logo seesp ap 22

 

BannerAssocie se

Administrator

Administrator

       Estatal Eletronuclear aponta a localização em relatório técnico, que analisou 20 áreas de quatro Estados nordestinos. O programa nuclear prevê a construção de mais quatro usinas de 1.000 MW até 2030, duas no Nordeste e duas no Sudeste -onde os estudos estão mais atrasados

       As duas próximas usinas nucleares a serem construídas no Brasil ficarão localizadas às margens do rio São Francisco, que corta parte da região Nordeste, indicam estudos técnicos que serão levados à decisão política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros responsáveis pelo programa nuclear brasileiro, segundo o jornal Folha de S. Paulo.
       O programa nuclear prevê a construção de mais quatro usinas de 1.000 MW até 2030, duas no Nordeste e duas no Sudeste -onde os estudos estão mais atrasados. No Nordeste, a estatal Eletronuclear analisou a possibilidade de construção em 20 locais de quatro Estados: Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Mas áreas próximas ao litoral foram descartadas por causa da existência de grandes reservatórios subterrâneos de água, apurou a Folha.
       A presença de aquíferos é um dos fatores que condenam a instalação de usinas nucleares, que, no entanto, precisam contar com grande oferta de água para o resfriamento do combustível usado, à base de urânio enriquecido. Outros critérios levados em conta nos estudos da Eletronuclear foram estrutura geológica estável, proximidade de linhas de transmissão de energia, baixa concentração populacional e condições adequadas de infraestrutura, como estradas.
       A escolha do local levará em conta as indicações técnicas e também critérios políticos. Os governadores dos quatro Estados disputam o investimento de bilhões de dólares. A decisão deverá ser tomada pelo governo federal até março, prevê o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende.
       A construção de usinas nucleares às margens do São Francisco já havia sido estimulada no passado pela CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), antes de o governo decidir erguer mais duas usinas no Nordeste até 2030. Os principais argumentos foram a disponibilidade de água e o fato de o Nordeste precisar atrair investimentos para aumentar a renda da região.
       O rio São Francisco já é base da maior obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) bancada com dinheiro dos tributos arrecadados pela União. A transposição do São Francisco prevê o desvio de parte das águas do rio para regiões do semiárido de quatro Estados nordestinos: Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A primeira parte da obra deve ser inaugurada até o fim do ano.
       Como qualquer outro empreendimento de infraestrutura, a instalação das usinas no Nordeste dependerá da emissão de licença ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
       Embora o governo preveja a construção das duas usinas no NE a partir de 2014, quando está prevista a inauguração de Angra 3, os estudos coordenados pela Eletronuclear são para a criação de uma central nuclear com seis usinas de 1.000 MW cada uma. As demais quatro usinas da região seriam erguidas nas décadas seguintes.~

Lobby
       O governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), é quem faz o lobby mais aberto na disputa pelas usinas. "Alagoas tem o mais baixo índice de desenvolvimento humano do país, por isso reivindicamos com muita força esse empreendimento", disse o governador. "Todos querem, é claro."
Dos quatro governadores que disputam as usinas, ele é o único de um partido da oposição ao governo federal. Marcelo Déda (PT), de Sergipe, Jaques Wagner (PT), da Bahia, e Eduardo Campos (PSB), de Pernambuco, já manifestaram interesse em abrigar as usinas.
Wagner e Campos defenderam a instalação das usinas na fronteira dos dois Estados, às margens do São Francisco, em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), mas a proposta enfrenta obstáculos legais.
       Drausio Atalla, supervisor da Presidência da Eletronuclear para Novas Usinas, calcula que as usinas de Angra dos Reis tenham sido responsáveis pelo aumento da arrecadação de impostos em cerca de R$ 500 milhões, além da criação de milhares de empregos. Para ele, a instalação de usinas nucleares poderia "alavancar o desenvolvimento" no Nordeste.

Fonte: Marta Salomon, Folha de S. Paulo - 15/01/2010

 

De acordo com o Ministério da Defesa, 15 engenheiros serão enviados ao Haiti para reforçar o Batalhão de Engenharia do Exército, que também vai receber equipamentos para resgates

