No livro "Um sopro de vida", Clarice Lispector escreveu: “Eu sei criar silêncio. É assim: ligo o rádio bem alto – então de súbito desligo. E assim capto o silêncio.” Na rotina da vida, criar silêncio é um luxo. Os ambientes, hoje em dia, são cheios de ruídos. Ele está presente no cotidiano, em eventos sociais, no trânsito, ao redor de aeroportos, nas estações de trem, no metrô, dentro de casa e no trabalho.
O ruído é definido como um som desarmônico, com vibrações irregulares que causam perturbação. Por muito tempo negligenciado, o ruído passou a ser objeto de pesquisa e uma preocupação mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 10% da população está exposta a níveis elevados de ruído que podem acarretar perda auditiva.
De acordo com o médico otorrinolaringologista Alexandre Scalli Mathias Duarte, o ruído se torna mais problemático quando está no ambiente de trabalho, pela sua intensidade, tempo de exposição e outros fatores de risco associados.
“O ruído é considerado o agente físico mais frequente no ambiente de trabalho. A exposição ao ruído, ocupacional ou não, pode acarretar surdez, zumbido, dificuldade de compreensão da fala, hipersensibilidade ao som, irritação, distúrbios do sono e até doenças cardiovasculares”, explica Duarte.
Para fundamentar dissertação de mestrado desenvolvida na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Alexandre analisou 18.973 exames audiométricos realizados pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), de 2000 a 2010, de oito empresas do Estado de São Paulo. Todas as empresas utilizavam Programas de Conservação Auditiva (PCA), com uso regular de Equipamento de Proteção Individual (EPI) auricular.
Para a pesquisa foram selecionados trabalhadores apenas do sexo masculino e foi utilizado apenas o exame mais recente de cada trabalhador. Profissionais com funções administrativas ou que trabalhavam em locais sem exposição ao ruído foram excluídos do estudo, totalizando 2.140 audiometrias.
O estudo contemplou exames audiométricos de 1.254 trabalhadores do setor metalúrgico, 266 trabalhadores do setor calçadista, 236 de transportadores de carga, 234 trabalhadores em cerâmicas e 150 da indústria cervejeira, todos expostos ao ruído ocupacional. Alexandre avaliou o grau de perda auditiva por categoria, idade e por tempo de exposição.
A pesquisa foi orientada pelo otorrinolaringologista e professor do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia da FCM, Reinaldo Jordão Gusmão, e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Unicamp.
Os sons podem ser de diversas frequências, que são medidas em Hertz. Quanto mais grave, mais baixa frequência, e quanto mais agudo, mais alta frequência.
“Os nossos ouvidos não têm capacidade de perceber sons com frequências muito baixas como os infrassons (abaixo de 20 Hertz), ou frequências muito altas, como os ultrassons (acima de 20 mil Hertz). Por isso, dizemos que a faixa de frequências de sons audíveis para o homem está entre 20 e 20 mil Hertz”, explica Alexandre.
Na pesquisa, Alexandre estudou as médias de três frequências audiométricas específicas: de 3, 4 e 6 mil Hertz (KHz). Essas são, geralmente, as frequências atingidas pela exposição crônica ao ruído. A utilização dessas médias, para avaliar a perda da audição induzida por ruído (PAIR), foi desenvolvida pelo médico Everardo Andrade da Costa, fundador do Ambulatório de Otorrinolaringologia Ocupacional do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp.
Contratado pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM) desde 1980 e atuando atualmente como professor colaborador do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia da FCM, Everardo possui um imenso banco de dados audiométricos. Ele é pioneiro e referência no Brasil na área da otorrinolaringologia ocupacional.
Fonte: Informação da Unicamp. Leia a matéria na íntegra aqui
Depois de um longo ciclo histórico de desativação dos serviços ferroviários de passageiros, as principais cidades brasileiras enfrentam o completo colapso da solução rodoviária para mobilidade urbana e regional, com as principais rodovias congestionadas diariamente no entorno dos principais aglomerados urbanos.
