciona hoje também em Rio Claro, Ribeirão Preto, Campinas e Piracicaba. Sua instituição se dá mediante convênio com a Prefeitura local. Em Jacareí, existe há cerca de 12 anos o ProLar, um convênio entre a administração municipal e a Associação dos Engenheiros, que tem atuado em conjunto com o SEESP. Ali, deliberou-se ao final do evento pela constituição de um grupo de trabalho formado por representantes de ambas entidades para encaminhar a proposta de adequação do programa já existente à Lei 11.888, em sintonia com o Promore.
Adequação
O Ministério das Cidades vê com bons olhos a iniciativa do sindicato, como destacou Marcelo Barata, técnico da Secretaria Nacional da Habitação, vinculada a esse órgão: “O Promore é referência nacional.” Para orientar as cidades à obtenção de recursos do FNHIS (Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social) de acordo com o que preconiza a lei, ele informa que o Ministério prevê a adequação de manuais.
Na sua ótica, essa captação é um gargalo a ser resolvido. “Nos anos 2007 e 2008, o fundo dispunha de cerca de R$ 50 milhões e a performance (dos municípios) foi baixa. Imaginamos que a lei deve induzir a preparação de propostas.” Embora ainda não tenha a confirmação de quanto será destinado à habitação de interesse social neste ano, ele acredita que a cifra deve ser repetida. “O FNHIS deve receber propostas a partir do final de julho, começo de agosto. Esperamos ainda para 2009 duas seleções, inclusive para assistência técnica.” Contudo, Barata alerta: para usufruir da Lei 11.888, as cidades terão que criar até 31 de dezembro próximo seus conselhos municipais de habitação de interesse social, que farão a gestão dos fundos locais, aos quais serão repassados os recursos federais. Além disso, até o final de 2010, devem criar seus planos habitacionais.
Regularização fundiária
Deve conversar com a assistência técnica a regularização fundiária. Nessa área, a grande novidade é a aprovação na Câmara dos Deputados, em março último, da Medida Provisória 459, que institui o programa “Minha casa, minha vida” e dispõe sobre a regularização fundiária de assentamentos urbanos. Trata em um de seus capítulos, conforme explica Carlos Augusto Ramos Kirchner, vice-presidente da Delegacia do SEESP em Bauru, do “usucapião administrativo”. Após cinco anos de construção do imóvel, converte-se seu registro. “O prefeito legitima a posse.” Isso sem precisar passar por outra instância.
Segundo Maria Ester Lemos de Andrade, da Diretoria de Urbanização e Assentamentos Precários da Secretaria de Habitação do Ministério das Cidades, o instrumento vem a facilitar muito esse processo. Ainda conforme ela, a urbanização de assentamentos precários conta com grandes investimentos previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), contudo, os municípios não têm conseguido acessar os recursos, por não terem projetos. Como Barata, ela reconhece que o Ministério pode ajudá-los na elaboração de seus planos habitacionais.
Apoio técnico e auxílio às ações de regularização fundiária às cidades paulistas podem vir ainda do Programa Estadual de Regularização de Núcleos Habitacionais, o “Cidade Legal”, resultante de decreto governamental editado em agosto de 2007. Segundo o seu secretário executivo, Silvio Eduardo Marques Figueiredo, esse é seu objetivo – e a custo zero para as localidades. Ele afirma que o “Cidade Legal” foi implantado em 2008 e já conta com cerca de 170 municípios conveniados. Por seu intermédio, “mais de 1,2 milhão de moradias estão em fase de regularização”. O tamanho do problema, contudo, ainda é uma incógnita. “Os núcleos só são conhecidos a partir do convênio dos municípios com o Estado.”
Soraya Misleh
Dando continuidade à sua jornada de ciência e tecnologia, o Conselho Tecnológico do SEESP realizou em 16 de junho visita técnica ao LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncroton). Além disso, pôde conhecer de perto o C2Nano (Centro de Nanociência e Nanotecnologia Cesar Lattes), a ele vinculado, e obter dados sobre o CTBE (Centro de Ciência e Tecnologia do Bioetanol), em construção. O complexo está sediado em Campinas, interior paulista, e abrange ainda o CeBiME (Centro de Biologia Molecular Estrutural).
