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        O grupo que o pautará no Fórum Social São Paulo – a se realizar em 29 e 30 deste mês, na Faculdade Zumbi dos Palmares, na Capital – reuniu-se no dia 18 último, no auditório do SEESP. O tema deve estar presente durante todo o primeiro dia, em atividades autogestionadas e oficinas. A ideia é tirar ações conjuntas para enfrentar esse que é um dos grandes desafios da megalópole. Entre os assuntos a serem contemplados, tarifa zero para o transporte público e investimentos sobretudo em sistemas de média e alta capacidade, plano de mobilidade urbana, ciclovias, orçamento para a área e prioridades.

        Em consonância com a pergunta central colocada para o fórum como reflexão – “o que fazer para que o interesse público e os direitos dos cidadãos e cidadãs de São Paulo prevaleçam sobre os interesses do lucro e do dinheiro?” –, a proposta é, de acordo com Chico Whitaker, membro do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial, questionar a lógica que tem também norteado as decisões relativas à mobilidade, de priorização do transporte individual sobre o coletivo.


Pensar ações

        A partir dessas discussões e do compartilhamento propiciado pelo FSSP, a ideia é que se pense o que fazer para melhorar a cidade. A iniciativa em São Paulo é parte, como enfatiza Whitaker, do Fórum Social Mundial, iniciado em 2001. Segundo sua explicação, trata-se de “espaço de encontro entre pessoas e organizações que acham que o mundo tem que mudar, não pode continuar o domínio do capital”. Ainda na sua opinião, propõe uma nova cultura política e contribui para mobilizações em âmbito global, ao difundir e conscientizar de que dá para promover transformações por um outro mundo. “Numa perspectiva de construir uma sociedade civil articulada em nível planetário, isso pode ser feito também em nível local”, complementa Whitaker. Sob essa ótica, afirma, aqui se diz: “Uma outra São Paulo é possível, necessária e urgente.” Mais informações sobre o FSSP no site http://forumsocialsp.org.br.
 


 


        As centrais sindicais consideraram que a redução de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), anunciada dia 19 pelo Comitê de Política Monetária (Copom), foi “muito pequena”.

       Por meio de nota, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, voltou a dizer que o Banco Central “acertou no remédio, mas errou na dose”.

       “A redução é positiva, mas insuficiente. O que há para comemorar é que a redução do índice – que foi de 12% para 11,50% – reflete a pressão da sociedade, especialmente do movimento sindical, que constantemente tem-se manifestado a favor de queda ousada na taxa básica de juros. Esperamos, agora, que o Copom ao menos mantenha esse ritmo de queda, que, apesar de suave, serve de alento para a economia”, disse o presidente da Força Sindical.

       Para Ricardo Patah, da União Geral dos Trabalhadores (UGT), faltou ousadia ao Banco Central para reduzir ainda mais os juros. “A UGT apoia a decisão do Copom em reduzir a Taxa Selic em 0,5 ponto percentual. Lamenta apenas ter faltado ousadia a favor do Brasil e se adotar uma redução mais enérgica, de pelo menos um ponto percentual. Isso sim, seria uma decisão pelo Brasil, pela geração de empregos e pela produção”, disse Patah, por meio de nota.


(ABr)
www.cntu.org.br




Lançado nesta terça (18), movimento articula trabalhadores, empresários e intelectuais na defesa de um Brasil com maior crescimento e oportunidades para a sua população.

       Pelo fim dos juros altos no Brasil Com o objetivo de combater as altas taxas de juros praticadas no País, de modo a fomentar uma economia com maior competitividade e geração de emprego, foi lançado na quinta-feira, 18 de outubro, em São Paulo, o manifesto “Movimento por um Brasil com juros baixos: mais emprego e maior produção”.

       Promovida pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), CUT (Central Única dos Trabalhadores), Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Força Sindical e pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e do ABC, a campanha tem o apoio de inúmeras entidades patronais e de trabalhadores, entre elas, a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), com a assinatura de seu presidente, Murilo Pinheiro, no manifesto.

       O evento contou com a participação de centenas de trabalhadores, lideranças sindicais e economistas, como o professor-doutor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e presidente do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas), Marcio Pochmann, que falou sobre a importância do movimento. “Essa é uma caminhada pela superação do subdesenvolvimento brasileiro. Podemos estar entre as cinco economias mais ricas do mundo até 2015 e possivelmente superar uma das principais mazelas do País que é a miséria. Temos ainda 16 milhões de brasileiros que vivem com R$ 2 por dia. Portanto, esse manifesto representa o compromisso com o novo Brasil, que deve ser ocupado pela produção e emprego”, destacou.

       Conforme ele, tecnicamente não há justificativa para que a nação tenha taxas de juros tão altas. “Precisamos seguir a trajetória que foi feita nos últimos anos e permitir que essa massa de recursos que está no sistema financeiro improdutiva possa caminhar para os investimentos produtivos”, propôs Pochmann.

       Na visão de Yoshiaki Nakano, diretor da Escola de Economia de São Paulo da FGV (Fundação Getulio Vargas), essa aliança entre o empresariado, os trabalhadores e a academia é um passo importante para trazer uma grande mudança no foco do governo, que deve privilegiar o emprego e a produção nacional. “Esse movimento mostra que a sociedade fará a ruptura do modelo antigo para o novo”, acredita.