Por outro lado, as faixas de domínio das antigas ferrovias continuam presentes, algumas com transporte de carga, mas do ponto de vista urbanístico constituem barreiras urbanas e não oferecem deslocamento de passageiros ao longo de seus eixos, exceto por algumas malhas suburbanas que não oferecem serviços regionais de média e longa distância.
Progressivamente estão sendo estudadas as implantações de serviços ferroviários de média distância, ligando regiões urbanas, chamados também de trens intercidades. Mas a presença de espaço disponível não basta para que a inauguração desses serviços seja suficiente. Apenas existirá demanda caso os serviços tenham desempenho e conforto compatível com o desejo dos usuários e eles tenham capacidade e disposição de pagar as tarifas.
Por isso é que projetos dessa natureza requerem estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental, que comprovem a atratividade do serviço, suas condições de investimentos e custos que contemplem todas as restrições técnicas e ambientais para sua instalação.
A indústria nacional e estrangeira oferece um grande conjunto de alternativas tecnológicas para cada situação e tipo de serviço e a definição das tecnologias mais adequadas decorre dos estudos mencionados.
Além de orientação sobre os tipos de trens, também são necessários sistemas de energia, controle, sinalização e comunicação, que são resultados do desenvolvimento tecnológico desse tipo de infraestrutura em todo o mundo.
Pela sua importância na conjuntura atual apresentarei o tema no Congresso da SAE Brasil. O objetivo é auxiliar no entendimento das principais variáveis e restrições que condicionam esse tipo de projeto, demonstrando também a grande oportunidade que os serviços ferroviários representam para a solução da mobilidade em diversas regiões do Brasil.
* Gabriel Feriancic, diretor da Sistran Engenharia, mestre em Engenharia de Sistemas Logísticos (Poli-USP) e doutor em Engenharia de Transportes (Poli-USP)
Enquanto alguns setores políticos e sociais protestam e combatem o ‘golpe’ que afastou a presidente reeleita em 2014, o governo do presidente interino Michel Temer (PMDB) e sua base parlamentar desmontam o Estado brasileiro. O quadro atual se configura em relevante contradição, pois as propostas, de autoria do governo anterior, colidem com o programa aprovado nas urnas em 2014.
Os fatos derrubam a narrativa que o governo e o Congresso estão paralisados. Isto constitui-se num diversionismo absurdo. Estes poderes não só estão funcionando como estão operando a todo vapor. É claro que o Planalto tem tido problemas políticos, mas tem se desvencilhado deles com certa agilidade e habilidade, de modo que tem causado menos danos aparentes. E para isso conta com certa parcimônia da mídia. Ao contrário do governo anterior.
Paralisado estava o governo Dilma, por força das circunstâncias políticas, sociais e econômicas que o país vivia e ainda vive. E com a maioria do Congresso a oferecer-lhe todo tipo de resistência até a admissibilidade do impeachment, no dia 17 de abril, na Câmara dos Deputados.
Governo e Congresso, com a nova maioria constituída, a partir do afastamento de Dilma, aprovaram proposições no Legislativo que vão desmontando o Estado brasileiro. Desse modo, dizer que a Operação Lava Jato está paralisando essas instituições é um tremendo equívoco. Pelo contrário! Está em curso, com força, uma agenda conservadora e regressiva. É preciso denunciá-la, debatê-la e combatê-la, sob pena de retrocessos incomensuráveis. Então vejamos.
DRU
Primeiro aprovaram a DRU (Desvinculação das Receitas da União). A PEC 87/15, de autoria da presidente Dilma Rousseff, amplia de 20% para 30% o percentual a ser desvinculado até 2023. A matéria ainda será examinada pelo Senado.
Pela proposta, o governo poderá destinar para onde quiser 30% das contribuições sociais, que deveriam ir para a Seguridade Social, que reúne as áreas da saúde, assistência e Previdência. Portanto, desvincula recursos do Estado destinados aos mais carentes e necessitados para fazer caixa para o superávit primário e pagamento da dívida pública.
Até o ano passado, esse valor significava R$ 60 bilhões anuais, de acordo com Tesouro Nacional. Um dos argumentos utilizados pelos governos Dilma/Temer é que os recursos desvinculados pela DRU serão destinados para outras áreas sociais.