A operação é feita pela ABTLuS (Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncroton), para o CNpQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e Ministério da Ciência e Tecnologia.
O LNLS é o único do gênero na América Latina e o primeiro instalado no Hemisfério Sul, segundo informações de sua assessoria de comunicação. Coloca o Brasil no seleto grupo de países capazes de produzir luz síncroton – no mundo, há apenas 55 máquinas, sendo seis na Alemanha, que reúne a maior estrutura, de acordo com o líder da área de projetos do LNLS, Regis Terenzi Neuenschwander. Para ele, o grande diferencial desses centros é o modelo de laboratório nacional, em que o uso é gratuito, mediante a contrapartida do pesquisador de que os resultados obtidos nos estudos sejam públicos. O conceito data de 1981, ainda conforme ele. Quatro anos depois, foi feito o primeiro projeto do equipamento de luz e a construção teve início em 1987. Quase 12 anos após sua inauguração – em 22 de novembro de 1997 –, conta com 15 linhas de luz, cujo investimento em cada uma variou entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões, conforme as características, entre elas a extensão. A maior delas tem 25 metros de comprimento e a menor, cerca de oito. No momento, o laboratório está sendo ampliado, inclusive com a construção de uma de ultravioleta que terá em torno de 37m.
Além dessa, a luz síncroton abrange raio X, faixas infravermelha e visível. Conforme a assessoria de imprensa do LNLS, nada mais é do que intensa radiação eletromagnética produzida por elétrons de alta energia injetados num acelerador de partículas. Essa carga é dada às 7h da manhã. Uma hora depois, a corrente atinge seu pico (250 miliampéres) e é liberado o primeiro feixe de luz. O segundo o é às 16h. Esses seguem por uma cavidade de radiofrequência (linha de luz) em cuja ponta é colocada a amostra a ser analisada, em áreas como física, química, biologia, engenharia.
Aplicações
As pesquisas de base possibilitadas, como divulga a assessoria, são “o passo inicial que pode levar ao desenvolvimento de novos materiais de alto desempenho – mais econômicos e menos nocivos ao ambiente – e a conhecimentos sobre materiais biológicos, como as proteínas, que propiciarão mais adiante o surgimento de soluções para problemas de saúde”. Somente em 2008, foram realizadas no LNLS aproximadamente 400, feitas por mais de 1.400 usuários. Dez por cento deles provêm de países como Argentina, Cuba, México.
Entre as aplicações, como explicitou Terenzi, análises de novas ligas, detecção de metais em um determinado ambiente, geração de radiofármacos, estrutura molecular e da cadeia de proteínas, cujo mapeamento pode permitir a cura de doenças, por exemplo. Esse trabalho está sendo desenvolvido complementarmente pelo Cebime. “Depois do genoma, a etapa seguinte é o proteoma. Entender como cada proteína interage com os genes pode culminar num remédio que as bloqueie e seja a cura definitiva para o câncer”, ilustra. Para se ter uma ideia da importância desse trabalho, ele cita como exemplos na história a descoberta do raio x e dos discos rígidos, resultantes respectivamente de estudos de partículas atômicas e de eletromagnetismo.
Outros centros
Importante contribuição à efetivação de pesquisas nanométricas, o C2Nano passará a ser de uso público no segundo semestre deste ano. Até lá, suas potencialidades estão sendo testadas internamente, para que seja possível orientar os usuários na realização de pesquisas. Segundo explicação durante a visita, o prédio requereu investimentos de US$ 5 milhões – somente o microscópio eletrônico japonês de alta resolução custou US$ 2 milhões. O centro é inteiramente preparado levando em conta a sensibilidade do equipamento, para evitar interferências externas – vibrações sonora, mecânica, eletromagnética, térmica –, que poderiam comprometer a análise. As paredes do laboratório são revestidas com espuma chumbo, no piso, um bloco de 60 toneladas e isolantes separam a área em que está o microscópio, o ar-condicionado conta, em sua boca, com uma proteção.
