Final de ano não se remete apenas a finalizações, comemorações e viagens. O mercado de trabalho ainda se movimenta em dezembro e tanto demissões como contratações podem ocorrer no período.
Se você está em busca de trabalho, pense que as oportunidades não têm hora e lugar certo para aparecer. Elas podem surgir a partir de uma vaga, ideia, contato, conhecimento etc.. Além disso, é em dezembro que ocorrem os processos seletivos para vagas temporárias, programas de estágios e cargos estratégicos (que não podem esperar até janeiro!).
Foto: Beatriz Arruda/SEESP
Mariles Carvalho em atendimento no setor de Oportunidades, na sede do SEESP, em São Paulo.
O que você tem ao seu favor: a competição é menor, já que muitas pessoas tiram “férias” e estão viajando ou param totalmente de buscar oportunidades; os programas de estágio para 2017 abrem inscrições a partir de novembro e vão até dia 20 de dezembro; como demissões também ocorrem em dezembro, contratações com caráter de urgência precisam ser preenchidas antes de virar o ano; vagas temporárias podem se tornar efetivas em 2017.
Por isso, ainda dá tempo de preparar o seu currículo para aquele contato forte ou para a entrevista da “virada” buscando a área de oportunidades do SEESP. Outro ponto interessante é que as pessoas estão mais felizes, mais abertas nesse período, com tantas festas e happy hours, ou seja, pode ser mais fácil tomar aquele café com uma possível indicação, ou retomar contatos também.
Entre os meses de novembro e dezembro percebemos uma queda no número de atendimentos, pois os estudantes estão em períodos de provas para "fechar" o ano e os profissionais, muitas vezes por acreditarem que ainda dá tempo, somem!
A área oportunidades do sindicato trabalha para que o profissional repense a sua carreira e amplie suas chances. Os atendimentos são individuais e direcionados para quem está em momento de transição de carreira, escolha da profissão e busca de trabalho.
Portanto, aproveite o mês de dezembro para conquistar aquela oportunidade que você estava almejando!
* Mariles Carvalho é psicóloga e coordenadora do setor de Oportunidades e Desenvolvimento do SEESP. Contatos: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. , Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e telefones (11) 3113-2666/2669/2674
Centrais sindicais, trabalhadores, movimentos sociais e estudantis ocuparam Brasília na terça-feira (29/11), a fim de protestar contra a votação no Senado, em primeiro turno, da Proposta de Emenda à Constituição - PEC 55 (antiga 241). A chamada PEC da Maldade congela os gastos na Saúde, Educação e outros investimentos sociais durante 20 anos.
Desde o início da manhã de ontem, caravanas de várias partes o País começaram a chegar à Capital Federal. A concentração para o ato começou às 15 horas, no Museu da República, reunindo mais de 18 movimentos organizados. Às 17 horas, os manifestantes saíram em marcha rumo ao Congresso Nacional.
“Estamos organizando a luta para barrar a aprovação da PEC 55 e dos outros projetos que atacam os trabalhadores. Essa manifestação aqui em Brasília já é a maior contra a PEC da Maldade", disse à Agência Sindical o dirigente nacional da CSP-Conlutas, Paulo Barela.
O sindicalista reforça que as mobilizações, paralisações e protestos devem apontar para os trabalhadores e a juventude que é preciso fortalecer a unidade e lutar mais para derrotar as medidas do governo Temer.
Para o diretor de Documentação do Diap, Antônio Augusto de Queiroz, a PEC "pune os mais pobres e seus desdobramentos implicarão em aumento do desemprego". Toninho alerta que a pressão dos setores conservadores por medidas que signifiquem em mais abertura da economia, corte de gastos públicos e nos direitos trabalhistas vai aumentar.
Referendo
Em conversa com a Agência, o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, lamentou que a tendência é a proposta, que já passou na Câmara, ser aprovada também no Senado. Ele comentou a tentativa da oposição de apresentar em plenário uma emenda que condiciona a validade da PEC 55 à aprovação de um referendo. “Não acredito que essa possibilidade do referendo também seja aprovada", pondera.
São Paulo
Movimentos sociais e sindicalistas também realizaram na avenida Paulista novo protesto contra as medidas neoliberais do governo Temer. Várias entidades se concentraram no final da tarde no vão livre do Masp.
Comunicação SEESP
Notícia reproduzida do boletim eletrônico da Agência Sindical
O Conselho Assessor de Transporte e da Mobilidade Urbana do SEESP realiza mais uma importante atividade. Será o seminário “Warehouse – verdadeiro tesouro de dados do sistema de operações do transporte público”, nesta quinta-feira (1º/12), das 15h às 17h50, na sede do sindicato, na capital paulista (Rua Genebra, 25, Bela Vista).