PEC do teto
Outra proposta, enviada recentemente ao exame do Congresso, é a PEC que limita o gasto público. ‘Este, seguramente, é o maior retrocesso dos últimos tempos, porque interrompe a trajetória de acesso da população mais pobre aos serviços público de educação e saúde’, raciocina Antônio Queiroz, em artigo publicado na página do Diap.
A PEC 241/16 tem o propósito de instituir novo regime fiscal ou novo teto para o gasto púbico, que terá como limite a despesa do ano anterior corrigida pela inflação. A regra de congelamento do gasto público em termos reais valerá por 20 anos, período durante o qual o dinheiro economizado será canalizado para pagamento dos juros e do principal da dívida.
Estatuto das Estatais
O PLS 555/15, chamado Estatuto das Estatais, já foi aprovado pelo Senado e pela Câmara (PL 4918/16). O texto chancelado pela Casa revisora no dia 17 de junho retornou à Casa de origem e foi aprovado no dia 21. O projeto é duramente combatido pelos movimentos sociais por abrir as portas à privatização das empresas públicas.
No texto aprovado pelo Senado no dia 21 (reexame), o relator do projeto, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), acatou apenas três alterações feitas pelos deputados. A matéria irá à sanção presidencial.
O relator explicou que não poderia acatar todas as emendas apresentadas pela Câmara, por entender que muitas das alterações iriam contra os objetivos que nortearam o projeto, em especial a profissionalização da gestão das estatais.
Fundos de pensão
Novas regras para a gestão dos fundos de pensão públicos (PLS 78/15), do senador Valdir Raupp (PMDB-R), foram aprovadas por unanimidade no Senado no dia 10 de junho. Estão agora sob análise da Câmara dos Deputados. Na Casa, tramita como PLP 268/16 e está pronto para votação no plenário.
O texto aprovado no Senado é um substitutivo do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que dificulta a influência de partidos políticos na indicação de dirigentes e conselheiros dessas entidades e estabelece mecanismos para profissionalização, delegação clara de atribuições e transparência nas relações entre gestores dos fundos, participantes e sociedade.
Em que pese aparentar ser uma boa proposta, vai criar dificuldades sobremodo para a participação de dirigentes sindicais nos fundos de pensão porque entre as novas regras haverá a impossibilidade de que os cargos de direçaõ sejam ocupados por pessoas com atividade político-partidária.
Abertura do pré-sal
O Senado aprovou o PLS 131/15, do senador licenciado José Serra (PSDB-SP), no final de fevereiro e o encaminhou ao exame da Câmara (PL 4567/16). A proposta retira da Petrobras a exclusividade das atividades no pré-sal e acaba com a obrigação de a estatal participar, com pelo menos 30%, dos investimentos em todos os consórcios de exploração da camada. O projeto foi relatado pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES). No dia 21 de junho foi constituída comissão especial na Câmara para proferir parecer sobre a proposição.
Em fevereiro, o presidente global da Shell, Ben Van Beurden, em visita ao Brasil, defendeu a flexibilização das regras para exploração do pré-sal, que hoje garantem exclusividade à Petrobras. É preciso dizer mais alguma coisa?
Aéreas
No dia 21 de junho, a Câmara aprovou e enviou ao Senado a MP 714/16, que aumenta para até 100% a participação do capital estrangeiro com direito a voto nas companhias aéreas nacionais. A abertura total do setor ocorreu com emenda do PMDB, aprovada por 199 votos a 71.
Editada pela presidente afastada Dilma Rousseff, a MP originalmente propunha o aumento de 20% para 49% do capital com direito a voto, índice que estava mantido no parecer do deputado Zé Geraldo (PT-PA), aprovado pela comissão mista.
Governadores
A mais recente demonstração de que o governo interino atua com força e relativa estabilidade foi a negociação das dívidas dos estados com governadores.
Em troca da suspensão do pagamento da dívida por seis meses e descontos por mais dois anos, o Planalto quer apoio para aprovar no Congresso o teto dos gastos públicos, a PEC 241/16. Essa foi a proposta que Temer fez aos governadores das 27 unidades da Federação e foi aceita.