Com investimento de R$ 39 milhões somente na construção, o CTBE – cuja concretagem da segunda laje do prédio que vai abrigá-lo está sendo preparada – também seguirá o conceito de laboratório nacional. Contudo, logicamente, será restrito a pesquisas nas áreas de cana-de-açúcar e etanol. A ser inaugurado ainda neste ano, conforme a pesquisadora e assistente da diretoria, Alexandra Pardo Policastro Natalense, sua instalação visa a solução de gargalos identificados na área, de modo a garantir melhor eficiência e produtividade nesse segmento, bem como inovação tecnológica e, assim, fortalecer a liderança brasileira no setor de agroenergia. “Dentro dos planos desse centro, está o estudo sobre sustentabilidade”, conclui. Poderá, por exemplo, apontar caminhos ao aproveitamento da palha e do bagaço. Para tanto, está em construção uma biorrefinaria virtual, um software com uma série de modelos matemáticos que descreverão cada uma das etapas da cadeia da cana e do etanol.
Soraya Misleh
Durante a onda de privatizações nos anos 90, em especial no setor ferroviário – o qual sofreu verdadeiro desmonte, com a dispensa de milhares de trabalhadores –, uma ação civil pública tornou-se caso exemplar da aplicação da Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) no Brasil. Ajuizada pela Aenfer (Associação de Engenheiros Ferroviários) na 18ª Junta de Conciliação e Julgamento do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região do Rio de Janeiro, visava a readmissão de 743 empregados demitidos da Flumitrens (Empresa Ferroviária Pública Estadual) em 14 de fevereiro de 1996.
Em primeira instância, o pedido de liminar como medida cautelar para o retorno ao trabalho foi aceito, o que foi considerado uma vitória. “Foi uma sentença revolucionária, que virou tese do Direito do Trabalho”, lembra Clarice Soraggi, presidente da Aenfer e diretora da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) – Regional Sudeste.
Entre os argumentos constantes da ação, o de que as dispensas eram ilegais por descumprir o Decreto Legislativo nº 68 de 1992, que “introduziu no ordenamento jurídico pátrio o texto da Convenção 158”. Esta proíbe a demissão imotivada. Conforme fundamentavam na peça jurídica os advogados do escritório Di Julio, Serra e Oliveira, sua ratificação no Brasil confirmava a proteção contra a despedida arbitrária ou sem justa causa. E a Flumitrens não poderia deixar de cumpri-la. No texto, o aviso: “Centenas de trabalhadores verão, da noite para o dia, suas vidas alteradas pelo desmando da ré.” Além disso, alertava para as demissões imotivadas de mão de obra qualificada para operar os trens urbanos.
Não obstante, a companhia – integrante da administração pública indireta no Rio de Janeiro – recorreu e conseguiu ter cassada a liminar. Diante disso, como conta Soraggi, a associação encaminhou denúncia à OIT de demissão maciça no Brasil, em total inobservância à Convenção 158 da qual era signatário. À época, isso motivou a vinda de uma comissão da OIT para o País para investigar o caso. A diretora da FNE afirma que, enquanto esse processo tramitava, o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, renunciou à Convenção 158, que deixou, assim, de vigorar em território nacional. “O Brasil fez essa solicitação para poder efetuar as demissões numa época de privatização dos setores.” O processo que buscava reintegrar os ferroviários à Flumitrens foi arquivado, impossibilitando a reversão das dispensas. Não obstante o final não tenha sido feliz, a ação em questão demonstrou a força da Convenção 158 como proteção aos trabalhadores. Tanto que o caminho encontrado teria sido invalidar sua aplicabilidade em âmbito nacional.