       Para Vagner Freitas, secretário nacional de administração e finanças da CUT, é fundamental regulamentar o sistema financeiro nacional para que haja condições de crescimento cada dia maior com distribuição de renda.

       Já o presidente da Força Sindical e deputado federal (PDT), Paulo Pereira da Silva, sugeriu que o movimento cresça por todo o País e mostre a insatisfação dos trabalhadores e do empresariado brasileiro a cada 45 dias, quando ocorre a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).“Somos campeões de juros altos há 16 anos, e com isso o Brasil não cresce e nem se desenvolve. Essa união de centrais sindicais, trabalhadores e empresários é para dizer que não aguentamos mais esta situação”, ressaltou.Paulo Skaf, presidente da Fiesp, reforçou que o País necessita de juros mais baixos e de menos especulação. “Neste ano serão pagos R$ 250 bilhões de juros, nos últimos cinco anos se pagou mais de R$ 1 trilhão. O que Brasil precisa, de fato, é de dinheiro investido na produção, na geração de emprego, no desenvolvimento, e não ficar pagando para especuladores os juros mais altos do mundo como tem sido feito por 16 anos seguidos”, destacou.

       Também participaram da mesa de abertura Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq; Antonio Correa Lacerda, professor-doutor do Departamento de economia da PUC-SP; Sérgio Nobre, Presidente do Sindicato dos Metalurgicos do ABC; Tadeu Morais de Sousa, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes; Wagner Gomes, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil); João Guilherme Ometto, vice-presidente da Fiesp; Ubiraci Oliveira, da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil); e Gláucia Morelli, presidenta da Confederação das Mulheres do Brasil.


Manifestação
       Após o lançamento, centenas de trabalhadores e empresários realizaram uma passeata até a sede do Banco Central, na Avenida Paulista, local onde é realizada a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que define a cada 45 dias a nova taxa Selic. Com carro som e inúmeras faixas, o movimento reivindicou taxas de juros mais justas para acelerar e sustentar o crescimento nacional, com mais justiça social e melhor distribuição de renda.

Leia abaixo a íntegra do manifesto. Para aderir ao movimento acesse o site www.brasilcomjurosbaixos.com.br.


MOVIMENTO POR UM BRASIL COM JUROS BAIXOS: MAIS EMPREGOS E MAIOR PRODUÇÃO
       O Brasil é um caso único na história econômica de prática de taxa de juros reais de dois dígitos por 16 anos seguidos, de 1991 a 2006. Por conta disso, quando a economia mundial crescia 4,5% e os emergentes entre 7% e 8% ao ano, nosso crescimento ficava na média de 3%.

       No final de 2008, com a crise econômica que se abateu sobre o mundo, os países centrais logo reduziram as taxas de juros para próximo de zero, o Brasil, que estava no início de um processo de aumento de juros após ter atingido o mínimo de 11,25%, agiu na contramão do mundo e manteve a taxa em 13,75% a.a. O BC só foi reduzir a taxa em janeiro, 4 meses depois da crise abater sobre o mundo trazendo uma contração na produção industrial brasileira de mais de 20%.

       Um país como o Brasil, com urgente necessidade de crescer e se desenvolver, não pode se dar ao luxo de transferir enormes volumes de capital na forma de renda improdutiva. Capitais especulativos afluem ao nosso sistema financeiro buscando rentabilidade que nenhum outro país oferece. Cerca de 36% do Orçamento Geral da União são destinados ao pagamento de encargos da dívida, recursos estes que poderiam atender as enormes carências de infraestrutura, saúde, transporte, telecomunicações, educação, saneamento etc. Os altos juros não consomem apenas recursos públicos, pelo contrário, espalham para toda a economia o alto custo do crédito fomentando o comportamento rentista e improdutivo, corroendo o poder de compra das famílias e drenando recursos do setor produtivo.

       A crise de 2008/9 não passou. Europa, Estados Unidos e Japão são testemunhas de que ainda não se encontrou, sequer, um caminho de consenso que faça a atividade econômica retornar ao curso normal. Mesmo a China, responsável pelo crescimento da economia mundial nos últimos anos, está reduzindo seu ritmo de atividade.

       Com o cenário internacional precário e incerto, a redução dos preços das commodities e com uma projeção de crescimento do PIB em torno de 3,5%, não há porque temer a inflação. Além disso, com o aumento das metas fiscais, o governo sinaliza para um déficit nominal zero, alterando as expectativas futuras dos agentes econômicos, abrindo mais uma oportunidade de redução das taxas de juros.

       Dado o quadro de incertezas que nos cerca, passou da hora de caminharmos para taxas de juros mais próximas ao padrão internacional. Menor taxa de juros implica em menor entrada de capitais especulativos, câmbio mais realista e competitivo, redução do custo de oportunidade do capital, maior equilíbrio das contas públicas e maior renda para as famílias.

