logo seesp ap 22

 

BannerAssocie se

Administrator

Administrator

       Antes do ato, os presidentes da Fiesp, Paulo Skaf; da Abimaq, Luiz Aubert Neto; da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva; o presidente da CUT, Arthur Henrique; do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres e do ABC, Sergio Nobre lançam um manifesto por um Brasil com menos juros, maior produção e mais emprego no teatro do Hotel Renaissance (Al. Jaú 1.620) a partir das 10h.

       Com o aumento das incertezas no cenário econômico mundial, a proteção ao emprego e à produção nacional são fatores fundamentais para garantir a prosperidade do Brasil. As entidades acreditam que essa responsabilidade deve ser compartilhada por todos os setores da sociedade que desejam construir um país melhor.

       As entidades patronais e de trabalhadores, que assinam o manifesto, têm a convicção de que reduzir as taxas de juros a níveis compatíveis com os praticados internacionalmente em países emergentes é fundamental para acelerar e sustentar o crescimento nacional, com mais justiça social e melhor distribuição de renda.

       O documento já conta com a assinatura de vários economistas de renome, ex-ministros e personalidades como Amir Antonio Khair, Antonio Corrêa de Lacerda, Carlos de Lessa, Márcio Pochmann, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, Yoshiaki Nakano, João Siscsu, Jorge Mattoso, Jose Viegas Filho, Nelson Machado, Odilon Guedes, Samuel Pinheiro Guimaraes e Frei Betto. O manifesto também é assinado pelo presidente da CNTU, Murilo Pinheiro. 


Serviço:
Manifesto por um Brasil com Menos juros, Maior Produção e Mais Emprego
Data: 18 de outubro
Horário: 10 horas
Local: Teatro Hotel Renaissance
Endereço: Al. Jaú 1.620


Manifestantes darão abraço simbólico ao prédio do Banco Central
Endereço: Av. Paulista, 1804
Horário: a partir das 12h


Fonte: Assessoria de Imprensa da Força Sindical





www.cntu.org.br




       Com óculos fantasia, do tipo 3D, e inscrições alusivas às necessidade de regular o setor de telecomunicações do Brasil, ativistas de São Paulo planejam ato nesta terça, 18, em frente ao número 900 (Prédio da Gazeta) da Avenida Paulista, das 12h às 14h, para marcar a passagem do Dia Nacional pela Democratização da Comunicação. 

       Haverá atividades durante a semana, que também é alusiva à defesa da comunicação, em diversos estados brasileiros. Em Porto Alegre, a CNTU realizar seminário sobre Democracia, Comunicação e Cultura, inserindo definitivamente as lutas do setor na agenda prioritária da entidade. 

       Os eventos também serão aproveitados para difusão e coleta de assinaturas para o Manifesto em Defesa da Banda Larga, redigido e aprovado por um conjunto de entidades que participaram, dias 13 e 14, do I Fórum da Internet do Brasil. Materiais de campanha para o dia 18 estão sendo distribuidos em arquivos de internet e reproduzidos por ativistas. Algumas frases escolhidas este ano são: " Regular não é censura", em defesa de um novo marco regulatório para o setor, e " Rádio e TV, o dono é você", pela democratização e controle social da mídia. 






www.cntu.org.br




       Este é o último evento regional da série promovida pela CNTU rumo ao seu Encontro Nacional e reúne subsídios, reflexões, posicionamentos e propostas para dois dos temas mais estratégicos e ao mesmo tempo conflituosos na definição do funcionamento democrático da sociedade brasileira: a comunicação e a cultura. A atividade ocorrerá em Porto Alegre, no próximo dia 21, integrando a Semana Nacional pela Democratização da Comunicação (17/10 a 21/10). 

       “De um lado os avanços técnicos vêm contribuindo para democratizar as comunicações, a diversidade cultural e para ampliar produção artística e informativa. Mas de outro lado, geram reações pela conservação de fórmulas ultrapassadas e modelos de negócios assentados na propriedade material e na extração de riquezas como se dá na industrialização tradicional", aponta Allen Habert, diretor da CNTU e coordenador do I Encontro Nacional da entidade. Apesar dos conflitos, ele aponta perspectivas otimistas: "É possível avançar no estabelecimento de alguns consensos. Há ambiente propício para, finalmente, terem-se atualizadas e democráticas políticas públicas em comunicação e cultura que, inclusive, devem reforçar, o potencial de geração de novas riquezas com o fortalecimento da economia criativa brasileira."

       Os temas serão introduzidos por cinco pensadores e produtores da comunicação e cultura convidados pela CNTU para dialogar com sua base sindical, encarregada de produzir, ao final do encontro, a “Carta de Porto Alegre”. São eles Marcos Dantas, da Escola de Comunicação da UFRJ, Rosana dos Santos Alcântara, da Ancine (Agência Nacional do Cinema), Deborah Finocchiaro, da Companhia de Solos & Bem Acompanhados, Ladislau Dowbor, da PUC-SP, Jorge Furtado, da Casa de Cinema de Porto Alegre, e Luís Augusto Fischer, da UFRGS . 

