O presidente da FNE, Murilo Celso de Campos Pinheiro, e o diretor da entidade Edson Kiyoshi Shimabukuro, também vereador à Câmara Municipal de Campo Grande, foram recebidos, na manhã desta terça-feira (16/6), pelo presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALMS), deputado Junior Mochi.
Na ocasião, Pinheiro falou da importância do agronegócio do estado para o crescimento do País, dos 50 anos de luta da federação, da atuação do Senge-MS, do projeto Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento e, por fim, convidou o parlamentar para a abertura do IX Conse, a ser realizado em outubro próximo, em Campo Grande.
Shimabukuro destacou a força das entidades unidas – sindicatos, federação e confederação (CNTU), e da nova opção e referência de ensino na área tecnológica com o início das atividades do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), em fevereiro último.
O presidente da ALMS disse que os engenheiros transformam sonhos em realidade e que está honrado em participar da abertura do Conse, considerando importante a realização do evento no Estado, que está em desenvolvimento e em busca de novas oportunidades.
Mochi observou que o Mato Grosso do Sul tem atraído investimentos e conta com uma base produtiva diversificada e que, apesar do momento difícil por que passa o País, tem conseguido dar exemplo ao Brasil em termos de desenvolvimento.
A “Enciclopédia das Águas”, publicação que levantou dados sobre todos os cursos de água do território sul-mato-grossense, lançado em 2014, também foi tema do encontro, sendo um assunto que está na agenda da FNE.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Com mensagem forte contra o trabalho informal e o trabalho infantil, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) encerrou no sábado (13) os 15 dias de duas 104º Conferência Internacional do Trabalho (CIT), em Genebra. A CNTU participou do evento tripartite, que reuniu delegados dos 185 países-membros da OIT, entre trabalhadores, empregadores e governos, e cujo formato foi elogiado na cerimônia de encerramento pelo diretor geral da OIT, Guy Ryder, por se constituir em mecanismo para enfrentar e buscar resolver problemas mundiais que afetam o mundo do trabalho.
Durante as duas semanas de atividade das comissões e plenárias, no palácio das Nações Unidas, foram debatidos assuntos que vão das mudanças climáticas, que afetam trabalhadores e as populações mais desassistidas, à condição desigual de trabalho enfrentada pelas mulheres.
Lutar pelo clima
Em painel que debateu a busca de soluções para o clima, Sharan Burrow, representando a da Confederação Sindical Internacional, assegurou que os impactos já estão prejudicando os trabalhadores e as consequências só crescerão com o tempo.Sua visão é de que os governos precisam " trabalhar em estreita consulta com trabalhadores e empregadores para gerir esta transição de forma eficiente e humanizada, em vez de ignorar ou resistir até que seja tarde demais para que uma crise potencial seja gerenciada".
“A falta de ação sobre a mudança climática agora recairá sobre todos nós no futuro”, disse Guy Ryde, defendendo que a saída é a busca do desenvolvimento sustentável, que abre oportunidades. “Nós estamos começando a testemunhar muito claramente como os efeitos das mudança climáticas balançam as empresas e os mercados de trabalho”, disse ele. “Mas agora sabemos que há muito potencial para fazer mais e ter melhores trabalhos se trabalharmos em direção de um desenvolvimento sustentável, por isso esse debate é sobre oportunidade também.”
Igualdade entre homens e mulheres
Não haverá sustentabilidade no mundo, nem ṕatamares aceitáveis de trabalho decente, enquanto mulheres e homens forem tratados de forma diferenciada no mercado de trabalho. Este foi o tema de um seminário, do qual participaram representantes da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM) e a embaixadora brasileira Regina Dunlop. De acordo com a diplomata, “ a diferença salarial de gênero no mundo e no nosso país segue muito significativa. O Brasil está em torno de 26 a 29%, segundo as estatísticas atuais". No caso brasileiro, ela aponta como fator importante para corrigir esta situação, a tramitação no Congresso Nacional do "Projeto de Lei que, com base no dispositivo constitucional que proíbe a discriminação, estabelece multas para os empregadores que paguem salários mais baixos às mulheres na mesma função e/ou com as mesmas responsabilidades que os homens. A multa se converteria em indenização à mulher que se encontra em situação de discriminação salarial”. Ela acrescentou o valor, na hora, de até cinco vezes o salário ganho pela mulher na altura da aplicação da multa.
