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O sistema ferroviário argentino foi construído pelos ingleses, nacionalizado nos anos 1940 e privatizado nos anos 1990. Seguem investigações sobre a responsabilidade pela falha nos freios

        O acidente de trem no centro de Buenos Aires, que matou 50 pessoas e deixou mais de 700 feridas na quarta-feira (23), reabriu o debate sobre as privatizações do sistema ferroviário, feitas na década de 1990 pelo então presidente Carlos Menem. Políticos da oposição, sindicalistas e especialistas do Instituto Argentino de Ferrovias, ouvidos pela Agência Brasil, acusam as empresas que obtiveram concessões do Estado de não terem investido o suficiente em infraestrutura e manutenção. Responsabilizam também os sucessivos governos por terem mantido os contratos que favorecem as empresas privadas com subsídios, sem obrigá-las a investir ou a fazer os consertos necessários.

        “É um problema que denunciamos há décadas. Em 2004, os inspetores da Comissão Nacional de Regulamentação de Transporte determinaram que, de cada dez veículos, só um podia circular. Mas, essa situação não melhorou desde então”, disse o líder sindical Elido Veschi. “As empresas concessionárias não cuidam sequer da manutenção. Existem penalidades se não fizerem os consertos, mas recorrem à Justiça e dilatam os tempos”.

       Segundo Pablo Martorelli, presidente do Instituto Argentino de Ferrovias, existem dois regimes de concessão - um para trens de transporte de passageiros, que dão perdas, recebem subsídios do Estado (em média, dez pesos argentinos por passageiro) e só precisam cuidar da manutenção. O outro regime, para trens de carga, obriga as empresas a investirem parte de seus lucros em infraestrutura. Atualmente, duas empresas brasileiras têm concessões para operar trens de carga na Argentina: a América Latina Logística e a Camargo Correia.

       De acordo com Martorelli, o Estado não fez grandes investimentos no setor desde a década de 1990. Em 2004, o então presidente Néstor Kirchner (marido da presidenta Cristina Kirchner) rescindiu três contratos com empresas particulares e implementou um plano para recuperar as linhas. Mas a maioria dos trens continua nas mãos de empresas privadas.

       O acidente de quarta-feira (22), um dos piores em 40 anos, ocorreu na linha de trem Sarmiento, operada pela empresa TBA, que pertence ao mesmo grupo empresarial que tem ações no metrô do Rio de Janeiro. Tanto a empresa quanto o governo abriram investigações para descobrir por qual motivo o trem – que vinha reduzindo a velocidade a um ritmo normal - parou de frear faltando 40 metros para chegar à estação. Acabou batendo, a 26 quilômetros por hora, na barreira da plataforma de uma das estações mais movimentadas, bem no horário de pico em Buenos Aires.

       O anúncio da abertura de inquérito por parte do governo não acalmou os ânimos dos parentes das vítimas. Os políticos da oposição criticaram a presidenta Cristina Kirchner por não mudar um sistema que está falhando. O deputado Jorge Cardelli, do Partido Proyecto Sul, é um especialista no assunto. O fundador do partido e o cineasta Fernando Pino Solanas fez do sistema ferroviário argentino sua bandeira e até produziu um longa-metragem, mostrando como a privatização levou ao sucateamento de linhas que atendiam à população do interior e que foram desativadas por serem consideradas pouco rentáveis.

       “O sistema ferroviário argentino foi construído pelos ingleses, nacionalizado nos anos 1940 e privatizado nos anos 1990. Na época, a desculpa era que custava muito manter 80 mil empregados e que o governo precisava de uma injeção de capital privado para garantir o funcionamento dos trens. Mas isso não aconteceu. O governo continua subsidiando e o serviço piorou”, diz Cardelli. “Hoje existem 16 mil empregados, o sistema de sinalização é o mesmo dos anos 1920 e os vagões têm 40 anos. Mesmo que as empresas não sejam obrigadas a investir em infraestrutura, são responsáveis pela manutenção. Como podem achar que é seguro transportar passageiros nessas condições”? - indagou o parlamentar.