       Na discussão sobre democracia e comunicação estarão em foco o novo marco regulatório, que é uma dívida do país para colocar em prática os ditames da Constituição brasileira sobre comunicação social, e a banda larga. Para os debatedores, não apenas os interesses de mercado devem ser contemplados, mas principalmente, os critérios de universalização e acesso que garantem a democratização. "Quando se fala em mercado de comunicação no Brasil, está se falando de 400 municípios que concentram 70% do PIB. E o resto do país que precisa ser desenvolvido e integrado?", questiona Habert. 

       Os participantes também devem refletir sobre a necessidade de se ampliar o espaço do sistema público de comunicação, constituído pela mídia não-comercial, seja a estatal, seja a produzida pelos movimentos sociais e culturais. "Isso é fundamental para assegurar a criatividade e a diversidade cultural e, sobretudo, garantir espaços de resistência social à redução da cultura aos limites do mercado", diz o coordenador.


Avanços ainda por conquistar
       O Plano Nacional de Cultura (PNC), que define as diretrizes para os próximos dez anos, o Sistema Nacional de Cultura (SNC) que promove cooperação entre a União, os Estados e os Municípios, o Procultura, que busca criar novas regras e mecanismos de financiamentoe programas governamentais para estimular a produção cultural, como os Pontos de Cultura, serão avaliados durante o encontro, com a perspectiva de apontar caminhos que ampliem as políticas culturais. Para a CNTU, os avanços até agora não são garantias suficientes para vencer o grande déficit cultural no país em que mais de 40% da população não têm acesso a equipamentos culturais, mais de 50% dos municípios não contam com nenhum espaço ou programa cultural público, mais de 82% não têm museu e apenas 16% contam com teatro. O quadro é agravado pelo déficit educacional, em que apenas metade dos jovens de 15 a 17 anos freqüentam o ensino médio e menos de 3% das cidades brasileiras têm estabelecimentos de educação superior. 

       Acesso ao conhecimento e à conectividade são ingredientes centrais da chamada economia criativa, outro tema a ser aberto aos participantes do encontro. O desafio em debate é o de vencer os empecilhos para a expansão do conhecimento, como as leis antiquadas que tratam o conhecimento como propriedade privada e das relações de produção extremamente atrasadas que mantem grande parte da população excluída do acesso ao conhecimento.

       Para a CNTU, o momento é importante para se assegurar desconcentração do poder comunicacional, lembrando que o desenvolvimento técnico contribui fortemente para uma revolução cultural baseada na expansão do compartilhamento do conhecimento e da produção cultural. Mas é preciso enfrentar as reações dos grupos econômicos empenhados no controle ideológico e econômico desse processo. Portanto, são necessárias políticas públicas para arbitrar e equilibrar esses interesses. Quais serão elas? Este é o debate esperado em Porto Alegre. 


Confira a programação do 4º Encontro Regional da CNTU



www.cntu.org.br




        Cerca de 500 cidades brasileiras participam, esta semana, da 8ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT - 17 a 23/10). O evento é coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis), e promovido em parceria com governos estaduais, municípios e instituições diversas.

        A finalidade principal da semana é mobilizar a população, em especial crianças e jovens, em torno de temas e atividades de ciência e tecnologia (C&T), valorizando a criatividade, a atitude científica e a inovação. O evento pretende mostrar também a importância da C,T& I para a vida de cada um e para o desenvolvimento do país.

        Após incluir a questão da “Ciência para o desenvolvimento sustentável” no debate social, na edição do ano passado, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2011 (SNCT) volta a destacar uma temática de relevância estratégica. O maior evento de divulgação científica do país abordará, neste ano, o tema “Mudanças Climáticas, desastres naturais e prevenção de riscos”.

        A intenção é estimular a difusão dos conhecimentos e o debate sobre as estratégias e maneiras de se enfrentar o grande desafio planetário das mudanças climáticas e de prevenir riscos decorrentes de desastres naturais e de situações criadas pela ação humana.

        A SNCT também promoverá atividades em torno do lema “Química para um Mundo Melhor”. A iniciativa atende recomendação da Assembleia Geral das Nações Unidas, que declarou 2011 como o Ano Internacional da Química, com o objetivo de estimular todos os países a realizarem ações para aumentar a consciência coletiva sobre a importância da química e suas contribuições para o bem-estar da humanidade.

        A cerimônia de abertura oficial do evento está prevista para a próxima terça-feira (18/10), às 15h30, na Tenda da Ciência, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, autoridades do Executivo e Legislativo, autoridades do governo do Distrito Federal (DF) e representantes das instituições científicas do DF. Na ocasião, será lançado o selo alusivo à SNCT e haverá a entrega dos prêmios de Fotografia, Ciência e Arte e de Destaque do Ano na Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI).

