No próximo dia 1º de dezembro, às 16h, acontece mais um aula online sobre agricultura de precisão, desta vez com um evento especial: uma mesa-redonda composta pelos professores José Paulo Molin (Esalq/USP) e Paulo Graziano (Feagri/Unicamp), ao lado dos agrônomos Rodrigo Trevisan (coordenador de AP do grupo Vanguarda Agro) e Leonardo Menegatti (CEO da InCeres), que irão debater “O uso dos mapas de produtividade no Brasil”. Promovida pela InCeres - Sistemas para Agricultura de Precisão, a aula faz parte do programa de difusão de conhecimento “Agricultura de Precisão ao Alcance de Todos”.
Para participar, basta acessar o site da InCeres (www.inceres.com.br/webinars) e se inscrever; em seguida, os participantes recebem um e-mail com as ações necessárias para o dia do evento. Serão emitidos certificados.
Todos os meses, um novo assunto da Agricultura de Precisão é abordado por diferentes especialistas, de diversas instituições, dentro dos pilares de Agricultura de Precisão, Fertilidade do Solo, Nutrição de Plantas e Pragas e Doenças. São convidados a participar da aula online profissionais do agronegócio, estudantes e público em geral. Todos os webinars ficam disponíveis no site http://inceres.com.br/webinars/.
Para o professor Molin, “o uso dos mapas de produtividade deu início à agricultura de precisão no país, porém seu uso não se popularizou no mesmo ritmo que outras ferramentas para descrição da variabilidade de uma lavoura”.
Os prós e contras do uso da ferramenta no campo, além do debate sobre as razões que evitam a expansão do uso dos mapas de produtividade nas lavouras brasileiras, serão discutidos pelos profissionais no evento.
Comunicação SEESP
Informação da assessoria de imprensa do evento
A Frente Parlamentar Mista da Engenharia e Desenvolvimento será lançada nesta terça-feira (22/11), às 10h30, pelo Congresso Nacional. O evento, que ocorre no Plenário 2 do prédio que abriga as Comissões Temáticas da Câmara dos Deputados, reúne parlamentares, profissionais da área e entidades que representam o setor. O objetivo é aglutinar esforços que ajudem na retomada do crescimento e aumento dos investimentos produtivos no País.
Foto: Arquivo/Comunicação SEESP
Pinheiro: "A Frente pode ser nossa voz no Legislativo, incentivando esse debate."
A criação da Frente, que vem sendo articulada pelo engenheiro e deputado federal Ronaldo Lessa (PDT-AL), desde meados de 2016, já conta com mais de 200 adesões no Legislativo. Entre as entidades que apoiam a iniciativa, destaque para a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE). A Agência Sindical conversou, nesta segunda, com o presidente da entidade, Murilo Pinheiro.
“É um passo importante na luta pela retomada do desenvolvimento. Quando se fala em crescimento, tudo está relacionado com a engenharia. Com a frente, teremos voz também dentro do parlamento, onde poderemos debater as propostas visando destravar a economia de forma mais ampla e efetiva”, avalia a liderança.
Pinheiro diz que a frente parlamentar também pode potencializar as atividades do movimento “Engenharia Unida”, lançado pela FNE e que engloba diversas organizações ligadas ao setor – desde entidades sindicais, empresariais a faculdades de engenharia. “Lançamos essa iniciativa para unir os profissionais e as entidades que os representam, as empresas e escolas em torno dessa bandeira. A Frente pode ser nossa voz no Legislativo, incentivando esse debate”, diz.
Segundo o sindicalista, a Frente atuará com a finalidade de buscar soluções práticas, levando em conta as atribuições do Parlamento, para os gargalos que o País enfrenta. “Queremos encontrar formas de acelerar a adoção de medidas que possam garantir a retomada de um ciclo de expansão econômica que viabilize empregos, renda e melhoria da infraestrutura. E nisso a frente parlamentar pode nos ajudar muito”, observa.