A engenharia paulista coloca em pauta a utilização da inteligência e tecnologia da informação, o BIG Data, para a geração de informações úteis ao planejamento, controle e operação dos sistemas de transporte de transporte público, a partir dos dados coletados na Bilhetagem Eletrônica, bem como no uso do GPS, dos coletores de imagens e das demais tecnologias disponíveis aos sistemas de transportes públicos. Informações e inscrições pelo telefone (11) 3113-2641 ou e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Confira a programação
15h - Abertura
Jurandir Fernandes – Coordenador do Conselho Assessor de Transporte e da Mobilidade Urbana
15h10 – Modernização da gestão do sistema de transporte público urbano
Salvador Khuriye - Diretor de Infraestrutura e de Tecnologia da SPTrans
Carlos José Barreiro – Secretário Municipal de Transportes de Campinas e Diretor-Presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec)
15h50 – Modernização da gestão do sistema de transporte público sobre pneus na Região Metropolitana de São Paulo
Rubens Fernandes Gil Filho – Diretor-presidente do Promobom Autopass
16h10 – BIG Data para análise de métricas de qualidade de transporte: metodologia e aplicação
Ivo Eduardo Roman Pons - Diretor da Scipopulis Tecnologia
16h30 – Pesquisa Nacional de Qualidade do Transporte, BIG Data, origem, destino e fidelização (SPNQT)
Fernando Matsumoto – Gerente de Produtos da Cittati Tecnologia
16h50 – Determinantes para absorção de tecnologia
Marcelo Zuffo – professor Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP)
17h10 – Considerações dos Conselheiros e Convidados
17h30 – Perguntas e respostas
17h50 - Informes da Coordenação e Encerramento
Comunicação SEESP
Dinamismo. Essa é a palavra que define o engenheiro do futuro para o estudante de engenharia elétrica Fernando dos Santos Gil, 23. O jovem, que está no último semestre da graduação pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), teve a oportunidade de estudar na França por dois anos. Esteve nas melhores universidades do ramo – Université de Technologie de Compiègne (UTC) e École Polytechnique – cursando na área de biomédica, para ampliar seus conhecimentos nas diversas ramificações da engenharia, além de poder, futuramente, atuar com duplo diploma.
Foto: Rosângela Ribeiro Gil
Fernando dos Santos Gil fala sobre perspectivas profissionais e como vê a engenharia.
De volta ao Brasil em agosto último, Santos Gil conta ao JE como foi a experiência “muito mais intensa” da vida universitária lá fora, como diz. “É muito interessante ver como as pessoas de fora pensam a engenharia, e como pensam a universidade”, salienta o estudante, que almeja trabalhar com o dinamismo que define o engenheiro do século XXI. “Somos dinâmicos e estamos conectados. Quero trabalhar em um local que eu possa continuar aprendendo, me desenvolvendo como profissional e também na vida pessoal”, diz.
Como chegou ao estudo no exterior e como foi a experiência?
Fernando dos Santos Gil - Comecei a faculdade em 2011. Em 2014, tive a oportunidade de participar do duplo diploma, que é uma parceria entre a Poli e as faculdades do exterior, por meio da bolsa Brafitec (programa federal de intercâmbio desenvolvido no âmbito de cooperação entre o Brasil e a França), voltada ao estudante de engenharia. Eu já havia feito uma pesquisa na área de biomédica e, depois, fiz uma matéria sobre e me interessei. Na hora de escolher (o intercâmbio), acabei optando pela área. E por ter feito um curso diferente do que eu via aqui no Brasil, foi uma experiência muito boa, muito proveitosa. É muito interessante ver como as pessoas de fora pensam a engenharia, e como pensam a universidade. Percebi como é diferente o papel da universidade fora do Brasil. Aqui, elas têm muito mais um papel social. Na USP, por exemplo, cheguei a dar aulas em cursinhos, lá tem curso de línguas, é voltado às pessoas. Na França, as universidades são fechadas entre elas, fechadas para o aluno ficar lá dentro e apenas estudar, a vida universitária lá é muito mais intensa. Tem aula de tudo. Se você quiser participar de uma orquestra, por exemplo, lá tem aula, te ensinam a tocar um instrumento. Aqui, temos cursos de extensão, mas só se você já demonstra certo gosto pela atividade. Eu estava numa faculdade para cinco mil pessoas que tinha muito mais atividades de extensão do que na USP, com 100 mil alunos.
Não teve vontade de ficar na França?
É bem tentador, realmente. Um professor da École Polytechnique, onde estava estagiando, convidou-me a ficar e fazer doutorado. Mas eu quis voltar ao Brasil. Além de ter que concluir o curso aqui, para conseguir o duplo-diploma, minha família está aqui e me sinto mais a vontade para morar e trabalhar.
Através da sua experiência, como você vê a graduação de engenharia nacional?