        A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2011 contabiliza até o momento (13/10) 9.457 atividades cadastradas. Participam 429 cidades e 642 instituições. (As informações sobre as atividades estão sendo atualizadas, constantemente, no endereço eletrônico http://semanact.mct.gov.br/index.php/content/view/4552.html).


Assessoria de Comunicação do MCTI: (61) 3317 7515 - Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Seguem alguns dos inúmeros destaques:
Mostra de TV - A mostra VerCiência exibirá 83 programas de ciência de TV de dez países, no Rio, em São Paulo, Brasília e Salvador. Uma seleção especial de programas também será exibida em instituições de outras cidades que se cadastraram no site da SNCT.

Mural em braile - Um mural eletrônico voltado para a inclusão social de pessoas com deficiência visual ou auditiva será destaque no estande do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI) na Tenda da Ciência de Petrópolis (RJ).

Qualidade da água – Na atividade pH do Planeta, alunos coletarão uma amostra de água de uma fonte natural local. Eles medirão a acidez da amostra e os valores da turma serão lançados no banco de dados nacional no portal QNInt. Atividade é parte do Experimento Global conduzido durante o Ano Internacional da Química (AIQ) 2011.


Mais sobre a SNCT
        A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) acontece no Brasil desde 2004. Ela tem tido um êxito grande com uma participação crescente de pessoas, instituições de pesquisa e ensino e municípios. Em 2010, foram realizadas cerca de 14.000 atividades, em quase 500 municípios brasileiros.


Quem participa
        Todas as pessoas interessadas podem participar das atividades da SNCT. Os promotores das atividades são: universidades e instituições de pesquisa; escolas públicas e privadas; institutos de ensino tecnológico, centros e museus de C&T; entidades científicas e tecnológicas; fundações de apoio à pesquisa; parques ambientais, unidades de conservação, jardins botânicos e zoológicos; secretarias estaduais e municipais de C&T e de educação; empresas públicas e privadas; meios de comunicação; órgãos governamentais; ONGs e outras entidades da sociedade civil.


Quem coordena
        A coordenação nacional da SNCT é de responsabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio do Departamento de Popularização e Difusão de C&T da Secretaria de C&T para Inclusão Social. Em cada estado existem coordenações locais e a realização da Semana conta com a participação ativa de governos estaduais e municipais, de instituições de ensino e pesquisa e de entidades ligadas à C&T de cada região. Muitos estados e municípios já criaram suas Semanas Estaduais ou Municipais de C&T, articuladas com a SNCT.


Atividades
        As atividades que acontecem durante a SNCT são variadas: tendas da ciência em praças públicas; feiras de ciência, concursos, gincanas, oficinas e palestras científicas; ida de cientistas às escolas; dias de portas abertas em instituições de pesquisa e ensino; jornadas de iniciação científica; distribuição de cartilhas, encartes, kits experimentais, jogos, livros e outros materiais educativos; exibição de filmes e vídeos científicos (Programa VerCiência); excursões científicas; programas em rádios e TVs; eventos que integram ciência, cultura e arte; etc.


Como participar
        Qualquer pessoa pode participar dos eventos da SNCT; todos são gratuitos. No site nacional da SNCT, em sites estaduais ou em meios de comunicação de cada região, é possível encontrar informações sobre os eventos que acontecem na SNCT. O site nacional tem informação sobre as atividades e os contatos locais, além de notícias, artigos, vídeos e outros materiais.



www.cntu.org.br




Equipes de estudantes, professores orientadores e pilotos foram desafiadas pelas SAE BRASIL a projetar e construir as aeronaves e passar por avaliação de engenheiros da indústria aeronáutica.

       Novas medidas para o compartimento de carga e distância reduzida para a decolagem das aeronaves são alguns dos desafios que 97 equipes de universitários de engenharia vão enfrentar na 13ª Competição SAE BRASIL AeroDesign, que será realizada de 20 e 23 de outubro, no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (São Paulo).

       Organizado pela Seção Regional São José dos Campos, da SAE BRASIL, o Projeto AeroDesign é um programa de fins educacionais que tem como principal objetivo propiciar a difusão e o intercâmbio de técnicas e conhecimentos de engenharia aeronáutica entre estudantes e futuros profissionais da engenharia da mobilidade, por meio de aplicações práticas e da competição entre equipes, formadas por estudantes de graduação e pós-graduação (stricto sensu), de Engenharia, Física e Ciências Aeronáuticas.

       As 97 equipes, cerca de 1,4 mil participantes, entre estudantes de engenharia, professores orientadores e pilotos, foram desafiadas pelas SAE BRASIL a projetar e construir aviões rádiocontrolados e serem submetidos a avaliações teóricas e práticas, conduzidas por engenheiros da indústria aeronáutica. As equipes são de 67 instituições de ensino do Brasil, Venezuela e México, sendo 89 brasileiras e oito estrangeiras.