“Quando se fala em engenharia, a questão que se coloca é o progresso. Por isso, queremos discutir a retomada do crescimento, do desenvolvimento”, destaca. Pinheiro comenta ainda que o envolvimento de empreiteiras em escândalos de corrupção afetou fortemente o mercado de trabalho no setor. “Achamos que as pessoas que fizeram alguma coisa devem pagar, mas empresas que desenvolveram um grande know-how precisam ser preservadas."
Comunicação SEESP
Notícia reproduzida da Agência Sindical
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) se reuniu, no dia 16 último, com os líderes partidários e definiu calendário de votação de proposições importantes. Dentre as proposições agendadas para apreciação em plenário está o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/15, o mais polêmico, dentre outros que tratam da regulamentação da terceirização da mão de obra.
Pela agenda aprovada pelos líderes, o PLC 30 estará na pauta do plenário do Senado na próxima quinta-feira (24). Importante destacar que este projeto foi rechaçado por Renan, que não concorda, segundo ele, com a terceirização generalizada, como propõe a matéria.
O projeto, já aprovado na Câmara, regulamenta os contratos de terceirização e as relações de trabalho deles decorrentes. Isto é, regulamenta a modalidade de contratação para as atividades-meio e a expande para a atividade-fim.
O projeto está em discussão no âmbito da Agenda Brasil, cuja relatoria está a cargo do senador Paulo Paim (PT-RS).
Duas visões
O Senado terá de decidir entre duas visões opostas de terceirização, previstas em propostas que tramitam na Casa. Em contraposição ao PLC 30/15, que permite a terceirização ampla, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou o Projeto de Lei do Senado (PLS) 339/16, que consagra o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que a terceirização só poderá ser feita em atividades-meio.
O projeto da Câmara dos Deputados chegou ao Senado em 2015 e aguarda a leitura de um requerimento do senador Paulo Paim (PT-RS) para que tramite em conjunto com outra proposta sobre o tema, do senador licenciado Marcelo Crivella, o PLS 300/15. Após ouvir críticas das centrais sindicais ao projeto aprovado pela Câmara, que foi discutido em diversas audiências no Senado, Randolfe decidiu apresentar uma alternativa ao PLC 30.
Direito de greve e trabalho escravo
Poderão fazer parte do calendário, proposições que versam sobre o direito de greve do servidor (PLSs 710/11 e 327/14) e também a que regulamenta (PLS 432/13) a Emenda à Constituição 81/14, que pune o trabalho escravo.
Os projetos que versam sobre direito de greve, em particular o PLS 710, na prática impede o servidor de fazê-la. Já o PLS 432 suprime a jornada exaustiva e o trabalho degradante das penalidades previstas no Código Penal. Estes projetos poderão ter urgência aprovada para inclusão em pauta.
Também poderá entrar na pauta, o PDS 43/15, que revoga a Norma Regulamentadora (NR) 12, do Ministério do Trabalho, sobre a segurança em relação a máquinas e equipamentos no ambiente de trabalho.
Outras proposições
Estão nesta agenda, a PEC 55/16 (PEC 241/16, na Câmara), que vai ser debatida em plenário na próxima terça-feira (22). A votação, em primeiro turno, acontece no dia 29 de novembro. E, em segundo turno, no dia 13 de dezembro. A promulgação da proposta está prevista para ocorrer no dia 15 de dezembro.
A Reforma Política também compõe a agenda aprovada pelos líderes. Na PEC 36/16 há seis importantes mudanças no sistema representativo brasileiro, dispondo sobre: 1) o fim das coligações nas eleições proporcionais; 2) a instituição da cláusula de barreira; 3) a adoção do funcionamento parlamentar; 4) o direito dos eleitos; 5) a fidelidade partidária; e 5) a criação da federação de partidos. Está prevista a votação da matéria, em segundo turno, na próxima terça (22).