A fundamentação teórica é a mesma que vi lá fora, a base é a mesma. A maior dificuldade que tenho aqui é em conseguir um estágio. Eu não sei se não estou procurando direito (risos). A maioria das oportunidades que aparecem são em bancos, consultorias, em TI, programação. Tanto que, no momento, estou estagiando em programação. Não me sinto tão de fora, mas ainda não é a área correta para qual estou me formando. A maioria dos meus colegas está estagiando em banco ou consultoria. São raros os que conseguem em engenharia.
Falta oportunidade para o novo engenheiro?
Particularmente, encontrei pouca oferta. Acredito que as crises que o País enfrenta recentemente tenham contribuído com isso, mas, desde que eu entrei (na faculdade) ouço esse papo (de ser difícil de conseguir estágio em engenharia). Muitos acabam ficando em um trabalho que não é na área pelos benefícios, pela estabilidade. Eu quero trabalhar com biomédica, o que é bem complicado, porque são poucas as empresas do ramo no Brasil. A segunda opção seria consultoria, que tem mais oportunidades.
Falando em crises, como a engenharia pode contribuir para a retomada necessária do crescimento do País?
Acredito que o ideal seria investir em infraestrutura. Eu morei lá fora e a diferença é gritante no transporte público, por exemplo. Em Paris, você consegue ir a qualquer lugar de metrô. E a outros países também. Fui à Barcelona pelo custo de dez euros, em torno de R$35,00. Aqui, é difícil de utilizar o transporte público para ir a bairros periféricos da cidade. Claro que o Brasil é muito maior que a França, talvez seja muito mais difícil. Mas sempre é possível melhorar. Eu vejo que aqui falta vontade de fazer.
Além do transporte, qual outra área sensível que você acha que seria necessário ter a intervenção da engenharia?
A comunicação. A diferença também é enorme. Na telefonia, por exemplo, eu pagava 20 euros, equivalente a aproximadamente R$75,00, por um plano de 50 gigas (de uso de internet no celular) por mês. No Brasil, nas maiores operadoras um plano de 30 gigas é em torno de R$ 1 mil. E além da internet, eu conseguia ligar para o Brasil, falar com meus pais. Isso aqui é praticamente impossível de se fazer dentro de um valor acessível. Para abastecer o carro também, citando outro exemplo, lá se tem tecnologia, é automatizado. São inovações voltadas para facilitar o dia a dia das pessoas. Estamos um pouco atrasados (em tecnologia) e não acredito que seja por falta de know-how, mas sim por um corporativismo, porque as pessoas não querem investir em tecnologia. Claro que isso demora, não é da noite para o dia. Mas se tivéssemos uma cultura de investir em tecnologia e as pessoas, desde a educação base, aprendessem algo a mais agregando conhecimentos e valores, elas poderiam trabalhar com a tecnologia, com a inovação.
Citando a tecnologia e a inovação, você acredita que máquinas como essa, que automatizam um posto de gasolina, não traria uma desumanização?
Acredito que não, é uma questão de mudanças de paradigmas. Na biomédica existe essa discussão, porque no futuro teremos um banco de dados imensamente completo. Um médico com 30 anos de experiência não conseguiria lembrar o equivalente ao que uma máquina programada pode armazenar de informação. Então, em alguns anos, a máquina consiga de certa forma fazer diagnósticos muito melhor do que o médico. Pode-se pensar como substituição, mas vejo isso como um auxiliar do trabalho humano. No Brasil hoje há um déficit de médicos, isso seria uma alternativa. Vejo a tecnologia em si como um agente facilitador. Estando fora do País, eu só conseguia falar com meus pais graças à tecnologia.
Como você define o Engenheiro do século XXI?
Somos mais dinâmicos com a informação, internet, tecnologia. Estamos conectados. Falo por mim e por meus colegas, temos algumas áreas de interesses, mas mais abrangentes talvez (do que engenheiros muito específicos). Dinamismo é a palavra ideal para descrevê-lo. Estamos mais interessados em aprender do que unicamente receber um salário. Quero trabalhar num local em que eu possa aprender e me desenvolver, como pessoa e como profissional, ganhando conhecimento além de dinheiro.
Jéssica Silva
Comunicação SEESP
Como faz anualmente, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) entregará o Prêmio Personalidade Profissional – 2016 a seis lideranças indicadas pelas federações e pela diretoria da Confederação, em celebração ao trabalho, ao conhecimento, à inteligência e ao engajamento social fortalecendo nosso projeto de democracia e desenvolvimento nacionais. A solenidade vai ser no dia 2 de dezembro próximo, às 19h, na sede do sindicato dos engenheiros, na capital paulista (Rua Genebra, 25, Bela Vista). Confira os agraciados deste ano:
Economia
Fernanda de Lima
Economista formada pela Universidade de São Paulo (USP). Recebeu o prêmio “Economia Brasil” por seu trabalho de graduação “Hiperinflação no Brasil – uma abordagem econométrica”. É bacharel em Estatística pela mesma instituição. Presidente e sócio-controladora da Gradual Investimentos, foi a primeira mulher a comandar uma corretora de valores mobiliários desse porte. Reúne 25 anos de experiência no mercado de capitais no Brasil, EUA e Europa. Uma das pioneiras na atuação em prol da educação financeira da população em geral, em 2007 publicou o livro “Viva melhor sabendo planejar suas finanças”. Em 2009 lançou o projeto “Dela”, voltado à capacitação financeira das mulheres.