O seminário foi acompanhado pelas centrais e organizações sindicais brasileiras, convocadas pelas participantes a se mobilizarem pela aprovação do projeto.
Trabalho decente
Governos fizeram balanço de atividades - e o Brasil apresentou seu desempenho na promoção do emprego e do trabalho decente. " Felizmente, as políticas sociais e econômicas integradas que temos aplicado contribuíram para a redução da desigualdade ao longo da década no Brasil", discursou o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, na terça-feira (9), ao defender o protagonismo do Brasil no desenvolvimento de políticas laborais associadas à justiça social. Ele afirmou que o Brasil conseguiu internacionalizar o conceito de trabalho decente em conjunto com a criação, desde 2004, de mais de 1 milhão de postos de trabalho formal ao ano, mas frisou a preocupação com o crescimento da desigualdade no mundo, tanto entre países quanto no interior deles. "A trajetória brasileira mostra que existem muitas vias para o desenvolvimento. Precisamos evidenciar a urgente necessidade de avançar nos esforços de inclusão de milhões de pessoas que ainda estão em condições de pobreza e fora do mercado de trabalho por todo o mundo. O Brasil está presente para mostrar o caminho", disse o ministro.
Trabalho infantil
Um novo Relatório Mundial sobre Trabalho Infantil 2015 da OIT foi preparado para o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, celebrado dia 12 de junho, durante a conferência. E de acordo com o documento, a situação das crianças é dramática. São 168 milhões forçadas ao trabalho infantil, e destas 120 milhões tem idades entre 5 e 14 anos e cerca de 5 milhões têm condições análogas à escravidão. Entre 20% e 30% das crianças em países de baixa renda abandonam a escola e entram no mercado de trabalho até os 15 anos. Por outro lado, há 75 milhões de jovens, entre 15 e 24 anos, desempregados. E 14,4% dos adolescentes brasileiros entre 15 e 17 anos estão em trabalhos perigosos.
O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, afirmou que o documento mostra a "necessidade de uma abordagem política coerente" que enfrente o trabalho infantil, mantenha as crianças na escola, e busque oferecer empregos decentes para jovens.
A OIT recomenda atenção particular aos 47,5 milhões de jovens entre 15 e 17 anos em empregos perigosos e à situação vulnerável de meninas e jovens mulheres.
Terceirização não, formalidade sim
Por iniciativa do movimento sindical e entidades sociais, foram realizados protestos e sessões temáticas abordando temas que afetam a qualidade da proteção aos vínculos de trabalho. Cerca de 30 centrais sindicais, com participação do Brasil, se mobilizaram contra a terceirização indiscriminada no mundo do trabalho. “Nosso objetivo era mostrar à comunidade internacional a tentativa em curso no Brasil de liberar a terceirização em todos os setores e atividades da economia”, relata o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antonio Lisboa, que coordenou a manifestação.
De acordo com o juiz do Trabalho André Machado Cavalcanti, representante da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra), o projeto coloca os trabalhadores em situação de desemparo. "É necessária uma regulamentação, sim, porque há milhões de trabalhadores sob o regime de terceirização. Mas uma regulamentação que proteja os trabalhadores, que os coloque em posição de igualdade com os outros. Nós advertimos os parlamentares sobre a má qualidade do texto. Entendemos que o texto fragiliza e precariza o trabalhador. As estatísticas mostram que no Brasil os terceirizados são as maiores vítimas de acidentes de trabalho", alertou.
“Nosso objetivo era mostrar à comunidade internacional a tentativa em curso no Brasil de liberar a terceirização em todos os setores e atividades da economia”, relata o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antonio Lisboa, que coordenou a manifestação. - See more at: http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?class=11494#sthash.KpQxAFAN.dpuf
Documentos foram aprovados, como a recomendação presente no informe geral da Comissão de Normas da OIT (Organização Internacional do Trabalho), sobre a transição da economia informal para a economia formal e medidas para as pequenas e médias empresas.
O informe da OIT destacou a necessidade intensificar a inspeção do trabalho na América Latina e no Caribe, como um meio de promover a formalização da informalidade que afeta pelo menos 130 milhões de trabalhadores. Uma série de notas divlgadas na conferência analisa a situação da inspeção do trabalho em seis países da América Latina (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Peru e Uruguai). "Em nossos países há uma extensa legislação que protege os direitos dos trabalhadores, mas ainda existem deficiências significativas para assegurar seu cumprimento", disse a Diretora Regional da OIT, Elizabeth Tinoco, ao apresentar o material sobre o tema"Tendências na inspeção do trabalho".