       Mal foi reeleita, em dezembro passado, a presidenta Cristina Kirchner começou a rever os subsídios que o governo concedia para manter os preços baixos da luz, do gás e do transporte público em ônibus. Por enquanto, os trens continuam sendo subsidiados. O problema é que se rescindir os contratos com as empresas privadas, o Estado terá de arcar com todos os gastos do sistema ferroviário. Mas em ano de crise internacional, a palavra de ordem é apertar o cinto.

       O governo já questiona as empresas que exploram e comercializam petróleo e gás na Argentina, desde a privatização da Yacimentos Petroliferos Estatales (YPF). São cinco, entre elas a Petrobras, mas o alvo de todas as críticas é a espanhola Repsol. Por falta de investimentos, a Argentina passou de exportador de energia a importador.



(Monica Yanakiew, correspondente da EBC na Argentina)
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A velocidade do crescimento do ensino superior brasileiro diminuiu fortemente a partir de 2005, revelam os últimos números do Inep. A tendência preocupa, pois é um momento em que a economia brasileira cresce, aumentando a demanda por pessoal qualificado. Artigo de Carlos Henrique de Brito Cruz 

       Em 2010, as instituições de ensino superior públicas formaram 178.407 estudantes, 24 mil a menos do que os 202.262 de 2004. Nesses seis anos, a queda no número de concluintes foi de 1,8% ao ano. O freio é generalizado e atinge menos intensamente as instituições privadas. Nestas, o crescimento desde 2005 tem sido de 4,5% ao ano, contra uma taxa três vezes mais alta, de 13% ao ano, entre 1995 e 2005.

        A queda na taxa de crescimento é mais intensa justamente nas instituições de ensino superior classificadas como universidades, onde se espera aliar ensino e pesquisa para formar melhor os estudantes. De 1995 a 2005, a taxa média de crescimento foi de 11% por ano. A partir de 2005, o crescimento tem sido pífio, de somente 0,2% ao ano. Resultado: em 2010, menos estudantes se graduaram em universidades do que em 2007.

       Os efeitos do freio no crescimento graduados se propagam para a pós-graduação, uma das joias da coroa do ensino superior brasileiro. De 1995 a 2004, o número de doutores formados cresceu ao ritmo de 15% por ano. De 2005 a 2010, o ritmo de crescimento caiu para um terço, 5% por ano. Em 2010, titularam-se menos doutores do que em 2009.

       Com o fim do crescimento no sistema público, a privatização do ensino superior após 2003 avançou como nunca antes. Em 1995, 37% dos concluintes no ensino superior completaram seus estudos em instituições públicas. Em 2003, foram 32%; e em 2010, o percentual despencou para apenas 22%.

        Dois fatores ajudam a entender as razões da parada generalizada. Primeiro, a política recente do MEC privilegia a expansão do número de instituições do ensino superior federal sem levar em conta a distribuição no território nacional do número de estudantes que concluem o ensino médio.

        Um dos resultados dessa política é que, no estado de São Paulo, o jovem que conclui o ensino médio tem 0,7% de chance de frequentar uma universidade federal, enquanto na Bahia (por exemplo), o segundo estado mais desassistido pela União em ensino superior, essa chance é de 7,3%. No Acre, a chance é de 70%. A média geral do Brasil é 10%.

        O investimento em ensino superior precisa levar em conta, em alguma medida, o número de jovens que concluem o ensino médio em cada região, buscando a equidade entre as regiões do País.

       O outro fator é o fraco desempenho do ensino médio no País. A universalização do acesso ao ensino fundamental, nos anos 1990, trouxe a expectativa de um aumento forte no ensino médio, mas em 2010 houve menos concluintes do que em 2003, com um decréscimo anual de 0,5% ao ano.

       Em 2010, 2,5 milhões de alunos concluíram o ensino fundamental. Como os concluintes no ensino superior são 829 mil, anualmente o Brasil deixa de qualificar 1,7 milhões de brasileiros. Contando com eles, o País iria muito mais longe. 



Carlos Henrique de Brito Cruz é diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Artigo publicado na Folha de São Paulo (23) e reproduzido no Jornal da Ciência Online.




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Além de São Paulo, há pelo menos quatro grandes projetos em desenvolvimento no Brasil para uso de monotrilho

        Fornecedores de equipamentos e tecnologia para mobilidade urbana, como a canadense Bombardier e a francesa Alstom, têm oportunidades que somam quase R$ 10 bilhões em contratos no Brasil nos próximos anos. Calculada pela iniciativa privada, a soma é impulsionada pelo financiamento do governo federal aos projetos no segmento devido às necessidades oriundas da Copa do Mundo de 2014. Projetos de monotrilhos e veículos leves sobre trilhos (VLTs), em geral mais baratos que trens subterrâneos como os do metrô paulistano, já aumentam os investimentos das companhias em território nacional.