As dívidas dos estados com a União chegam aos R$ 423 bilhões. Em contrapartida serão cobrados na hora de conferir votos de suas bancadas no Congresso ao politicamente indigesto plano de congelamento dos gastos públicos, principal cartada econômica do Planalto para tentar equilibrar as contas e seguir sendo chancelado pelo mercado.
Outra imposição do governo interino de Michel Temer para ampliar o prazo de pagamento de dívidas dos estados com a União é que aqueles transfiram para este empresas para serem leiloados pelo BNDES. Ou seja, os estados deverão se desfazer de empresas como as que fornecem água, gás e energia à população para serem privatizadas pelo governo interino.
Mais retrocessos
E não para por aí. A agenda relacionada acima é só o início do desmonte. Está em gestação uma reforma da Previdência Social que institui idade mínima e alterações na legislação trabalhista que precarizam as relações de trabalho, como a instituição do negociado sobre o legislado.
Sem falar no PLP 257/16, do governo Dilma, que prevê alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal que aprofundam as restrições em relação aos servidores da União, dos estados, do DF e municípios, e impõe uma série de exigências fiscais como condição para adesão ao plano de auxílio aos estados e ao DF.
Como se vê, o Poder Executivo e sua maioria parlamentar não estão paralisados. Pelo contrário! Estão trabalhando a ‘todo pano’ contra o povo e seus direitos!
* Marcos Verlaine, jornalista, analista político e assessor parlamentar do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap)
O Brasil tem uma dívida pública – interna e externa – de mais de R$ 5 trilhões, que compromete – em pagamento do chamado “serviço da dívida”, que engloba amortização do principal, juros e correção – quase 50% do orçamento público federal. No ano passado, foram pagos R$ 962 bilhões, o que dá R$ 2,3 bilhões diários. Para se ter uma ideia do valor, vale lembrar que o estádio do “Itaquerão”, em São Paulo, custou R$ 1 bilhão, e ainda com denúncia de superfaturamento. Apesar dos recursos estratosféricos dessa dívida, até hoje não é permitido à sociedade brasileira saber para quem se paga tanto dinheiro e, o principal, como e por que essa dívida foi contraída.
Para desvendar tal segredo, há dez anos várias entidades sociais e populares estão empenhadas na campanha nacional Auditoria Cidadã da Dívida, cujas atividades se iniciaram logo após o Plebiscito Popular da Dívida Externa, realizado no Brasil em setembro do ano 2000, em 3.444 municípios. Na ocasião, 6.030.329 cidadãos participaram da consulta popular, com mais de 95% dos votos pelo fim do pagamento da dívida sem a realização da auditoria prevista na Constituição Federal.
“Estivemos próximos desse propósito recentemente”, informa Carmen Bressane, coordenadora do Núcleo SP da campanha. Ela explica que, pela primeira vez, o Congresso Nacional tinha aprovado, no Plano Plurianual 2016-2019, a execução de auditoria da dívida pública com participação de entidades da sociedade civil. A presidente Dilma Rousseff, ainda não afastada do cargo, vetou o item. “Fizemos um trabalho intenso junto aos parlamentares para que o veto fosse derrubado, mas, infelizmente, ele foi mantido”, lamenta. Todavia, outra ação da campanha foi bem-sucedida : “Conseguimos o número de assinaturas necessário para a instalação de uma frente parlamentar sobre a dívida pública.”
Foto: Sindifisco Nacional
Bressane aponta sangria de recursos públicos
para pagamento de dívida obscura
O trabalho da Auditoria Cidadã da Dívida é quase de formiguinha, mas fundamental à transparência dos atos governamentais. “Fazemos palestras, mantemos um site e usamos todo tipo de forma de informação e comunicação para esclarecer as pessoas sobre essa dívida, que sangra os recursos do País”, observa. E completa: “Queremos empoderar a população sobre essa questão.”
Outro ponto que dificulta a luta é a chamada grande imprensa brasileira. Bressane explica porquê: “A nossa imprensa é totalmente comprometida com essa dívida, por isso ela não pauta essa matéria.” O não esclarecimento sobre esse endividamento também está relacionado ao financiamento de campanhas políticas. “Estamos vendo o escândalo envolvendo o financiamento por parte das empreiteiras; mas essa investigação ainda não chegou, infelizmente, às instituições financeiras.”