       Das 97 equipes inscritas, seis equipes são da Venezuela e duas do México. O Brasil terá equipes de 14 Estados mais o Distrito Federal. São Paulo tem 35 equipes inscritas. Cresceu a participação do Estado de Minas Gerais, com 14 equipes (nove em 2010). Rio Grande do Sul possui oito equipes, Rio de Janeiro seis e Santa Catarina cinco. O Paraná conta com quatro equipes, enquanto o Pará e o Distrito Federal aparecem com três equipes cada. Rio Grande do Norte, Paraíba, Maranhão e Mato Grosso serão representados por duas equipes cada. Já Espírito Santo e Bahia possuem uma equipe cada.

       NOVO REGULAMENTO – Com regulamento novo, os estudantes tiveram de desenvolver aeronaves ainda mais leves, com aerodinâmica conciliada a um alto volume do compartimento de carga, capaz de decolar numa distância menor. Tiveram, ainda, de buscar novas opções em materiais, sistemas adicionais de frenagem e tecnologia embarcada para acompanhar o tempo de voo.

       Na categoria Classe Aberta, a distância de decolagem foi reduzida para 50m (61m em 2010) e agora as aeronaves devem ter instrumentos para medir tempo de voo. Já na Classe Regular, os aviões são monomotores, com cilindrada padronizada em 10 cc (10 cm3 ou 0,61 in3).



Fonte: Portogente
www.fne.org.br




      Por que a Anatel não está nesta sala discutindo governança da internet? "Porque não interessa à Anatel discutir nada do funcionamento político e econômico da rede", disse Alê Abdo, da Wikimedia, durante o debate na trilha "Governança Democrática e Colaborativa". Esta foi uma das menos frequentadas trilhas de discussão propostas pelo I Fórum da Internet do Brasil, iniciado esta manhã no Expo Center Norte, em São Paulo.

      A importância do tema, que trata da democracia da gestão da rede, contrasta com a pouca difusão de informações sobre os fundamentos técnico-políticos da internet, a gestão das estruturas que sustentam seu funcionamento, a forma como o serviço é organizado no Brasil e no mundo.

      A dificuldade se refletiu, em um primeiro momento, na tendência dos participantes em debater mais o funcionamento do Conselho Gestor da Internet, que foi cobrado a atuar com mais transparência e de modo mais inclusivo, do que os demais aspectos da governança da rede, propostos pela trilha: modelo e locus de governança, internet como valor adicionado, e organização da rede no Brasil, temas que foram apresentados por Demi Getchko, do NCI.br, e por Rafael Moreira, do Ministério da Ciência e Tecnologia.

      A fala da representante da sociedade civil na mesa, Daniela Silva, da Transparência Hacker, foi de crítica ao CGI por não refletir na sua gestão a horizontalidade e transparência radical baseadas no próprio modo de funcionamento da internet. Seria, segundo ela, o caminho para ampliar o envolvimento da sociedade no debate da governança e nas posicões do CGI, hoje tomadas a partir de representantes eleitos por entidades sociais, empresariais e do governo.

      Para o representante dos empresários Cassio Veechiatti, da Fiesp, a participação depende menos da transparência e mais de uma evolucão cultural da sociedade, o que provocou, além de criticas a essa visão, um debate na sala sobre as condições para o engajamento da populacão usuária na disputa pelos rumos da rede. A cultura não muda sem estímulo, defendeu Diego Canabarro, da UFRGS, cobrando responsabilidades tanto dos governos quanto das entidades em promover a participação.

      A discussão na sala encarregada de produzir um documento final com as contribuições sobre governança levou à percepçâo de que muitos dos debates intrínsecos ao tema foram segmentados pela proposta do Fórum e acabaram sendo tratados em outras salas, nas trilhas sobre ambiente legal, padronização e inovação, inclusão digital, entre outras. Participantes sugeriram conhecer antes esses debates para então produzir um documento final.

      Ficou também como sugestão de Marília Maciel, da FGV, que as próximas edições do Fórum da Internet coloquem a governança da internet como uma questão transversal, justamente por sua importância estratégica. Este tema, geralmente abordado pelos seus aspectos mais técnicos e que acaba inibindo os participantes, é na verdade um dos mais políticos no debate sobre os rumos da internet.



(Rita Freire e Rachel Brafatto, Ciranda)
foto de Cláudia Archer
www.cntu.org.br




A tecnologia ainda é entendida como um domínio masculino, mesmo quando se trata do fenômeno mais sintonizado com as transformações atuais da sociedade e parte das causas dessas mudanças: a Internet.

        Um sintoma é a composição da mesa que abriu, nesta manhã, o Fórum da Internet no Brasil, com apenas uma mulher, a deputada federal Manuela D’Ávila, entre 14 convidados à mesa organizada pelo CGI.br, Comitê Gestor da Internet no Brasil, para debater os rumos e a gestão da rede.

