logo seesp ap 22

 

BannerAssocie se

×

Atenção

JUser: :_load: Não foi possível carregar usuário com ID: 69

O programa de televisão do SEESP, o JE (Jornal do Engenheiro), traz, nesta semana, uma entrevista especial com o engenheiro Marcel Neumann sobre a importância da gestão ambiental e da responsabilidade social nas empresas e nos processos produtivos do País. Ele lembra que a questão entrou fortemente na agenda das empresas e dos governos com a realização, em 1992, da Eco92, no Rio de Janeiro. “Foi um start a todo esse processo de ter cuidado com o Planeta.” Também destacou o papel das normas constantes nas ISOs (na sigla em inglês International Organization for Standardization), como as de números 14.000, 9.000 e 26.000. “Elas obrigaram as empresas a terem uma ação responsável em relação ao meio ambiente”, observa.

Na reportagem da semana, os delegados sindicais do SEESP na Prefeitura Municipal de São Paulo, eleitos no dia 19 de junho último, apresentam suas propostas para melhorar as condições de trabalho e salariais dos engenheiros da administração, assim como sugestões para melhorar o serviço oferecido aos munícipes.

O quadro “No Ponto”, com o presidente Murilo Celso Campos Pinheiro, fala sobre importante campanha do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, intitulada “Imposto mais justo”. Ela reivindica a correção da tabela do Imposto de Renda (IR), cuja defasagem estimada chega a 50% desde 1996.

Tudo isso e muito mais você confere no JE na TV que é exibido às segundas-feiras, às 19h30, na capital paulista, nos canais 9 (NET), 72 (TVA) e 186 (TVA Digital) ou pela internet (neste link) no mesmo dia e horário. O programa é transmitido para mais 40 municípios paulistas e de outros estados conforme grade variada, confira aqui.

 

Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa – SEESP




A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) emitiu licença ambiental prévia da linha 18-bronze, do Metrô. A linha de monotrilho vai beneficiar diretamente a região, ligando a estação Tamanduateí, na capital, até o bairro Alvarenga, em São Bernardo. A licença é necessária para que a Secretaria de Transportes Metropolitanos dê continuidade ao processo de elaboração de uma PPP (Parceria Público-Privada), modelo escolhido para ser adotado na linha.

Com a licença ambiental prévia, seguem os trâmites da licitação que vai definir a concessionária que será responsável pela implementação, operação e manutenção da linha, que passará por três cidades do ABC. A previsão do governo do Estado é que o edital da PPP seja lançado em agosto. Poderão participar da concorrência empresas brasileiras e estrangeiras. 

A concessão vai durar 25 anos. A empresa ou consórcio vencedor terá quatro anos para finalizar a construção e será responsável por efetuar as desapropriações e reassentamentos necessários para implantação da linha. Caberá também à vencedora da licitação realizar todas as sondagens, estudos e projetos das obras civis para viabilizar a construção.

Tamanduateí
Estudos realizados pela Secretaria de Transportes Metropolitanos projetam a quantidade de passageiros que utilizarão a linha de monotrilho que vai passar pelo ABCD. O cálculo é importante para que empresas interessadas em participar da PPP tenham noção do potencial de usuários - e consequentemente possam detectar a viabilidade do negócio.

A expectativa é que a linha 18 transporte cerca de 365 mil pessoas por dia. A estação Tamanduateí representa parcela significativa deste total, com mais de 119 mil usuários que serão transportados diariamente.

Depois que a linha bronze ficar pronta, Tamanduateí vai se tornar o ponto de encontro de três linhas (2-verde, 10-turquesa e 18-bronze), o que explica o número expressivo.

A estação Paço Municipal, que vai funcionar no centro de São Bernardo, será a segunda maior parada em número de usuários: 72,4 mil por dia. A Estação Mauá - em referência ao Instituo Mauá de Tecnologia, em São Caetano -, terá a terceira maior demanda, com 21,9 mil passageiros diariamente.

 

Fonte: Diário de S. Paulo, de 28/06/2013




Parece que foi ontem, mas há 32 anos cinco engenheiros de segurança de grandes empresas da região de Campinas – Eduardo Y. Koizumi, Ely M. Bisso, Marco Antonio L. Campos, Pedro Luiz Stefani e William W. Engelmann – fundaram em 9 de julho de 1981 o Grupo de Engenheiro de Segurança do Trabalho da Região de Campinas (GESC), para intercâmbio e difusão de informações sobre saúde e segurança do trabalho.

