Representantes do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), mantido pelo SEESP, e do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Mantiqueira, em reunião no dia 8 de outubro último, discutiram a parceria em diversos projetos para fomento de conhecimento sobre inovação e tecnologia. Durante o encontro, inclusive, foi feito o convite para que o a instituição de ensino dos engenheiros faça parte da rede que o NIT – órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O convite foi feito pelo coordenador geral do Núcleo, João de Oliveira Júnior ao diretor-geral do ISITEC, Saulo Krichanã, que aceitou o convite. O termos da participação ainda serão acertados e formalizados.
De acordo com João de Oliveira Júnior, coordenador geral do núcleo, "há um interesse muito grande do próprio ministério de que seja agregado aos arranjos, outras entidades ou empresas do tipo do Isitec".
Foto: Angélica Perez/Isitec
Representantes das duas entidades empenhadas no fomento à inovação e tecnologia
Imprensa SEESP
Com informação do Isitec
No dia 23 de outubro último, diretores da Delegacia Sindical do SEESP em Sorocaba acompanharam o ciclo de palestras do sindicato com os estudantes de engenharia da Universidade Paulista (Unip), unidade de Sorocaba (SP). Participaram da atividade alunos dos cursos de produção, mecânica, mecatrônica e elétrica, que puderam fazer perguntas e tirar dúvidas sobre legislação, mercado de trabalho e ação sindical.
Durante o evento, os estudantes obtiveram informação sobre o papel do sindicato na vida do profissional, assim como das lutas organizadas em defesa de direitos e conquistas. “Sempre existe uma maior necessidade de informação da área profissional por parte dos alunos para que os novos engenheiros entrem no mercado de trabalho cientes dos seus direitos e deveres”, aponta a coordenadora do Núcleo Jovem Engenheiro, Marcellie Dessimoni, uma das palestrantes. Também estiveram presentes a área de Desenvolvimento e Oportunidades do sindicato e representante da Delegacia Sindical do SEESP na Baixada Santista.
O trabalho junto aos jovens engenheiros terá uma grande atividade no dia 7 de novembro, a partir das 8h, na sede do sindicato, na Capital paulista (Rua Genebra, 25, Bela Vista). Será o seminário “Desafios profissionais e o protagonismo do jovem engenheiro”. Confira a programação em http://goo.gl/fFsQBr.
Na visita à Unip de Sorocaba os estudantes Rômulo e Ricardo Florêncio gravaram depoimentos sobre a iniciativa do SEESP:
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Abordar a necessidade de acordo social para articular e promover uma estratégia de desenvolvimento do Brasil, bem como os elementos que conformam uma agenda capaz de viabilizar esse movimento, é o objetivo deste artigo.
O Brasil é a sétima maior economia do planeta, com fantásticos ativos naturais, uma base industrial diversa, grande setor agropecuário, amplos setores de serviços e comércio; um Estado complexo com grandes empresas públicas e um robusto sistema de proteção social; com diversidade cultural e grande capacidade criativa; com um povo que olha o futuro com otimismo, disposto a trabalhar para antecipá-lo, aproximando-o do presente. Ao mesmo tempo, a desigualdade e a pobreza formam um precipício que nos afasta da condição histórica de fazer desses ativos elementos do nosso bem-estar coletivo, com qualidade de vida para todos e com o urgente equilíbrio ambiental.
Uma meta
A história econômica de países que alçaram crescimento como fator de desenvolvimento indica que precisaríamos dobrar o tamanho da nossa economia para, potencialmente, atingir uma condição de riqueza e renda suficiente para oferecer as condições materiais para o bem-estar coletivo. Para dobrar o PIB per capita até 2030, seria necessário crescer em torno de 5,5% ao ano.
Entretanto, desde os anos 80, o país cresce muito aquém, jogando para o futuro a possibilidade de realizar a meta considerada adequada. Na segunda metade da década passada o crescimento do país foi sustentado pelo comércio exterior de commodities agrícolas e minerais; pelo incremento do mercado interno de consumo de massa e pelo aumento dos investimentos. O crescimento econômico se aproximou da meta citada. Entretanto, não houve um novo arranjo político-econômico capaz de adicionar àquele ciclo um aumento sustentado do investimento em infraestrutura econômica, social, produtiva e industrial. Realizar esse arranjo seria condição para continuar ampliando o mercado interno de consumo de massa, favorecer o incremento da produtividade, gerar empregos e aumentar a média salarial.