A taxa de informalidade não agrícola é 47% e representa um grande desafio para os países da região, porém, de acordo com a OIT, os sistemas de inspeção do trabalho estão mais concentrados em áreas urbanas e no setor formal da economia, atendendo sobretudo às demandas dos trabalhadores assalariados, o que implica numa capacidade limitada de inspeção e das condições de trabalho e fiscalização de cumprimento com as normas laborais para os trabalhadores no setor informal ou em áreas rurais.
Os resultados da conferência foram reconhecidos e saudados pelos trabalhadores. Em uma sessão de balanço, o presidente da CNTU, Murilo Pinheiro, se disse orgulhoso “como cidadão e sindicalista", pela qualidade da participação brasileira.
Rita Freire
Redação CNTU
Frente à segunda fase do programa de concessões de ferrovias, aeroportos, rodovias e portos, anunciada pelo governo federal no dia 9 de junho último, a Associação de Engenheiros Ferroviários (Aenfer) realizará debate técnico específico sobre a situação das ferrovias do País no dia 1º de julho, às 15h, na sede da entidade, no Rio de Janeiro (Avenida Presidente Vargas 1733, 6º andar, Centro). A Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) foi convidada a participar, como mediadora, da atividade, juntamente com a Federação das Associações de Engenheiros Ferroviários (Faef).
Segundo o governo, o Programa de Investimentos em Logística (PIL), que prevê movimentar, nos próximos anos, investimentos da ordem de R$198,4 bilhões, tem como objetivo modernizar a infraestrutura nacional.
O intuito do evento é contribuir com o desenvolvimento equilibrado do setor, fazendo uma análise real da situação do desempenho das ferrovias brasileira, avaliar o que o novo pacote contribuirá ou não com o modal, principalmente o que o País precisa para o crescimento ferroviário.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Em assembleia realizada no último dia 8 de junho, os engenheiros da Sabesp aprovaram a proposta do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT/SP), após a concordância da empresa com os termos do acordo, na audiência de 3 de junho, do dissídio coletivo de greve.
Os trabalhadores deliberaram pela aprovação do Acordo Coletivo 2015, destacando-se os seguintes itens: reajuste salário de 8,29% (IPC-Fipe), retroativo a 1º de maio de 2015, mais 1% de aumento real, extensível aos demais benefícios, com exceção do vale-refeição e do vale-alimentação que serão majorados em 10%, manutenção da cláusula vigente de garantia de empregos em 98% do quadro e dos demais itens do acordo coletivo em vigor.
Deborah Moreira
Imprensa SEESP
Na segunda rodada de negociação para renovar o Acordo Coletivo de Trabalho 2015, realizada no dia 10 de junho último, a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) manteve a proposta inicial, já rejeitada pelo SEESP e demais sindicatos representantes de trabalhadores da empresa. Por isso, os sindicatos rejeitaram, novamente, os itens patronais.
As negociações, todavia, não se encerraram, novos encontros já estão marcados para os dias 17 e 24 de junho, às 11h, na subestação Bom Jardim, em São Paulo.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
A divisão do trabalho, cada vez mais intensa e sofisticada, é um dos fenômenos do capitalismo. A terceirização dá nova forma ao processo de divisão do trabalho, revestindo-o com a relação contratual entre empresas ou destas com órgãos públicos. Argumenta-se que o processo de terceirização visa ao incremento da eficiência e da produtividade, melhorando a competitividade das empresas e da economia.
Entretanto, predominantemente, a terceirização revelou-se uma prática em que as empresas buscam melhorar desempenho econômico por meio de uma produtividade espúria, diminuindo custos a partir da redução de salários, de direitos e fragilizando a proteção sindical. A experiência do DIEESE, na assessoria a negociações coletivas no setor privado e público e na produção e estudos e pesquisas, confirmam a precarização.