       O contrato firmado com o governo do Estado de São Paulo, após licitação feita em 2010 para fornecimentos de carros de monotrilho, foi um marco para a Bombardier no Brasil. Até então, a empresa tinha uma unidade em Hortolândia, mas não de fabricação de trens - apenas reforma. O maior negócio da canadense até o contrato dos monotrilhos era a modernização de 156 vagões para a Companhia do Metropolitano de São Paulo (o Metrô), por R$ 238 milhões, fechada em 2009.

       Com o novo contrato, a empresa fornecerá 54 trens - ou 378 vagões - para o primeiro projeto de monotrilho de São Paulo, o Expresso Tiradentes. Vagões, sinalização e sistemas elétricos custarão R$ 1,4 bilhão. Devido ao contrato, a empresa está investindo € 15 milhões (cerca de R$ 35 milhões) para inaugurar, até abril, sua fábrica de monotrilhos em Hortolândia, no interior de São Paulo. Segundo André Guyvarch, presidente da Bombardier Transportation no Brasil, essa será a primeira unidade da empresa fora do Canadá para fabricação desse veículo.

       Para se ter uma ideia da atratividade dos negócios desse segmento em território nacional, o projeto que o governo de São Paulo está colocando em prática para o monotrilho é o de maior extensão no mundo para esse tipo de modal - geralmente usado apenas em curtas distâncias, como ligações a aeroportos. De implantação mais barata que os trens subterrâneos, o monotrilho circula usando pneus de borracha sobre o concreto - em vez dos tradicionais materiais rodantes de ferrovia - e é visto pelo governo do Estado, portanto, como uma solução para o gargalo de transporte urbano na capital paulista.

       Além dos já em implantação pelo governo de São Paulo, há pelo menos quatro grandes projetos em desenvolvimento no Brasil para uso de monotrilho. Um deles é o de Manaus (AM), que ligará a região Norte ao Centro da cidade, passando pela rodoviária, área hoteleira e a Arena Amazônia. Em andamento, o projeto corre o risco de não entrar em operação até a Copa. Mesmo assim, o governo amazonense já indicou que pretende fazer o projeto mesmo se ficar para depois do prazo. Segundo autoridades do Estado, as festas do boi que são realizadas em outubro, no sambódromo que fica ao lado da futura arena, chegam a receber 180 mil pessoas em um único dia. Isso, somado às necessidades da população local, mantém o interesse no projeto.

       Além do monotrilho, estão em implantação diversos projetos de VLTs, que circulam movidos a eletricidade e lembram os antigos bondes. Segundo os fabricantes, a tecnologia tem menor capacidade e velocidade que os trens de metrô, porém produz menos poluição e barulho. O mais caro em desenvolvimento é o de Cuiabá (MT). O projeto está estimado em aproximadamente R$ 1,26 bilhão (incluindo a construção) e tem março deste ano como previsão de início das obras com conclusão em dezembro de 2013.

       Também de olho nesses projetos, a francesa Alstom tem planos de investir R$ 10 milhões nos próximos anos para a produção de VLTs no Brasil. Em entrevista ao Valor há três meses, o então diretor-geral de transportes da Alstom no país, Ramon Fondevilla, disse que o objetivo da empresa era que a fabricação em território nacional atenda a demanda oriunda de contratos de fornecimento para o poder público. Atualmente, são estudados pelo menos cinco projetos do modal em grandes cidades no Brasil pela Alstom.

       Um dos principais alvos da empresa é o idealizado pelo governo do Estado do Rio de Janeiro. O projeto do chamado Porto Maravilha, no Rio, está sendo elaborado pela CCR (vencedora da concorrência pública de estudos em novembro de 2010) e tem previsão para operar até a Olimpíada de 2016.



(Artigo: Mobilidade urbana tem R$ 10 bi em oportunidades, por Fábio Pupo, Valor Econômico)
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O governo vai adotar uma margem de preferência, permitindo o pagamento de valores mais altos a produtores nacionais, nas compras públicas de equipamentos de rede e material de informática.