Por que fracassamos mais uma vez?
Não logramos romper com a visão de curto prazo focada somente em interesses corporativos, não revertemos a regressão industrial e as fragilidades estruturais para o desenvolvimento produtivo, em um mundo cada vez mais complexo, interdependente, globalizado e extremamente competitivo. Fracassamos porque não enfrentamos a estrutura rentista de brutal transferência de renda e riqueza, nem promovemos transformações da estrutura tributária, na organização política, na modernização da gestão do Estado, na democratização dos meios de comunicação, entre tantas outras mudanças necessárias.
Do sonho a um projeto
A utopia é o desenho de um sonho capaz de nos colocar em movimento. O debate público é o espaço e o processo por meio do qual se formula a declaração coletiva de uma utopia que adquire a qualidade de interesse geral. Ao construir uma visão compartilhada sobre o futuro, a sociedade traz esta visão para o presente na forma de um projeto: declara uma intencionalidade que orienta o sentido do desenvolvimento, para o qual a nação se mobiliza. Sem utopia não há transformação.
A construção de um projeto requer acordo
Seja como meta ou como processo pelo qual se alcança o resultado, as questões centrais do desenvolvimento exigem definir, em processo de permanente reelaboração, a indicação normativa de onde se quer chegar. Como combinar os elementos no plano operativo para promover processos que gerem os resultados almejados? Como repartir e enfrentar o custo da transição entre a situação presente e os objetivos a alcançar, viabilizando os recursos necessários para construir escolhas diante das oportunidades e das restrições, em cada situação histórica e frente às possibilidades de processos de transformação?
O tratamento destas questões, e as necessárias escolhas, constituem-se na atividade própria da política, cujo fim é produzir coesão social suficiente para intervir e mudar a situação presente. Cabe à política enunciar o que a sociedade quer como bem-estar social, qualidade de vida e equilíbrio ambiental e, ao mesmo tempo, coesioná-la para dar suporte e promover o desejo coletivo enunciado. Nesse contexto, abre-se a possibilidade de outro jogo social e de novas regras a reger as relações sociais.
O melhor resultado é aquele no qual a sociedade ganha porque as partes que jogam constroem outras possibilidades de resultados por meio do acordo social e político.
Acordo político no Brasil?
A Constituição de 1988 é o nosso atual pacto político, fruto da luta social pela liberdade e democracia, que desembocou em um espaço de complexas negociações entre forças sociais. Coesionou-se, nos limites da nossa transição lenta e gradual, uma nova vontade geral consubstanciada na Carta Magna. Quase 30 anos depois, a sociedade declara a sua incompletude. O jogo social, analisado a partir das possibilidades do desenvolvimento, exige que o contrato social expresso na nossa Constituição seja aperfeiçoado, alterado e/ou detalhado. Essa é uma tarefa fundamental, indicada na agenda de reformas que setores da sociedade conclamam.
Superando a desigualdade
A desigualdade é um impeditivo estrutural para o desenvolvimento, pois cada cidadão ou sujeito coletivo tem capacidade desigual para intervir na construção de outra vontade geral. Essa diferença intencionalmente produzida confere desvantagem insuperável entre os atores do jogo social e cria regras que reproduzem a própria desigualdade. Essa desigualdade se expressa também em um estoque de déficits para enormes contingentes de brasileiros. Articuladas, essas duas dimensões da desigualdade destroem possibilidades de coesão social.
Recentemente, Thomas Piketty e dezenas de pesquisadores trouxeram para o debate a questão da desigualdade. O estudo, assentado na análise de informações referentes a longos períodos (desde meados do século XVIII), desemboca em um campo propositivo que indica a necessidade de pensar o que é, e o que será um/o Estado social; observar a centralidade da questão tributária nacional e global; e encarar as graves restrições impostas pelo pagamento e remuneração da dívida pública. Afirma que o Estado precisa mobilizar a nação para responder ao desafio fiscal de financiamento do padrão de desenvolvimento seja na dimensão produtiva, seja na esfera distributiva. Do mesmo modo, indica que a convergência tecnológica intencionalmente procurada e construída, com inovação nos métodos de produção e de qualificação da mão de obra, é fator essencial para promover o incremento da produtividade e da renda nacional2.