Atualmente conta com engenheiros de empresas, autônomos, consultores, entre outros. Reflexo das mudanças da sociedade, no modelo atual é uma entidade jurídica no âmbito das áreas de gestão de segurança do trabalho e meio ambiente. Em outros tempos sempre buscou fazer parcerias com entidades correlatas, uma das metas era se tornar uma associação filiada ao CREA-SP, mas hoje o grupo descumpre seu estatuto e caminha talvez para solução de continuidade.

O GESC permeou todos esses anos, atingiu inegável maioridade no cumprimento de sua missão e projeção de sua visão de futuro, que é incerto. Por outro lado, altos índices de acidentes e mortes no trabalho em nossa região, somente neste ano, são fatores que exigem o cumprimento de nosso exercício profissional, com isenção e dignidade, principalmente pelo desafio em conscientizarmos o trabalhador de seu inegável direito à plena qualidade de vida, que na maioria das vezes luta pela mera sobrevivência, por isso, é sempre tempo de retomarmos a visão de nossos ideais.

Minha admiração e gratidão ao amigo Ângelo Crosato Sobrinho, recentemente falecido, nosso decano e último presidente, por certo o mais velho engenheiro de segurança atuante em Campinas.

Orgulho-me de pertencer ao GESC!

* por Paulo R. Lavorini, diretor adjunto da Delegacia Sindical do SEESP em Campinas




A pesquisa em andamento “Estudo das técnicas de bioengenharia, motomecanização e a implantação de parque linear na Bacia do Córrego do Limoeiro”, de Diogo Laercio Gonçalves, graduando em Geografia, e Antonio Cezar Leal, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Presidente Prudente, tem seu foco principal no estudo e aplicação dos conhecimentos adquiridos sobre as técnicas e tecnologias de recuperação ambiental em Áreas de Preservação Permanente (APP), na Bacia do Córrego Limoeiro, que compõe o Balneário da Amizade nos municípios de Álvares Machado e Presidente Prudente, no Estado de São Paulo, em especial os bairros: Residencial Maré Mansa e Parque Imperial, levando em consideração a importância das APPs na vida da população urbana.

Entre os objetivos centrais desta pesquisa está o estudo das técnicas e tecnologias de bioengenharia de solos na recuperação das margens do córrego, além das técnicas de motomecanização utilizadas pela Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp), em sua sede regional na cidade.

Com a pesquisa e visando melhorias para a população, pretende-se elaborar propostas de recuperação ambiental na área da Bacia do Córrego do Limoeiro, além da elaboração de uma proposta de implantação de um parque linear, tendo como objetivo a incorporação das APP no bairro, visando uma melhor integração entre sociedade e natureza.

Com os resultados alcançados pretende-se encaminhar esta pesquisa para os órgãos competentes tais como as prefeituras dos dois municípios além do Comitê da Bacia Hidrográfica do Pontal do Paranapanema, visando ações destes órgãos em prol da melhoria de vida da população residente na área da bacia.

Com as técnicas de recuperação ambiental e a proposta de um parque linear visando a melhoria do lazer da população no local, pretende-se alinhar os interesses de ambas as partes, garantindo a sustentabilidade e um maior ganho ambiental na área da Bacia do Córrego do Limoeiro, levando em consideração sua importância na rede hídrica dos municípios, justamente por compor o Balneário da Amizade, fonte alternativa de abastecimento para Presidente Prudente e Álvares Machado.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp




Entidades realizam reunião, nesta terça-feira (2/06), para definir as manifestações de 11 de julho próximo, quando os movimentos sociais e sindical realizam o Dia Nacional de Luta com Greves e Mobilizações. Na agenda, a pauta trabalhista, entre outras bandeiras de luta.

A pauta de reivindicações consensual é redução das tarifas e melhoria da qualidade do transporte coletivo, mais investimentos em saúde e educação públicas, contra os leilões das reservas de petróleo e em defesa do patrimônio público, fim do fator previdenciário e valorização das aposentadorias, redução da jornada de trabalho e contra o PL 4330 (que regulamenta a terceirização), reforma agrária.