       O COPOM, em sua última reunião em 31 de agosto, iniciou processo de redução da taxa de juros SELIC. Acreditamos que reduções adicionais dos juros darão ao país a oportunidade de iniciar um movimento de combate a crise, apoiado na maior competitividade de nossas exportações e no dinamismo de nosso mercado interno. Assim, a redução da taxa de básica de juros aliada a uma política industrial ativa e realista são fundamentais para preservarmos postos de trabalho e continuarmos a crescer com mais emprego e renda.

       E é na defesa da redução dos juros, que lançamos este Movimento por um Brasil com juros baixos, que articulando trabalhadores, empresários e intelectuais tem o firme propósito de contribuir com o governo e com outros setores da sociedade na defesa de um Brasil com maior crescimento e oportunidades para a sua população.

       Assinam este Manifesto todos os interessados, que autorizam a publicação de sua adesão e esperam que este Movimento seja levado ao conhecimento das autoridades competentes.



www.fne.org.br




       Em 8 de novembro próximo, os profissionais ligados ao Sistema Confea/Creas (Conselhos Federal e Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) têm um importante compromisso: escolher os presidentes do Confea, dos Creas e os diretores da Mútua – Caixa de Assistência. No Estado de São Paulo, no entanto, exercer esse direito pode não ser tarefa simples. Por incrível que pareça, na mais rica unidade federativa brasileira, onde ainda está concentrada boa porção da indústria de ponta e atividade tecnológica, além dos principais centros universitários e de pesquisa do País, o processo eleitoral poderá estar comprometido por inúmeras dificuldades.

       Em primeiro lugar, enquanto em diversas partes do Brasil o pleito se dará em urnas eletrônicas, em São Paulo serão usadas as de pano, com cédulas de papel, ultrapassadas e pouco seguras. Conforme relata matéria nesta edição, a justificativa para tanto seria a dificuldade em se providenciar computadores e disquetes para ler os dados. Talvez tivesse valido a pena uma consulta por parte da CER (Comissão Eleitoral Regional) ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para saber como o órgão consegue operacionalizar as eleições gerais, envolvendo mais de 30 milhões de eleitores paulistas.

       Não bastasse o vexame do atraso tecnológico a marcar a eleição, os cerca de 300 mil profissionais terão ainda de enfrentar a escassez e a má distribuição das urnas. Em todo o Estado, serão apenas 371 mesas receptoras. Para piorar, obedecendo a uma lógica que escapa ao entendimento, há mais urnas onde há menos votos. Na Capital, com 90 mil potenciais eleitores, haverá apenas 21 pontos de votação. Por outro lado, municípios como Bálsamo (com somente 16 votantes) e Gavião Peixoto (12) terão uma mesa cada. Mesma quantidade que Guarulhos, onde existem 4.521 eleitores, ou Jundiaí, com 4.722.

       Ao longo do processo, o SEESP tentou evitar tal situação que considera inaceitável ao exercício da democracia e propôs a instalação de 600 urnas, especialmente em locais de grande concentração de profissionais. A CER simplesmente recusou, enquanto admite que haja mesas receptoras em escritórios particulares ou sindicatos rurais sem ligação com o Sistema. A entidade continua a agir nas instâncias cabíveis para evitar que tal quadro de desserviço à participação prevaleça. Contudo, diante disso, é de se perguntar: quem tem tanto medo das urnas e da expressão da vontade dos profissionais paulistas?


Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente




João Guilherme Vargas Netto


       Quero chamar a atenção dos leitores para um instigante livro do engenheiro mexicano Daniel Reséndiz Núñez, professor emérito da Universidade Nacional Autônoma do México, publicado pela Editora Fondo de Cultura Económica, na série “La ciencia para todos”, em 2008. O título é autoexplicativo em espanhol (ainda não há tradução brasileira): “El rompecabezas de la ingenieria – por qué y cómo se transforma el mundo”.

       O autor enfatiza no prólogo: “Este livro trata da engenharia, porém não é um livro especializado; é dirigido a todos os leitores cultos e curiosos (inclusive os engenheiros) interessados em que a engenharia, ao mesmo tempo em que continue atendendo às necessidades humanas, preste uma atenção crescente a tornar mínimas as repercussões indesejáveis de seus projetos. Para isso, é necessário que a sociedade conheça a maneira como funciona a engenharia e que os engenheiros pensem a sua prática com a ótica da sociedade; isso significa que é preciso que os engenheiros e os não engenheiros compartilhem certas noções sobre a engenharia.”

       O livro é organizado em três grandes eixos temáticos: os processos intelectuais da engenharia, o entorno da engenharia e o contexto da engenharia, todos muito bem desenvolvidos, com muita cultura; con juício, na língua do autor.

       O único reparo crítico que faço à obra é a ausência de preocupação com a diferença entre o trabalho prescrito e o trabalho realizado, entre atribuições e performances, cujo desconhecimento prejudica muito o exercício profissional da engenharia e deforma o relacionamento entre os engenheiros e os outros trabalhadores.

       Para demonstrar a acuidade do professor, permito-me fazer outra citação: “Dado que a engenharia é o meio principal para definir e criar os investimentos em estruturas produtivas e para otimizar a operação delas, a capacidade de um país no campo dos serviços de engenharia pode fazer a diferença entre um desempenho econômico medíocre e um avantajado. (...) Há razões que nos fazem postular que os atores centrais do processo a que nos referimos são quatro: a corporação dos engenheiros (sindicatos, associações, sistema profissional – observação minha), o empresariado, o governo e as instituições acadêmicas relacionadas diretamente com a engenharia.”