       A informação sobre o novo critério para as licitações federais foi dada dia 16 de fevereiro pelo secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Delfino Natal de Souza. "A gente vai buscar a proposta mais vantajosa e não necessariamente será pelo melhor preço. Pode representar uma intervenção do Estado", disse. "O nosso objetivo é fortalecer o mercado interno." O governo vem estudando mudanças na Lei de Licitações, à semelhança do que foi feito no setor têxtil, com o objetivo de estimular a inovação tecnológica no País, explicou Delfino.

       Somente a União deve gastar em torno de R$ 130 milhões anuais em compras conjuntas de diversos órgãos federais de equipamentos de rede - com as compras feitas diretamente pelos diversos órgãos, esse número cresce exponencialmente. Ainda não está certo, porém, se a regra valerá para a licitação deste ano, uma vez que o Planejamento quer analisar como a margem será aplicada nas compras de vestuário, afirmou.

       "Estamos estudando adoção de margem de preferência. Se não for possível no primeiro semestre, no ano que vem. Já há indústria com significativa posição brasileira para que a gente utilize esse instrumento."

       Segundo o secretário, um grupo de estudos capitaneado pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) vem preparando a migração de bancos de dados estatais para a computação em nuvem, na qual programas e arquivos podem ser acessados por qualquer computador, sem instalação de software específico. "Diria que é um desafio imenso e é trabalhoso, mas é inevitável: se não fizermos, seremos envolvidos pelo mercado."

       Uma forma de desenvolver o mercado de "cloud computing" no Brasil seria por meio de um novo capítulo do Plano Brasil Maior, a política industrial do governo Dilma Rousseff, que estimularia novas tecnologias usando as compras públicas.

       "Estamos organizando desde o ano passado o lançamento do Plano Brasil Maior TI, e esperamos tratar desse processo dentro de um incentivo para a indústria, para criar a massa crítica no mercado brasileiro", disse. "Há possibilidade de abrigar grandes datacenters (centros de dados) e, com o uso do poder de compra, podermos promover essa arrancada."

       Antenas - O governo federal prepara também uma nova legislação para instalação de antenas e outros equipamentos de infraestrutura da área de telecomunicações, para retirar entraves municipais e estaduais a investimentos do setor, segundo o secretário nacional de Telecomunicações, Maximiliano Martinhão. "A parte de antenas é uma seção particular, queremos dinamizar implantação de infraestrutura de telecomunicações. Existem grandes projetos e a concessão de licenças não pode ser um entrave", afirmou.

       Segundo o diretor executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia Fixa e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), Eduardo Levy, o Brasil tem hoje mais de 250 normas municipais e estaduais disciplinando a instalação de antenas, a maioria delas exigindo distância mínima de exposição a ondas eletromagnéticas geradas pelos equipamentos, acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

       A realização da Copa do mundo no País exige o dobro ou triplo de equipamentos de infraestrutura, como antenas, em algumas cidades, citou Levy. Outros problemas seriam a demora na concessão de alvará e a cobrança de taxas por uso de locais públicos por prefeituras, mesmo após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) eliminar essa possibilidade, exemplificou.



(O Estado de São Paulo)
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Durante reunião informal para debater saídas às crises ambientais e alimentares, preocupação dos Estados Unidos é a de estabelecer "uma nova ordem na economia mundial"

     Representantes dos ministérios das Relações Exteriores do G20 (grupo dos países mais ricos do mundo) se reuniram dia 19 em Los Cabos, na fronteira do México com os Estados Unidos. A reunião "informal" foi convocada para discutir as alterações climáticas, a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável. A conferência Rio+20 também é um dos temas dos debates. A China e a Rússia, no entanto, não enviaram representantes.

     "Há muitos problemas que tocam a vida de milhões de pessoas no mundo e sobre os quais a comunidade internacional não tem conseguido fazer progressos visíveis", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros do México, Patricia Espinosa. O México está no comando do G20.

     A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, destacou a preocupação dos Estados Unidos em estabelecer uma nova ordem na economia mundial. “Um sistema baseado nas políticas para uma concorrência "livre, transparente e equitativa", disse.