Engenharia
Ricardo Maranhão
Engenheiro mecânico com especialização em Engenharia do Petróleo. Foi deputado federal e vereador no Rio de Janeiro. Ex-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), atualmente é conselheiro dessa entidade. Ocupa também esse cargo na CNTU e no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, sendo que nesse último foi vice-presidente. Engenheiro da Petrobras por 30 anos, foi chefe de setor, de divisão, adjunto e de obras; assistente da Superintendência do Serviço de Engenharia e assessor da Presidência da companhia. Tem larga trajetória em defesa da empresa pública e do interesse nacional.
Farmácia
Rilke Novato Públio
Graduado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), especialista em Gestão da Assistência Farmacêutica e em Saúde Pública com Ênfase em Vigilância Sanitária, é mestre em Saúde Pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Diretor do Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais e da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), atualmente é superintendente de Vigilância Sanitária do Estado de Minas Gerais.
Nutrição
Ana Paula Bortoletto
Graduada em Nutrição, é mestre e doutora em Nutrição em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). Pesquisadora em alimentos no Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da USP, atuou como consultora na Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome entre 2008 e 2009.
Odontologia
Volnei Garrafa
Odontologista formado pela Universidade Católica de Porto Alegre, é mestre em Estomatologia/Cancerologia Oral pela Universidade de São Paulo (USP), doutor em Ciências e pós-doutor em Bioética. É professor titular da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB) desde 1974. Na instituição, coordena o Programa de Pós-graduação em Bioética e o Grupo de Estudos e Investigação em Bioética, do qual foi fundador.Tem cerca de 205 artigos científicos publicados, 21 livros e 82 capítulos. Ocupou diversos cargos em comitês e entidades da área de bioética, sendo fundador e primeiro presidente da Red-Latinoamericana y del Caribe de Bioética de la Unesco (RedBioética).
Interesse público
Silvio Tendler
Formado em História pela Universidade de Paris VII, mestre em Cinema e História pela École des Hautes-Études/Sorbonne, tem especialização em Cinema Documental aplicado às Ciências Sociais pelo Musée Guimet. É professor do Departamento de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Em 35 anos de atuação com a produtora Caliban e 48 anos de cinema, produziu e dirigiu mais de 70 filmes, além de 12 séries. Possui as três maiores bilheterias do documentário brasileiro e mais de sessenta prêmios. Seu acervo particular de imagens reúne mais de 80 mil títulos sobre a história do Brasil e do mundo dos últimos 60 anos, sendo, possivelmente, um dos maiores do gênero no País.
* Confira toda a programação da 10ª Jornada Brasil Inteligente aqui
Comunicação SEESP
Na terça-feira (29/11), às 14h30, a Delegacia Sindical do SEESP em Bauru, por meio do Programa de Moradia Econômica (Promore), realizou a palestra “Ética profissional”, com o vice-presidente do sindicato Celso Atienza e o arquiteto Nilson Ghirardello, membro do Conselho de Ética e Disciplina do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-SP).
Foram abordados os temas normas e procedimentos de conduta ética; processos éticos nas entidades de classe de engenharia (Crea) e de arquitetura (CAU); recorrências e problemas mais comuns; comparativo Sistema Confea/Crea com OAB; processo evolutivo de combate à corrupção e ao conflito de interesses, com distinção entre o público e o privado e ética como instrumento de gestão.
A atividade foi realizada na sede da delegacia, na Rua Constituição, 8-71, Higienópolis, Bauru, SP, com fornecimento de certificado aos participantes.
Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
Não é por coincidência que todos os fatos por mim resenhados nesta coluna não tenham merecido atenção da mídia grande. Ela faz parte da confusão reinante e, violando suas responsabilidades e atribuições, não está atenta àquilo que pode representar soluções na crise em que vivemos.
Contra a agressão fascista ao Congresso Nacional apenas houve a voz unitária e firme das centrais sindicais. Elas também foram protagonistas das manifestações do dia 25 que tiveram como eixos a resistência à quebra de direitos e a exigência da retomada do crescimento econômico e o enfrentamento da recessão. Em vários Estados e de diferentes maneiras os trabalhadores – por meio de suas direções sindicais – manifestaram-se unitariamente.
Foto: Beatriz Arruda/FNE
Vargas Netto na mesa de abertura do evento de Barra Bonita, no dia 24 de novembro.