       O plano emergencial do governo brasileiro de ajuda ao Haiti terá ações nas cinco áreas prioritárias identificadas pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, que chegou na noite de ontem (13) ao país: sepultamento dos mortos, socorro médico aos feridos, remoção de destroços, reforço da segurança nas operações e distribuição de suprimentos, principalmente água e comida.
       A estratégia foi traçada pela comitiva brasileira no Haiti, após reuniões com comandantes militares que atuam nas forças de paz e visitas às tropas atingidas pelo terremoto. Pelo menos 14 militares brasileiros morreram e quatro ainda estão desparecidos. Jobim conversou sobre o plano hoje (14) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e relatou a situação da capital, Porto Príncipe, após a tragédia.
       De acordo com o Ministério da Defesa, 15 engenheiros serão enviados ao Haiti para reforçar o Batalhão de Engenharia do Exército, que também vai receber equipamentos pesados da construtora OAS, que realiza obras no país, para auxiliar na retirada dos escombros e desobstrução das ruas, principalmente para garantir o acesso da ajuda humanitária e serviços de resgate.
       Os engenheiros brasileiros também ajudarão no sepultamento dos corpos. A grande quantidade de mortos espalhados pelas ruas preocupa as autoridades pelo risco de epidemias e contaminação. O governo brasileiro vai sugerir às autoridades haitianas a indicação de um local para construção de um cemitério.
       Pelo menos dois hospitais de campanha brasileiros serão montados em Porto Príncipe. As equipes e equipamentos para o primeiro, da Aeronáutica, devem seguir ainda hoje para o país caribenho. Também deverá ser enviado hospital de campanha da Marinha, além de kits do Ministério da Saúde com medicamentos para atendimento básico. Após o terremoto, muitos haitianos foram buscar socorro na sede da missão brasileira.
       Até para receber a ajuda humanitária internacional, o Haiti deverá enfrentar dificuldades. A avaliação do governo brasileiro é que será necessário montar estrutura para armazenamento e distribuição dos alimentos que já começaram a chegar ao país.
       As tropas brasileiras também deverão atuar no reforço da segurança de comboios de ajuda humanitária e hospitais de campanha, para evitar saques e invasões.

 

 

A Secretaria Especial de Portos espera liberar recursos ao longo deste ano para adequar ou construir terminais turísticos portuários de sete dos 12 estados que sediarão os jogos de 2014 no Brasil

      A previsão é de R$ 677 milhões ao longo deste ano. Além da construção de novos terminais terminais turísticos portuários de sete dos 12 estados que sediarão os jogos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, reforma ou ampliação dos já existentes, os recursos a serem liberados pela Secretaria Especial de Portos irão para obras de melhoria nas vias de acesso terrestre e na infraestrutura portuária, como a ampliação de cais e a implantação de defensas para atracação de navios. Já a dragagem para aprofundamento dos canais (necessária para permitir a movimentação de embarcações de grande porte) desses e de outros portos já fazia parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) desde 2008 e deverá consumir outros R$ 1,6 bilhão até o fim de 2010. 
      Segundo a secretaria, o valor a ser investido nos terminais de passageiros foi calculado com base nos projetos elaborados pelos administradores dos portos de Salvador (BA), Recife (PE), Natal (RN), Fortaleza (CE), Santos (SP), do Rio de Janeiro (RJ) e de Manaus (AM). Maior porto da América Latina, Santos receberá investimentos devido à sua proximidade com São Paulo, uma das cidades-sede do Mundial.
       Além de permitir que maior número de cruzeiros atraque simultâneamente nos portos, atendendo assim ao aumento do número de turistas que visitarão o país durante o evento, os investimentos também possibilitarão que os navios permaneçam atracados. A solução será uma alternativa à falta de leitos em hotéis, a exemplo do que ocorreu durante os Jogos Olímpicos de 2004, na Grécia, de 2000, na Austrália, e de 1992, na Espanha, durante os quais parte dos turistas optou por viajar e permanecer hospedado nos transatlânticos.
        De acordo com a assessoria da secretaria, a proposta de investimentos está sendo analisada pela Casa Civil e aguarda aprovação presidencial. O projeto destina a maior parte dos recursos, cerca de R$ 299 milhões, para o Rio de Janeiro, onde serão construídos três novos piers. Em seguida, vem o Porto de Santos, cuja obra de realinhamento de 1.500 metros do cais e a implantação de 3,5 quilômetros de via interna de acesso ao terminal custarão cerca de R$ 114 milhões.
       O Porto de Mucuripe, em Fortaleza, prevê gastar pouco mais de R$ 93 milhões para construir um terminal marítimo de passageiros, um berço de múltiplo uso para atracação de navio, estacionamento e para pavimentar e urbanizar o acesso ao terminal.
        Já Manaus receberá R$ 79,9 milhões para adaptar e restaurar os terminais já existentes, ampliar o cais, instalar defensas e criar um estacionamento de cerca de 7 mil metros quadrados ligado ao terminal por uma passarela coberta.
       No Porto de Natal, onde também não há terminal turístico e os navios atracam em um berço destinado à movimentação de cargas, a adaptação de um galpão frigorífico desativado, a ampliação do cais, a pavimentação das vias de acesso e do estacionamento custarão R$ 46,5 milhões.
        Em Salvador, cujo terminal de passageiros passou por reforma recente, a secretaria considera necessário realizar novas obras a fim de oferecer maior comodidade aos usuários. A estimativa é de que as obras custem R$ 29,26 milhões, incluindo a pavimentação e a urbanização do sistema viário externo e do estacionamento.
       Outra capital que ainda não conta com terminal e usa tendas móveis para o traslado de passageiros, Recife deverá receber cerca de R$ 17 milhões para adaptar o Armazém 7, de cerca de 2,7 mil metros quadrados, e construir um anexo, além de pavimentar e urbanizar todo o entorno do futuro terminal.