     Nos debates, representantes da União Europeia defenderam a ideia de uma organização mundial do ambiente. O representante do Brasil nas discussões é o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, subsecretário-geral de Energia e Alta Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores, que está na organização da Rio+20, marcada para junho, no Rio de Janeiro.

     As discussões contaram também com a participação de representantes de dez países não membros. São eles a Argélia, o Azerbaijão, Chile, a Colômbia, Espanha, os Emirados Árabes Unidos, a Noruega, Singapura, assim como o Camboja - presidente em exercício da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) - e o Benin para a União Africana (UA).


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Nos próximos anos a água marinha começará a afetar organismos e alguns tipos de corais não conseguirão sobreviver. De acordo com pesquisador, os oceanos precisam de aproximadamente 125 mil anos para se recuperar e obter de volta a “química normal” 

        Pesquisa da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, indica que os oceanos do planeta estão ficando cada vez mais ácidos. No ritmo atual, segundo os cientistas, cerca de 30% das espécies marinhas podem ser extintas até o fim do século. De acordo com a pesquisa, a água do mar está ficando mais ácida devido ao dióxido de carbono.

        Os cientistas examinaram a água abaixo dos vulcões, nas quais o dióxido de carbono ocorre naturalmente, para verificar como a vida marinha lida com a água mais ácida. Segundo os pesquisadores, nos próximos anos a água marinha começará a afetar alguns organismos e alguns tipos de corais não conseguirão sobreviver.

        O trabalho foi apresentado pelo cientista britânico Jason Hall-Spencer, que estudou as aberturas vulcânicas no oceano. Segundo ele, a conclusão da pesquisa é um “aviso” sobre o futuro dos ecossistemas marítimos. O trabalho foi apresentado por ele durante conferência em Vancouver, no Canadá.

        Hall-Spencer disse que examina as aberturas vulcânicas como uma máquina do tempo. “Nem todas as espécies estão calcificadas. Há conchas e esqueletos rígidos e existem outros organismos com corpos macios que também deixam o mar [em busca de qualidade de vida]”, explicou.

        O cientista ressaltou que há 55 milhões de anos aconteceu situação semelhante à identificada na pesquisa, que leva cerca de 10 mil anos para ocorrer. Segundo Hall-Spencer, os oceanos precisam de aproximadamente 125 mil anos para se recuperar e obter de volta a “química normal”.

        “[Ou seja], o que fizermos ao longo dos próximos 100 anos ou 200 anos pode ter influência nos ecossistemas oceânicos de dezenas de milhares a milhões de anos. Essa é a implicação do que estamos fazendo com os oceanos agora", destacou Hall-Spencer.



Agëncia Brasil, com informações da BBC Brasil
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A avaliação foi feita pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ao instalar ontem (15) o encontro Diálogos Sociais rumo à Rio+20, organizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES/PR), no auditório do Palácio do Planalto. Foi o primeiro de quatro encontros mensais, até o fórum internacional.

 

        A avaliação foi feita pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ao instalar ontem (15) o encontro Diálogos Sociais rumo à Rio+20, organizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES/PR), no auditório do Palácio do Planalto. Foi o primeiro de quatro encontros mensais, até o fórum internacional.

        O governo brasileiro está consciente de que o crescente engajamento da sociedade civil nas discussões a serem apresentadas no fórum Rio+20, que ocorrerá em julho, no Rio de Janeiro, "é fundamental para que o próprio conceito de desenvolvimento sustentável ganhe mais densidade".

        "A atuação forte e decisiva da sociedade na elaboração da agenda da Rio+20 é parte constitutiva do desenvolvimento, que, para nós [governo], implica em eliminar as desigualdades, mais justiça social e uso responsável dos recursos naturais", segundo Carvalho. "Estamos de braços dados, governo e sociedade, no esforço para que a Rio+20 seja bem sucedida", acrescentou.

        Na mesma oportunidade, o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Moreira Franco, destacou que crescer, incluir e preservar são ações que qualificam o desenvolvimento com qualidade de vida. É preciso entender, segundo ele, que "os recursos naturais são finitos, e temos que preservá-los, e a inclusão é fundamental".

        Ele destacou os avanços obtidos pelo País nos últimos anos, principalmente no que diz respeito à questão econômica, com ascensão social em que mais pessoas são incorporadas ao mercado consumidor. Mas é preciso pensar também "que tipo de qualidade de desenvolvimento queremos; que valores construir na sociedade para que haja igualdade de oportunidades".