A complexidade da sociedade, dos problemas e dos fenômenos, bem como a desconfiança - característica presente na vida política de uma sociedade desigual - criam enormes dificuldades para a construção de acordos. Por isso, é preciso que a questão da transformação seja colocada, com vistas à promoção da igualdade, apostando na construção de acordos parciais que mobilizem, pela experiência, pelo reconhecimento e pela cultura política que geram acordos sociais mais amplos. A aposta é que múltiplos processos e acordos parciais abram um campo de possibilidades de novas escolhas e de construção de confiança política capaz de orientar e dar suporte à mudança social.
O ponto de partida para a mudança
O olhar prospectivo visa à transformação da dinâmica de baixo crescimento econômico, reduzido incremento da produtividade, baixas taxas de investimento e regressão do setor industrial que requer uma mudança estrutural.
Desse ponto de vista, as estratégias devem buscar a expansão de emprego/renda e da produtividade, ao mesmo tempo. Esse propósito deve enfrentar o movimento histórico concreto no qual ocorreram profundos descompassos entre essas duas expansões. Do mesmo modo, e com urgência, a política de desenvolvimento produtivo deve ter, no incremento tecnológico e de capital, a intencionalidade de reduzir efeitos perversos da atividade produtiva sobre o meio ambiente, criando condições, inclusive, para preservá-lo e recupera-lo.
As transformações requerem mudanças estruturais que modernizem o 2 PIKETTY, Thomas, “O capital no século XXI”, Rio de Janeiro, Intrínseca, 2014, 677 p. Estado, potencializem o investimento, melhorem a capacidade do setor público em articular o desenvolvimento produtivo com as políticas macro, setoriais e industrial.
A oportunidade do momento presente
A crise internacional revela-se longa, com profundos reflexos sobre a taxa de crescimento mundial, o que causa sérios impactos nos países em desenvolvimento, inclusive o Brasil. As políticas para a sustentação da renda das famílias e as iniciativas macroeconômicas e setoriais necessárias para alavancar o investimento - fatores determinantes para sustentar a demanda agregada e o crescimento - encontraram uma série de entraves e impedimentos que torna o presente um momento complexo e que derruba o crescimento da economia.
Há o desafio de criar caminhos. A crise traz riscos destrutivos de grande monta, onde todos perdem, e podem perder muito. Uma ação institucional deve ser voltada para indicar a gravidade do problema, na perspectiva de sua superação, e para mobilizar para o enfretamento da crise com o objetivo de criar um campo de entendimento que reconfigure as disponibilidades dos atores sociais e agentes econômicos para novos arranjos das capacidades do setor privado e público e da sua relação.
O PPA 2016-2019, uma oportunidade
Está no Congresso Nacional, encaminhado pelo Governo Federal, a proposta de PPA (Plano Plurianual) para o período de 2016 a 2019. Quatro eixos estratégicos norteiam a estratégia proposta para o desenvolvimento brasileiro, que são:
* Educação de qualidade como caminho para a cidadania e o desenvolvimento social e econômico.
* Inclusão social e redução das desigualdades, com melhor distribuição de oportunidades e do acesso a bens e serviços públicos de qualidade.
* Ampliação da produtividade e da competitividade da economia, com fundamentos macroeconômicos sólidos, sustentabilidade e ênfase nos investimentos públicos e privados, especialmente em infraestrutura.
* Fortalecimento das instituições públicas, com participação e controle social, transparência e qualidade na gestão.
Uma questão central para a promoção do desenvolvimento econômico e social é aumentar a produtividade e o investimento. Quatro vetores devem conduzir esse processo:
* Aumentar o investimento público e privado, especialmente em infraestrutura econômica, social, urbana e produtiva.
* Aumentar o investimento em educação, com foco na qualidade do ensino.
* Incentivar e promover a pesquisa, o desenvolvimento tecnológico, a inovação no chão das empresas e a difusão entre os setores, dentro de cada setor e entre as empresas e organizações.
* Modernizar o Estado, promovendo reformas institucionais que simplifiquem e promovam a progressividade tributária, desburocratizem e agilizem a administração pública e as obrigações das empresas e do cidadão, aperfeiçoem a regulação dos mercados, entre outros.
Um acordo social poderia ser construído a partir do debate público dessas propostas, conformando nossas escolhas estratégicas e definindo sua forma de financiamento.
Os atores sociais têm suas agendas, com propostas e projetos, que devem ser colocadas sobre a mesa de negociação e compartilhados, compreendendo como cada proposta se relaciona com a perspectiva geral do desenvolvimento e como sua implantação altera a posição relativa de cada um no jogo econômico e social.