       Tal formulação quase parece com o fundamento operacional do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, iniciativa da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) que vem tendo tanto êxito. Leia o livro!


João Guilherme Vargas Netto é analista político e sindical do SEESP


Serviço
Livraria Fondo de Cultura Económica
(11) 3672-3397 / 3875-3835,
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Soraya Misleh


        Queremos que nosso processo sirva de exemplo – e não de mau exemplo – de democracia, transparência, ética e legalidade.” A orientação é da Presidência do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), nas palavras do seu mandatário, Marcos Túlio de Melo, e aparentemente está comprometida. Em São Paulo – segundo ele, o maior colégio eleitoral do Sistema, absorvendo 1/3 dos quase 1 milhão de profissionais da área tecnológica congregados –, sobram dúvidas e problemas.

        Entre os apurados pela Coordenação de Campanha do candidato à Presidência do Crea-SP (Conselho Regional) Amaury Hernandes, a má distribuição de urnas e a votação ainda manual. Apoiado pelo SEESP, o postulante ao cargo lamenta: “O processo antidemocrático garante a manutenção de um feudo que está aí. Se saíssemos do confinamento, a eleição passaria a ser de todos.”

        Com essa visão, ele defende o voto por internet, que daria representatividade aos escolhidos para comandar o Sistema, ampliando-se o número de votantes – inclusive dada a dificuldade de deslocamento dos profissionais, já que as eleições ocorrerão num dia útil (8 de novembro, uma terça-feira), abarcando horário comercial (das 9h às 19h). Em média, segundo documentos oficiais, a participação tem se restringido a apenas 6% dos potenciais eleitores. “Esse é um compromisso nosso, para assegurar participação ampla no processo.” Foi também a recomendação da Presidência do Confea, de acordo com Melo, não acolhida, contudo, pelo plenário do conselho federal, “em função (da posição) do Colégio de Presidentes”.

        Na sua ótica, a alternativa seria pelo menos a colocação de urnas eletrônicas para um processo mais seguro. O que ocorrerá na maioria dos estados brasileiros. A exceção gritante é São Paulo, em que a votação se dará em urnas de lona. Isso porque “temos tido dificuldade de receber uma informação precisa sobre o número de eleitores para cada urna, bem como sobre sua localização, que viabilize o processo eletrônico. Mas vamos continuar a insistir. A data solicitada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) era ontem (referência a dia 10 de outubro). Se recebermos isso imediatamente, podemos ainda pleitear ao TSE para agir junto ao TRE (Tribunal Regional), mas não pode passar de forma alguma desta semana”. Até o fechamento desta edição, em 14 de setembro, não havia confirmação de mudanças nesse cenário.

        Numa tentativa de justificar essa situação, a CER-SP (Comissão Eleitoral Regional) teria, inclusive, por meio de ofício, se manifestado junto à CEF (Comissão Eleitoral Federal) requerendo que o Estado paulista mantivesse as eleições de forma convencional, sem o recurso da tecnologia, inclusive pela dificuldade de “espaço físico” em alguns locais e de se encontrarem os antigos “disquetes” para compra – ou máquinas com entrada para sua leitura –, o que poderia demandar, pela quantidade exigida, processo licitatório. Sobre isso, Edilson Reis, coordenador da campanha de Amaury Hernandes, foi taxativo: “A justificativa é inaceitável, ainda mais em um conselho que reúne profissionais que desenvolvem tecnologia.”


Má distribuição
        A falta de transparência no processo tem sido outro problema. É o que tem predominado na definição da instalação de urnas no Estado e mesmo sobre como participar desse processo. Procurado pelo Jornal do Engenheiro para esclarecer dúvidas e questões pertinentes, o presidente da CER, Arlei Arnaldo Madeira, afirmou que “informações só depois das eleições”. Mediante insistência, disse que responderia após “ofício” encaminhado à comissão, ao que lhe foi comunicado que não haveria tempo hábil para publicação. A postura foi mantida.

        A dificuldade atinge os maiores interessados: os profissionais e os postulantes ao cargo. O SEESP, que propugna pelo chamado voto em separado – ou em trânsito – para assegurar ao eleitor que possa exercer seu direito de escolha no local mais próximo de seu trabalho, por exemplo, ainda não sabe se tal demanda será acatada.

        Outra de suas reivindicações não o foi: a instalação de urnas em locais que concentram grande número de profissionais. Nem mesmo a sede desse sindicato, no centro da Capital, e as de suas 25 delegacias sindicais no Interior foram contempladas desta vez. A entidade solicitou inicialmente a colocação de 600 urnas em locais de relevância. Teve que reduzir esse número em função de exigências como a listagem de potenciais eleitores em cada mesa receptora e escrutinadora de votos, com número de registro no Crea, “com dez dígitos”, e nome completo, além da emissão de declaração de que estará assegurado o livre acesso aos profissionais que poderão participar do pleito, entre outras. Mesmo assim, o pedido foi negado na íntegra, sem qualquer justificativa plausível. O argumento, como constata Reis, que é diretor do SEESP, é de que a colocação é obrigatória nas inspetorias, escritórios, representações e sedes dos conselhos, porém em locais com vínculo ao Sistema é facultativa, segundo o Regulamento Eleitoral. “Decidiram instalar em escritórios de engenharia, muitos sem registro no conselho (e com pouquíssimos votantes) e abriram mão de instalar na sede do SEESP”, indigna-se o coordenador da campanha de Amaury Hernandes.