Acordo de cooperação
       O governo federal firma hoje (13) acordo de cooperação com as 12 cidades-sede da Copa de 2014. A cerimônia será às 17h, no Palácio Itamaraty, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros, parlamentares, prefeitos e governadores.
        O documento define as responsabilidades, encargos e cronogramas nos três níveis de governo para a realização das obras de mobilidade urbana para o mundial de futebol. O objetivo é melhorar a fluidez do transito próximo a estádios, entorno de aeroportos e de terminais turísticos portuários.

(Fonte: Agência Brasil)

 

 

 

Engenheiros explicam em artigo publicado no jornal "Valor Econômico" que a tecnologia em eletrônica está cada vez mais incorporada nos componentes, que são importados, e que restou para a indústria brasileira, sobretudo a montagem de kits importados

       A importação de tecnologia é vital para o desenvolvimento industrial, principalmente nos países em desenvolvimento. O Japão nas décadas de 50/60 e a Coreia do Sul na década de 70 são exemplos de países que importaram tecnologia para desenvolver suas indústrias, principalmente no setor eletrônico. E nem mesmo países desenvolvidos detêm internamente toda a tecnologia que utilizam: de 1998 a 2007 os EUA gastaram U$$ 259 bilhões com importação de tecnologia em valores correntes, a Alemanha gastou US$ 244 bilhões e o Japão US$ 48 bilhões, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
       Em contrapartida, esses países também obtiveram receita com os royalties decorrentes de tecnologia própria exportada para outros países no mesmo período. Os EUA faturaram US$ 577 bilhões, a Alemanha US$ 237 bilhões e o Japão US$ 136 bilhões licenciando tecnologia. Isso demonstra que os maiores importadores de tecnologia são também aqueles que mais exportam tecnologia, indicando uma correlação positiva entre importação tecnológica e desenvolvimento tecnológico endógeno.
       Ao contrário do que se pode imaginar, o Brasil importa pouca tecnologia, mesmo após a abertura econômica da década de 90, quando ocorreu um relaxamento geral nas restrições à importação. Nos últimos dez anos, remetemos ao exterior apenas US$ 13 bilhões na rubrica de tecnologia não incorporada em máquinas ou componentes, com uma média de 1.600 contratos averbados/ano.
       No Brasil, a importação formal de tecnologia requer contratos averbados no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), assim o contrato produzirá efeitos em relação a terceiros e permitirá remessa de royalties à detentora da tecnologia no exterior com a autorização do Banco Central do Brasil.
       Existem vários tipos de contratos de tecnologia, tais como os de Fornecimento de Tecnologia não patenteada, os de Serviços de Assistência Técnica e os de Exploração de Patentes, sendo que um mesmo contrato pode abranger diversas categorias contratuais. Porém, é na categoria de Exploração de Patentes que se encontram as tecnologias mais avançadas e, em média, apenas 28 contratos por ano foram averbados no INPI nessa categoria nos últimos doze anos.
       As tecnologias de eletrônica, vitais para o Japão e para a Coreia, além de serem das mais dinâmicas no que se refere à inovação, têm a vantagem estratégica de serem transversais, pois influenciam diversas indústrias. No entanto, desde 1997 o INPI tem averbado em média apenas três contratos por ano envolvendo patentes em eletrônica, menos que 1/9 do total de 28 contratos averbados para tecnologias patenteadas. Uma explicação para esse fato é que a tecnologia em eletrônica está cada vez mais incorporada nos componentes, que são importados, e assim praticamente não há demanda nacional para importação de tecnologia patenteada em eletrônica.
       Restou para a indústria brasileira, sobretudo a montagem de kits importados. Isso ocorreu e ainda vem ocorrendo, por exemplo, no caso dos monitores e televisores com tecnologia LCD (tela de cristal líquido), que têm registrado vendas crescentes no Brasil nos últimos anos e cujos componentes, incluindo a tela de LCD, pagam frete barato devido ao seu baixo peso e volume unitário. Não há produção local dos componentes, nem tampouco importação de tecnologia para fabricação. Cenário diferente ocorreu para os televisores e monitores com tecnologia CRT (tubo de raios catódicos), onde há produção local, pois o custo de importação seria proibitivo em função do elevado peso do tubo e do maior risco de avarias.
       É notável, ainda, que quase metade dos contratos de importação de tecnologia patenteada em eletrônica tenha à frente, por parte do receptor da tecnologia, empresas não relacionadas ao setor eletrônico, de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), tais como as empresas de "atividades cinematográficas e de vídeo"; ou de "edição de discos, fitas e outros materiais gravados"; ou de "fabricação de discos e fitas virgens".
       Tais empresas fabricam, entre outros produtos, suas próprias unidades de CD, DVD e Blu-Ray e remetem royalties sobre o preço líquido de cada unidade vendida, visto que tais tecnologias são objeto de patentes em vigor no Brasil de propriedade de multinacionais estrangeiras. Isto parece um indício de que, além de pouco expressiva, a importação de tecnologia patenteada em eletrônica por empresas brasileiras é direcionada apenas para o uso. Pode-se supor que os receptores de tecnologia nessa condição não terão possibilidade de absorção nem desenvolvimento dessas tecnologias pois a fabricação de produtos eletrônicos não é o seu negócio principal.
       Observada em detalhes, a insignificante importação de tecnologia mais avançada em eletrônica indica que o Brasil ainda está dependente tecnologicamente, ao invés de expressar uma capacidade de assimilação, criação e consequente autonomia tecnológica. Há lacunas graves na cadeia de produção de componentes eletrônicos no Brasil. É uma situação muito precária, considerando-se a relevância da eletrônica nas bases técnicas contemporâneas. Faz-se necessária uma política de expansão da capacitação tecnológica brasileira em eletrônica, na qual um aumento da importação de tecnologia, se bem orientado como foi nos países asiáticos que hoje são grandes exportadores nesse setor, será apenas parte de um investimento positivo para reverter o atual déficit tecnológico em eletrônica em direção a nossa soberania tecnológica nacional.