        O encontro que atraiu participantes dos vários cantos do país ao Expo Center Norte, em São Paulo, para dois dias de debate (13 e 14), foi aberto pelo presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) Demi Getchko, que fez uma retrospectiva da história e de fenômenos relacionados com a rede no país. Apontou, por exemplo, que os códigos abertos, que asseguram liberdades tecnológicas na rede, só existem por causa da internet, e na verdade os dois foram criados juntos, são interligados.

        Um aspecto interessante do desenvolvimento da Internet no Brasil foi o modo como a rede foi apropriada, que mostra um protagonismo importante da sociedade civil organizada. Se a primeira leva de usuários ocorreu dentro da academia, como ferramenta de apoio ao intercâmbio da produção científica, a segunda e grande leva se deu no momento de intercambiar debates das organizações e movimentos sociais envolvidos com a construção das atividades paralelas à Conferência do Meio Ambiente da ONU, Eco 92, que em 2012 completará 20 anos com uma nova conferência, a Rio+20. Só então viria a leva de apropriação pelos setores governamentais e, depois, pela sociedade civil em geral.

        Os debates hoje sobre o uso e regulação da rede colocam em questão as liberdades de uso e, segundo Demi Getchko, é preciso entender que controle é diferente de segurança. As ferramentas podem ser utilizadas para esclarecer crimes, mas não devem ser usadas para controlar usuários.

        Para o segundo palestrante, Sergio Amadeu, a internet deve ser considerada um direito humano, e veio mudar o ecossitema da comunicação, em que era difícil falar pelos meios tradicionais, e que foi subvertido."Todos podem publicar sem pedir autorização para ninguém. E essa cultura da liberdade, que está acima da cultura da permissão, é fundamental para o conhecimento científico", defende.

        Mas segundo Amadeu, quem chegou à rede depois acha que isso deve ser mudado. A Internet está sob ataque no mundo inteiro. "Não podemos permitir que sejam criadas legislações que cerceiem a interatividade por meio do controle", alertou. É preciso, segundo ele, encontrar o equilíbrio entre liberdade, interatividade e segurança.

        A falta de acesso à banda larga no Brasil, uma das mais caras do mundo e que não chega aos extremos do território nacional, é o grande entrave para assegurar a Internet como um direito. "Precisamos diminuir o custo Brasil de comunicação", disse Sérgio Amadeu, fazendo um apelo pela difusão da campanha "Banda Larga é Um Direito Seu".

        A disputa pelo Plano Nacional de Banda Larga, alvo da campanha, também foi apontada como estratégica pela deputada Manuela D’Avila, ao afirmar que os rumos da internet não podem ser assunto para poucos. "Queremos quebrar o fluxo unilateral dos meios de comunicação de massa". Como ela lembrou, trata-se da diferença entre se ter uma comunicação de poucos para muitos ou de muitos para muitos. Como única mulher palestrante, Manuela lembrou que a reduzida representação na mesa não reflete o que acontece na rede, onde as mulheres têm presença de peso como usuárias e defensoras da democratização da comunicação.



(Michele Torinelli e Rita Freire/Ciranda)
www.cntu.org.br




Entre junho e setembro, o aumento real médio negociado em 226 convenções coletivas de trabalho celebradas em todo o país foi de 0,83%, segundo jornal Valor

       Nos meses de junho a setembro, o reajuste real médio negociado em 226 convenções coletivas de trabalho feitas em todo o país foi de 0,83%. O percentual é significativamente inferior ao aumento real de 2,55% acertado na maioria das negociações coletivas de trabalhadores metalúrgicos com data-base em setembro, percentual que preocupa economistas de dentro e fora do governo pelo risco inflacionário que ele embute.

       O Valor analisou 226 convenções coletivas entre aquelas registradas no Ministério do Trabalho entre os meses de junho e setembro e com validade até maio de 2012, pelo menos. Essas convenções representam 22,7% do total de acordos de categorias profissionais (e não apenas de uma empresa) e foram selecionadas pela representatividade do setor em cada Estado, de forma a compor um quadro nacional.

       O Banco Central e o Ministério do Trabalho vêm acompanhando os acordos coletivos feitos no país. De acordo com os dados compilados pelo governo, o aumento real médio concedido tem diminuído. Em janeiro, o aumento real médio conseguido pelos trabalhadores chegou a 2,14%, e foi de 1,95% em maio. Já em julho, essa variação ficou em 0,66% (no levantamento do governo que incluía apenas 12 categorias), e a média dos primeiros sete meses foi de 1,38% de aumento real, segundo nota publicada no blog "Casa das Caldeiras" pela jornalista Claudia Safatle, em 28 de setembro. No levantamento do Valor, feito quando mais acordos já haviam sido registrados, foram considerados 103 convenções com data-base em junho e 64 em julho.

