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O primeiro debate do ciclo “A engenharia e a cidade”, em Bauru, ocorreu no dia 4 último, com a candidata Chiara Ranieri, do DEM, à prefeitura local. Durante uma hora, ela apresentou suas propostas e fez duras críticas à administração municipal atual, como a compra de imóvel que abrigou a antiga estação ferroviária por R$ 6 milhões, cujo recurso, defende, deveria ter sido usado, por exemplo, para adquirir uma grande área para a instalação de um distrito industrial.

Ranieri também apontou gargalos nas áreas da saúde pública, saneamento, pavimentação e infraestrutura. Pretende viabilizar obras nesses setores com parcerias junto ao governo federal. Na área habitacional, defendeu o prosseguimento da construção de casas populares, recorrendo ao programa habitacional da União “Minha Casa, Minha Vida”.

O evento, organizado pela delegacia sindical do SEESP, foi no auditório da Assenag (Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Bauru), que fica na rua Fuas de Mattos Sabino, 1-15. Veja aqui os demais debates.


Imprensa – SEESP
Com informação do Jornal da Cidade



Se no Brasil qualquer empreendedor encontra condições adversas para iniciar um negócio, no caso das pequenas empresas de base tecnológica as dificuldades são ainda maiores. Enquanto isso, as grandes empresas têm dificuldade para utilizar de fato as leis que estimulam a inovação. Por essas razões a atividade do setor privado em pesquisa e desenvolvimento ainda é extremamente tímida no Brasil.

A análise foi feita pelo diretor do ITV (Instituto Tecnológico Vale), Luiz Eugênio Mello, no 1º Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência 2013, realizado na sede da Fafesp, no dia 31 de agosto último.

Mello, que é professor titular da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), afirmou que o empreendedor brasileiro encontra condições extremamente hostis. Para abrir uma empresa no país, por exemplo, gastam-se em média 119 dias, contra 38 na China, 30 na Rússia, 29 na Índia, 15 na Alemanha e seis no Canadá. O fechamento de uma empresa no país consome, em média, dez anos.

“Nada disso impede que o brasileiro tenha um perfil fortemente empreendedor. Só que o empreendedorismo que temos aqui não está associado com a dimensão que o país precisa. É voltado principalmente para serviços, enquanto o que precisamos são novas empresas de base tecnológica”, disse Mello à Agência Fapesp.

Quando o empreendedor abre uma pousada, uma padaria ou um lava-rápido, segundo Mello, ele tem acesso à experiência de outras empresas, conhece o mercado, a demanda e o perfil do consumidor. Tudo isso diminui o grau de incerteza do empreendedor, que se dispõe a enfrentar as enormes dificuldades do ambiente empresarial brasileiro.

“Mas quando se trata de tocar um negócio absolutamente novo, que nunca foi feito por ninguém, com alto grau de incerteza – o que é inerente à inovação – o empreendedor fica desestimulado. São muitos problemas, que não têm o efeito aditivo de uma soma simples, mas têm efeitos multiplicativos exponenciais. Cria-se então uma barreira que se torna quase intransponível. Ainda assim o Brasil tem um empreendedorismo na área tecnológica, mas ele fica muito aquém do que desejaríamos”, disse.

Enquanto isso, segundo Mello, as grandes empresas lidam com outros problemas: elas não conseguem se beneficiar de recursos que são viabilizados pela Lei do Bem e pela Lei de Inovação. “São leis muito boas, mas que precisam ser aperfeiçoadas. Na prática, o número de incertezas e insegurança que envolvem essas leis é tão grande que as empresas não as utilizam”, disse.

Segundo Mello, um levantamento feito pela Anpei (Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras) estimou que, das cerca de 300 mil empresas que existem no Brasil, entre 600 e 900 utilizam a “Lei do Bem”.

“É muito pouco. Certamente isso não acontece porque as empresas não estão interessadas em receber dinheiro de volta. Elas não usam esses recursos porque a lei ainda não é suficientemente clara e carece de aperfeiçoamentos. Acho que o país vive um novo momento, mas o caminho que temos pela frente é muito longo”, disse.

Imprensa – SEESP
Informação Agência Fapesp



A Escola Politécnica (Poli) da USP (Universidade de São Paulo) está preparando um curso de engenharia nuclear, que será realizado em parceria com o Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) e a Marinha do Brasil. De acordo com a instituição, não há uma data definida para abertura do novo curso ou de sua inclusão no vestibular da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular).

Entretanto, já se sabe que, de início, serão oferecidas 60 vagas e o curso será realizado em Iperó, no interior de São Paulo, onde está localizado o Centro Experimental de Aramar (CEA), da Marinha, que doou uma parte de seu terreno para a construção das instalações.