Ainda sobre Reforma Política está prevista a apreciação da PEC 113A/16, que também é eleitoral para permitir doações de pessoas físicas ou jurídicas a partidos e apenas de pessoas físicas a candidatos, nos limites da lei; proíbe a reeleição para os cargos executivos; limita o acesso aos recursos do fundo partidário e aos programas gratuitos de rádio e TV aos partidos que tenham elegido pelo menos um representante no Congresso Nacional na eleição anterior; estabelece a fidelidade partidária para todo detentor de mandato eletivo, mas faculta a desfiliação nos trinta dias após a promulgação da Emenda Constitucional, sem prejuízo do mandato e desconsiderada a alteração do quadro partidário para fins de distribuição dos recursos do Fundo Partidário e acesso gratuito ao tempo de rádio e televisão.
Esta proposta também reduz as idades mínimas para o exercício de mandatos eletivos, exceto para Presidente e Vice-Presidente da República; reduz os requisitos para a apresentação de projeto de lei de iniciativa popular; estabelece que as resoluções e atos normativos do TSE só terão eficácia após decorridos dezoito meses da data de sua vigência; determina a impressão e confirmação do voto pelo eleitor na urna eletrônica; veda a reeleição para os mesmos cargos nas Mesas da Câmara e do Senado; estabelece condições específicas de elegibilidade para policiais e bombeiros militares.
Comunicação SEESP
Notícia reproduzida do site do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap)
Todos devemos nos empenhar, com espírito unitário, para o sucesso da jornada de manifestações do dia 25 de novembro.
Com a ênfase na resistência à quebra de direitos, a mobilização deve servir para a acumulação de forças, tão necessárias nas futuras batalhas.
A jornada do dia 25 encerra um ciclo de iniciativas das cúpulas sindicais em que o estímulo predominante foi a busca da unidade de ação das centrais sindicais e do movimento dos trabalhadores.
Essas iniciativas resultaram em uma sucessão de atos, paralisações, greves, assembleias e passeatas em que predominaram a preocupação unitária e o esforço de resistência, mas que acolheram também as manifestações político-sindicais dos setores que não aceitaram a legitimidade do novo governo.
Esta etapa está vencida.
Não porque os problemas foram superados, mas exatamente porque os problemas se agravaram.
Com recessão e ataques patronais, PEC dos gastos e reforma previdenciária, articulações reacionárias no Congresso Nacional e votações retrógradas no STF abre-se uma nova conjuntura de grande instabilidade onde se encavalam: a continuidade renitente da recessão e do desemprego, o fim do “colchão social”, o previsível efeito desorganizador das denúncias da Lava Jato, o agravamento das dificuldades sociais em alguns Estados, as canhestras manobras governamentais para cooptar direções sindicais representativas, as incertezas na conjuntura econômica mundial e até os efeitos da eleição presidencial norte-americana. E para completar esse quadro caótico comparecem as festas desmobilizadoras de fim de ano, os recessos do Legislativo e do Judiciário e as férias escolares e dos trabalhadores.
Embora o anúncio ou efetivação de várias medidas negativas sejam esperados nesse fim de ano, a experiência demonstra que só com a retomada plena da capacidade de mobilização depois das festas e do carnaval (no fim de fevereiro) é que o movimento sindical terá melhores condições de resistência efetiva.
É por causa disso tudo que a jornada do dia 25 deve servir para a acumulação de forças sem desperdício.
* João Guuilherme Vargas Netto é analista político e consultor sindical
O Congresso Nacional lança, nesta terça-feira (22/11), às 10h30, a Frente Parlamentar Mista da Engenharia, Infraestrutura e Desenvolvimento Nacional em iniciativa destinada a priorizar matérias que ajudem na retomada do crescimento e aumento dos investimentos. O ato acontece em meio a uma conjuntura econômica marcada por dois anos de recessão, desemprego elevado, paralisação de obras e indefinição nos investimentos públicos.