        O paradoxo é que, ao tempo em que se teria utilizado o Regulamento Eleitoral (definido pela Resolução 1.021/2007 do Confea) para negar a solicitação que asseguraria maior participação no processo eleitoral, em 15 de setembro último o plenário do Crea-SP decidiu pela instalação de 371 mesas receptoras e 416 urnas inclusive em locais não vinculados ao Sistema, o que atenta contra as regras ali expressas. Em desacordo estariam, segundo levantamento feito pela Coordenação de Campanha do candidato Amaury Hernandes, sindicatos rurais, de servidores públicos, associações comerciais, além de escritórios e lojas. Diante desse disparate, o SEESP impetrou recurso pedindo sua impugnação e o acolhimento da solicitação feita por essa entidade.

        Quanto à má distribuição de urnas, conforme apurado por essa coordenação, cerca de 21 das 371 mesas receptoras atenderiam a Capital – ou seja, 90 mil potenciais eleitores. Ainda, municípios como Bálsamo (com somente 16 votantes), Itaporanga (com 14), Fernando Prestes (20) e Gavião Peixoto (12) estariam contemplados com uma mesa. Em igualdade com Guarulhos (4.521), Barueri (1.545), Mogi das Cruzes (3.613), Osasco (3.335) e Jundiaí (4.722), por exemplo. Outro grande colégio eleitoral, Campinas, com 11.972, teria apenas cinco. “Esse é um problema grave, preocupante sobretudo na Região Metropolitana de São Paulo, que concentra boa parte dos profissionais e parece que terá somente 20 urnas”, enfatiza o presidente do Confea. Ainda de acordo com Melo, a recomendação da CEF é de que fossem instaladas no mínimo mil em todo o Estado.


Como e porquê participar
        Tantas dificuldades deveriam servir de motivação aos profissionais da área tecnológica para votarem pela transformação do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo) – a começar na condução do próximo processo eleitoral, cuja bandeira do SEESP, vale reiterar, é de que se dê pela internet. “Conclamamos à participação ampla para que, quem for escolhido, tenha representatividade e possa realizar as mudanças necessárias”, resume Amaury Hernandes, candidato à Presidência do conselho regional indicado pelo sindicato. Embora ainda haja muitas incertezas sobre como e onde votar, a orientação é que os eleitores não deixem de se informar e se dirigir aos locais para fazer valer seu direito de escolha, munidos da carteirinha do Crea-SP. Importante dizer que somente os que estiverem quites com o Sistema até 8 de novembro poderão comparecer às urnas. “Queremos sensibilizar os 94% que nunca participaram das eleições. Pedimos que se conscientizem dessa importância”, conclui Edilson Reis, coordenador da campanha de Hernandes.




Lucélia Barbosa


        O boom de investimentos anunciado recentemente por fabricantes de automóveis para a instalação de novas unidades e expansão das já existentes no País traz a perspectiva de ampliação de pesquisa e desenvolvimento brasileiros no setor. É o caso da francesa Renault, que ampliará a sua fábrica em São José dos Pinhais, no Paraná. Ao todo, serão destinados R$ 1,5 bilhão até 2015, e a produção anual de veículos passará de 224 mil para 383 mil unidades.

        O aporte prevê a criação de centros de engenharia para a busca de novas tecnologias e produtos e de treinamento, além de mais uma área para logística. Como resultado, serão criados 2 mil novos postos, dos quais 50% serão preenchidos ainda em 2011.

        A japonesa Nissan também anunciou a construção de uma unidade em Resende, no Rio de Janeiro. Com investimentos da ordem de R$ 2,6 bilhões e geração de 2 mil empregos, a nova planta terá capacidade para produzir até 200 mil unidades por ano e entrará em operação no primeiro semestre de 2014. Em negociação com o governo federal, a chinesa Jac Motors também pretende implantar sua fábrica na Bahia. Com investimento de R$ 900 milhões, a meta é que esteja pronta em 2014. A capacidade de produção será de 100 mil automóveis por ano e serão gerados 3,5 mil empregos diretos. O projeto inclui um centro de engenharia para criação de novas tecnologias, centro de estilo e design, laboratórios de controle de emissão de poluentes e pista de testes.

        Também investirá no Brasil a chinesa Chery. A filial será construída em Jacareí, São Paulo, e somará investimentos de US$ 400 milhões. A nova indústria tem início das operações previsto para setembro de 2013 e gerará 1.200 empregos diretos na primeira fase, com produção de 50 mil carros por ano. Na segunda etapa, programada para 2015, criará mais 4 mil postos fixos e atingirá a marca de 150 mil veículos por ano. O projeto prevê também a instalação de um centro de pesquisa e desenvolvimento no local.