       Reajustes expressivos, como os obtidos em setembro pelos metalúrgicos do ABC e pelos comerciários de São Paulo (10,5%, sendo 3,1% de aumento real), têm sido menos comuns. Entre as convenções analisadas, 25% dos sindicatos (60) conseguiram mais de 1% de ganho real, enquanto 20% (47) tiveram o reajuste igual ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ou menor.

       Para os economistas, o aumento da inflação tem reduzido o poder de barganha dos sindicatos nas negociações. Em janeiro, a inflação acumulada em 12 meses estava em 5,99%. Em setembro, era de 7,31%. "O aumento da inflação e a crise externa podem ainda não ter causado grandes efeitos na economia brasileira, mas certamente afetaram as expectativas das empresas", diz José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "A inflação mais alta no segundo semestre pode diminuir o ganho real de quem negociar agora."

       Alguns setores se destacaram em todas as regiões. Os sindicatos ligados aos trabalhadores do transporte rodoviário, comércio, metalurgia e indústrias têxtil e alimentícia conseguiram os maiores aumentos no país. "Não observamos grandes diferenças entre os setores, mas, nos últimos cinco anos, o setor de serviços tem conquistado reajustes menores por ser muito pulverizado, composto por várias categorias sem tradição de negociação", diz Silvestre.

       É o risco de que os aumentos salariais acima da inflação provoquem mais inflação que leva o Banco Central a monitorar as convenções coletivas. Um ganho salarial maior permite um aumento do consumo e alguns setores tendem a repassar esse custo extra para o preço dos produtos, gerando mais inflação. "A informação de quanto os empregados estão conseguindo aumentar o seu salário é de extrema importância para o Banco Central", diz Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores. "Os reajustes estão ficando mais moderados ao longo dos meses. O ano começou na ordem de 2% de aumento real, mas na ponta está abaixo de 1%. O ganho real caiu pela metade e isso é um alívio, do ponto de vista da inflação", diz Borges, olhando para os dados monitorados pelo governo.

       Ele destaca, contudo, que as empresas estão conseguindo aumentar a produtividade sem ter que, obrigatoriamente, aumentar os preços. Essa conclusão vem da comparação entre os aumentos reais que estão sendo negociados e a Produtividade Total dos Fatores (PTF). "A PTF é um número mágico estimado pelos economistas que calcula o ganho de produtividade da economia. A brasileira está em torno de 1,3%", diz Borges.

       Quando a média de ganhos reais é menor que esse 1,3%, significa que as empresas estão conseguindo aumentar a produção mais do que os custos correspondentes. Se o aumento real é maior que a produtividade, como no começo de 2011, há uma pressão inflacionária, já que os custos da empresa, que incluem o preço da mão de obra, estão crescendo mais do que a sua produtividade - e podem ser repassados aos preços.

       É difícil mensurar em qual região a pressão inflacionária está maior. No Sudeste, por exemplo, a tendência é que a produtividade seja bem menor do que 1,3%, pois a região está em estágio de desenvolvimento mais avançado, já tem uma economia diversificada e o espaço para crescimento é menor que em economias pouco ou menos complexas, pondera Borges. "Estou curioso para ver as negociações a partir de agora. De um lado, a conjuntura econômica mudou, com revisões bastante significativas de crescimento, tanto mundial como brasileiro. Do outro lado, a inflação no Brasil avança", afirma Borges.

       Essa mudança de cenário pode explicar a dificuldade de acordo em algumas categorias, como os bancários, que estão em greve nacional desde o dia 27, por não aceitarem a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de 8% de reajuste, o que representa 0,56% de ganho real - longe dos 2,55% negociados pelos metalúrgicos, e abaixo da média nacional dos últimos meses.


www.fne.org.br




        A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) e a Leibniz Universität Hannover, da Alemanha, estabeleceram um acordo de cooperação para promover o intercâmbio de alunos de graduação e pós-graduação, docentes e pesquisadores.

        O acordo foi oficializado no dia 3 de outubro, no Conselho Universitário da USP, durante uma solenidade que contou com a participação do diretor da Poli, José Roberto Cardoso; do pró-reitor de Pesquisa da USP, Marco Antonio Zago, do reitor da Leibniz Universität Hannover, Erich Barke; e do governador da Baixa Saxônia, David MacAllister, entre outros.

        Segundo Paulo de Mattos Pimenta, professor do Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica, que é o coordenador do acordo por parte da USP, o intercâmbio entre as instituições deverá começar a ocorrer já a partir de 2012. "Acordos de cooperação como esse são importantes porque possibilitam realizar pesquisas em rede e alcançar mais rapidamente um patamar de excelência", ressaltou Pimenta. Ele lembra que a Leibniz Universität Hannover desenvolve pesquisas de ponta em diversas áreas, tais como Mecânica Computacional, Engenharia de Computação (supercomputação e computação paralela), energia (eólica, em especial) e Engenharia Costeira.