 

Imprensa – SEESP




Enfrentamos hoje no Brasil um enorme desafio: devemos acelerar o desenvolvimento da infraestrutura sem perder qualidade na implantação dos projetos. Ao mesmo tempo, é necessário aproveitar a oportunidade para desenvolver a engenharia nacional e absorver e fixar novas tecnologias, de modo a colocar o País em um novo patamar de competitividade global.

Este ano, "Os desafios da mobilidade sustentável” será o tema central da Semana de Tecnologia Metroferroviária, evento que chega à sua décima nona edição ininterrupta e é considerado o mais importante Congresso Técnico do setor de transporte metroferroviário do País.

Durante os quatro dias de sua realização, autoridades, técnicos das operadoras, dirigentes, especialistas da indústria e profissionais do setor de transporte debaterão questões importantes relacionadas à mobilidade urbana nas grandes e médias cidades e a adoção de propostas de soluções sustentáveis, sob os pontos de vista técnico, econômico, social e ambiental.

Haverá apresentações de trabalhos técnicos, desenvolvidos por profissionais e por empresas, com a abordagem de modernas práticas de gestão, inovações tecnológicas e a aplicação de novas metodologias de trabalho.

Nos painéis de debates, estará em discussão como suplantar os desafios que impedem que os projetos saiam do papel e se tornem realidade mais rapidamente, como colocar em prática a nova Lei da Política Nacional de Mobilidade Urbana que em abril completou um ano de vigência e como tornar mais efetiva a participação dos Estados, Municípios, do Governo Federal e da iniciativa privada no financiamento dos projetos de expansão da malha metroferroviária. A ideia é garantir que os investimentos tenham continuidade para que sejam permanentemente melhoradas as condições de mobilidade e a acessibilidade nas cidades e nas conexões de média e longa distância.

Outro ponto em foco diz respeito ao bom desempenho operacional dos sistemas, equipamentos e instalações e à boa formação dos profissionais – fatores críticos de sucesso para a sustentabilidade e manutenção da qualidade dos serviços prestados aos usuários, com confiabilidade e segurança.

Realizada em paralelo à 19ª Semana de Tecnologia Metroferroviária, a feira de produtos e serviços - Metroferr 2013 terá uma área maior este ano. Serão 1.260 m² a mais para receber as principais empresas que atuam no setor e que mostrarão as mais recentes inovações desenvolvidas para atender os projetos voltados para os sistemas metroferroviários já em execução ou em fase de planejamento em todo o País (VLTs, monotrilhos, metrôs, trens urbanos, trens regionais e TAV, entre outros).

Vivemos um momento especial nos investimentos para a mobilidade urbana, em todo o País! O sucesso na implantação dos projetos se refletirá em melhoria substancial na qualidade de vida das cidades.

Você não pode ficar fora deste cenário! Venha ampliar seu relacionamento e manter-se atualizado e integrado às propostas de solução para o setor. Não perca esta oportunidade e reserve já este período em sua agenda.

* por José Geraldo Baião – Presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (Aeamesp)

O seminário realizado na noite de quinta-feira (27/06), na sede do SEESP, na capital paulista, sobre mobilidade urbana na perspectiva da revisão do Plano Diretor de São Paulo, pelo Fórum Suprapartidário por uma São Paulo Saudável e Sustentável, contou com a participação de especialistas em várias áreas e também de um dos integrantes do Movimento Passe Livre (MPL), Lucas Monteiro.

* Outras fotos do seminário aqui

Várias propostas foram apresentadas e serão devidamente sistematizadas para encaminhar para a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano. Entre elas, incentivar a fixação e o retorno de moradores nas áreas centrais e disponibilizar emprego próximo as moradias; limitar o número de estacionamento no centro e reservar a construção de novos estacionamentos públicos só para os residentes; favorecer o adensamento nas proximidades das estações de ônibus, metrôs e trens por meio de operações integradas de urbanismo e transporte público.

E ainda redistribuir o espaço da via pública pensando nos pedestres, bicicletas e veículos de transporte público e táxis; restringir o acesso dos automóveis nas áreas centrais e corredores de transporte nos horários de pico; melhorar a acessibilidade da população através de políticas tarifárias sociais e do aumento da velocidade comercial do transporte coletivo; e aplicar a receita adicional, decorrente da valorização dos imóveis lindeiros propiciada pela implantação e melhoria das linhas metroferroviárias na ampliação da rede e na amortização destes investimentos.