Aumento do IPI
        Esse novo cenário coincide com a nova política automotiva imposta pelo governo federal através do Decreto nº 7.567, em vigor desde 16 de setembro último, que regulamenta o aumento das alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para 30% para automóveis importados. A medida, que visa proteger a indústria nacional, atrair investimentos e estimular a geração de empregos no País, impõe ainda exigências aos fabricantes de veículos que quiserem se livrar da alta do tributo. Entre elas, utilização de no mínimo 65% de conteúdo nacional e regional, realização de pelo menos seis de 11 etapas produtivas no Brasil e investimento de 0,5% da receita bruta total de venda de bens e serviços em pesquisa e inovação tecnológica no País.

        Conforme Luiz Moan, vice-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), as inversões anunciadas pelas montadoras indicam que o decreto sobre o IPI foi uma medida acertada, já que gerou mais confiança de quem efetivamente quer produzir no Brasil. “É a primeira vez que o governo busca fortalecer a inteligência automotiva no País com exigência de investimento local em pesquisa”, destacou durante coletiva de imprensa realizada no dia 6 de outubro.

        Ainda segundo ele, apesar da crise internacional, a entidade mantém a previsão de crescimento de 5% do mercado interno de autoveículos e máquinas agrícolas para 2011.


Oportunidades
        Na opinião de Nilton Monteiro, diretor técnico e executivo da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), os investimentos trazem boas perspectivas de empregos para a categoria. Renato Romio, chefe da Divisão de Motores e Veículos do Instituto Mauá de Tecnologia, acredita que a demanda por engenheiros aumentará tanto pela expansão do parque industrial como pela tendência de se manter o atual ritmo de crescimento do País. Além disso, na sua opinião, a globalização dos processos produtivos favorece a participação dos brasileiros na inteligência automotiva das montadoras. “Os profissionais podem interagir em desenvolvimentos daqui ou mesmo participar lá fora dos processos tecnológicos”, diz Romio.

        Menos otimista, o professor-doutor Mauro Zilbovicius, do Departamento de Engenharia de Produção da USP (Universidade de São Paulo), lembra que, historicamente, a atividade tecnológica de ponta ocorre nas matrizes das empresas, restando apenas desdobramentos marginais de projetos para as subsidiárias. Na sua visão, a projeção de postos de trabalho para engenheiros dependerá da relevância que as empresas vierem a dar à atividade de projeto no Brasil. “Ao longo dos últimos dez ou 15 anos, houve aumento da produção no Brasil e crescimento da contratação de engenheiros para atividades que não estão relacionadas a projeto, desenvolvimento e inovação, mas à supervisão das linhas de produção ou para gerir esses processos”, pondera.




18/10/2011

CANTEIRO

Valorização da categoria e defesa do piso
        Essas foram as propostas feitas pelo presidente da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) e do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, durante a 68ª Soeaa (Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e Agronomia), promovida pelo Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), em Florianópolis/SC, no dia 29 de setembro último. As sugestões foram feitas em painel que integrou o 3º Fórum Nacional de Valorização Profissional. No ensejo, ele salientou a necessidade de, no momento em que se aponta a escassez de engenheiros, assegurar oportunidades à categoria. “Não podemos permitir que seja trazida mão de obra de fora”, afirmou. Pinheiro pontuou ainda as ações da FNE em defesa do cumprimento do piso da categoria e propôs ação conjunta em defesa da valorização profissional. Participaram também do debate representantes de outras federações e associações de trabalhadores.


Dirigente do SEESP em Franca assume novo cargo na Sabesp
        O engenheiro civil João Baptista Comparini foi empossado em 15 de setembro último diretor de tecnologia, empreendimentos e meio ambiente da Sabesp. Diretor do SEESP em Franca, ele atua na companhia de saneamento desde 1980, tendo ocupado vários cargos.


Encontro regional da CNTU em Porto Alegre
        Será realizada em 21 de outubro, na capital gaúcha, a quarta e última dessas iniciativas antes do encontro nacional da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados), a ocorrer em São Paulo em 18 de novembro próximo. Sob o tema central “Democracia, comunicação e cultura”, contará com especialistas que debaterão questões fundamentais. Será sediado no Deville Hotel, na Avenida dos Estados, 1.909, no bairro Anchieta. A participação é gratuita. Mais informações pelo telefone (51) 3027-3783 e e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. 


Baixada Santista terá nova sede
        Em 27 de outubro, às 19h, ocorrerá a cerimônia de inauguração da sede própria da Delegacia Sindical do SEESP na Baixada Santista. A aquisição é parte da iniciativa da entidade de se fixar no Interior para melhor atender os seus representados. Assim, a subsede no litoral sul paulista passará a funcionar na Av. Senador Pinheiro Machado, 424, no bairro Marapé, em Santos.


Acordo aprovado
        Em assembleia no dia 27 de setembro último, no SEESP, os engenheiros que trabalham na Telefônica, Atelecom, Telefônica Data e Vivo, cuja data-base é 1º de setembro, aprovaram a última contraproposta das empresas para assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho 2011/2012. Destacam-se: reajuste de 7,4%, piso de
R$ 4.930,00 e Programa de Participação nos Resultados baseado somente em metas corporativas, com validade de dois anos, indicadores e pesos a serem negociados em 2012.