        Já Peter Wriggers, coordenador do acordo por parte da Leibniz Universität Hannover, ressaltou que uma das possíveis áreas de cooperação será a de Simulação Computacional em Engenharia, cuja aplicação vai desde engenharia de materiais, energia e meio ambiente até medicina, entre outras aplicações industriais.

        A expectativa do diretor da Poli é que esse acordo, cujo interesse imediato é mais da Engenharia Civil, possa ser expandido para outras áreas da engenharia da Escola. "Temos um interesse muito grande em nos relacionar com uma instituição de classe mundial como a Leibniz Universität Hannover", ressaltou.

        O governador da Baixa Saxônia - estado alemão cuja capital é Hannover -, ressaltou que é um orgulho estabelecer um acordo com a melhor universidade da América do Sul. "Educação é a chave para qualquer economia de sucesso; e ambos os países estão trabalhando da melhor forma que podem para prover uma educação cada vez melhor", disse David MacAllister. "A Alemanha está muito interessada em países emergentes como o Brasil."

        Fundada em 1831, a Leibniz Universität Hannover possui mais de 21 mil estudantes, nove faculdades e 160 cursos - espalhados pelas áreas de ciências naturais e engenharia, ciências humanas e sociais, direito e economia. Pertence ao TU9, associação das nove escolas de engenharia da Alemanha cuja excelência é reconhecida internacionalmente, inclusive pelo alto nível de seus docentes. O prof. Wriggers, que é diretor do Instituto de Mecânica do Contínuo da Faculdade de Engenharia Mecânica, e editor-chefe da prestigiosa revista Computational Mechancis da Springer, é um exemplo. Recentemente ele foi eleito nos Estados Unidos como o primeiro membro estrangeiro da Division of Applied Mechanics da ASME.


(Assessoria de Imprensa da Poli-USP)
www.cntu.org.br




        O fator-chave de produção no século passado era a máquina. Hoje, é o conhecimento. Podemos chamar este, enquanto fator de produção, de capital cognitivo. O embate que hoje se trava no Brasil em torno da propriedade intelectual, ainda que se apresente sob a roupa simpática da necessidade de assegurar a remuneração do jovem que publica um livro ou do pobre músico privado do seu ganha-pão pela pirataria, envolve na realidade o controle do capital cognitivo. Nas palavras de Ignacy Sachs, no século passado a luta era por quem controlava as máquinas, os chamados meios de produção. Hoje, é por quem controla o acesso ao conhecimento. Estamos entrando a passos largos na sociedade do conhecimento, na economia criativa.

        Como sempre, quando se trata de poderosos interesses, há uma profusão de enunciados empolados sobre ética, mas muito pouca compreensão, ou vontade de compreender, o que está em jogo. Este artigo busca trazer um pouco de explicitação dos mecanismos.

        Podemos partir da construção teórica muito transparente que nos apresenta Clay Shirky, no seu Cognitive surplus (Excedente cognitivo). Primeiro, vem o próprio conceito de excedente cognitivo. Cada um de nós tem grande quantidade de conhecimentos acumulados, que nos vem tanto de estudos como de experiência prática. Compartilhamos apenas uma pequena parte desse conhecimento acumulado, e utilizamos menos ainda o nosso potencial. Somando o capital cognitivo acumulado em bilhões de pessoas no mundo, temos aí uma fonte impressionante de riqueza parada ou subutilizada.

        Uma dimensão do uso desse capital cognitivo é a que utilizamos para a nossa sobrevivência, no emprego, nas pequenas negociações do cotidiano. Mas, de longe, a maior parte fica simplesmente armazenada na nossa cabeça, às vezes partilhada com filhos e amigos, na esperança que não repitam as nossas bobagens. E quando nos vem uma grande ideia, nem sempre a aproveitamos, pois não temos o meio de disponibilizá-la. Fica na nossa cabeça, com fortes possibilidades de mofo, a não ser que pertençamos ao ambiente de criação especializado que corresponde, ou surja um espaço colaborativo aberto em que possamos dar-lhe vazão. Em termos técnicos, é em grande parte um capital parado, ou travado por conceitos estreitos de interesses comerciais fixados na lógica da era dos bens materiais, destes que se trancam em casa ou na garagem.

        O conhecimento é diferente. Um produto hoje se torna viável e útil muito mais pelo conhecimento incorporado (pesquisa, design, comunicação etc., os chamados intangíveis) que pela matéria-prima e trabalho físico. O computador que utilizamos poderá ter 5% de valor pela dimensão física do produto, e 95% pelo conhecimento incorporado. Trata-se de um deslocamento-chave relativamente à economia dos bens materiais que predominaram no século passado. A ideia que tenho não obedece às mesmas regras.