O integrante do MPL destacou que o sistema de transporte é um elemento definidor do tipo de mobilidade urbana que se quer no município, por isso defendeu a tarifa zero na perspectiva de uma cidade inclusiva.

 

Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa - SEESP




O SEESP foi formalmente comunicado nesta sexta-feira (28/06), às 12h, pela CET-SP, de nova e melhorada contraproposta com vistas à assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho 2013/2014. Destacamos abaixo os principais pontos da proposta: reajuste salarial de 8,01%, que corresponde à variação do IPC-FIPE (data-base 1º de maio) + 2,5% de aumento real; reajuste de 11% para o vale-refeição e o vale-alimentação; e 8,01% nos demais benefícios de caráter econômico.

Frente ao significativo avanço desta contraproposta, o SEESP está antecipando a assembleia inicialmente agendada para as 19h (1ª convocação) e 19h30 (2ª convocação), para 14h30 (1ª convocação) e 15h (2ª convocação), no mesmo local, na sede do SEESP (Rua Genebra, 25, Bela Vista, São Paulo-SP)

A diretoria do sindicato entende ser este o momento de avançar em direção aos interesses da categoria com a imediata retomada das negociações sobre novas e melhores bases.

 

Imprensa - SEESP




O surgimento de perfis falsos do Movimento Passe Livre, apontado em reportagem do Globo de segunda-feira (24/6, ver aqui), deveria servir de alerta para as dificuldades e os riscos de mobilizações nesse ambiente fluido e permeável das redes sociais, já brevemente abordados neste Observatório (ver “Redes sociais, boatos e jornalismo“). O campo aberto pelo mundo virtual costuma ser enaltecido por suas potencialidades libertárias, mas também amplia exponencialmente a possibilidade de manipulação, essa tática tão antiga quanto a política. A intenção, nesses casos, é aumentar a confusão, como vem ocorrendo nesse momento particularmente sensível da vida nacional.

A reportagem indica, e uma olhada nas redes confirma, a maneira pela qual esses agentes – cuja origem não se dá a conhecer, pelo menos imediatamente – ajudam a embaralhar as coisas, alternando publicações legítimas da página verdadeira do MPL com mensagens que fogem às pautas originais, como o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o combate à PEC 37 e mesmo a esdrúxula convocação de uma “greve geral”, que já contava, na manhã do dia 24, com mais de 800 mil confirmações. (Reportagens e entrevistas publicadas sobre essa proposta, como fez o Estado de S.Paulo no sábado, 22/6, deram o perfil do organizador desse “evento”, mas foram incapazes de alguns questionamentos elementares, seja quanto à generalidade da pauta – “fim da roubalheira”, “punição para os corruptos” –, seja quanto ao perfil dos que aderiram à ideia: quantos serão trabalhadores?).

O cultivo do caos
Curiosa, entretanto, foi a interpretação do “especialista” convocado pelo repórter a falar sobre as consequências dos perfis falsos: ele considera que o fenômeno não tem “a menor importância”, porque, a partir do estopim – no caso, o movimento contra o reajuste das tarifas de ônibus –, as convocações deixaram de ser centralizadas:

“Agora não temos rebanhos. Temos interativismo, no qual cada pessoa comparece nos seus próprios termos e desobedece aos que querem mandá-la, compondo uma espécie de sistema nervoso fractal de imensas multidões. E temos a formação de um fenômeno chamado de enxameamento da população, ou swarming, que acontece quando distintos grupos e tendências, não coordenados explicitamente entre si, vão aumentando o alcance e a virulência de suas ações. E isso é bom, porque distribui a energia transformadora pela sociedade”.

Conviria indagar por que esses grupos rebeldes necessitariam utilizar perfis falsos para disseminar sua “energia transformadora”. Parece óbvio que a intenção é aproveitar-se das reações automáticas e irrefletidas incentivadas pelo ritmo veloz da internet e induzir a erro pessoas que pensam estar apoiando um movimento quando estão colaborando para algo que não sabem o que seja, o que apenas contribui para aumentar a sensação de caos a ser devidamente aproveitada por quem se esconde atrás dessas máscaras.