No Brasil, o processo de reestruturação produtiva dos anos 1990 intensificou o avanço da terceirização espúria nas empresas e ampliou perigosamente a presença dela na administração direta do Estado. O fenômeno atingiu milhões de trabalhadores, demitidos de um lado, contratados de outro por empresas prestadoras de serviço. Ao cabo, os trabalhadores mudavam de empregador, de salário, de condições de trabalho, de direito, de proteção sindical, geralmente para pior, quando não, para muito pior. Isso causou um mal-estar geral, repercutindo de tal forma que terceirizar virou sinônimo de precarização. Alguns pesquisadores advogam que esses trabalhadores vêm formando, pela condição e situação, uma nova classe laboral: o precariato.
Os sindicatos brasileiros atuaram, lutando contra esse processo de desregulação. O Ministério Público do Trabalho e a Justiça do Trabalho identificaram as práticas perversas, autuaram empresas e órgão públicos, julgaram processos, entre outras iniciativas. Passivos trabalhistas formaram-se e a insegurança, antes só dos trabalhadores, passou a ser também das empresas e do próprio setor público. Os trabalhadores querem o fim da terceirização e os empresários, a segurança jurídica dos contratos. A disputa chegou ao Legislativo em meados nos anos 1990.
Há 11 anos, o Projeto de Lei 4330/04 tramita na Câmara dos Deputados como texto base para a regulação. O movimento sindical formula, com assessoria, deputados e senadores, Ministério do Trabalho e Emprego, propostas alternativas. Procura também, nas negociações, inibir a precarização, colocando nas convenções coletivas limites ou travas. A Justiça, com a Súmula 331, impede em parte que a terceirização avance para as atividades fim da empresa contratante.
Desde 2012, os empresários estão priorizando a regulação da terceirização, pressionando para que o trâmite legislativo tenha curso célere. Os trabalhadores e as entidades sindicais e inúmeras outras organizações colocam-se na contra-ofensiva.
No processo de luta e disputa, as Centrais Sindicais propuseram ao governo e ao Legislativo a constituição de uma mesa quadripartite (empresários, trabalhadores, governo e legislativo), para tratar da regulamentação da terceirização, debater e formular uma regra, fixada em lei, que propiciasse a proteção dos trabalhadores contra a precarização e ae a segurança jurídica das empresas que têm boas práticas. O caminho da regulação se impôs porque já envolve mais de 12 milhões de trabalhadores, contratados por milhares de empresas, que prestam serviços para milhares de empresas ou órgão públicos, que respondem a milhares de processos na Justiça.
As sociedades democráticas descobriram, ao longo da história, que é possível regular as relações sociais e econômicas por meio do estabelecimento de limites, de maneira a incentivar as boas práticas e coibir e punir más condutas. A ausência de regras acarreta insegurança, gera desigualdades, amplia os conflitos e traz uma série de outros resultados indesejados.
A mesa quadripartite foi instalada e um duro processo de debate teve curso, com posicionamentos firmes das partes e muita mobilização nas bases. As questões da terceirização foram abordadas em três aspectos interrelacionados: os limites para não terceirizar a atividade fim; a proteção contra a precarização; a proibição da alocação de mão de obra. Definiu-se, também, que a regulamentação da terceirização no setor público será objeto de lei específica, regida pelo direito administrativo. Entretanto, os direitos dos trabalhadores em empresas terceiras que prestam serviço para o setor público valerão desde a nova lei em debate.
Proíbe-se a empresa especializada em vender força de trabalho, que faz negócio da alocação do trabalhador, forma legal pela qual “empresas-gato” agem no campo e na cidade. Criaram-se medidas de proteção aos trabalhadores terceirizados; de responsabilidade solidária da empresa contratante, que responderá pelos atos da empresa contratada; mecanismos econômicos e jurídicos a serem incluídos nos contratos para proteger os trabalhadores; e manteve-se explícito o critério de subordinação para observar vínculo de emprego com a empresa contratante.
Exige-se a especialização da empresa prestadora de serviço em uma única atividade e finalidade específica, definida pela qualificação técnica da competência e capacidade e do registro da atividade econômica adequada etc. Acaba-se com a possibilidade, por exemplo, de uma empresa fazer serviço de jardinagem, segurança, limpeza, assessoria de comunicação e defesa jurídica. Cada uma dessas atividades requererá uma empresa especializada, que deverá seguir as regras da atividade econômica na qual se enquadrará.
Garante-se o direito sindical à informação, bem como a capacitação para representação dos trabalhadores, inclusive na assistência, no caso de responsabilidade solidária diante da empresa contratante, que poderá pagar diretamente todos os direitos dos trabalhadores terceirizados.