Para citar dois exemplos: em São Paulo houve paralisações nos setores metalúrgicos e da construção civil e concentrações na sede do BNDES e no viaduto Santa Ifigênia. No Paraná houve protestos dos trabalhadores das empresas automobilísticas da grande Curitiba e assembleias prolongadas nas empresas de transporte coletivo na capital.
Como expressão também da vontade unitária e esclarecida, metalúrgicos e comerciários difundiram em massa o jornal sobre a renovação da frota como medida pontual para enfrentar a recessão.
Mas quero destacar aquela que, a meu juízo, foi a mais forte e unitária manifestação nacional: os engenheiros brasileiros, atendendo à convocação do sindicato de São Paulo e de sua federação nacional, agruparam-se durante três dias em Barra Bonita, com suas representações sindicais, associativas, educacionais, da juventude, empresariais e do sistema profissional Confea-Creas e aprovaram por aclamação no fim dos trabalhos a Carta de Barra Bonita, com o chamamento à Engenharia Unida.
Na Carta há duas constatações fundamentais: é preciso enfrentar a recessão para sair da crise contrariando os rentistas e o campo da engenharia unida tem um papel estratégico nestas tarefas.
A Engenharia Unida, com a liderança reconhecida de Murilo Pinheiro, é o movimento capaz de “unir-se a todos os brasileiros na construção do Brasil necessário e possível, pujante, includente e verdadeiramente democrático”.
Tudo o que descrevi e muito mais que pode ser resenhado aponta para superação da crise com participação republicana e democracia.
* João Guilherme Vargas Netto é analista político e consultor sindical
O Brasil – que enfrenta hoje um grave quadro de desemprego, queda de renda e crise fiscal – precisa recriar as condições materiais, políticas e de engajamento dos brasileiros para retomar uma trajetória virtuosa de redução das desigualdades econômicas e sociais, de contínua expansão do acesso ao consumo de bens e serviços por todos os seus habitantes, de acesso universal e público a educação, saúde, mobilidade, saneamento, comunicações e segurança. E para enfrentar tal desafio sem penalizar desequilibradamente os diversos segmentos da sociedade, sem provocar danos irreparáveis ao meio ambiente e sem perder sua capacidade nacional de aproveitamento de seus recursos naturais e humanos, o Brasil precisa de muita engenharia.
Foto: Beatriz Arruda/FNE
José Carlos Rauen, do Senge-SC, faz a leitura da Carta de Barra Bonita, aprovada por aclamação durante a plenária.
Um ciclo virtuoso de desenvolvimento nacional com justiça social e integração regional exige a quebra da lógica rentista, a superação de um modelo calcado em bens primários e com baixa agregação de valor e de conhecimento, uma forte retomada de investimentos na produção, uma significativa ampliação dos salários na composição da renda nacional, taxas de retorno dos investimentos produtivos em linha com parâmetros internacionais e o financiamento adequado das atividades estatais. Isto é o mesmo que demandar mais produção e mais produtividade, é exigir inovação, tecnologia, ciência aplicada, métodos e organização eficazes. É falar da essência da engenharia.
O Brasil precisa de uma engenharia que – ao mesmo tempo em que atua na recomposição e modernização de sua infraestrutura de apoio à produção (destacando-se transportes, energia, armazenamento, distribuição e informatização) e de atendimento à vida das pessoas (notadamente habitação, iluminação, redes de água e esgotos, escolas, unidades de saúde, transporte de massas, conexão às redes computadorizadas) – indique ao país como produzir cada vez mais com o menor desperdício de fatores de produção e que viabilize a contínua expansão do acesso de todos aos frutos da produção coletiva. Uma engenharia obcecada com a produtividade sistêmica.
Para que tal engenharia possa efetivamente se colocar a serviço dos brasileiros há que se criar condições de atratividade e de realização profissional para as brasileiras e brasileiros que a ela se dedicam ou venham a se dedicar. Este é um processo que parte da exigência de acessibilidade e qualidade nos cursos universitários, passa pelo estabelecimento de pisos salariais de categoria compatíveis com as tarefas dos
engenheiros, por uma escala de remuneração profissional digna, pela instituição de quadros sólidos de engenharia pública e estatal, pela revalorização do projeto de engenharia até sua fase executiva, pela retomada dos processos de planejamento e de gestão da produção e de obras. É um processo que tem por alvo as necessidades prementes de valorização profissional e de reconhecimento social do papel e da missão da engenharia brasileira.
Por parte dos engenheiros, é essencial estabelecermos a mais firme unidade em torno de tal programa, pois somente uma engenharia efetivamente unida pode atuar consequentemente no cumprimento de tarefas dessa magnitude.