Referências para a credibilidade
A cacofonia própria das redes impõe, pelo contrário, tentativas de organizar esse caos, o que sempre foi tarefa do jornalismo, embora a grande imprensa não venha cumprindo esse papel, em parte porque – como se verá a seguir –, aparentemente deseja contribuir para ele. Reportagem do Estado de Minas (22/6, ver aqui) confirma que, de alguma forma, é preciso filtrar as informações: assim, um grupo de estudantes de jornalismo da Universidade Federal de Minas Gerais criou no Facebook uma página dedicada à cobertura das manifestações, que, “em três dias, já contava com 65 mil seguidores”.

Além de divulgarem reportagens próprias e presenciais, procuravam checar a veracidade do que circulava nas redes e nos meios tradicionais (sites e portais jornalísticos e telejornais). “Como não havia fonte de informação mais concisa e confiável no Face, nos mobilizamos”, diz o estudante responsável pela iniciativa.

Ou seja: como sempre, de algum modo, é preciso estabelecer referências para a informação confiável, o melhor antídoto para o comportamento de manada – ou será enxame? –, irresponsavelmente enaltecido pelos entusiastas acríticos das redes.

“Coisas muito estranhas”
Na contramão do elogio à dispersão e à falta de foco das reivindicações, associadas à suposta – e reiteradamente aplaudida, inclusive pela mídia tradicional – inexistência de lideranças, o depoimento do professor Pablo Ortellado, em debate ocorrido no sábado (22/6), oferece argumentos bem fundamentados para a tentativa de compreensão desses dez dias que abalaram o Brasil e, de quebra, contraria a ideia de que a grande imprensa deixou de ser importante no mundo das redes – pelo contrário, ela conseguiu “ressignificar o movimento” e transformá-lo “no oposto do que era originalmente”.

Pablo começa pelo histórico das demandas pela tarifa zero, que foram crescendo diante da falta de sensibilidade do establishment político. Deixa claro que, desde o início, as mobilizações foram politicamente dirigidas pelo Movimento Passe Livre e aponta a evolução das manifestações, até começar a analisar os últimos acontecimentos.

“Na quarta-feira da semana passada [12/6] – parece um ano, parece lá atrás, mas foi semana passada – o Jornal Nacional fez uma matéria pedindo sangue. Pedindo ordem. (...) Na quinta-feira de manhã [13], dia da manifestação marcada pelo MPL, os dois editoriais da Folha de S.Paulo e do Estado de S.Paulo pediam sangue, pedindo o rigor da polícia. (...) Para a nossa polícia (...) isso é senha para violência irrestrita. (...) E havia uma mobilização muito grande, já superando os padrões brasileiros, e foi uma violência sem precedentes”.

Foi então que “coisas muito estranhas” começaram a acontecer, com a guinada radical do enfoque da mídia hegemônica. O professor não acredita que tenha sido por causa dos jornalistas agredidos – as empresas “não têm tanto cuidado assim com seus trabalhadores” – e insinua que “telefones tocaram” – como, de fato, costumam tocar em situações críticas.

Então Arnaldo Jabor, comentarista da Rede Globo que havia desqualificado o movimento, pede desculpas pelo “erro”; a Folha de S.Paulo publica editorial se retratando e, mais interessante – ou “estranho” –, a Veja sai com uma capa sobre “a revolta dos jovens” e indaga: “Depois do preço das passagens, a vez da corrupção e da criminalidade?”. Foi então que surgiram “novas pautas”, inexistentes até então; e é aí que as mobilizações começam a perder o foco.

Ninguém está entendendo nada?
Pablo argumenta que era previsível um adensamento na passeata marcada para a segunda-feira (17/6), em São Paulo, por causa da indignação provocada pela violência policial na semana anterior, mas não se previa mais do que 40 mil pessoas na Paulista. Só que apareceram 100 mil: pessoas “completamente despolitizadas”, com “as pautas mais variadas”. Mais significativo: “Várias delas com cartazes com a listinha da Veja”.