É preciso um cuidadoso balanço da versão do PL, aprovado pela Câmara dos Deputados, analisando todos os mecanismos e a eficácia deles, pois a matéria é muito complexa e repleta de detalhes.
O embate central foi sobre o limite à terceirização. Os empresários querem liberdade para terceirizar. Os trabalhadores não aceitam esse “liberou geral”. Uma parte desse limite referiu-se, por exemplo, à transformação de cada trabalhador em um PJ, pessoa jurídica, prática corrente que tem, simultaneamente, levado à precarização das condições de trabalho, da proteção sindical e à evasão fiscal.
O texto da lei permite terceirizar “qualquer parcela da atividade”, ou seja, qualquer serviço. As manifestações do movimento sindical e de inúmeras organizações evidenciam que não estão dispostos a conceder esse “liberou geral”, cientes de que isso pode significar avanço generalizado da terceirização.
O processo legislativo, em nova etapa, segue para o Senado Federal, onde já tramita o PL 87/10, que trata da matéria, ao qual o PL 4330/04, da Câmara dos Deputados, deve se agregar. O debate será reaberto, inclusive de balanço do texto aprovado, e permitirá aprofundar as questões essenciais do processo regulatório: os limites da terceirização.
O movimento sindical e a mesa quadripartite incidiram no processo legislativo e no conteúdo do projeto, criando instrumentos de atuação sindical e de proteção laboral. Ao mesmo tempo, enfrentou a questão central: a necessidade de por limites ao processo de terceirização.
O debate público e político sobre o tema foi retomado, com fortes mobilizações envolvendo os interessados. A hora é de dar qualidade ao processo legislativo no Senado Federal, por meio de mobilização e aprofundamento das discussões. Começa mais uma etapa da luta.
* por Clemente Ganz Lúcio é sociólogo, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Artigo publicado, originalmente, em Le Monde Diplomatique
Na sexta-feira (12/6) chuvosa na Capital paulista um gesto está chamando a atenção da população paulistana. Cerca de 100 engenheiros e arquitetos da Prefeitura Municipal de São Paulo caminharam até o hemocentro do Hospital São Paulo, a partir da estação do Metrô Santa Cruz, para fazer doação de sangue. O ato de cidadania faz parte da campanha salarial das duas categorias pela valorização profissional na administração local e também é uma forma de beneficiar a sociedade. O presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, de Genebra (Suíça), em reunião da Organização Internacional do Trabalho (OIT), parabeniza a todos pela iniciativa exemplar que dignifica ainda mais a categoria.
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O grupo de servidores permaneceu, durante a manhã, em frente ao prédio do hemocentro, aguardando a vez para fazer a doação, ao mesmo tempo em que mostra para a população a importância do ato de doação de sangue. O hemocentro informou que está trabalhando com um déficit de 30%, mas com o gesto dos profissionais espera que outras categorias também se sensibilizem e façam o mesmo.
Fotos: Deborah Moreira
Servidores se concentram em frente ao prédio do Hospital São Paulo,
aguardando entrada para fazer a doação de sangue
Segundo o hemocentro, o período do inverno é o mais crítico, porque as pessoas doam menos ficam com preguiça de sair de casa por conta do frio, da chuva e da garoa. Os funcionários do local estão muito gratos pelo gesto dos engenheiros e arquitetos da Prefeitura paulistana.
O assessor sindical do SEESP, Carlos Hannickel, que acompanha os servidores, parabenizou o gesto humano das categorias: “Mobilização exemplar e vitoriosa em todos os aspectos. Exemplo de determinação, união na luta e, sobretudo, de cidadania. O SEESP tem orgulho de fazer parte desse movimento, que nos engrandece a todos.”
Profissionais aguardam para fazer a doação de sangue, em hemocentro paulistano
O hemocentro do Hospital São Paulo fica na Rua Diogo de Faria, 824 (Esquina com a Rua dos Otonis) - Vila Clementino. Telefone para contato (11) 5576.4240 - Opção 1. Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira das 8h às 17h30 e aos sábados das 8h às 13h.