O fortalecimento da atuação e da participação dos profissionais engenheiros em torno de seus sindicatos e de suas associações profissionais é a base obrigatória para a construção da unidade. Das associações e sindicatos fortalecidos se exige a conjunção de esforços com o sistema profissional, com as instituições de ensino de engenharia, com os centros de pesquisa tecnológica, com as empresas que empregam engenheiros, com os entes públicos associados às atividades de engenharia, com cada um e todos os engenheiros atuando no Brasil.
Só a “Engenharia Unida” tem o potencial de se colocar a serviço de um Brasil que tanto dela demanda.
O Brasil precisa se reorientar em direção à efetiva melhoria da vida dos brasileiros. Aprimorar de forma factível e eficaz a vida de todos nós brasileiros exige muita engenharia. Uma engenharia que possa desempenhar esse papel demanda engenheiros reconhecidos e valorizados. Valorização e reconhecimento serão consequências de um exercício profissional de qualidade, com sensibilidade humana e respeito ao meio ambiente, associado a uma unidade de ação e propósitos de todos os engenheiros do Brasil.
A “Engenharia Unida”, através desta Carta, propõe-se a unir-se a todos os brasileiros na construção do Brasil necessário e possível, pujante, includente e verdadeiramente democrático.
Barra Bonita, 26 de novembro de 2016
Os trabalhos da tarde desta sexta-feira (25) no encontro “Engenharia Unida – Mobilização pela retomada do crescimento e valorização dos profissionais” trouxeram um tema fundamental ao objetivo proposto pela FNE em Barra Bonita (SP): colocar a economia no rumo do crescimento. Ao enfatizar que nos últimos dois anos está instalada a maior recessão da história do País, o professor-doutor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Antonio Corrêa de Lacerda apresentou diagnóstico sobre o porquê desse quadro e qual a saída. “Essa situação se deve a uma série de fatores muito mais complexos do que o que nos chega de forma enviesada via grande mídia. Não só é consequência de erros inegáveis ao final do primeiro mandato e começo do segundo de Dilma, mas também a crise internacional precisa ser compreendida e explicada. A atual conjuntura está associada à desaceleração forte na China. O Brasil se tornou um grande exportador de commodities, e a queda da demanda global influiu negativamente. Tem-se também os impactos da Operação Lava Jato, que com todos os méritos de combater a corrupção, inviabilizou a Petrobras e grandes construtoras, com grande perda do patrimônio nacional, queda do emprego e da massa salarial.”
Foto: Beatriz Arruda/FNE
Antonio Corrêa de Lacerda: substituir o bojo da atual política macroeconômica.
Somado a isso, Lacerda citou as políticas macroeconômicas adotadas desde o Governo FHC, que favorecem o rentismo, como taxas elevadas de juros e, em decorrência, do custo da dívida pública, hoje em R$ 500 bilhões ao ano. Outro problema, segundo ele, é o uso da política cambial como instrumento de curto prazo. “Barateia-se o dólar com a prática de juros elevados, mantendo-se o câmbio apreciado. Com isso, aumentam as importações, gerando desindustrialização, dependência tecnológica, perda de capacidade de produção com alto valor agregado e desnacionalização. A combinação do câmbio desfavorável com outros fatores, como a ausência de reforma tributária, penalizam o investimento. ”
Nessa lógica invertida, é apresentada como solução a PEC 241 (Proposta de Emenda Constitucional que agora tramita sob o número 55 no Senado). Lacerda foi categórico: “Apresentada como pseudosalvação nacional, é outro equívoco. Vai aprofundar o desemprego, destruir a manutenção de políticas sociais e elevar a instabilidade. É uma anomalia sem precedente no mundo.” O professor da PUC-SP elencou os grandes erros concentrados na PEC em questão: “não distingue o que é gasto público, ou seja, tanto faz um cerimonial para convencer parlamentares a votarem na própria PEC ou investimento; não inclui os juros sobre a dívida pública; traz a ideia denominada como ‘fada da confiança’ pelo economista Paul Krugman no século XIX, de que é necessário fazer ajuste fiscal para recuperar a confiança do mercado, tratando a questão como exclusivamente fiscal, e de que todo gasto público é maléfico; e trata a macroeconomia como economia doméstica, ignorando que quem pode fazer a diferença em momento de crise é o Estado, investindo, gerando crédito e financiamento para tanto.” Na contramão disso, como acrescentou Lacerda, coloca-lhe uma “camisa de força por 20 anos, engessando a gestão do orçamento no Legislativo e no Executivo, desconsiderando o crescimento populacional, a estrutura etária e o desempenho do PIB per capita”. “Haverá envelhecimento e vão se deteriorar os serviços públicos.”