Bressane salienta que a questão da dívida não pode ser entendida como um contrato ou emissão de títulos, simplesmente. “A gente diz que ela é um sistema que está instalado no País. Outros países sofrem do mesmo problema, da América Latina e até da Europa, como são os casos da Grécia e Espanha.”
O tema, como ressalta a ativista, é tratado como um “segredo de Estado”. Por isso, critica, até hoje não sabemos quem recebe valores tão absurdamente altos retirados do orçamento do País, ou seja, de tudo que se arrecada. “Responder para onde vai esse dinheiro é uma das justificativas para a realização da auditoria da dívida.”
Bressane vai participar da 9ª Jornada Brasil Inteligente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), no dia 1º de julho próximo, na sede do sindicato, na Capital paulista.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
A Delegacia Sindical do SEESP no Grande ABC participou, no dia 11 de junho último, da 6ª Conferência Municipal das Cidades, em Santo André, que contou com a participação de representantes do Poder Público Municipal, do Conselho Municipal de Política Urbana (CMPU) e de entidades da sociedade civil. Na oportunidade, o diretor Helton Alves da Costa elogiou a organização do evento: “As palestras foram em alto nível e houve a oportunidade de ampla discussão onde levantamos problemas e apontamos soluções para a melhoria do funcionamento das cidades brasileiras.”
Foto: Prefeitura Municipal de Santo André
Conferência municipal de Santo André reuniu poder público e sociedade
Costa destacou a conferência como um instrumento de suma importância, “uma vez que podemos debater estes temas junto ao poder público e levar nossas propostas para a melhoria da organização da sociedade”.
Pela manhã, após a abertura, os participantes acompanharam palestras de Benedito Roberto Barbosa, advogado na área de Direito à Moradia e Direitos Humanos, Luciana Nicolau Ferrara, doutora em Arquitetura e Urbanismo e professora da UFBAC, e Rosana Denaldi, também doutora em Arquitetura e Urbanismo e professora da Universidade Federal do ABC (UFABC). O período da tarde foi dedicado ao trabalho em grupos e à aprovação de propostas e dos delegados para a Conferência Estadual, prevista para acontecer até o início de 2017.
O secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação Paulo Piagentini destacou a importância da realização da conferência na cidade. “Este é o primeiro passo para podermos participar do encontro estadual e federal. É um momento importante de participação dos representantes da sociedade civil para que juntos possamos buscar de soluções para tratar dos problemas habitacionais de nossa cidade”, afirmou.
Para as discussões no período da tarde, os participantes foram divididos em grupos para o debate sobre o tema da conferência “A função social da cidade e da propriedade”, e o lema “Cidades inclusivas, participativas e socialmente justas”. “Santo André fez a lição de casa. Temos três propostas que serão encaminhadas ao encontro estadual, que será realizada até o início do próximo ano”, disse Reinaldo Alfredo Caetano Bascchera, diretor do Departamento de Desenvolvimento e Projetos Urbanos da Prefeitura e representante do CMPU.
Segundo Bascchera, as três propostas são: para o Programa “Minha Casa, Minha Vida”, a manutenção da modalidade “Entidades”, a ampliação dos recursos do programa destinados à Faixa 1 (mais baixa renda), com manutenção da política de subsídios, e qualificação dos projetos, incluindo a adoção de tecnologias e infraestrutura sustentáveis; a ampliação dos recursos para programas de urbanização de favelas, incluindo recursos subsidiados para a produção habitacional decorrente de reassentamentos necessários, regularização fundiária, assistência técnica, e programas de mobilidade urbana; a vinculação da liberação de recursos federais para os municípios que apliquem os instrumentos de combate à especulação imobiliária previstos no Estatuto da Cidade. Ao final dos trabalhos também foram eleitos os delegados andreenses para a Conferência Estadual, sendo 17 representantes do Poder Executivo Municipal e 25 representantes da sociedade civil.
A atividade tem como objetivo principal debater os assuntos relacionados às políticas municipal, estadual e nacional de desenvolvimento urbano, bem como estimular os cidadãos andreenses a debaterem metas e planos de ação que enfrentem os problemas existentes na cidade.