EcoSP acontece em novembro
        Promovido pelo SEESP e pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), o V EcoSP (Encontro Ambiental de São Paulo) ocorrerá entre os dias 3 e 5 de novembro próximo. Será sediado no Complexo Parque Anhembi, na Capital paulista. As plenárias técnicas terão lugar no Auditório Elis Regina e a feira ambiental, no Salão de Exposições (Hall Nobre 3). Serão abordados temas constantes do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” – atualizado em 2009, cuja plataforma pensada para o País propugna por crescimento econômico com preservação do meio e inclusão social. O evento incluirá, assim, questões como energias alternativas, política e tecnologias ao tratamento de rejeitos sólidos e efluentes. Mais informações e inscrições pelo telefone (11) 3113-2616, e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e no site www.ecosp.org.br.


Oportunidades
        Segundo levantamento feito até o dia 11 de outubro, a área de Oportunidades & Desenvolvimento Profissional do SEESP dispõe de 40 vagas, sendo 33 para engenheiros das diversas modalidades, duas para estudantes e cinco, trainees. Para se candidatar, clique aqui. Mais informações pelos telefones (11)3113-2669/74.


Núcleo do SEESP em São Caetano do Sul é inaugurado
        Em 3 de outubro, cerca de 50 pessoas prestigiaram coquetel de inauguração do Núcleo do SEESP em São Caetano do Sul. A iniciativa integra a política de descentralização do sindicato e visa melhor atender a categoria na região. 
        Entre os presentes, os candidatos a presidente do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo), Amaury Hernandes, e a diretor-geral da Mútua – Caixa de Assistência, João Oliva, além de autoridades locais, engenheiros filiados ao sindicato e seus dirigentes estaduais e regionais da Baixada Santista e do Grande ABC. Vinculado a essa última subsede e sob o comando de sua presidente, Silvana Guarnieri, o novo núcleo passa a funcionar na Estrada das Lágrimas, nº 1.708, bairro Mauá.




Para hoje, Dia Mundial da Democratização da Comunicação, está prevista a divulgação dos resultados da Consulta Pública sobre o Marco Regulatório das Comunicações.

        Nesta terça-feira, dia 18 de outubro, data da comemoração do Dia Mundial da Democratização da Comunicação, está prevista a divulgação na internet da versão final da plataforma com as contribuições para a Consulta Pública sobre o Marco Regulatório das Comunicações. Para aprofundar este debate os movimentos sociais e entidades civis organizaram o lançamento simbólico nacional da “Plataforma por um novo Marco Regulatório das Comunicações no Brasil”.

        No Rio de Janeiro, a Fale Rio (Frente Ampla pela Liberdade de Expressão e pelo Direito à Comunicação - Estadual do Rio de Janeiro) organizou diversas atividades para a Semana pela Democratização da Comunicação, do dia 13 ao dia 20 de outubro.

        Para saber sobre as principais reivindicações e atividades desta semana, o Instituto Telecom, que também apoia o evento, conversou com um dos responsáveis pela organização, Orlando Guilhon, Vice-Presidente da ARPUB (Associação das Rádios Públicas do Brasil). Confira abaixo, a ìntegra da entrevista.

1) Quais são as principais atividades programadas pelo Fale Rio para a “Semana pela Democratização da Comunicação”?
Guilhon
- A FALE RIO é a Frente Ampla pela Liberdade de Expressão e pelo Direito à Comunicação - Estadual do Rio de Janeiro, e congrega mais de 80 entidades da sociedade civil não empresarial: centrais sindicais, sindicatos, partidos, movimentos sociais, ong's, institutos, associações, entidades acadêmicas, rádios e tv's comunitárias, rádios públicas, além de ativistas e militantes de luta pela democratização da comunicação em nosso Estado.
        Neste momento, estamos organizando várias atividades para a semana pela democratização da comunicação, do dia 13 a 20 de outubro, com debates e seminários em universidades e sindicatos e dois atos de rua. O primeiro, no dia 18 de outubro, Dia Mundial pela Democratização da Comunicação, às 16 H, no Buraco do Lume (Rua S. José), quando faremos o lançamento simbólico da 'Plataforma por um novo Marco Regulatório das Comunicações no Brasil'. Este evento também ocorrerá em outras capitais e no Distrito Federal no mesmo dia.
        Será um ato político-lúdico-cultural. Teremos música, dança, teatro, poesia e algumas falas políticas. Já no dia seguinte, 19/10, às 13 H, teremos a 'faxina' na porta da TV Globo, na rua Von Martius. Iniciativa dos estudantes, que a FALE RIO decidiu apoiar. Afinal, a mídia tem falado tanto em 'faxina' no governo federal, que tal começarmos também com uma faxina na mídia?