A mobilização de uma bancada suprapartidária no Legislativo federal em torno de matérias relacionadas à engenharia e à infraestrutura visa colocar em evidência os desafios que o país enfrenta para voltar a crescer.
A formação da Frente Parlamentar é uma iniciativa do deputado federal Ronaldo Lessa (PDT/AL) que conta com o apoio e a participação da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), presidida pelo engenheiro Murilo Pinheiro.
Soluções
No debate e na busca por soluções, o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado pela FNE, é uma importante contribuição.
Em sua edição deste ano, o “Cresce Brasil” se dedicou ao tema “Cidades”, apresentando um diagnóstico para as deficiências da infraestrutura urbana e indicando soluções para a melhoria da vida da população. O conteúdo do documento clicando aqui.
O lançamento da Frente Parlamentar Mista de Engenharia, Infraestrutura e Desenvolvimento tem a finalidade de buscar soluções práticas, considerando as atribuições do Parlamento, para os gargalos que o país enfrenta, de forma a acelerar a adoção de medidas que possam garantir a retomada de um ciclo de expansão econômica que viabilize empregos, renda e melhoria da infraestrutura.
O lançamento será na Câmara Federal Anexo 2, Plenário 2.
Comunicação SEESP
Um mundo no qual um negro não tenha o peso de ser o primeiro e não precise ser o único. Assim o jornalista e professor universitário Juarez Tadeu de Paula Xavier, 57, descreve a sociedade na qual gostaria de viver. Alvo de mensagens racistas escritas por alunos da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Bauru, no interior paulista, em julho de 2015, Xavier tenta não levar o racismo como algo pessoal. "Acho que não foi uma crítica a mim, mas sim ao coordenador do Nupe [Núcleo Negro da Unesp para Pesquisa e Extensão]."
Xavier foi o único negro em sua sala durante a graduação, feita na PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, no início da década de 1980.
Nos anos 1990, foi o único negro no mestrado e o único no doutorado, ambos feitos na USP (Universidade de São Paulo). Hoje, é o único professor negro no Departamento de Comunicação Social da Unesp em Bauru, onde trabalha.
"Costumo dizer que sou a manutenção da cota em vários lugares pelos quais passei. Em muitos momentos, fui o único negro em muitas situações. Fui o primeiro negro a entrar na faculdade na minha família, fui o primeiro a se doutorar. Hoje não, temos mais doutores, mas eu era o único", lembra. "Tenho orgulho de ter sido o primeiro, mas não quero ser o único. E desejo que nenhum negro precise carregar o peso de nenhuma dessas situações", relata.
Ele conta, porém, que vê uma "mudança extraordinária" da década de 1980 para os dias atuais. "Estudei durante a ditadura, e o estudante hoje tem uma chance de debater que nem sempre existia. Na questão racional, o panorama era ainda mais restrito. Como exemplo, fizemos um evento, em 1983, na PUC, para debater a experiência negra na academia, mas não havia negros debatendo. Os debatedores eram os professores Octávio Ianni e Florestan Fernandes, ambos brancos."
Comunicação SEESP
Notícia reproduzida da Unesp Agência de Notícias
As energias renováveis, como a solar, a eólica, a hidrelétrica e a proveniente de biomassa, como o etanol e outros biocombustíveis, representam uma oportunidade de integração energética dos países latino-americanos em razão da complementaridade de suas matrizes, hoje fortemente baseadas na produção de energia hidrelétrica.
Para atingir esse objetivo, contudo, será preciso superar barreiras para a produção de energia proveniente de recursos naturais em países da região, como a Argentina.
A avaliação foi feita por Carina Guzowski, professora do Departamento de Economia da Universidad Nacional del Sur da Argentina durante palestra na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) Week Montevideo.