Nas mãos da Justiça
Além disso, na própria ação consta um dos questionamentos que tem sido trilhado na Justiça atualmente para reverter a renúncia de FHC. Segundo constatado no texto, o decreto legislativo que incluiu no ordenamento jurídico brasileiro a Convenção 158 “é o instrumento legal hábil a convalidar e ratificar os tratados aos quais o Brasil pretende aderir, e por ser este ato da competência exclusiva do Congresso Nacional, independe da sanção ou veto por parte do Presidente da República”. A alegação tem por base a própria Carta Magna.
Sob esse argumento, conforme divulgou o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), até o momento três ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) votaram pela inconstitucionalidade da renúncia a essa convenção e em favor de ação ajuizada pela Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) em 1997. Para que tal volte a valer no Brasil, ainda é preciso que mais três sigam essa linha, já que ao todo são 11 os ministros do STF.
Na análise de Antônio Augusto de Queiroz, o Toninho, diretor de documentação do Diap, a possibilidade de vitória na Justiça é real. “Os empresários vão trabalhar para não deixar julgar a ação, mas acredito que as chances de a Convenção 158 voltar a vigorar ainda neste ano existem, sim.” Soraggi enfatiza que para proteger seus trabalhadores, o Brasil necessita voltar a ser signatário do tratado internacional. “É preciso cuidar disso.”
Soraya Misleh
Em sua sexta edição, o “Congresso Brasileiro sobre Eficiência Energética” apresentará, entre os dias 21 e 22 de julho, em São Paulo, as principais práticas sustentáveis e tecnologias que contribuam para o uso racional de energia e que tragam simultaneamente mais competitividade e lucros às empresas.
Realizado pela Abesco (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia), em parceria com a Método Eventos Empresariais, o evento reunirá empresas consumidoras e especialistas em um espaço de sensibilização, transferência de conhecimento e oportunidades de negócios buscando soluções que tornem a produção mais barata e ambientalmente sustentável reduzindo o desperdício de energia elétrica e de água. A ideia é difundir os benefícios econômicos das práticas de gestão energética integrada, bem como a adoção de processos e equipamentos mais eficientes.
O congresso contará com a ExpoEficiência Energética, uma exposição gratuita que vai apresentar equipamentos, tecnologias, produtos e serviços voltados ao tema. Para finalizar as atividades, acontece no dia 23 de julho uma visita técnica a empresas produtoras de soluções tecnológicas e apresentação de cases de projetos de eficiência energética.
O evento acontece no Centro de Convenções do Novotel São Paulo Center Norte, localizado na Avenida Zaki Narchi, 500. Os participantes poderão optar pela presença individual em cada atividade ou pelo pacote completo de três dias, que custa R$ 650,00 para associados às entidades apoiadoras e realizadoras e R$ 800,00 para os demais.
Mais informações sobre a programação e inscrições no site www.metodoeventos.com.br, pelo telefone (16) 3979-7098 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. .
Franca
Abes-Franca (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental)
Site: www.abesfranca.com.br
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Telefone : (16) 3026-0881, das 13h às 17h
• Licenciamento ambiental. Para quem deseja ter noções básicas de como instruir projetos de licenciamento ambiental junto aos órgãos oficiais. O curso especificará quem está sujeito ao licenciamento e como proceder, preenchimento de licenciamento eletrônico completo e simplificado, gestão pública de atendimento, legislação florestal atualizada, entre outros. As aulas acontecem de 22 a 24 de julho, das 8h às 17h30, no auditório da ETE Franca, localizado na Rodovia Cândido Portinari, km 394,5. As inscrições estão abertas e as vagas são limitadas. O preço é de R$ 690,00 para sócios da Abes e de R$ 900,00 para não sócios.
Santo André
FSA (Fundação Santo André)
Site: www.fsa.br
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Tel: (11) 4979-3300
• Pós-graduação em engenharia mecatrônica. Para difundir novas tecnologias de automação e controle. O curso objetiva capacitar os participantes com uma visão sistêmica no desenvolvimento pleno e inovador das atividades que envolvem automação e controle industrial, alicerçado em atividades multidisciplinares da mecatrônica. Com carga de 360 horas, as aulas acontecem às quintas e sextas-feiras, das 19h30 às 23h. O preço é de 20 parcelas de R$ 450,00, e as inscrições vão até 30 de julho.