Construir o interesse geral não é promover a soma dos interesses específicos, mas é construir no espaço de conflitos e contradições, uma nova disponibilidade de cada um para se colocar em outro jogo social.
Frentes de expansão
Concordamos com Bielschowsky, quando diz que há três frentes de expansão, verdadeiros “motores” do desenvolvimento brasileiro, que poucos países têm e que devem estar no centro da nossa estratégia:
“um amplo mercado interno de consumo de massa – que será tanto maior e mais amplo quanto melhor vier a ser a distribuição de renda – e também uma estrutura produtiva potencialmente capaz de vir a realizar localmente boa parte da produção em larga escala correspondente, nos setores primários, industriais e de serviços, sem prejuízo de ampliar as exportações; uma forte demanda nacional e mundial por seus abundantes recursos naturais; e perspectivas favoráveis quanto à demanda estatal e privada por investimentos em infraestrutura (econômica e social).”
O investimento em inovação e no encadeamento produtivo será determinante para potencializar essas três frentes de expansão.
Posicionamentos recentes
Nas últimas semanas houve várias manifestações de dirigentes sindicais, líderes sociais, empresários e lideranças políticas, indicando a necessidade de algum tipo de diálogo.
Há uma preocupação com a crise e com as alternativas para enfrentá-la e superá-la. Manifesta-se a intenção de um movimento para reunir força política e capacidade cognitiva para indicar caminhos para a transição para o crescimento e sua sustentação no médio e longo prazo.
A política econômica de desenvolvimento produtivo com distribuição de renda requer promover a redução da taxa de juros básica da economia e do spread bancário; sustentar taxa de câmbio que permita às empresas competitivas produzirem e participarem do mercado interno e externo e sustentar incremento do investimento.
A oportunidade da crise atual é eliminar a zona de conforto, reacendendo o debate sobre caminhos e escolhas. Há espaço para diferentes caminhos, inclusive para aqueles que podem representar retrocesso de várias magnitudes e em diversos aspectos. Há, porém, espaço para a construção de uma agenda que recoloque na centralidade da ação do governo e dos atores sociais, a articulação de alternativas para o crescimento e o desenvolvimento.
O desafio é resignificar os sentidos da liberdade, da igualdade, da justiça e do desenvolvimento, neste momento de enormes desafios. Abre-se, assim, a possibilidade de construção de novos compromissos. Há decisões políticas que são capazes de antecipar o futuro, fazendo do presente um campo fértil de construção do nosso desenvolvimento.
3 BIELSCHOWSKI, Ricardo, “Estratégia de desenvolvimento e as três frentes de expansão no Brasil: um desenho conceitual”, in IPEA, “Presente e Futuro do desenvolvimento brasileiro”, Brasília, 2014 (p. 115).
* Clemente Ganz Lúcio é sociólogo, diretor técnico do Dieese e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Este artigo foi publicado, originalmente, no Le Monde Diplomatique, de outubro de 2015
Em uma das mais conhecidas anedotas de Lincoln das muitas com que apimentava seus discursos, ele contava, a respeito da disputa entre dois sitiantes, que a cerca que os separava era tão retorcida que sempre que um porco se enfiava por um buraco, reaparecia do mesmo lado por onde se havia metido.
O barata-voa político tem produzido situações semelhantes.
Eu mesmo, para complicar as coisas, desenhei a árvore 44 (quatro elevado à quarta potência) galhos, ou seja, 256 galhos, alguns secos, muitos entrelaçados.
São quatro os resultados pretendidos por que tenta interromper o mandato presidencial ou neutralizar a força da presidência: impeachment, renúncia, cassação e enfraquecimento crônico. Para se obter isso são quatro as instituições diretamente envolvidas: Câmara dos Deputados (e Senado), STF, TSE e TCU (coadjuvadas pelo quarto poder, o da mídia e pelo quinto poder, o da Lava-Jato). Os maiores alvos individuais do processo são, também, quatro: Dilma, Temer, Eduardo Cunha e o “alvo oculto”, Lula. E, por fim, são quatro os eventuais grandes beneficiários com suas motivações: Aécio, Temer, Serra e Alckmin.
Por onde se queira começar a desenhar a árvore de procedimentos, instituições, alvos e beneficiários, possivelmente chegaremos a situações em que o porco sai do mesmo lado que entrou.