“Sair da mesmice”
Na sua ótica, para colocar o País na rota do crescimento é crucial inverter essa lógica exclusivamente financeira para uma mais favorável à produção e aos investimentos, o que significa “subtituir o bojo da política macroeconômica”. Seguem essa direção, como lembrou ele, propostas elencadas no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, iniciativa da FNE lançada em 2006 e atualizada desde então, que propugna por uma plataforma nacional de desenvolvimento sustentável. Implica fortalecer o papel das políticas industrial, comercial e de ciência, tecnologia e inovação, retomar as inversões em infraestrutura e políticas sociais. “É preciso sair das mesmice do curto prazo, que favorece muitos interesses. O Brasil tem enorme potencialidade, como um mercado interno fantástico e demanda reprimida na área de infraestrutura.”
Comentando o tema abordado por Lacerda, o consultor do “Cresce Brasil” Artur Araújo salientou a ideologia a serviço da manutenção da política macroeconômica adotada. Não fosse isso, questionou: “Como compreender uma indústria que se submete a um raciocínio e compactua da sua morte, bem como da engenharia, no País? A ideia de uma sociedade pós-industrial contamina o raciocínio, é um obstáculo enorme ao desenvolvimento, é perigosa. Todos os componentes da chamada sociedade do conhecimento e informática são materiais. O desafio é mudar a forma de produzir, como sempre se fez necessário e se comprovou na história.”
Também participaram do painel, como comentadores, Angelo Petto Neto, presidente da Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab); Fernando Jardim Mentone, vice-presidente de relações trabalhistas e assuntos intersindicais do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva – Regional São Paulo (Sinaenco-SP); José Edgard Camolese, vice-presidente de relações institucionais do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusconSP); Carlos Vilhena, presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de São José dos Campos, além dos presidentes do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Ceará (Senge-CE), Maria Helena de Araújo, e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM), Claudio Guenka.
Confira a apresentação de Antonio Corrêa de Lacerda
Soraya Misleh
Comunicação SEESP
Uma “aula” sobre o que acontece hoje no País foi o grande mérito da terceira mesa de trabalhos do encontro da Engenharia Unida, em Barra Bonita (25/11), onde foi discutido o tema “Preservar direitos e valorizar o trabalho”, com o palestrante Antonio Augusto de Queiroz, o Toninho, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), e os comentários da vice-presidente de Assuntos Jurídicos da Associação Paulista dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Apafisp), Margarida Lopes de Araújo, e da desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT- 2ª Região), Ivani Contini Bramante.
Foto: Beatriz Arruda/FNE
Especialistas destacam a importância de impedir alterações que prejudiquem os trabalhadores.
Ao iniciar sua exposição, Toninho observou que não “é tarefa fácil entender o que acontece hoje no País frente à complexidade da conjuntura atual”. Por isso, apontou, deve-se fazer uma incursão na contextualização. O primeiro aspecto é de ordem estrutural, registrou, e diz respeito a recente permuta de governantes, salientando que “não foi apenas uma troca de nomes, mas de paradigmas”. E completou: “O Estado regula as relações entre as pessoas e as instituições, cuja aplicação depende da visão de mundo de quem está à frente dos três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário.”
Toninho prosseguiu na incursão contextual, explicando que o Estado dispõe de três monopólios: o de legislar, o de tributar e o de polícia. “Ele pode legislar a partir da visão econômica e financeira para preservar a propriedade, o contrato ou a moeda ou utilizar esse instrumento para promover a inclusão social e a distribuição de renda.” No caso do poder de polícia, prosseguiu o diretor do Diap, ele pode promover a paz social ou reprimir movimentos sociais. E o último monopólio, dependendo do governante, se tributa fortemente o salário, mas não a herança, o capital e a riqueza. “Ou seja, há que se ter um absoluto cuidado de quem colocar para administrar esses três monopólios”, realçou.
O governante com visão fiscalista, argumentou Toninho, acha que o Estado não pode gastar além do que arrecada e limita gastos públicos nas áreas sociais, mas não há travas ao pagamento de juros da dívida pública, por exemplo. “O que está em disputa neste momento é a destinação do orçamento público com prejuízo claro à sociedade e a definição de um projeto.” Ao mesmo tempo, a sociedade precisa entender que não há solução dos problemas coletivos e sociais fora da política. “Ela é condição necessária para que as pessoas possam resolver as questões sem o emprego da barbárie.”
Hoje o que se aponta nesse sentido, informou Toninho, “é que temos um governo que quer privatizar e entregar tudo ao mercado e a abertura escancarada da economia ao capital estrangeiro”. Nesse bojo, explicou o diretor do Diap, estão as reformas trabalhista e previdenciária. “Aliada a essa conjuntura difícil, temos um Congresso Nacional pulverizado no sentido partidário, atrasado nas questões dos direitos humanos e ao meio ambiente e conservador com relação aos trabalhadores.”