(Fonte: André Korottchenko de Oliveira é engenheiro eletrônico e consultor; Luiz Antônio Meirelles é engenheiro de produção e professor da Escola Politécnica da UFRJ. Artigo publicado no "Valor Econômico" e reproduzido no Jornal da Ciência)

 

FNE prepara campanha para atrair estudantes aos cursos da área. Para Murilo Pinheiro, também é preciso aumentar o índices de conclusão, já que quase 30% dos alunos que entram não conseguem se formar

      Faltam engenheiros no país. O diagnóstico não é novo, mas torna-se cada vez mais preocupante diante dos próximos eventos que o Brasil irá sediar, como a Copa do Mundo de 2014, a Olimpíada de 2016, além de projetos como a exploração da camada pré-sal.
       Diante desse cenário, a Federação Nacional de Engenheiros (FNE) vai promover uma campanha durante o ano letivo de 2010 para despertar o interesse de estudantes do ensino médio pela carreira.
       A entidade produziu um vídeo que explica quais são as áreas de atuação da profissão e as oportunidades no mercado de trabalho. “Também faremos palestras para conversar com o estudantes”, explica o presidente da FNE, Murilo Pinheiro.
       De acordo com Pinheiro, além de incentivar que novos talentos ingressem nos cursos de engenharia, é preciso aumentar o índices de conclusão, já que quase 30% dos alunos que entram não conseguem se formar.
       “Alguns fatores explicam esse índice, um deles é que o curso é muito puxado. Depois o aluno precisa ter perspectiva de boas oportunidades no campo de trabalho e hoje esse cenário é muito bom”, defende. Segundo Pinheiro, o piso nacional dos engenheiros é de nove salários mínimo (R$ 4.590), mas ainda não é seguido em todo o país.
       O estudante do quinto semestre de engenharia mecânica da Universidade de Brasília (UnB), Rafael Hackne, está animado com as perspectivas de trabalho após a formatura. “Eu vejo pelos meus próprios veteranos, 80% deles se formaram e estão empregados. Quem não está no mercado está investindo em uma pós-graduação”, conta.
       Na opinião dele, muita gente entra no curso sem saber sobre a área e por isso acaba desistindo. “O país ainda está em desenvolvimento e há uma necessidade muito grande de formar novos engenheiros. Mas os currículos das universidades também precisam se renovar para atender a essas demandas”, acredita. (Amanda Cieglinski, Agência Brasil)

 

 

A ideia é juntar a experiência dos dois centros de pesquisa - o Inpe nas previsões e modelos meteorológicos e o IPT na análise das situações de risco de deslizamento de encostas - e montar um sistema de alerta que previna tragédias como a de Angra dos Reis

      Especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) estão montando um projeto inédito de monitoramento de risco de deslizamentos na região metropolitana de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife e Salvador além de Campos do Jordão, Petrópolis e áreas da Serra do Mar.
       A ideia é juntar a experiência dos dois centros de pesquisa - o Inpe nas previsões e modelos meteorológicos e o IPT na análise das situações de risco de deslizamento de encostas - e montar um sistema de alerta que previna tragédias como a de Angra dos Reis, onde morreram pelo menos 52 pessoas. "Estamos fazendo um protótipo que tem que ser testado e validado para depois ganhar escala", diz o climatologista Carlos Nobre, pesquisador do Inpe.
       Na semana que vem, técnicos dos dois institutos têm reunião com o vice-governador de São Paulo, Alberto Goldman, e com o secretário de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, para apresentarem a proposta. "Ainda temos muitas perguntas sem resposta, estamos em uma fase embrionária", registra o diretor-presidente do IPT, João Fernando Gomes de Oliveira.
       Há dez anos o Inpe vem estudando a dinâmica dos deslizamentos de terra que ocorrem depois de intensas chuvas. Pesquisadores trabalham num projeto de R$ 1,5 milhão, financiado pela Fapesp, que instalou oito pluviométricos automáticos na Serra do Mar. Com eles é possível saber em tempo real o volume da chuva.
       O IPT, na outra vertente, é o braço técnico do plano de prevenção de riscos que identificou áreas ameaçadas em 74 municípios de São Paulo e existe há 20 anos. Se chove muito em determinada área de risco, técnicos do IPT ou treinados pelo instituto vão ao local conferir os sinais que identificam a possibilidade de deslizamento. Conforme a situação, disparam o alarme para retirar a população.
       Há três pontos importantes em discussão no projeto do Inpe-IPT. O primeiro trata de conseguir coletar mais dados para alimentar o sistema com o máximo de informações sobre áreas de risco (características do solo, vegetação, declividade, por exemplo) e a partir daí desenvolver modelos. O segundo é integrar as informações do Inpe sobre clima com a base do IPT. Isto significa desenvolver um software que cruze a informação de uma tempestade em determinada região com o comportamento daquele terreno submetido a certo volume de água. "Temos que sobrepor estes dois mapas para saber qual o risco de deslizamento naquela região", explica Oliveira. O terceiro ponto é logístico. "Temos que definir como aquelas informações vão fluir, como vamos comunicá-las à população", continua.
       O orçamento inicial de US$ 2 milhões para o projeto não inclui o custo com levantamentos geotécnicos - que estimam, por exemplo, qual o volume de chuva que coloca em risco um lugar. "Para o Brasil ter um sistema de Primeiro Mundo é preciso ter levantamentos geotécnicos sistemáticos que são caros porque não podem ser feitos mecanicamente e nem de forma remota", diz Nobre. "A única maneira é ir ao local e checar." Segundo ele, para o Brasil ter um sistema de alerta de avalanche ou rolamento de rochas como o da Suíça ou Itália, seria preciso ter um sistema pluviométrico em tempo real em dezenas de encostas e monitoramento 24 horas.
       O projeto agora em discussão é o início. A intenção é envolver institutos e centros de pesquisa como o Geo Rio e outros. "Temos que saber quais os desafios de modelagem, o tamanho do projeto, quanto vale, qual a área em que será aplicado", cita Oliveira. "A ideia é melhorar a capacidade do poder público de tomar ações preventivas" diz o geólogo do IPT Agostinho Ogura. "As cidades não vão mudar sua cara rapidamente, as áreas de risco vão continuar lá."
       O site do Inpe informa que este verão terá chuvas acima da média histórica no Sul e Sudeste. A notícia, divulgada antes do início oficial da estação, em 21 de dezembro, faz parte da previsão climática para o primeiro trimestre feita pelos meteorologistas do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Inpe, junto com centros estaduais e técnicos do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

 

 

CUT, CTB, FS, NCST, CGTB e UGT querem aproveitar o Forum Social Mundial como um espaço importante para dar visibilidade às perseguições

       As seis centrais sindicais brasileiras - CUT, CTB, FS, NCST, CGTB e UGT - realizarão uma conferência sobre praticas antissindicais no País, que deverá ocorrer durante a realização do Fórum Social Mundial 2010, em Porto Alegre (25 a 29 de janeiro).
      As diretrizes do evento foram definidas, na última terça-feira (5), em reunião na sede da CTB, em São Paulo.
      A atividade foi agendada para o próximo dia 27, às 14 horas, na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul (auditório Dante Barone).
      "O FSM é um espaço importante para dar visibilidade às práticas antissindicais ocorridas no Brasil, tais como perseguição, assassinatos e intervenção do Ministério Público com interditos proibitórios", avalia Gilda Almeida, secretária adjunta de Finanças da CTB.

Novo encontro
     
Em dezembro, as entidades promoveram seminário sobre o tema na capital do Pará (Belém), estado que tem um elevado índice de violências praticadas contra lideranças sindicais e trabalhadores.
       A próxima reunião organizativa acontecerá dia 14, às 15 horas, na sede da Força Sindical, em São Paulo. (Fonte: Portal CTB, na Agência Sindical)

 

 

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) lançou o edital para bolsas de pesquisador do Projeto Estruturante. Inscrições vão até 15 de janeiro

       O objetivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) com o edital "Bolsas Pesquisador Projeto Estruturante"é fomentar o desenvolvimento de pesquisas científicas, tecnológicas ou de inovação nas áreas de engenharia e computação. Ao todo serão concedidas 15 bolsas, no valor mensal de R$ 4,5 mil. Para isso, foram alocados pouco mais de R$ 2 milhões na Programação Orçamentária e Financeira de 2010 e anos subseqüentes.
       Os formulários para o preenchimento on-line das propostas estão disponíveis desde segunda-feira, dia 4. O encerramento das inscrições on-line será em 15 de janeiro, às 17h30.
       Os resultados serão divulgados em 4 de março e a assinatura do termo de outorga ocorrerá no dia 19 do mesmo mês. Já as bolsas serão implementadas em 1º de abril.