Deborah Moreira e Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Texto atualizado no dia 15 de junho de 2015, às 9h
O ministro do Trabalho e do Emprego (MTE), Manoel Dias, participou na manhã do dia 11 de junho, de reunião bilateral com o ministro do Emprego e Trabalho da Coreia do Sul, Lee Ki-Kweon. Realizado em Genebra, na Suíça, durante a 104º Conferência Internacional do Trabalho da OIT, o encontro permitiu o acerto do intercâmbio de servidores dos governos brasileiro e coreano, que vão trocar experiências e realizar capacitações em temas relacionados à aprendizagem e qualificação profissional.
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O novo grupo de trabalho vai definir ainda os termos da cooperação técnica em outras áreas de interesse, como sistemas públicos de emprego e de formação profissional; certificação profissional e saúde e segurança no trabalho. Além disso, será realizada uma pesquisa sobre qualificação profissional a partir da comparação dos dois mercados.
Ainda no período da manhã, Manoel Dias participou da Cúpula do Mundo do Trabalho, onde foi abordada a incidência das mudanças climáticas sobre trabalhadores, empresas e comunidades. À tarde, o ministro assistiu a Intervenção de Chefes de Estado, que teve a presença dos presidentes da França, François Hollande, e do Panamá, Juan Carlos Varela Rodríguez, além do agraciado com o prêmio Nobel da Paz em 2014, Kailash Satyarthi, ativista indiano que luta contra o trabalho infantil.
Fonte: MTE
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) promove, nos dias 18 e 19 de junho, às 9h, em São Paulo, o seminário internacional Saúde, trabalho e ação sindical. As inscrições devem ser feitas até o dia 15 próximo, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. As apresentações internacionais serão traduzidas simultaneamente. Será fornecido certificado de participação.
A entidade também lançou, em maio último, um estudo com pesquisa inédita elaborada pelo Dieese, com o objetivo de analisar o conteúdo das cláusulas negociadas e das reivindicações de greves que abordam o tema saúde do trabalhador.
O Dieese realiza assessoria, pesquisa e formação sobre saúde do trabalhador desde 2008, por demanda da direção sindical, o que resultou em processo sistemático de incorporação do tema às atividades realizadas pela entidade.
Em 2010, o Fórum Nacional das Centrais Sindicais sobre Saúde do Trabalhador (FNCSST) se formou a partir da pesquisa-formação realizada pelo Dieese.
A produção e a realização desse conjunto de atividades levaram a entidade a criar o programa “Saúde, Trabalho e Ação Sindical”. Para a construção desse programa foi necessário definir a maneira como o Dieese iria abordar a temática da saúde do trabalhador. Isto é, a partir de qual concepção de saúde? De qual compreensão da relação entre saúde e doença? De qual olhar para a relação entre trabalho e saúde? Como contribuir para a ação sindical nos mais diversos espaços de atuação? Quais as informações necessárias?
Ao final, a principal ideia resultante dessa construção é que a possibilidade de a ação sindical intervir, efetivamente, nos determinantes do adoecimento está relacionada, diretamente, à sua capacidade em intervir no trabalho, ou seja, na organização do local de trabalho. Mas, o que significa intervir no trabalho? Significa agir em relação às suas diversas dimensões: condições organizacionais e físicas do trabalho; situações de trabalho; relações de trabalho; formas de gestão; ambiente de trabalho, entre outros.
* Leia o estudo, na íntegra, aqui.
Edição Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Com informação do Dieese
Na primeira reunião de negociação salarial com a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), nesta quinta-feira (11/6), o SEESP e os demais sindicatos rejeitaram a proposta apresentada pela empresa no encontro. Entre os itens, destacam-se: reajuste salarial, extensível aos demais benefícios de caráter econômico, de 7,6%, que corresponde ao Índice de Preço ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), acumulado na data-base de 1º de junho; e manutenção das demais cláusulas do acordo em vigor.
Foi consenso entre os representantes sindicais que a proposta da Emae é insuficiente. Afora a necessária recomposição inflacionária dos salários, reivindica-se aumento real compatível com o empenho da categoria em prol da empresa e da sociedade, e que o reajuste dos benefícios relacionados à alimentação deve ser superior ao índice a ser aplicado no salário mais aumento real.
Pendências
Os sindicatos relacionaram pendências das negociações anteriores, que devem ser superadas na campanha salarial atual, como o plano de carreira e a redução do percentual de trabalhadores da empresa, atualmente sem garantia de emprego, que está em 3,5%.
Imprensa SEESP