2) No país o movimento pela democratização da comunicação é antigo.Embora o país esteja vivendo uma conjuntura nova com um governo que se apresenta mais propício às questões da comunicação ainda são grandes os obstáculos para a criação do Marco Regulatório das Comunicações. Qual a visão do Fale Rio com relação a atuação do novo governo, do Minicom e a resistência que ainda existe à criação deste marco?
Guilhon
- O atual Governo Federal tem anunciado uma política mais ativa na área das Comunicações, mas por enquanto a iniciativa tem ficado muito aquém das expectativas...O Plano Nacional de Banda Larga tem sido 'desfigurado', e mais parece uma proposta de banda curta, cara e só para alguns. O texto oficial sobre o novo Marco Regulatório das Comunicações, deixado pela equipe do ex- Ministro Franklin Martins, até hoje não veio a público, e já estamos no décimo mês do novo governo. O que se percebe é que o governo federal está em disputa, entre forças políticas mais progressistas e forças mais conservadoras e de centro. Parece que o governo tem receio que uma iniciativa de regulamentar as comunicações no Brasil possa ser compreendida como uma atitude de censura (esta é a tese das empresas privadas de comunicação), e vacila entre ir adiante com o debate ou deixá-lo na geladeira.Se não houver pressão da sociedade, não haverá um novo Marco Regulatório das Comunicações.


3) Como os movimentos sociais e entidades civis podem participar de maneira efetiva nas decisões do governo sobre a comunicação do país?
Guilhon
- A FALE RIO, por exemplo, reúne-se mensalmente em grandes plenárias, no auditório do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (Rua Evaristo da Veiga, n. 16, 17o. andar), onde discute suas atividades e propostas de luta. Em geral, nos reunimos nas primeiras segundas de cada mês. Excepcionalmente, no mês de novembro, vamos nos reunir no dia 08, uma terça. Nossas atividades e iniciativas estão no nosso site www.falerio.org.br.
Ajudamos a organizar três Frentes Parlamentares (Nacional, Estadual e Municipal do Rio), organizamos debates e atividades de rua, produzimos materiais de divulgação (panfletos, boletins, spots de áudio e vídeo, etc).


4) Vivemos sobre o paradigma da sociedade da informação e o fenômeno da convergência digital, onde o acesso às novas tecnologias de informação e comunicação são princípios básicos para a inclusão social. No Brasil, quais são as principais reivindicações da sociedade civil com relação às políticas públicas de comunicação?
Guilhon
– Nossas principais reivindicações estão no texto da Plataforma por um novo Marco Regulatório das Comunicações (www.comunicacaodemocratica.org.br) que esteve em consulta pública até o dia 07 de outubro, e cuja versão atualizada será lançada nacionalmente em 18 de outubro. Queremos que os artigos 220 a 224 da Constituição Federal sejam regulamentados, queremos a revisão da atual Lei da Radiodifusão Comunitária, queremos um Conselho Nacional de Comunicação que seja deliberativo e com representação dos poderes públicos e da sociedade civil, queremos uma banda larga barata, para todos e de boa qualidade. Queremos o fortalecimento da comunicação pública, enfim, queremos que a comunicação seja tratada em nosso país como um direito humano.


5) A realização da I Confecom em 2009 foi uma grande conquista da sociedade civil e já existe um movimento para rearticular uma segunda Pró-Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). Quase dois anos depois da conferência o que mudou? Por quê uma nova Confecom?
Guilhon
- Não temos uma posição debatida na FALE RIO, no tocante a uma próxima CONFECOM.É claro que somos a favor que exista uma CONFECOM, periodicamente, e que não se leve mais de 60 anos para realizarmos a próxima... Mas, não me parece que esta seja uma prioridade, no momento. Muito mais importante é pressionar para que os Poderes Públicos executem e implementem, de fato, as mais de 600 propostas aprovadas na I CONFECOM, em dezembro de 2009.Para quê gastar tempo, energia e recursos para fazermos uma nova CONFECOM agora, se tudo o que conseguimos aprovar sequer saiu do papel?


6) Em sua opinião, qual a importância da universalização da banda larga e do Plano Nacional de Banda Larga para o processo de democratização da comunicação brasileira?
Guilhon
- A Internet é uma poderosa ferramenta de democratização da comunicação hoje, pois ela transforma todo cidadão num produtor de informação e de cultura. Mas, para que isso se torne totalmente realidade, é necessário garantirmos uma Banda Larga que seja efetivamente barata, de boa qualidade e com acesso garantido para todos (universalização). Entendemos que isso só acontecerá se ela for implementada em 'regime público', o que não quer dizer que as teles privadas não possam contribuir, mas do jeito que o governo federal está desenhando o projeto parece que ele acredita nas boas intenções das teles privadas, que não parecem estar interessadas em levar a banda larga para as regiões de difícil acesso em nosso país.


7) Como as pessoas e representantes de entidades civis podem participar da “Semana pela Democratização da Comunicação”?
Guilhon
– No nosso site www.falerio.org.br contém as informações principais de como cada cidadão pode participar de nossas lutas e nossas atividades, em particular as da Semana pela Democratização da Comunicação. Mas, sem dúvida, nossa principal atividade será o ato do dia 18 de outubro, no Buraco do Lume, a partir das 16H, Dia Mundial da Democratização da Comunicação. 



(Fonte: Telecom)
www.fne.org.br




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