Carlos Antonio Hannickel
Como será a atividade profissional do engenheiro daqui a cinco anos? Ou seja, praticamente, amanhã.
O universo da tecnologia avança de maneira célere e exigirá dos seus profissionais conhecimentos e práticas compatíveis com a realidade de um mercado de trabalho impossível de ser previsto claramente, ainda que esteja próximo.
A inteligência artificial (IA) é uma realidade que hoje, ainda em seus primórdios, já está irreversivelmente presente em nosso cotidiano – sobretudo nas esferas financeira, de comunicação e lazer – e será inserida em todas as áreas do conhecimento e desempenho profissional, sobretudo no campo tecnológico. Temos pela frente um grande desafio e precisamos enfrentá-lo, sob o risco de sucumbirmos profissionalmente, tornando-nos obsoletos ou substituíveis.
Nesse sentido, é fundamental que os profissionais estejam conscientes de suas vulnerabilidades e dispostos a buscar mecanismos e instrumentos para suprir suas necessidades para estarem aptos a atuar num cenário de transformação digital permanente e de inovação. É evidente que isoladamente isso é impossível.
Dada a gravidade daquilo que representa para toda a sociedade, será necessário o envolvimento dos mais amplos setores: governo, empresariado, universidade, bem como as entidades representantes desses segmentos profissionais. O SEESP, além das suas atividades de âmbito reivindicativo, há muito atua advertindo e promovendo debates sobre essas questões candentes que têm como abrangência os interesses de toda a sociedade.
Neste mês, a entidade sedia em seu auditório (Rua Genebra, 25, Bela Vista, Capital) e apoia dois eventos promovidos pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), nos quais as preocupações aqui levantadas serão alvo de amplos debates, com exposições de profissionais e especialistas de excelência nacional e, principalmente, preocupados e focados nas demandas atuais e com o futuro da nossa engenharia. O primeiro deles acontece em 18 de setembro, sob o tema "Ensino de engenharia, quantidade, qualidade e empregabilidade".
O segundo ocorrerá no dia 29, no mesmo local, colocando em discussão o programa Nova Indústria Brasil (NIB) e os caminhos da engenharia. A exemplo do primeiro, teremos entre os expositores autoridades e personalidades, dos setores público e privado, debatendo a retomada industrial do Brasil, seu papel para o desenvolvimento nacional, novas tecnologias e oportunidades e, claro, o papel dos engenheiros nesse processo. Como registro da importância desse evento e do relevante papel da FNE e do SEESP, enquanto entidades de representação dos engenheiros, cabe ressaltar a presença confirmada do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Os engenheiros perderam muito do seu protagonismo para o capital financeiro que, com sua preponderante influência, dita as regras para políticas públicas de infraestruturas e investimentos nacionais e, por conseguinte, nas estruturas de ensino, mercado de trabalho, ficando suas consequências sobre toda a sociedade.
A nossa engenharia precisa ser resgatada, afinal não existe soberania nacional sem que a profissão seja valorizada. Precisamos recuperar o nosso sentido de pertencimento enquanto profissionais da tecnologia, participando e valorizando nossa capacidade técnica.
O SEESP está preparado para oferecer cursos de capacitação para o enfrentamento das necessidades que já se impõem e das que virão no futuro próximo. Aos engenheiros paulistas, fica o convite para que busquem na sua entidade o apoio que ela pode lhes dar. Acessem o portal www.seesp.org.br e entrem em contato!
Vamos atuar juntos pela valorização profissional e exigir de nossas empresas e governos investimentos em educação continuada e inovação.
Carlos Antonio Hannickel é jornalista e assessor especial da Presidência do SEESP
Imagem: Freepik/Arte: Fábio Souza – Foto Carlos Hannickel: Acervo SEESP