Organizado pela Asociación de Universidades Grupo Montevideo (AUGM), a Universidad de la República (Udelar) e a fundação paulista, o simpósio, que ocorreu entre os dias 17 e 18 de novembro no campus da Udelar, em Montevidéu, teve como objetivo fortalecer as colaborações atuais e estabelecer novas parcerias entre pesquisadores da América do Sul nas diversas áreas do conhecimento. Participaram do encontro pesquisadores e dirigentes de instituições do Uruguai, Brasil, Argentina, Chile e Paraguai.
“As energias renováveis representam uma oportunidade para a integração energética dos países latino-americanos porque podemos aproveitar as complementaridades dos nossos sistemas energéticos e importar regionalmente e exportar energia proveniente de fontes intermitentes”, avaliou Guzowski. E prosseguiu: “Mas, para isso, será preciso que países como a Argentina consigam se livrar de bloqueios tecnológicos que impossibilitam que tenham um desempenho comparável ao do Brasil e do Uruguai, por exemplo, em matéria de produção de energia renovável.”
De acordo com a pesquisadora, a matriz energética da maioria dos países latino-americanos está baseada em hidreletricidade e no uso de energias fósseis, principalmente gás. Os países da região com maior participação das energias renováveis na geração de eletricidade, segundo dados apresentados por ela, são o México, seguido do Brasil e Uruguai. Já a Argentina está muito longe de atingir esse objetivo, comparou Guzowski. “A Argentina está muito abaixo da média de participação das energias renováveis na geração de eletricidade na América Latina e muito aquém do Brasil e do Uruguai”, afirmou.
Energia fóssil
A matriz energética do país é eminentemente fóssil e composta por gás natural (com 51% de participação) e 33% por gás que, como não produzem, precisam importar de outros países. As energias renováveis têm uma participação de menos de 1% na potência instalada (a capacidade de geração de energia elétrica) do país, enquanto que o Brasil e o Uruguai, por exemplo, têm uma matriz energética muito mais diversificada, com expressiva participação de energia hidrelétrica, eólica e proveniente de biomassa. “A Argentina depende quase que 80% de energia proveniente de fontes fósseis. Isso é resultado de bloqueios tecnológico e cultural de dependência de petróleo e gás para o abastecimento energético que precisam ser superados para conseguirmos promover a integração energética de países da América Latina”, avaliou.
Na opinião da pesquisadora, algumas das vantagens da integração energética dos países latino-americanos por meio das energias renováveis seriam a geração de economia de escala (vantagens em temos de custos obtidos pela expansão) para atrair investimentos, além do aproveitamento das complementaridades entre os recursos renováveis dos países da região.
A forte queda dos custos de geração elétrica por meio de tecnologias de produção de energias renováveis representa uma oportunidade para os países da região que, ao estimular a produção desse tipo de energia, poderiam diminuir sua dependência energética externa, assegurar o abastecimento energético e diversificar seu mix de geração de energia, hoje fortemente baseado em hidrelétricas, que são vulneráveis a fenômenos climáticos, ressaltou. “Dispor de fontes de energia intermitentes que ajudem e complementem a geração de energia hidrelétrica e térmica é uma opção muito importante para os países latino-americanos”, argumentou.
Comunicação SEESP
Notícia reproduzida da Agência Fapesp
Foto da home: Unica
As novas tecnologias digitais, que deveriam facilitar a vida de alunos e professores, na verdade têm beneficiado uma das partes: os alunos. Para os professores, essas ferramentas estão fazendo com que trabalhem muito além de sua rotina, sem serem remunerados pelo trabalho extra. Essas são algumas das conclusões da pesquisa “Uso de Tecnologia Dentro e Fora de Salas de Aula”, realizada pelo Datafolha, por encomenda da Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp).
"A pesquisa evidencia que os professores extrapolam sua jornada de trabalho, muito além do normal, em termos de atendimento aos alunos, sem que sejam remunerados pra isso", afirmou à Agência Sindical o presidente da Fepesp, Celso Napolitano, que dá aulas na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O estudo ouviu 806 professores de ensino superior, de um universo de 11.644 profissionais da rede privada em todo o Estado. O objetivo foi conhecer os efeitos da introdução de novas tecnologias na atividade dos docentes, incluindo os métodos de educação à distância (EaD).
