Valorizar e qualificar o serviço público O Brasil precisa oferecer atendimento adequado à população, o que exige garantir condições dignas de trabalho aos profissionais encarregados dessa missão. Contraditoriamente, no período em que ficou mais evidente a importância do papel do Estado no provimento de serviços essenciais à população, ou seja, no enfrentamento da pandemia do coronavírus, veem-se governantes propondo o desmonte do aparato público que tornou isso possível. Como sabemos, do sequenciamento genético do vírus ao Programa Nacional de Imunização (PNI), passando pelo esforço no desenvolvimento e produção de vacinas, máscaras, respiradores, robôs, dispositivos sanitizantes etc. e a maior parte do atendimento médico e hospitalar, tudo passou por trabalhadores, quadros técnicos e instituições públicas. Seria, portanto, suicídio coletivo abrir mão desse patrimônio. Mas é o que se avizinha. No âmbito nacional, temos a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020, que promove a chamada “reforma administrativa”. Com forte vocação privatizante e patrimonialista, consegue falhar no objetivo de acabar com privilégios da alta burocracia estatal e simplesmente pune aqueles que efetivamente servem aos cidadãos. Assim, para além dos impactos negativos sobre os trabalhadores, prejudica toda a sociedade e, de forma mais acentuada, os mais pobres,…