O edital está disponível em http://www.fapesb.ba.gov.br/apoio/bahia-inovacao/edital-027-2009

Mais informações, Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

(Assessoria de Comunicação da Fapesb)

 

 

Os recursos destinados a imóveis para todas as classes de renda são 70% superiores aos cerca de R$ 40,5 bilhões liberados pela poupança e FGTS em 2009

       O setor da construção civil deverá ser um dos motores da economia em 2010, devendo superar a marca de um milhão de unidades, tanto para famílias de baixa renda, quanto de classe média. O número representa um crescimento de 25% sobre o total de moradias financiadas em 2009. A projeção é da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) e considera as duas principais fontes de recursos da habitação, que são o FGTS e a poupança.
       Segundo a entidade, as operações com recursos da poupança vão crescer 50%, atingindo R$ 45 bilhões, com mais de 400 mil unidades financiadas. Com orçamento de R$ 24 bilhões para habitação, tudo indica que o FGTS também vai superar as 400 mil moradias contratadas no ano passado.
        Este mês, a Abecip divulgará o balanço de 2009, mas a expectativa é que tenham sido financiadas pela poupança 310 mil unidades, num total de R$ 32 bilhões.
       Os recursos — destinados a imóveis novos e usados, para todas as classes de renda — são 70% superiores aos cerca de R$ 40,5 bilhões liberados pelas duas fontes em 2009 — menos de R$ 23 bilhões da poupança e R$ 18 bilhões do FGTS.

Empréstimo é bem inferior ao do Chile
      
O volume de financiamentos e unidades contratadas será ainda maior se considerados, por exemplo, as cooperativas habitacionais e os recursos próprios dos bancos emprestados por intermédio do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) — que tem juros livres. Porém, as maiores e mais acessíveis fontes de crédito do setor são mesmo o FGTS e a caderneta de poupança.
      — Acho que vamos chegar a um milhão de moradias financiadas em 2010. Será o ano da construção civil no Brasil — afirmou o economista do Secovi-SP Celso Petrucci.
       Para o presidente da Abecip, Luiz Antonio França, se as previsões se concretizarem, o crédito imobiliário poderá crescer um ponto percentual sobre o Produto Interno Bruto (PIB) em 2010. A proporção está hoje em 2,9% do PIB, contra 15% do Chile, por exemplo.
        A expectativa para o setor tem como base o crescimento da economia de 5% em 2010 e parte do pressuposto de que o programa federal Minha Casa, Minha Vida vai deslanchar. Dos cerca de 400 mil imóveis financiados pela Caixa Econômica Federal com recursos do FGTS em 2009, 300 mil se referem ao programa.
       Um dos grandes trunfos do programa, que começou a funcionar em março, é o subsídio para famílias de baixa renda, bancado pelo FGTS e pelo governo federal. Com até seis salários mínimos, a ajuda chega a R$ 23 mil por família. Abaixo de três pisos, a casa é praticamente doada (prestações simbólicas).
       Segundo o último balanço da Caixa Econômica Federal (até 10 de dezembro), os projetos encaminhados ao banco dentro do Minha Casa, Minha Vida apontavam o financiamento de 590.761 casas, sendo 213 mil já contratadas. A meta é de um milhão de casas só pelo programa.
        Petrucci acredita que, com o amadurecimento dos projetos, será necessário pedir uma suplementação orçamentária ao FGTS em 2010 para atender o Minha Casa, Minha Vida.
       Dos R$ 24 bilhões reservados pelo Fundo ao setor, R$ 4 bilhões se destinam ao programa.
       — O resultado extraordinário das contratações este ano está relacionado ao fato de o governo federal ter aportado recursos do orçamento para a baixa renda, acompanhando o FGTS — reforçou a consultora da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), Maria Henriqueta.

Lançamentos devem crescer até 15%
       
Outro indicador positivo para o setor, na avaliação de especialistas, é o aumento médio da renda das famílias. Por isso, a aposta é que o número de lançamentos vai crescer entre 10% e 15% em 2010, na comparação com 2009, atingindo em todo o país cerca de 300 mil unidades lançadas.
       — Já está havendo uma procura grande pelos compradores nos lançamentos efetuados. As construtoras devem seguir esse movimento, lançando mais e assinando mais contratos com os bancos — afirmou o presidente da Abecip.
       Apesar da robustez dos números do setor, empresários alegam que o desempenho também será calibrado pelo comportamento da Taxa Selic (hoje em 8,75% ao ano) em 2010 — ano eleitoral e sujeito a turbulências.
 

Elevações dos juros tendem a frear a expansão da economia.
      
Listam também entre os desafios a necessidade de reduzir a burocracia nas regiões metropolitanas, onde o déficit habitacional é mais concentrado.
Dificuldades em regularizar terrenos são as principais queixas contra as prefeituras nessas localidades.

 

      Com PAC da Mobilidade e PAC 2, estão previstas até 2014 obras de ampliação do metro em várias cidades, VLT e monotrilhos suspensos. Leia entrevista do ministro das Cidades, Marcio Fortes, ao JB

       Após décadas de privilégio para a malha rodoviária, o Brasil, com o PAC da mobilidade, volta, a partir deste ano e até 2014, seu foco para o transporte sobre trilhos. Esse projeto - que será lançado até a segunda quinzena deste mês - e o PAC 2 têm obras de ampliação dos metrôs em várias cidades (como o Rio), implantação de Veículo Leve sobre Trilhos em outras capitais (Brasília já começou a sua) e até promessa de monotrilhos (trens suspensos) para São Paulo e Manaus.