Há um paralelismo impressionante entre o travamento do impeachment presidencial (em sua artificialidade e golpismo) porque as forças políticas não se acertam sobre a substituição e suas consequências e as vacilações a respeito do fim a ser dado ao presidente da Câmara, que tem que ser antecedido pela escolha de um substituto legal e formal que atenda às ambiguidades do quadro partidário.
Enquanto isso a economia está travada, em recessão, e as três cabeças do monstro desemprego, juros altos, inflação – fazem o povo trabalhador ficar apreensivo e a opinião pública ficar desarvorada, assistindo bestializada.
E é o mesmo Lincoln, agora seriamente, a dizer que ninguém pode enganar todo mundo o tempo todo.
* João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical
Parceiro aguerrido do movimento sindical e dos engenheiros do SEESP e da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) completa 60 anos de vida no dia 22 de dezembro próximo. A seguir, transcrevemos texto da jornalista Carolina Maria Ruy, coordenadora de projetos do Centro de Memória Sindical, contando mais sobre a história dessa entidade criada para suprir a necessidade dos sindicatos com relação a dados econômicos confiáveis.
“Na década de 1950, devido ao intenso desenvolvimento industrial e urbano que o Brasil vivia, o agravamento das condições de vida e a suspeita de fraudes com relação aos índices econômicos prejudicavam os trabalhadores. Em consequência, grandes greves contra a alta inflação e contra a carestia marcaram o período. A principal delas, a Greve dos 300 mil, em 1953, protestou contra o alto custo de vida em São Paulo, paralisando por 29 dias trabalhadores de diversas categorias. A greve teve como desdobramentos a formação do Comitê Intersindical de Greve e a criação do Pacto dos Quatro Sindicatos: têxteis, metalúrgicos, madeireiros e vidreiros (todos de São Paulo).
Deste movimento surgiu, em 1954, o Pacto de Unidade Intersindical (PUI), considerado embrião do Dieese. Luiz Tenório de Lima, o Tenorinho (falecido em 2010), um dos fundadores do Dieese e ex-diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação e Indústria de Laticínios de São Paulo, explica esse processo:
As lutas sindicais encontravam a barreira de como comprovar a percentagem que os trabalhadores reinvidicavam. Os únicos órgãos em que a justiça se baseava eram uma comissão do Ministério do Trabalho e a Secretaria de Abastecimento de São Paulo. Os dados dessas duas fontes nunca conferiam com aquilo que a gente achava que era custo de vida. E nós só levávamos vantagem quando fazíamos aquelas greves enfrentando polícia, como fizemos em 1953. Então surgiu a ideia de criar o nosso próprio organismo de levantamento de custo de vida (Depoimento ao Museu da Pessoa para o projeto Memória Dieese, 2006).
Com este propósito o Dieese foi criado em 22 de dezembro de 1955, por um grupo de 20 dirigentes sindicais paulistas, tendo como primeiro presidente Salvador Romano Losacco, do Sindicato dos Bancários. O primeiro diretor técnico do Departamento foi o sociólogo José Albertino Rodrigues. Ele permaneceu no cargo entre 1957 a 1962, dando início a uma longa trajetória baseada no tripé: pesquisa, assessoria e educação.
Um dos primeiros trabalhos do Dieese, ainda na década de 1950, foi uma pesquisa de padrão de vida das famílias paulistanas, que serviria como base para o Índice de Custo de Vida (ICV). A pesquisa era feita através do acompanhamento de famílias, que concordavam em participar, por um grupo de técnicos.
Após o golpe militar de 1964 o Dieese sofreu com a desarticulação do movimento sindical e foi impedido de realizar suas funções devido à intervenção no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, onde estava sediado, retomando suas atividades em 1965.
Mas mesmo com a repressão o Departamento conseguiu apoiar os trabalhadores, fornecendo cálculos e estudos sobre a política salarial, cada vez mais arrochada. Segundo Tenorinho, o Dieese chegou a realizar, clandestinamente, estudos para o MIA, Movimento Intersindical Anti-arrocho. Além disso, foram os técnicos do Dieese, coordenados à época pelo economista Walter Barelli, que denunciaram, em 1977, que o índice oficial da inflação de 1973 havia sido manipulado, resultando em um rebaixamento dos salários. Esta denúncia abriu uma grande discussão na sociedade deflagrando uma série de manifestações operárias pela reposição salarial e deu grande visibilidade à entidade.