Na mesma região, onde é desenvolvida parte do programa nuclear brasileiro, o Ipen constrói o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).

A infraestrutura do curso está sendo projetada, e estima-se que em 2013 as obras sejam iniciadas.

A grade do curso também ainda está em fase de elaboração, mas já temos as diretrizes do tipo de profissional que o curso formará. “Não vamos ensinar nossos alunos a fazer usinas, embora eles sejam capazes disso”, disse José Roberto Castilho Piqueira, vice-diretor da Poli.

O curso será baseado em três pilares: o primeiro, da mineração e materiais, mostrará os processos de enriquecimento de urânio e outros elementos. O segundo é a parte de informática, já que a engenharia nuclear requer uma engenharia computacional bastante sofisticada para se desenvolver. Por último, a parte mais evidente, que é a energética. Além disso, os primeiros anos reservam um ciclo básico de cálculo, física e química comum aos outros estudantes da Poli.

“Estamos conversando com professores da Poli, pesquisadores do Ipen e especialistas da Marinha sobre a melhor forma de habilitarmos nossos alunos. O processo ainda está sendo discutido”, afirmou Piqueira.

 

Imprensa – SEESP
Agência Fapesp



Desenvolvimento de possíveis novos modos de produção e organização em cooperativas que permitiram independência e visibilidade política: essas são conquistas dos catadores de materiais recicláveis da região do Glicério, bairro da região central de São Paulo, área que ficou abandonada por décadas tanto pelo poder público quanto pela iniciativa privada. Segundo pesquisa da arquiteta Márcia Saeko Hirata, da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP (Universidade de São Paulo), a perda do valor comercial da região permitiu que os coletores se organizassem e consolidassem sua atuação no local.

A área, estudada por Márcia na tese Desperdícios e centralidade urbana na cidade de São Paulo: uma discussão sobre o catador de materiais recicláveis do Glicério — trabalho orientado pelo professor Paulo César Xavier Pereira e defendido em 2011 —, é uma região de várzea que foi ocupada principalmente por pessoas de baixa renda e operários e também concentrou atividades religiosas e culturais. Constitui-se, assim, uma situação peculiar de centralidade: apesar de estar a menos de 1 quilômetro (Km) da Praça da Sé, no centro de São Paulo, a região possui moradias baratas, como cortiços e quitinetes, e fácil acesso a trabalhos que exigem pouca qualificação.

A arquiteta tomou a Cooperglicério, cooperativa de catadores fundada em 2006, como objeto de estudo para reflexão sobre as teorias do filósofo e sociólogo francês Henri Lefebvre. Ela entrevistou catadores entre 2008 e 2011 para conhecer suas histórias no centro da cidade. Márcia diz que a obra de Lefebvre foi essencial para não encarar a questão por um viés do modo de produção capitalista, mas sim como central a um novo modo de produção. A organização em cooperativas, junto com a colaboração de ONGs e o discurso da sustentabilidade trazido pela crise ambiental, deu força política para catadores permanecerem na área e conseguirem ser vistos pelo poder público e pela sociedade com outros olhos.

Apropriação do espaço
Ao se organizar em um contexto de efervescência política, no início dos anos 1980, os catadores constituíram uma nova forma de apropriação do espaço. Houve o fim da dependência dos donos de ferros-velhos, que cediam lugar para morar e carroças para trabalhar em troca de exclusividade sobre o material coletado, por meio da organização em cooperativas que possibilitaram condições de trabalho e de vida mais dignas. Eles também passaram a explorar o centro de outra maneira, circulando e trocando experiências com pessoas em condições de vida parecidas, o que levou a uma maior consciência política.

Márcia identifica um ponto essencial no desenvolvimento dessas formas de organização: a ruptura na fórmula trinária capital-terra-trabalho, que, segundo o filósofo alemão Karl Marx, é a base da coesão capitalista. Como o Glicério ficou à margem do processo imobiliário, a terra perdeu importância como valor de troca. Sem interesses comerciais, foi possível surgir uma nova forma de apropriação do espaço que aponta para um modo de produção diferente. A arquiteta lembra que, mesmo sem valor de troca, o centro era, e ainda é, um lugar de riqueza que gera, entre outros, os materiais coletados pelos catadores.

As novas formas de apropriação do espaço não se restringiam ao modo de produção: dinâmicas comerciais como a “feira do rolo”, que deu a origem às feiras de troca solidária, e culturais, como a União dos Cordelistas e Repentistas do Nordeste, também na região, e que completam o novo significado dado ao espaço urbano abandonado por investimentos públicos ou privados.