Imprensa SEESP
Com informações da Prefeitura Municipal de Santo André
Acompanhe, a seguir, como estão as negociações salariais entre o SEESP e as empresas energéticas atuantes no Estado de São Paulo com vistas ao Acordo Coletivo de Trabalho de 2016 dos engenheiros.
AES Eletropaulo
A terceira rodada de negociação ocorreu no dia 17 de junho último. Na ocasião, a companhia ofereceu reajuste salarial e dos benefícios de 5% em junho e mais 2% em janeiro de 2017, totalizando 7,1%. Também propôs reajuste de 5% na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), passando de R$ 8.900,00 para R$ 9.345,00, com antecipação do valor de R$ 4.000,00 no próximo dia 12 de setembro.
Os representantes do SEESP argumentaram que os índices estão abaixo da inflação do período e rejeitaram a proposta. Com relação à antecipação da PLR, o sindicato solicitou à empresa avaliar a manutenção da quantia de R$ 5.000,00 do ano anterior. A companhia ficou de analisar a contraproposta.
A próxima reunião negocial foi marcada para o próximo dia 27 de junho.
AES Tietê
A primeira reunião ocorreu na sede da empresa no dia 31 de maio último. As próximas mesas marcadas para os dias 15 e 22 de junho, foram reagendadas para o próximo dia 30.
Duke Energy
Foi realizada a segunda reunião de negociações no dia 16 de junho. A empresa propôs 9% de reajuste dos salários e benefícios e apresentou alteração no valor do auxílio de transferência para R$12.000,00, limitada a dois salários por transferência. Foram rejeitadas pelos dirigentes dos sindicatos. Ocorrerá a terceira reunião no dia 28 de junho, para dar prosseguimento ao processo de negociação do acordo, em Chavantes (SP).
Imprensa SEESP
Os engenheiros da Dersa, reunidos em assembleia no dia 22 último, aprovaram a proposta para o acordo coletivo de 2016, apresentada em audiência de conciliação pelo Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP) ocorrida no dia 21. A categoria, portanto, suspendeu a paralisação marcada para esta quinta-feira (23).
Entre outros itens, a proposta aprovada estabelece reajuste salarial com aplicação do IPC/Fipe integral, sendo 5,02% a partir de maio/2016 e 5,02% a partir de novembro/2016; reajuste dos benefícios com aplicação do índice integral de 10,04% a partir de maio/2016; e manutenção das cláusulas dos acordos anteriores.
Consta da proposta do tribunal o compromisso, por parte da empresa, em discutir com as categorias, até janeiro de 2017, os critérios para eventual pagamento da participação nos lucros e resultados (PLR). Ainda sobre esse benefício, o SEESP registra que até agora a Dersa não apresentou os resultados de 2016.
Imprensa SEESP
O presidente da FNE, Murilo Pinheiro, participou, na noite de quarta-feira (22/06), em Brasília, da abertura do 9º Congresso Distrital de Profissionais do Distrito Federal (9º CDP), que termina nesta sexta-feira (24). A atividade é organizada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia local (Crea-DF) com o intuito de discutir o temário aprovado pelo Plenário do Confea para o 9º CNP, apresentar propostas para esse evento e eleger os delegados distritais que dele participarão.
Fotos: Paula Bortolini
Pinheiro pediu pela unidade dos profissionais em todo o Brasil
Em sua fala, Pinheiro destacou o compromisso do movimento Engenharia Unida para fazer a diferença e contribuir com propostas factíveis de crescimento e desenvolvimento do País e pela valorização profissional. O presidente do Confea, José Tadeu da Silva, que defendeu a Engenharia Unida, reforçou a necessidade de a categoria propor soluções aos grandes problemas do País com a união dos profissionais e entidades em torno desse ideal. Também salientou o apoio ao combate à corrupção e afirmou que a entidade acompanha o andamento de projetos de lei de interesse dos engenheiros, assim como o exercício profissional.