Resultados
De cada dez professores, seis afirmam que houve aumento do volume de trabalho com o uso de tecnologias digitais como complemento de suas atividades. Nove entre dez docentes consideraram que o uso dessas ferramentas digitais, fora da sala de aula, absorve parte do seu tempo; e 45% deles afirmaram que consome muito tempo.
A maior parte, quase dois terços, declarou que não é remunerada pela instituição de ensino por esse tempo gasto no atendimento aos alunos. Celso Napolitano comenta que grande número de professores coloca o próprio Smarthphone e Whatsapp à disposição dos alunos para trocar mensagens e tirar dúvidas.
"Eu, que trabalho no ensino universitário há 30 anos, nunca pensei numa coisa desse tipo. Me relaciono com os alunos pela plataforma da minha instituição. Mas nunca ia dar meu e-mail pessoal, número de telefone ou participar de grupo de Whatsapp. Eu vi que a maioria dos professores faz isso de maneira corriqueira", diz Celso.
Ele informa que o assunto será amplamente debatido durante a Campanha Salarial de 2017, cuja pauta de reivindicações já se encontra em elaboração. A posição da Fepesp é discutir a compensação do trabalho do professor fora da sala de aula.
"Penso que até seja do interesse do sindicato patronal discutir e regulamentar essas questões, para evitar processos trabalhistas. Essas novas tecnologias facilitam muitas coisas para o aluno, democratizam o ensino, mas não podem escravizar o professor", afirma.
Comunicação SEESP
Notícia reproduzida do boletim Repórter Sindical
A expressão vem da Guerra Civil Espanhola quando quatro colunas em armas cercaram os republicanos em Madri e o general franquista que as comandava disse que contava também com uma quinta coluna, dentro de Madri. Era a coluna dos traidores.
O movimento sindical dos trabalhadores sofre hoje, como Madri na Guerra Civil, o assédio de quatro poderosas colunas que o atacam.
A primeira coluna é o patronato que, amparado na recessão, demite e corta salários.
A segunda coluna é o poder executivo que pretende impor limites aos gastos públicos e sociais (incluindo a limitação do salário mínimo) e prepara uma feroz reforma da Previdência Pública.
A terceira coluna se agrupa no Congresso Nacional onde proliferam propostas antagônicas aos trabalhadores e ao movimento sindical baseadas na correlação de forças que é francamente desfavorável à resistência, quanto mais a qualquer avanço.
A quarta coluna tem seu comando em ministros do STF que pode impor, com seu ativismo renovado, derrotas sérias aos trabalhadores e ao movimento sindical em assuntos tão relevantes quanto à terceirização ou à predominância do legislado sobre o negociado. Por incrível que possa parecer, o presidente do TST declarou publicamente que o próprio conceito histórico de justiça do trabalho como justiça para desiguais merece ser revisto, confundindo essa especialização do direito que tomou vulto com a criação da OIT em 1919 e constituiu-se, no Brasil, em Justiça do Trabalho, em 1934 (artigo 122 da Constituição Federão de então) com o direito do contrato mercantil, como era vigente antes da I Guerra Mundial.
E a quinta coluna ? Esta seria materializada por nossa desunião com dirigentes sindicais de peso assumindo posições oportunistas que, no fim das contas, jogariam contra o movimento comum de resistência dos trabalhadores, reforçando com sua desorientação propositada qualquer uma das quatro outras colunas agressoras ou mesmo todas elas.