Santos
Unisanta (Universidade Santa Cecília)
Site: www.unisanta.br
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Telefone: (13) 3202-7104
• Pós-graduação em engenharia de estruturas navais para petróleo e gás. A especialização oferece aos engenheiros conhecimentos teóricos e práticos da área naval e offshore para coordenar, executar e acompanhar as etapas de projetos e construção naval, dentro das normas de qualidade, segurança, saúde e preservação ambiental. As inscrições estão abertas e as vagas são limitadas. As aulas acontecem aos sábados, das 8h às 17h, e terão início no dia 15 de agosto. Com carga de 432 horas, o custo é de 19 parcelas de R$ 650,00 mais R$ 100,00 da inscrição e R$ 550,00 da matrícula.
São Paulo
Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo)
Site: www.sindusconsp.com.br
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Telefone: (11) 3334-5600
• Legislação previdenciária da construção civil. Entre os temas, destacam-se a análise da carga tributária do setor, a estruturação dos negócios no planejamento tributário e as formas práticas de gestão tributária na construção civil. O curso acontece no dia 14 de julho, das 9h às 18h, na sede do Sinduscon-SP, localizada na Rua Dona Veridiana, 55. As inscrições vão até o dia 13 de julho, e o custo é de R$ 230,00 para associados ao sindicato e de R$ 365,00 para não associados.
Valinhos
Eseg (Escola Superior de Engenharia e Gestão)
Site: www.eseg.edu.br
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Telefone: 0800 723 23 33
• Pós-graduação em gestão empresarial. Para desenvolver competências e habilidades, análise e compreensão do mercado altamente competitivo. Os participantes terão uma visão estratégica da empresa e aptidão para gerir processos de mudança complexos. A especialização lato sensu será ministrada no Etapa Valinhos, localizado na Avenida Dr. Antônio Bento Ferraz, 95. Com carga de 368 horas, as aulas acontecem às terças e quintas-feiras, das 19h às 23h, ou às sextas-feiras, das 19h às 23h, e sábados, das 9h às 13h. As inscrições estão abertas e as vagas são limitadas. O valor é de 17 parcelas de R$ 672,70, incluindo a matrícula.
Encontro técnico discute sustentabilidade
Promovido pelo Grupo Multidisciplinar de Gestão Ambiental em parceria com o Instituto Mais, realizou-se em 25 de junho último encontro técnico sobre “Programas de desenvolvimento sustentável empresa/comunidade”. Entre os expositores, o vice-presidente do SEESP, Carlos Alberto Guimarães Garcez, que apontou os aspectos históricos do desenvolvimento sustentável e destacou a preocupação do sindicato com o tema premente na atualidade. Diante de sua importância e da necessidade de levantar essa bandeira, a entidade engajou-se ao projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) em 2006, o qual propugna por um plano nacional que leve em conta crescimento socioeconômico com preservação ambiental e inclusão social.
Acordos fechados
Com data-base em 1º de maio, firmaram acordos coletivos de trabalho com o SEESP as seguintes empresas: CDHU e Dersa. Em ambas, o reajuste salarial será de 6,05% extensivo a benefícios. Também estão previstos manutenção de cláusulas preexistentes. No Dersa, o acordo inclui ainda, entre outros pontos, a ratificação da Lei do Salário Mínimo Profissional. Está também prevista a formação de comissão para definição dos parâmetros relativos à PLR 2009 (Participação nos Lucros e Resultados).