Para ele, o que se tenta fazer hoje com os direitos sociais e trabalhistas tiveram tentativas frustradas em pelo menos três épocas diferentes: durante o processo constituinte, na década de 1980, com o que ficou conhecido como “Centrão”, uma correlação de forças conservadora; na revisão constitucional nos anos 1990; e no governo Fernando Henrique Cardoso. Atualmente, explicou Toninho, projetos de lei em discussão no Congresso Nacional chamam a atenção em três campos relacionados ao trabalho: o da extensão da terceirização à atividade-fim; o da pejotização (obriga o trabalhador a se transformar em pessoa jurídica) e da prevalência do negociado sobre o legislado. “Metade da reforma trabalhista pretendida pelo governo atual terá diso resolvida com a aprovação dessas matérias”, alertou.
Para Toninho, os ajustes pretendidos pelo governo atingem de forma linear os segmentos sociais, o que pode comprometer vidas. “O mais fraco numa estrutura social não pode pagar o mesmo ou mais do que aquele que está em vantagem econômica e financeira”, defendeu. “O Estado agindo de forma linear como quer pode comprometer vidas.”
O diretor do Diap conclamou a unificação de todo mundo no campo democrático. “O que vemos hoje é que quem questiona as políticas atuais é colocado como defensor da corrupção e contra valores religiosos e familiares.” O que se precisa, prosseguiu, é parar “de disparar o ´gatilho mental´e debater com profundidade e seriedade as questões colocadas.
Na sequência, a vice-presidente da Apafisp, em defesa dos direitos da Previdência Pública, fez uma apresentação detalhada para explicar e desmitificar “o mito” déficit previdenciário, ao mesmo tempo em que apontou a necessidade de mudar algumas regras atuais. A auditora mostrou que o quadro deficitário apresentado pelo Executivo para defender a reforma deve-se a três fatores: a não consideração de determinadas fontes de receita no cálculo; a sonegação; e uma política “irresponsável” de renúncias e isenções previdenciárias.
No rol dos problemas está ainda a política de Desvinculação de Recursos da União (DRU), prorrogada e ampliada neste ano pelo Congresso. Segundo dados oficiais, como fez questão de ressaltar em sua exposição, R$ 63,8 bilhões do orçamento da Previdência de 2015 foram transferidos para o orçamento fiscal. Mesmo assim, segundo ela, a Previdência Social tem apresentado superávit há alguns anos. Em 2015, esse valor teria atingido os R$ 11,2 bilhões. “A Previdência responde por 22,47% dos gastos públicos, enquanto a amortização da dívida pública consome quase 50% das nossas receitas. Isso precisa ser revisto.”
Outra questão destacada por Araújo é o vasto setor imobiliário da Previdência – 5.685 imóveis – que precisa ser revisto urgentemente, “grande parte desse patrimônio está irregular e sem uso”.
Retrocesso social
A desembargadora do TRT paulista explanou sobre as consequências que podem ocorrer se as reformas trabalhista e previdenciária forem aprovadas. “Será um retrocesso social muito grande. Vemos isso com a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 55: teremos 50% menos de leitos no SUS (Sistema Único de Saúde), 50% a menos no salário, 50% menos direitos e 100% a mais de impostos”, observou, ironizando que seria um grande “Black Friday” nas questões sociais do País.
Segundo ela, o discurso que permeia a defesa das mudanças na área trabalhista é composto pelos seguintes itens: globalização da economia; avanço das novas tecnologias; competitividade; crise econômica mundial; legislação trabalhista rígida; custo trabalho e seguridade; burocracia estatal; excesso de salários e benefícios; déficit da Previdência e adequação dos gastos públicos pela perda de receitas. Por outro lado, a reforma pretendida quer impor a prevalência do negociação sobre o legislato (PL 4962/2016); a terceirização à atividade-fim (PL 4330); ampliação do programa de proteção ao emprego; jornada e salários entre 12 horas diárias e 48 horas semanais; outras modalidades de contrato de trabalho, por horas trabalhadas ou por produtividade.
Para Bramante, o que está colocado atualmente no País é barrar o retrocesso social, tendo-se uma flexibilização responsável e civilizatória com a prevalência dos direitos humanos fundamentais. Nesse sentido, ela defende a terceirização limitada a atividade-meio, com isonomia, ou seja, com igualdade salarial e de direitos; a responsabilidade solidária pelos direitos trabalhistas e de seguridade social; vedar a burla na representação e atual sindical dos trabalhadores terceirizados e a terceirização para atribuições de cargos, empregos e funções públicas.
Bramante disse que “todo discurso de rebaixar direitos sociais é uma política burra”. E analisou: “O capitalismo é antropofágico. Quando ele entender isso ele vai investir no capital humano, que é o mais rico e o que mais precisa ser valorizado.”
O encontro da Engenharia Unida acontece em Barra Bonita (SP) até o dia 26 de novembro, tendo iniciado os trabalhos no dia 24 último.
Confira as apresentações:
Margarida Lopes de Araújo
Ivani Contini Bramante
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Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação Seesp