Com o PAC da Mobilidade, país redescobre o trem

Entrevista - Marcio Fortes
      BRASÍLIA - Comandante de projetos bilionários no governo federal, Marcio Fortes é um homem público cauteloso para não prometer as maravilhas que todos os projetos à sua mesa vislumbram, mas é audacioso a ponto de garantir que muita coisa sairá do papel com o trabalho de sua equipe e as parcerias da União com os governos e prefeituras.
       Nesses meandros do poder consolidou-se o PAC da Mobilidade Urbana, aposta do presidente da República, sob a tutela de Fortes, de que as capitais sedes da Copa de 2014 no Brasil terão seus problemas de trânsito de veículos e tráfego de pessoas minorados.
       Gol contra de quem pensar em realizações a curto prazo, e bola na trave para os que insistirem em acreditar que tudo depende só do ministério. Um gerenciador – tal como um mestre de obras – Fortes é detalhista e garante que só será concretizado aquilo que realmente for eficiente para tais cidades, e que resolva os problemas. Nesse contexto, estão esboçados planos que colocam o Brasil de volta aos trilhos – desta vez urbanos. O PAC que será lançado até a segunda quinzena deste mês, e o PAC 2, diz Fortes nesta entrevista ao Jornal do Brasil, têm obras de ampliação dos metrôs, implantação de Veículo Leve sobre Trilhos em algumas capitais (Brasília já começou a sua investida) e até promessa de monotrilhos (aqueles trens suspensos) para São Paulo e Manaus.
       Embora ainda seja anunciado, esse PAC da Mobilidade já anda sobre rodas. É o caso do Rio que, a princípio, tem projetos aprovados de corredores exclusivos para ônibus. Os próximos meses darão a velocidade ao que se espera do programa.

 

O PAC da Mobilidade Urbana é um grande projeto comandado por sua equipe há meses e tem foco na Copa de 2014. O que se pode esperar dele?
        Nós aprofundamos a análise na parte da Copa do Mundo, ou seja, o apoio financeiro que será destinado às 12 cidades-sedes da Copa do Mundo na área de mobilidade, envolvendo vários projetos que privilegiam a questão do transporte coletivo urbano.

Dentro desse contexto do transporte urbano, nós podemos esperar mais investimentos no metrô, ou projetos alternativos na questão dos ônibus? Ou a situação dos ônibus já está saturada?
      
A questão é que a Copa do Mundo tem data, ou seja, 2014. Os projetos têm os seus cronogramas e uma coisa tem que bater com a outra, porque você não pode ter uma obra que no projeto vá ultrapassar, na sua execução, a data limite. E também não pode passar antes, uma data muito próxima à realização do evento, sob o risco de atraso e de comprometer inclusive os objetivos do projeto de mobilidade. Com isso nós, ao olharmos esses projetos, procuramos ver aqueles que já tinham andamento na com licença ambiental, ver a questão das desapropriações, como estavam; a questão do projeto, se já definido, não apenas como estudo, mas já com projeto básico. Hoje, por acaso, já vi até projeto executivo, vimos a questão do cronograma. E, claro, vimos a questão, que é fundamental, da participação daquilo que nós queremos, ou seja, facilitar e agilizar a circulação de torcedores e turistas entre os pontos de referência da Copa

Como?
      
O local do evento, a arena, o estádio, a parte hoteleira, a rodoviária, o aeroporto, e, quando for o caso, o porto. Esses pontos de referências têm que estar atendidos por esses projetos que vamos apoiar e que vamos financiar em parceria com as cidades sedes ou eventualmente com os governos de estado, quando estiverem também participando dos projetos.

O presidente Lula garantiu no orçamento os recursos para o PAC da Mobilidade já a partir deste ano?
       
Não, a primeira versão desse PAC da Copa não terá orçamento geral da União, ele terá a parte de financiamento.

Do BNDES...
      
Será do Fundo de Garantia. O número de referência inicial foi de R$ 5 bilhões para financiamento, mas esse número será ultrapassado porque há muitos projetos de maior importância que deverão ser apoiados. A nossa ideia é que até o fim desta primeira quinzena de janeiro seja anunciado o pacote desses projetos de apoio à realização, na área de mobilidade, das ideias relativas à Copa do Mundo e à circulação com rapidez, segurança e garantia de êxito de acesso para os torcedores e para os turistas.

Como está a situação? Temos os projetos já avançados, algo sai do papel este ano? O quê de relevante pode vir em obra?
      
Nós estaremos tratando, dentro do cronograma de segurança, basicamente de projetos que tenham a sua realização garantida. Por isso procuramos privilegiar obras de mais fácil execução e com grande retorno, é o caso dos corredores exclusivos de ônibus, de ônibus articulados de grande capacidade, não poluentes, a questão dos VLTs (Veículo Leve sobre Trilho), aqueles bondinhos, que também são quase que metrôs de superfície, com grande capacidade de deslocamento, também. Vamos ver as questões viárias que sejam necessárias, porque nós privilegiamos o transporte coletivo, mas temos muitas vezes que verificar a necessidade de obras de adaptação, de vias, para que a gente possa até mesmo ter o corredor ou pelo menos ter o VLT. E também para acesso a estádios. Muitas vezes as áreas em volta do estádio estão bloqueadas por qualquer motivo, com dificuldade de acesso, e há exigência da Fifa, e temos que encontrar alternativas de acesso viário para essas regiões. Também há projetos que estão sendo apresentados numa vertente original. É o caso de São Paulo, é o caso de Manaus, onde precisam ser apresentados projetos para novas trilhas, porque no caso de São Paulo, especificamente, é mais difícil você colocar um corredor ou um VLT, porque as vias já estão ocupadas, e a saída é pensar num monotrilho, que já está sendo proposto por São Paulo para ligar o metrô até a companhia de trens e também para o estádio, passando pelo Aeroporto de Congonhas.