Márcia destaca duas contribuições de sua pesquisa: o próprio avanço teórico nas ideias de Lefevbre e a reflexão sobre como a universidade interage com grupos e movimentos sociais. “Todo esse conhecimento é o conhecimento dos catadores”, diz a pesquisadora, que ainda afirma que a presença dos movimentos sociais na universidade, apesar de crescente, ainda é pequena.

 

Imprensa – SEESP
Informação da Agência USP de Notícias



A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo (SDECT), por meio do programa Via Rápida Emprego, vai capacitar até o final deste semestre mais de 10 mil pessoas para a cadeia produtiva de petróleo e gás natural. A ação tem por objetivo ampliar a formação e a preparação da mão de obra para atender as demandas do setor.

O secretário da SDECT, Luiz Carlos Quadrelli, explica que a oferta de qualificação profissional gratuita é uma importante ferramenta para a geração de emprego renda. “Ela facilita a inserção de trabalhadores no mercado e contribui para o desenvolvimento econômico das empresas que empregam esses profissionais ”, destaca.

Para atender as futuras demandas econômicas, decorrentes das atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural, o Via Rápida Emprego prepara profissionais em diversas atividades. Até o momento, 6.610 trabalhadores já ingressaram nos cursos profissionalizantes voltados para o setor, porém ainda há 3.570 vagas disponíveis para os candidatos interessados em participar do Programa (868 na capital e região metropolitana e 2.702 no interior e litoral).

Entre as opções de estudos, estão: desenho e metrologia para inspeção, assistente de logística, mecânico de manutenção industrial, mecânica de usinagem básica, programação e operação de torno CNC, caldeiraria básica, desenhista mecânico, traçagem para caldeiraria, soldador, hidráulica e pneumática, ajustagem mecânica, eletricista e assistente administrativo. As inscrições devem ser realizadas somente pelo site www.viarapida.sp.gov.br.

Os cursos são gratuitos, com duração de um a três meses. As aulas são ministradas em Etecs (Escolas Técnicas), Fatecs (Faculdades de Tecnologia do Estado de SP), além de unidades do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), do Senat (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) e da Avape (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência).

Confira aqui os cursos e vagas
Carretas:

Para atender as necessidades imediatas de qualificação profissional no setor de petróleo e gás, o Via Rápida Emprego oferecerá também capacitação profissional nas carretas de Metrologia e Soldagem. Cada unidade móvel é equipada com sala de aula e laboratório e possui capacidade para atender até 20 alunos por período. Os cursos são ministrados por professores do Centro Paula Souza, fundação estadual contratada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT).

Os próximos municípios que receberão as estruturas são: Espírito Santo do Pinhal, Miracatu, Pedreira, São Bernardo do Campo, São José do Rio Preto e Taubaté.

Como participar:
Para participar é preciso ter idade mínima de 16 anos e residir no Estado de São Paulo. As inscrições devem ser realizadas somente pelo site www.viarapiada.sp.gov.br. Os documentos necessários são RG e CPF. O nível de escolaridade exigido é variado. Os participantes recebem material didático e subsídio de transporte no valor de R$ 120. Desempregados, sem seguro desemprego ou benefício previdenciário, também têm direito à bolsa-auxílio mensal de R$ 210 durante o período do curso.

A seleção é feita pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, que considera critérios de idade, escolaridade e renda familiar dos inscritos. Quem está desempregado ou é arrimo de família, tem prioridade. Os candidatos selecionados serão informados por correspondência oficial.

Via Rápida Emprego:
Lançado em julho de 2011, o Via Rápida Emprego é um programa do Governo do Estado, coordenado pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT), que oferece capacitação profissional gratuita para os cidadãos que buscam ingressar no mercado de trabalho ou abrir o próprio negócio. Os cursos são definidos de acordo com as demandas regionais. Em um ano, o programa já atendeu 40 mil pessoas. Além dessas, no segundo semestre de 2012, foram disponibilizadas mais 37 mil novas vagas e 150 modalidades de cursos, distribuídas em 491 municípios. As capacitações são intensivas, com duração de no máximo três meses. Isso permite ao aluno concluir o curso rapidamente e se candidatar às oportunidades de emprego. Mais informações no site www.viarapida.sp.gov.br.

 

Imprensa – SEESP
Informação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia



Nesta terça-feira (04/09), às 19h, começa o ciclo de debates “A engenharia e a cidade” em Bauru, município com 360 mil habitantes e que fica a 345 km da Capital, com a candidata à prefeitura local, Chiara Ranieri, do DEM. Ela, que é vereadora, apresentará suas principais propostas para a cidade e também terá a oportunidade de debater com os engenheiros e com a comunidade bauruense.