Conhecimento muda as relações comerciais
        As regras são diferentes porque o conhecimento, como principal fator de produção de bens e serviços na economia moderna, muda as relações comerciais. Se peço um quilo de arroz para o meu vizinho, devolverei o mesmo pacote de arroz, ou o valor equivalente, se não o meu vizinho terá prejuízo. Mas se ele me dá uma ideia sobre como preparar um bom prato com esse arroz, eu ganhei uma boa ideia e ele não perdeu nenhuma. Ele fica feliz por ensinar, eu por aprender. Por isso, aliás, é que todos nós oferecemos receitas, não o produto. O conhecimento é um fator de produção que, contrariamente ao arroz, aço, petróleo ou madeira, não reduz quando se consome. Pelo contrário, como cada ideia tende a gerar outras ideias por via de associações inovadoras, o estoque de ideias se multiplica. E como a ideia está se tornando o principal fator de geração de riqueza, todos enriquecem. A não ser, naturalmente, que alguém diga “esta ideia é minha”, e a tranque em barreiras virtuais.

        A mudança é profunda. Tudo que estudamos em Economia está centrado na sua missão principal, que é a alocação racional de recursos escassos: alocação de bens que, se forem utilizados num produto, não estarão disponíveis para outros. No caso da ideia, do conhecimento, deixam de ser escassos por duas razões: primeiro, porque pela própria natureza não são bens rivais, quem comunica uma ideia não deixa de tê-la. Segundo, porque a ideia sendo imaterial, software da economia por assim dizer, pode ser transmitida em volumes virtualmente infinitos nas redes de internet que hoje conectam o planeta: 2 bilhões de pessoas hoje, e durante esta década provavelmente todos os habitantes, todas as escolas, todas as empresas, repartições públicas, hospitais ou postos de saúde. É a era da conectividade. Como o conhecimento deixa de ser escasso, em vez de buscar novas regras, empresas tentam torná-lo escasso, para que possam cobrar pelo acesso. Em vez de multiplicar riqueza, o sistema passa a restringi-la.

        A mudança atinge também outro ponto básico da teoria econômica: o das motivações. Durante longo tempo, o nosso raciocínio econômico se viu paralisado pela magistral simplificação de que as motivações no comportamento econômico se reduzem à maximização racional de vantagens. Realmente, se é para apertar 3 mil parafusos por dia, a possível motivação não está no que fazemos, mas no quanto isso nos rende. Na economia criativa, há uma grande motivação subestimada: o prazer de realizar uma coisa útil, o gosto de contribuir, a excitação de uma coisa nova. Junte-se o prazer de construir algo de forma colaborativa com outras pessoas, a satisfação do trabalho competente, e temos a mistura necessária para uma profunda transformação nas regras do jogo. Nas palavras de Shirky: “Assumir que as pessoas são egoístas pode se tornar uma profecia que se autoconfirma, criando sistemas que asseguram muita liberdade individual para agir, mas não muito valor público ou gestão de recursos coletivos para o bem público”.

        Podemos ir além: hoje, colaborar não é apenas uma oportunidade, é uma necessidade. Para a sobrevivência de todos, o acesso às tecnologias que reduzem o impacto climático, por exemplo, não só não deve ser travado por patentes, como fomentado. Generalizar o conhecimento, ampliar a base planetária de pessoas conscientes, torna-se cada vez mais vital. Afinal, estamos gastando rios de recursos em educação para depois travar o acesso ao conhecimento?

        De onde vem o sucesso da Wikipédia, a maior e mais eficiente enciclopédia que a humanidade já produziu? Vem simplesmente do prazer das pessoas contribuírem para o conhecimento geral. O imenso estoque planetário de conhecimentos acumulados na cabeça das pessoas, com a sua impressionante diversidade, pode simplesmente ser transformado em instrumentos úteis para todos. E na era da economia do conhecimento, quando este se torna o principal fator de produção de riquezas, colocar em rede tal capital cognitivo melhora a condição humana. Viver melhor não constitui uma remuneração, ainda que não monetária? Quase esquecemos o quanto o WWW e a conectividade planetária resultante estão dinamizando a produtividade de todos nós e melhorando a nossa qualidade de vida. Quem administra a internet é uma instituição sem fins lucrativos. As ondas eletromagnéticas são um bem público.

        Qual é a governança do sistema que resulta? Juntando-se os aportes de livros comoCognitive surplusde Clay Shirky; Wikinomicsde Don Tapscott e Anthony Williams; Grátis: O futuro dos preços, ou ainda A cauda longa de Chris Anderson;Apropriação indébita de Gar Alperovitz e Lew Daly;O futuro das ideias ou Remix de Lawrence Lessig; A era do acesso de Jeremy Rifkin, e outros, constatamos que estão se desenhando os mecanismos e a teoria desse novo universo, a economia do conhecimento

        Ladislau Dowbor é doutor em Ciências Econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia, Polônia, e professor titular da PUC-SP. É autor de A reprodução social e Democracia econômica - um passeio pelas teorias (contato http://dowbor.org).

Autor:Ladislau Dowbor
www.cntu.org.br




Receba o SEESP Notícias *

agenda