O que seria esse monotrilho?
        
É o trem suspenso. Você coloca as estacas, e o trem corre por cima (como se fosse uma passarela para os vagões). Com isso você não ocupa espaço na área viária, embaixo, onde estão circulando os automóveis, os ônibus.

Seria como um teleférico?
       
O monorilho é um trem elevado, de boa capacidade, para fazer deslocamentos numa área em que você não tem espaço suficiente para colocar um VLT.

Isso está programado para São Paulo?
      
Sim, já está programado, e já estamos com um cronograma definido para São Paulo.

Outra cidade pode ganhar o monotrilho?
      
A outra capital que está pedindo é Manaus. Agora, os projetos, em geral, são de corredor exclusivo de ônibus, e de VLTs. Há um estudo ainda no que diz respeito a Curitiba, e está sendo analisado nessa reta final. É interessante, estive lá, existe o corredor que funciona muito bem, até da época do (Jaime) Lerner (ex-prefeito, pioneiro na implantação do corredor de ônibus no país). Agora, acontece que estaria chegando à sua capacidade máxima, segundo alguns. Dá para haver a possibilidade de adaptação para atender ainda mais os deslocamentos até a Copa do Mundo, mas é um projeto de tirar o corredor e, por baixo do caminho dos ônibus, escavar e fazer uma linha de metrô. A discussão é a respeito do prazo de execução. Não posso arriscar uma coisa que está funcionando, que é o corredor, e trocá-lo por algo que pode eventualmente não ficar pronto a tempo. Então o que está sendo discutida é a capacidade de rapidez de execução dentro desse projeto de engenharia.

Dentro de todos esses projetos, o VLT é a grande novidade no país. Brasília já terá o dela. Que outra capital do país pode ter um VTL, de fato?
       asília tem dois tipos de VLT. Já tem o VLT, que é esse da via W3 (na Asa Sul), que foi anunciado pelo governo do Distrito Federal. E na análise que nós fizemos, tratamos de um VLT que vai ligar o aeroporto até o início da Asa Sul, para integrar com o metrô ou com outro VLT. Mas o que está sendo solicitado para nós é uma área mais limitada, que é do aeroporto até o fim da Asa Sul e também a retificação do trecho que passa pelo cruzamento do hospital Sarah Kubitschek, que é um complicador terrível, uma área de grande movimento. Então vamos retificar aquele trajeto e colocar o VLT ligando o aeroporto até esse ponto.

Isso está programado pelo Ministério.
       so está no projeto que foi submetido pelo governo do Distrito Federal. Nós só estaremos anunciando as propostas finais no final desta primeira quinzena de janeiro.

O outro trecho até o início da Asa Sul, no shopping Pátio Brasil, seria esse financiado pelo governo francês?
        É financiado pela Agência Francesa de Desenvolvimento, isso o governo local já acertou. O outro ponto seria a discussão conosco – do governo federal com o governo do Distrito Federal, seria esse trecho do aeroporto até o entroncamento com a Asa Sul.

Além de Brasília, que outra capital pode ter o VLT?
       Fortaleza também está pedindo o Veículo Leve sobre Trilho.

Há possibilidade? Isso já está sendo avaliado?
       Há grande possibilidade de ser atendida, também. É um trecho longo de VLT, que vai da região hoteleira até próximo à área do estádio. Agora, outros VLTs que já estão em curso não estão nesse pacote, mas já estão sendo executados pela parte de edital, de compras, etc, já dentro das ações de compra da Companhia Brasileira de Trens Urbanos. São (os projetos) que não estão nesse PAC da Mobilidade. É o caso da área na região do Recife, onde vamos ter um VLT que vai ligar a parte de Cajueiro Seco até cabo; e tem também um outro VLT que está em fase de definição do projeto, e até de licitação, que é o de Maceió.

O que podemos esperar mais do Ministério das Cidades a partir deste ano?
       Queria lembrar que o presidente Lula já colocou mais de uma vez que teremos, a partir de março, o lançamento do chamado PAC 2, ou seja, Programa de Aceleração do Crescimento na sua segunda versão, que vai dar grande ênfase também à parte da mobilidade. Aí todos esses projetos que não estão entrando para a Copa do Mundo, por causa do cronograma apertado, serão discutidos dentro do PAC 2.

(Fonte: "O Brasil sobre (novos) trilhos", de 04/01, no Jornal do Brasil, por Leandro Mazzini. Colaborou João Batista de Araújo)

 

Receba o SEESP Notícias *

agenda