Presidente do Confea endossou a necessidade do movimento Engenharia Unida
Já o presidente do Crea-DF, Flávio Correia, destacou os 55 anos de fundação do conselho, que vem crescendo de forma sólida. A entidade, comemorou Correia, já realizou e venceu muitas lutas e, ao longo desses anos, contribuiu bastante para o desenvolvimento de Brasília e do Distrito Federal. E completou dizendo que o congresso era um espaço para pensar novas formas do sistema e servia como inspiração para discussão de ideias e proposições em defesa do fortalecimento da engenharia e da agronomia.
Presidente Flávio Correia falou dos 55 anos de lutas do Crea-DF
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa Seesp
Com informações de Paula Bortolini
O presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Celso de Campos Pinheiro, participou, na manhã desta quarta-feira (22/06), em Brasília, da reunião ordinária do Colégio de Entidades Nacionais (Cden), composto pelos presidentes ou representantes das entidades nacionais do Sistema Confea/Crea. Na oportunidade, Pinheiro convidou os presentes para o lançamento da edição “Cresce Brasil – Cidades”, que ocorrerá no dia 29 de junho próximo, às 14h30, na sede do Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro.
Foto: Paula Bortolini
A defesa do voto eletrônico nas eleições do Sistema Confea-Crea feita pelo presidente
da FNE repercutiu positivamente na reunião do Cden, nesta quarta-feira (23)
A liderança explicou que a atualização do projeto lançado pela FNE, em 2006, deverá percorrer o País e chegar às mãos dos candidatos às eleições municipais do segundo semestre, com o intuito de garantir boas discussões políticas e técnicas nas próximas campanhas eleitorais. Ele aproveitou para falar sobre o Movimento Engenharia Unida, cujo propósito é reunir a área tecnológica num grande e vital debate sobre saídas conjuntas ao momento por que passa o País, assegurando que isso deve ser feito independentemente de posicionamentos políticos. “Devemos unir os profissionais pelo crescimento e desenvolvimento”, defendeu. E acrescentou: “Os profissionais da área tecnológica têm responsabilidade enorme em colaborar com propostas factíveis para a saída das crises econômica e política do País.”
Dentro desse espírito, Pinheiro destacou a iniciativa pioneira dos engenheiros de São Paulo que criaram o Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec) – projeto que atende a área social e a qualificação profissional de excelência. “Uma ação do nosso sindicato e da FNE para contribuir com a sociedade brasileira.”
Voto eletrônico
Pinheiro finalizou salientando a importância do voto eletrônico nas eleições do sistema profissional, acabando com o atraso do voto em urna. “Diversas entidades já realizam eleições dessa forma, com empresas especializadas e auditoria garantindo a segurança dos pleitos”, observou. Para ele, o voto eletrônico aumenta e democratiza a participação dos profissionais nas eleições, hoje restrita a 6%. Depois dessa defesa, o presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas (Abee) e membro do Cden, Olavo Botelho, propôs a discussão do voto eletrônico dentro do colegiado.
O diretor licenciado da FNE, Florentino Filho, participou da reunião do Cden como convidado.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Com informações de Paula Bortolini
Bauru sediou, nos dias 17 e 18 de junho último, a 6ª Conferência Municipal da Cidade, quando foram discutidas e formuladas propostas para o desenvolvimento urbano do município. O tema nacional a ser discutido neste ano é “Função social da cidade e da propriedade: Cidades Inclusivas, Participativas e Socialmente Justas”. No evento, foram eleitos 24 delegados para participar da Conferência Estadual.
A conferência municipal ocorre a cada três anos e é quando a sociedade civil, juntamente com o poder público executivo e legislativo, discute questões que afetam o Município em todos os âmbitos. As mesas temáticas versaram sobre os temais centrais: Meio Ambiente e Agricultura, Mobilidade Urbana, Habitação de Interesse Social, Potencialização e regulamentação das atividades econômicas, Planejamento Urbano e Infraestrutura urbana.
A conferência encaminhou propostas na esfera estadual e nacional, criando instrumentos e propondo medidas que possam ser aplicadas em Bauru e em todo país. Os delegados eleitos irão participar da Conferência Estadual prevista para os dias 2 e 3 de dezembro, em São Paulo.
Fonte: Prefeitura Municipal de Bauru