        É necessário, ainda, segundo ele, que se aplique mais a meritocracia dentre os critérios de seleção das diferentes atividades, porque "a nova classe média não tem pai juiz, político, médico, jornalista. Cada jovem da nova classe média depende do próprio esforço, trabalho e dedicação, e a meritocracia é fundamental para reconhecer os melhores valores".


foto: Lançamento da Cúpula dos Povos da Rio+20 em Porto Alegre, em janeiro
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(Agência Brasil)




       Após mais de duas décadas perdidas, o Brasil conseguiu finalmente superar a estagnação e voltou a crescer. A população pode comemorar a redução do desemprego e o aumento dos salários e da renda. Mesmo a crise financeira internacional, que anulou o potencial crescimento em 2009 e ainda causa impactos, tem sido administrada de forma razoável. Embora a situação socioeconômica da maioria ainda deixe muito a desejar, é inegável o avanço registrado. Contudo, o salto decisivo ao desenvolvimento se dará com investimentos de peso e bem planejados em educação, ciência, tecnologia e inovação.

       Quando lançado em 2006, o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” trazia como ideia central a importância da C&T na construção de um país avançado. Entre as propostas contidas no documento, está a implementação de uma cultura de inovação tanto no meio acadêmico quanto no setor produtivo, visando a geração de riqueza e bem-estar social. Imprescindível, portanto, a aliança entre esses dois mundos para que o saber não fique encastelado na universidade como mera teoria ou pesquisa, certamente valiosa, mas sem aproveitamento prático.

       Grande ênfase também foi dada à convergência tecnológica nas comunicações e à tecnologia digital, que certamente dão a tônica neste século XXI. Campeão de audiência e presença em redes sociais como o facebook e consumidor voraz de smartphones, tablets e equipamentos do gênero, o Brasil precisa deixar de ser mero importador e tornar-se desenvolvedor dessas ferramentas. É necessário que haja tecnologia genuinamente nacional, com projetos feitos no País, e uma cadeia industrial robusta. Abre-se ainda um mundo de possibilidades no desenvolvimento de softwares e novas tecnologias, processo ao qual os jovens brasileiros devem ter acesso por meio da educação, encontrando espaço para exercer seu talento e buscar sua inserção social e no mercado.

       A partir dessa concepção, a internet de qualidade passa a ser serviço essencial a ser universalizado e gratuito, ponto também defendido pelo “Cresce Brasil”. Nesse sentido, traz alento a notícia divulgada pela mídia de que o PNBL (Programa Nacional de Banda Larga), que ainda não cumpriu seus objetivos, deve começar a funcionar a partir da atuação da Telebras, que propiciará infraestrutura para atender até 600 municípios a partir de março. Falta agora efetivar o projeto e expandi-lo para todo o País.




Gley Rosa


       O Brasil, um país de clima tropical, estabeleceu, corretamente, para preservação dos ocupantes dos veículos contra a forte incidência da luz solar, em seu Código de Trânsito Brasileiro, a liberação para o uso de películas protetoras nos vidros dos veículos. A regra fixa limites de segurança e critérios de transmissão luminosa mínima que garantam dirigibilidade sem riscos ao motorista e demais ocupantes.

       Conforme a atual legislação, em particular a Resolução Contran 254/2007, a transmissão luminosa não poderá ser inferior a 75% para os vidros incolores do para-brisa, 70% para os laterais dianteiros e 28% para os traseiros.

       A extrema violência a que estamos expostos nos dias de hoje, com sequestros relâmpagos e assaltos à mão armada em semáforos, fez com que os assustados motoristas adotassem a prática de instalar películas cada vez menos transparentes, em desacordo com a citada legislação.

       Com essa atitude incorreta, o cidadão comum tenta se proteger da falta de segurança que assola nosso país. Aqueles que fazem a fiscalização do trânsito, por sua vez, passam a aceitar tacitamente os carros com vidros frontais tão escuros que tornam impossível identificar quem está dirigindo e se o faz de maneira adequada.