Em 1981, para renovar a base calculo do ICV foi criada a Pesquisa de Padrão de Vida e Emprego, PPVE, que se estendeu até 1983. A PPVE está na origem da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), lançada no final de 1984, em parceria com a Fundação Seade. A metodologia inovadora da PED aprofundava a identificação de componentes do desemprego que o IBGE camuflava. Com isso a PED chamou a atenção da sociedade brasileira para da miséria do desempregado, em um contexto de elevados índices de desemprego.
Nas décadas de 1980 e 1990 o Dieese atravessou e superou vários momentos de crises financeiras, e às vezes de ordem sindical e até política. Entretanto conseguiu se firmar como um pilar do sindicalismo, produzindo dados confiáveis, apropriados também pela sociedade. Sua história se entrelaça com a história do movimento sindical brasileiro e com o surgimento das centrais sindicais contemporâneas, que dirigem e financiam o Departamento.
Em maio de 2010 esta história foi coroada com a concretização de um de seus mais ambiciosos projetos: a fundação Escola Dieese de Ciências de ensino superior, com disciplinas de especialização para dirigentes sindicais. Segundo o diretor técnico Clemente Ganz Lucio o objetivo é que “no futuro, jornalistas, economistas, advogados e juristas se especializem na questão do trabalho".
Desde sua fundação, em 1955, o Dieese viveu um processo de expansão, consolidação e modernização. Mas sua história é marcada, principalmente, pela coerência com seus princípios fundamentais: buscar a unidade na ação sindical e servir à Classe Trabalhadora como um poderoso instrumento na clássica luta entre capital e trabalho.”
Recentemente, o Dieese fez dois importantes estudos para os engenheiros do Estado de São Paulo e do País levantando o perfil ocupacional da categoria de 2003 a 2013.
Imprensa SEESP
Tema caro à engenharia, o futuro sustentável das cidades brasileiras estará em pauta em audiência pública, em comissão do Senado, no dia 26 de outubro próximo, a partir das 16h30.
Segundo o parlamentar Wellington Fagundes (PR-MT), autor da solicitação da atividade, é fundamental discutir desde já a urbanização sustentável e eficiente. “Queremos discutir qual a melhor forma de as cidades se desenvolverem, a partir de agora, com uma qualidade de vida que possa atender a população. Vamos ouvir as experiências, os projetos e pesquisas que cada palestrante vai trazer, para avançarmos no campo legislativo”, observou.
Estão convidados para a audiência pública o presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Mariano Francisco Laplane, e o professor Oscar de Moraes Cordeiro Netto, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB). Os Ministérios das Cidades e do Meio Ambiente também devem enviar representantes.
Ilustração Maringoni
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Com informações da Agência Senado
Na rodada de visitas às faculdades de engenheira do Estado, no dia 21 último, nos períodos da manhã e da noite, foi a vez dos estudantes da Uninove Vergueiro, na Capital paulista, participarem do ciclo de palestras com o Núcleo Jovem Engenheiro, as áreas de Oportunidades e Desenvolvimento e do jurídico e os diretores do SEESP, Januário Garcia, da Coordenação de Assuntos do Exercício Profissional (Caep), e Newton Guenaga Filho, presidente da Delegacia Sindical na Baixada Santista.
A coordenação dos cursos de engenharia da Uninove destacou a importância da presença do sindicato na faculdade como forma de preparar os estudantes para o mercado de trabalho, conhecendo as dinâmicas sindicais e ações em prol da categoria e ajudando a despertar o papel da juventude na construção da engenharia unida.
Sempre existe um grande interesse por parte dos alunos de ter mais palestras voltadas a temas da engenharia e mercado de trabalho, como: oportunidades de estágio, inovação e tecnologia, empregabilidade, dicas de entrevista, legislação, entre outros temas. Os estudantes também se aproximam mais da realidade histórica e das lutas e ações do sindicato em defesa de direitos e de novas conquistas para a categoria.
Todo esse trabalho junto aos estudantes de engenharia culminará na realização do seminário “Desafios profissionais e protagonismo do jovem engenheiro”, no dia 7 de novembro próximo, das 8h às 17h30, na sede do SEESP, em São Paulo (Rua Genebra, 25, Bela Vista), onde estarão em debate vários dos temas de interesse do alunato. As inscrições devem ser feitas até o dia 25 próximo em http://goo.gl/wsvwhe.