Por isso o professor suspeita da articulação pelos tais telefones que possivelmente tocaram:

“Foi incrível a capacidade que os meios de comunicação tiveram em ressignificar um protesto popular por uma demanda socialista. A demanda do MPL é a tarifa zero, é transformar o transporte num direito universal gratuito. E foi completamente ressignificado. (...) Parece muito armado, porque houve uma mudança, (...) todos eles passaram a dizer: as manifestações são cívicas, são um exemplo de cidadania. Vocês já viram a imprensa falar isso?”

Junte-se a isso o aparecimento de “pessoas estranhas, fortes, com cabelo raspado”, que atraíram manifestantes para o prédio da prefeitura de São Paulo e começaram a vandalizar: “Durante duas horas e meia eles barbarizaram o Centro e a polícia não fez nada”.

O futuro em aberto

Para começar a entender alguma coisa é preciso prestar atenção a esse tipo de coincidências. Afinal, na origem estava um movimento de esquerda, que obteve enorme adesão e conseguiu uma significativa vitória, articulando objetivos de curto prazo – a revogação do aumento das tarifas – com os de longo prazo, pela transformação da sociedade em benefício de mais justiça e participação. “Mas hoje”, diz Pablo, “temos uma mobilização que não se desfaz e está pautada pelos meios de comunicação, e temos que entender como é que os meios de comunicação conseguiram transformar uma coisa no seu avesso”.

Ninguém sabe dizer para onde vão essas pessoas que, agora, estão nas ruas. Mas não é possível ignorar a quem serve a dispersão de objetivos, oportunamente confundida com o florescimento supostamente espontâneo de múltiplas demandas de cidadãos anônimos.

* por Sylvia Debossan Moretzsohn, jornalista, professora da Universidade Federal Fluminense, autora de Repórter no volante. Artigo publicado originalmente no site Observatório da Imprensa




Além de promover a inclusão social, a gratuidade do transporte público traz impactos positivos à economia, segundo ex-secretário municipal de Transportes de São Paulo, na gestão Luiza Erundina, entre 1989-1992, Lúcio Gregori. “É uma bruta inclusão social. Mais do que isso, tem efeitos positivos na economia, porque as pessoas vão consumir mais. As pessoas chegam a mais lugares para consumir coisas: ao teatro, ao cinema, à festa, ao bar, à escola, em todos os lugares tem mais gente chegando”, disse ao participar de uma aula pública em frente à prefeitura paulistana organizada pelo Movimento Passe Livre (MPL).

A calçada, que ficou lotada na noite desta quinta-feira (27/06) de jovens sentados para escutar a palestra, ainda tinha cacos de vidro remanescentes do último protesto do movimento, no dia 18, pela redução das tarifas de ônibus, trens e metrôs. A revogação do aumento que tinha elevado as tarifas do transporte público de R$ 3 para R$ 3,20 na capital foi anunciada no dia seguinte pelo prefeito Fernando Haddad e o governador Geraldo Alckmin. Também participou da aula o professor aposentado do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo, Paulo Arantes.

Quando participou da administração da prefeita Luiza Erundina na capital paulista, Gregori elaborou o Projeto Tarifa Zero, que pretendia subsidiar integralmente as passagens de ônibus com o aumento de impostos progressivos, especialmente o de Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). O ex-secretário ainda defende o mesmo modelo para implantação do sistema em grandes cidades. “É óbvio que tem que arranjar dinheiro novo, alavancando o IPTU de grandes propriedades e de imóveis de luxo”, disse ao explicar que a proposta está ligada a uma reforma que torne a carga tributária mais justa.

“A sociedade brasileira é rica o suficiente para fazer uma política tributária em que os mais ricos contribuam para todos viverem em uma cidade que muda inteiramente com a gratuidade dos transportes”, acrescenta ao lembrar da desigualdade do sistema atual. “O Brasil tem uma carga tributária inversa do que tem que ser: quem ganha até dois salários mínimos paga mais imposto do que quem ganha mais do que 20. Quem ganha até dois salários paga 50%, quem ganha mais de 20 salários paga 26%, alguma coisa está errada”.

Gregori descarta ainda a vinculação da tarifa zero com a estatização do sistema de transportes. “Por acaso a coleta de lixo é estatal? Não tem nada a ver uma coisa com a outra”, compara. “Tem que pagar o custo operacional de uma frota contratada do setor privado, com planilha discutida publicamente e claramente. E não se cobra nada do passageiro”.


Fonte: Agência Brasil




Receba o SEESP Notícias *

agenda