       Porém, essa permissividade tem causado diversos problemas e riscos de acidentes graves, muitas vezes fatais. Vejamos:

• o pedestre, ao atravessar na faixa de segurança, não sabe se foi visto pelo motorista e se ele vai lhe permitir a passagem;

• na maioria dos casos, o motorista dirige falando ao celular por se sentir livre da fiscalização;

• policiais reclamam constantemente do risco de serem surpreendidos por meliantes camuflados pelas películas escuras.

       Diante desse quadro, é preciso ter em mente dois fatores. Em primeiro lugar, não podemos nos conformar com a violência que se torna cada dia mais rotineira, especialmente nas grandes capitais. Dito isso, é imperativo que os critérios técnicos estabelecidos para o trânsito, previstos em legislação específica, sejam cumpridos e fiscalizados. Caso contrário, dado o risco de acidentes e casos fatais, tornaremos as ruas ainda mais perigosas para motoristas e pedestres.


Gley Rosa é diretor do SEESP




Soraya Misleh


        Esse foi o desafio lançado pelo então ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, ao ser agraciado pelo SEESP na área de Valorização profissional com o prêmio Personalidade da Tecnologia 2011 em 11 de dezembro último – Dia do Engenheiro. Como consequência, um grupo eminentemente constituído por acadêmicos já começa a se reunir para discutir o assunto.

        Mercadante mudou de pasta – está à frente da Educação agora –, e segundo tem afirmado em entrevistas, o equipamento começará a ser distribuído no segundo semestre a quase 600 mil professores do ensino médio. Serão priorizadas cerca de 59 mil instituições que já contam com internet banda larga.

        Ao pensar no tablet nacional, seu anseio é mais ousado, como anunciou durante a premiação: alcançar os 70 milhões de alunos da rede pública. O professor Hélio Guerra, um dos que foram desafiados na ocasião, conta que a ideia foi “comprada” pelo sucessor de Mercadante no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, a quem foi apresentada a proposta e as visões a respeito pelo grupo de acadêmicos no dia 9 de fevereiro, em Brasília. “Por enquanto está se discutindo o que fazer. Está num estágio bem preliminar. Tem várias tendências: uma é não dar tanto valor ao hardware, porque esse virou commoditie, não teria inovação tecnológica. A outra é investir na produção de software, que pode ser feito aqui ou adaptado.” Na sua concepção, poder-se-ia, nesse caso, utilizar o sistema estadunidense android, que precisaria ser subcontratado. Guerra citou que o Cesar (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife) já está atuando nessa linha. “Você pode pôr mais gente trabalhando para algumas aplicações necessárias, por exemplo, nas áreas de medicina e gestão de empresas.” O que poderia representar avanços tecnológicos. Opção ainda é utilizar software livre.

        No caso do hardware, conforme o professor, seria possível fazê-lo em seis meses. “Tem competência para isso, fizemos coisa muito mais complicada numa época em que isso era tabu (na década de 70, ele participou do desenvolvimento do primeiro computador brasileiro, o Patinho Feio, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo). O problema é fazer com qualidade e em quantidade. Se essa escala se limitar ao Brasil, não vai ser suficiente para baixar o preço. O País tem que fazer para competir no mundo. Daí terá um pouco de sentido. Temos que vender na China!.” Diretor da área de informática da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Hugo Valério acredita que não há como disputar fora do Brasil. “Há capacidade intelectual e acho válido o desafio (feito pelo ministro). Mas é preciso criar condições de competitividade, escala, capacitação, exportação.” Na sua concepção, isso requer resolver a questão do custo-País. “Alguns componentes brasileiros acabam custando mais caro do que os importados”, reclama. Para consumo interno, ele afirma que também seria necessário tratamento diferenciado, em relação ao produto estrangeiro, com benefícios fiscais.


Inclusão digital
        Conforme Guerra, mais importante do que desenvolver o tablet brasileiro é popularizar seu uso em âmbito nacional. Para tanto, na sua análise, é fundamental iniciar pelo treinamento de docentes em todo o País. “Digitalizar 70 milhões de estudantes seria ótimo, mas é evidente que não começa pelo desenvolvimento de um hardware e de seu software básico. Eu ficaria muito contente se o governo soltasse um programa para capacitar professores de primeiro grau no uso do computador.” Além disso, é crucial integrar as políticas. “Tem que ser uma coisa coordenada. É preciso ter também internet e uma banda larga razoável”, atesta o professor.




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