* João Guilherme Vargas Netto é analista político e consultor sindical
Será lançada no Congresso Nacional no próximo dia 22 de novembro, às 10h30, na Câmara Federal Anexo 2 – plenário 2, a Frente Parlamentar Mista da Engenharia, Infraestrutura e Desenvolvimento Nacional destinada a buscar uma pauta positiva rumo à retomada do crescimento do País. A iniciativa é do deputado federal Ronaldo Lessa (PDT/AL), também engenheiro, e conta com o apoio e a participação da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e do SEESP.
O ato ocorre em meio a uma conjuntura marcada por dois anos de recessão, desemprego elevado, paralisação de obras e indefinição nos investimentos públicos. A mobilização de uma bancada suprapartidária no Legislativo federal em torno de matérias relacionadas à engenharia e à infraestrutura visa colocar em evidência os desafios que o Brasil enfrenta para voltar a crescer.
O apoio da FNE foi assegurado com a disposição de participar na elaboração de propostas de interesse da categoria e do País. Nesse sentido, o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado pela federação, será importante contribuição, assim como o movimento “Engenharia Unida”, chamado também pela fedeeração e que já engloba diversas organizações, será outro ponto de apoio às ações da Frente. “Saudamos a iniciativa e vamos atuar ao seu lado para que tenha bons resultados. É um passo importante para avançarmos em nossa luta pela valorização da categoria, a defesa de seus direitos e o desenvolvimento nacional”, frisou Murilo Pinheiro, presidente da FNE.
Segundo Pinheiro, as dificuldades atuais “exigem uma coesão poderosa de forças da área tecnológica para ajudar a empurrar o País na direção correta e inserir as nossas profissões devidamente no debate público”. E continua: “Trata-se, portanto, de unir os profissionais e as entidades que os representam, as empresas e escolas de engenharia em torno dessa bandeira. A Frente fortalece esse movimento. Juntos, tenho certeza que superaremos os desafios do momento. Podemos e devemos dar essa contribuição à sociedade brasileira.”
Com o apoio do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), está sendo feito levantamento dos projetos de lei em tramitação no Legislativo, que devem ser objeto dessa Frente. Entre eles, necessariamente estará o que institui a carreira de Estado para engenheiros, arquitetos e agrônomos que ocupam cargo efetivo nos serviços públicos federal, estadual e municipal. “Na medida em que você sedimenta, discute e propõe, facilita o debate e dá força para levar a Plenário. Mas é preciso um arcabouço de apoio político externo para fazer as coisas andarem. A Frente pode ser o amálgama disso, a argamassa desse processo”, enfatiza Lessa.
Amplo leque
Lessa salienta outras demandas que poderiam ser alavancadas a partir dessa coalizão. Por exemplo, a questão da explosão das cidades sem planejamento adequado e financiamento. Outra necessidade apontada pelo parlamentar que deve ser objeto da Frente é de ampliação e construção de ferrovias e portos, que terão como consequência a geração de empregos para engenheiros, além da valorização profissional. “Todo o conjunto da área técnica pode ser melhor aplicado. Não há uma cultura para que a gente possa investir mais nessa área. Queremos contribuir inclusive com as escolas, com as universidades, mostrando o papel da engenharia ao desenvolvimento, com visão não tecnicista, fria. Queremos apresentá-la também no sentido ético, da valorização do ser humano, como sendo sua essência transformar o meio ambiente sem danificá-lo.”
O leque é amplo, como aponta o diretor de documentação do Diap, Antônio Augusto de Queiroz, o Toninho. Para além das pautas já citadas, na sua visão, todas as questões atinentes à ciência e tecnologia, bem como a conteúdo nacional e debates relativos a investimento público cabem nesse espaço.
Soluções
O lançamento da Frente Parlamentar Mista de Engenharia, Infraestrutura e Desenvolvimento tem, sobretudo, a finalidade de buscar soluções práticas, considerando as atribuições do Parlamento, para os gargalos que o país enfrenta, de forma a acelerar a adoção de medidas que possam garantir a retomada de um ciclo de expansão econômica que viabilize empregos, renda e melhoria da infraestrutura.
Comunicação SEESP