Propostas concretas para a democratização da comunicação
Esse foi o tema de seminário realizado nos dias 27 e 28 de junho pelo Portal Vermelho, com o apoio da Fundação Maurício Grabois e do SEESP, em cuja sede, na Capital paulista, ocorreu a atividade. No primeiro dia, as discussões concentra-ram-se no papel da mídia na atualidade, nos avanços obtidos na comunicação na América Latina e na função do Estado nas necessárias mudanças para a área. No último, ouvi-ram-se as propostas de representantes do poder público e dos movimentos sociais à democratização do setor. Temas como controle social, diversidade e pluralidade de conteúdo na mídia e regulação dominaram as falas. Tais devem estar na pauta da 1ª Conferência Nacional da Comunicação. Convocada por decreto governamental, será realizada entre 1º e 3 de dezembro em Brasília, antecedida pelas etapas municipais e estaduais.
Para o professor da PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), Marcos Dantas, esse será um momento importante para se discutir o marco regulatório para o setor. Na sua avaliação, além de ser atualizado também para incluir as novas tecnologias, este deve contemplar sua democratização, pois hoje tais acabam sendo apropriadas pelo capital. Consultor técnico para a área de comunicações do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” – lançado pela Federação Nacional dos Engenheiros em 2006, que conta com a adesão do SEESP –, ele falou no seminário sobre convergências tecnológicas na área.
Treinamentos programados para julho
A Área de Oportunidades e Desenvolvimento Profissional do SEESP realizará diversos treinamentos neste segundo semestre de 2009. Entre eles, estão o sobre o tema “Gestão de mudanças em projeto: encante e mobilize seus stakeholders”, previsto para 11 e 12 de julho, das 9h às 17h, na sede do SEESP (Rua Genebra, 25, Bela Vista, São Paulo/SP). O objetivo é fornecer modelos e instrumentos que favoreçam a condução de um processo de mudança bem-sucedido, buscando reduzir riscos de fracasso, prazos de implantação e custos.
No mesmo mês, nos dias 18 e 19, também das 9h às 17h, na sede do SEESP, está programado o treinamento “Liderança em projetos de TI: o desafio da integração de processos e pessoas”. A pretensão é desenvolver práticas de liderança em projetos com foco nos melhores resultados.
O público-alvo desses treinamentos – que terão como facilitadoras a psicóloga Débora Lopes e a jornalista Alessandra Yoshida – são profissionais, gestores e interessados em aprimorar suas habilidades na condução de equipes. Mais informações e inscrições pelo telefone (11) 3113-2670 ou e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Plenária discute cadastro técnico em Marília
Com a presença de representantes da Prefeitura Municipal de Marília e de diversas entidades, entre as quais o SEESP, a Matra (Marília Transparente) realizou em 25 de junho plenária sobre cadastro técnico multifinalitário. Na ocasião, o tema foi abordado pelo engenheiro cartógrafo Amilton Amorim, professor da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”), campus de Presidente Prudente.
Ele lembrou que, ao garantir informações diversas à Prefeitura, tais como dados físicos sobre os imóveis, socioeconômicos e sobre uso e ocupação, o cadastro urbano multifinalitário auxilia no planejamento ordenado da cidade e na melhoria da qualidade de vida da população.
Previdência social
Também no dia 25 de junho em Marília, a AEA (Associação dos Engenheiros e Arquitetos) local, em parceria com o Portal CNDISO, realizou em sua sede palestra sobre o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e valores de construção. Na ocasião, foi apresentado sistema online para cálculo da contribuição social (INSS) a recolher de obras de qualquer município do Estado de São Paulo, o qual poderá ser usado gratuitamente, a depender de adesão das entidades, por meio do site www.cndiso.com.br. Estiveram presentes cerca de 50 profissionais. A Delegacia Sindical do SEESP em Marília prestigiou a iniciativa.
Oportunidades
Segundo levantamento feito até dia 25 de junho, a área de Oportunidades & Desenvolvimento Profissional do SEESP dispõe de vagas para engenheiros nas seguintes modalidades e quantidades assinaladas: civil, mecânica, elétrica e eletrônica (três cada), química (duas), sistemas da informação, ambiental, mecatrônica, industrial (uma cada). Para se cadastrar e inserir seu currículo, acesse o site em link Oportunidade Profissional. Mais informações pelo telefone (11) 3113-2666.