Fotos: Mariles Carvalho e Marcellie Dessimoni
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Incentivar o consumo de alimentos orgânicos e saudáveis. Esse é o principal objetivo da 1ª Feira Nacional da Reforma Agrária, que ocorre no Parque da Água Branca, em São Paulo, a partir desta quinta-feira (22/10) até o próximo domingo (25).
Centenas de produtores irão comercializar alimentos cultivados pela agricultura camponesa que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é responsável pela produção de cerca de 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros. Segundo os organizadores, o evento pretende “promover o contato direito dos produtores com a população da cidade”.
Foto: Joka Madruga/Brasil de Fato
Feira ocorre até o dia 25 próximo, em São Paulo
Para Debora Nunes, do setor de produção do MST, o evento também visa alertar aos moradores das cidades da importância da reforma agrária no país que poderia, por exemplo, fazer com o que os alimentos orgânicos fossem democratizados no país.
“O modelo do agronegócio é tão perverso que constrói a ideia que alimento saudável é alimento caro e pra poucos. A gente não pode aceitar esse entendimento: pode-se produzir em escala dentro da matriz agroecológica, mas pra que isso aconteça é necessário que o Estado subsidie a agricultura familiar em todas suas demandas, desde o crédito até a infraestrutura e a democratização da terra. Esse debate também dialoga com a questão da saúde pública, porque as pessoas têm adoecido e morrido em decorrência daquilo que se come”, aponta.
Cultura
A feira também será uma espécie de aproximação dos moradores da cidade com a cultura camponesa. Além da comercialização dos produtos, haverá um espaço dedicado ao preparo de comidas típicas de diversas regiões do país, shows de música e palestras temáticas todos os dias.
“A feira vai ser a expressão da diversidade. Vamos ter as cozinhas para trazer as regionalidades e as diversidades na culinária. Além disso, têm outros aspectos da vida do povo do campo como a música e os debates de temas importantes, como o uso do agrotóxico”, encerrou Nunes.
Fonte: Brasil de Fato
O SEESP e a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), assim como outras entidades, estão empenhados na aprovação do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 13/2013 que cria a carreira de Estado para engenheiros, arquitetos e agrônomos em todos os níveis de governo (federal, estadual e municipal). A matéria está, nesse momento, parada no Senado, aguardando votação de requerimento que desmembra a apreciação do PLC, que foi vinculada, por força de outro requerimento aprovado em 2 de junho último, ao Projeto de Lei de Senado 122/2014 que dispõe sobre o exercício profissional dos economistas.
Com esse “apensamento”, expressão legislativa, o projeto dos engenheiros, que já tinha sido aprovado em duas comissões permanentes e aguardava apenas ser votado pelo Plenário da Casa e, sendo aprovado, ir à sanção presidencial, voltou à estaca zero. Por isso, é tão importante que o requerimento do “desapensamento” seja votado e aprovado pelos senadores.
Os profissionais, que serão beneficiados pelo PLC 13/2013, podem e devem ajudar nessa luta e de forma bem direta, votando na enquete para pressionar por sua aprovação nesse link https://goo.gl/FJ2aDc. Para evitar fraude, é necessário um cadastro simples antes da votação, acessando https://goo.gl/IS2eRc.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/2015 não deve ser votado com pressa, mas com tranquilidade. A observação é do senador Paulo Paim, isso porque a matéria amplia as possibilidades de terceirização da mão de obra para as atividades-fim. O projeto está na Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional, sob relatoria do próprio senador, e faz parte da Agenda Brasil - pauta apresentada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, com o objetivo de incentivar a retomada do crescimento econômico do País. “O projeto é uma ameaça terrível aos direitos dos trabalhadores”, observa o parlamentar.
Paim ressalta que o PLC é um retrocesso nas relações entre o empregado e o patrão, afirmando que de cada dez empresas envolvidas em trabalho escravo ou análogo à escravidão, nove são de empresas terceirizadas. A cada cinco mortes no trabalho, quatro são de trabalhadores terceirizados, relaciona.
O parlamentar realça que muitos ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) são contrários ao projeto, que foi discutido em várias audiências nas assembleias legislativas de 17 estados, entre as quais Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Ceará, Paraíba e São Paulo. Em todas, informa Paim, foi elaborada uma carta com críticas ao projeto. A sequência de audiências sobre o tema vai até maio do ano que vem.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Com informações da Agência Senado