O debate está sendo organizado pela delegacia sindical do SEESP, na cidade. Como explica o presidente do sindicato, Murilo Celso de Campos Pinheiro, a iniciativa, realizada desde o ano de 2000, tem por objetivo dar àqueles que pretendem governar as cidades a oportunidade de apresentar seu programa de trabalho e também de ouvir as sugestões dos engenheiros para setores como transporte e mobilidade, habitação, saneamento, iluminação pública. “Os eventos são também uma boa oportunidade para que os eleitores possam decidir em quem votar mais conscientemente”, destaca.

O debate desta terça-feira será no auditório da Assenag (Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Bauru), que fica na Rua Fuas de Mattos Sabino, 1-15. Veja aqui as datas dos debates com os outros candidatos. Mais informação pelos telefones (14) 3224-1970 e 3224-3206.


Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa - SEESP



 

 

Ao chegar em casa após o trabalho, o condutor estaciona o carro na garagem e o conecta a uma tomada. Durante a madrugada, o equivalente a umas oito horas, o veículo fica parado enquanto carrega a bateria na rede elétrica. A situação, que parece ser de um filme futurístico, é real e pode se tornar uma cena comum no Brasil nos próximos anos. Na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, os carros elétricos já fazem parte do cotidiano dos motoristas.

O que pouca gente sabe é que eles não são uma ideia nova. São mais antigos, inclusive, que os veículos movidos a combustíveis fósseis como a gasolina. Em 1890, os carros elétricos atingiram seu auge porque se apresentavam como solução mais adequada para o transporte coletivo – a baixa emissão de ruídos, por exemplo, não assustava cavalos e pedestres.

As estradas eram ruins e as distâncias percorridas, curtas. A autonomia – capacidade para circular sem precisar de uma nova recarga – dos carros não precisava ser alta. Essas características fizeram com que veículos de passeio, utilitários e ônibus elétricos começassem a ser produzidos – e aprimorados – na França, Alemanha e nos Estados Unidos.

Mas a descoberta do petróleo, no início do século XX, colocou em xeque a utilização desse meio de locomoção. A autonomia reduzida - entre 50 km e 100 km, a demora na recarga das baterias, o preço e a escassa rede de atendimento passaram a ser um diferencial na hora de escolher um meio de transporte. Resultado: a preferência passou para os veículos convencionais.

O carro elétrico voltou a ser viável a partir da crise do petróleo na década de 1970 e, recentemente, por ser uma alternativa de transporte mais sustentável.

 

Imprensa – SEESP
Informação da Agência CNT de Notícias



Desonerar a folha de pagamentos não significa gerar mais empregos; o objetivo principal é fomentar a competitividade e recuperar as margens de rentabilidade de setores empresariais. A afirmação é do técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), José Aparecido Carlos Ribeiro, em audiência pública realizada nesta terça-feira (04/09), no Senado. A reunião é promovida pela CDH (Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa), presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS).

Segundo Ribeiro, para que a desoneração parcial na folha de pagamentos concedida às empresas pelo governo federal seja compensada, seriam necessários 11 milhões de novos vínculos empregatícios; e para uma desoneração total, seriam necessários 50 milhões de novos empregos. Alcançar esse número levaria anos, em sua avaliação.

Para ele, um dos problemas do estímulo previdenciário às empresas, via desoneração da folha de pagamentos, é que essa espécie de financiamento não aparece como contribuição do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e sim como aumento do déficit da previdência.

 

Imprensa – SEESP
Com informação da Agência Senado



Algumas semanas após a realização da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, os agentes do setor sucroenergético, ao contrário do que se poderia esperar, têm pouco a comemorar, embora sua atividade seja tão saudada como uma das soluções mais eficazes para a produção de combustíveis mais limpos, de fonte renovável, em substituição ao petróleo e seus derivados. A frustrada expectativa não se deve ao questionamento técnico da eficiência ambiental do etanol, ou ao surgimento de alguma alternativa inovadora e economicamente viável. A verdade é que esse segmento vem sofrendo pressões de várias direções, o que tem prejudicado seu desempenho e inviabilizado a rentabilidade do modelo de negócio em vigor.

O principal fator a sufocar a viabilidade do setor é a competição desigual que o etanol enfrenta em relação aos preços dos combustíveis derivados do petróleo, mantidos artificialmente congelados há anos, em razão das políticas de combate à inflação adotadas pela União. A própria Petrobras, agente que tem mantido o controle de preços, principalmente o da gasolina, tem se queixado ao governo que sua rentabilidade é afetada pela defasagem dos valores cobrados pelos combustíveis de origem fóssil nos postos. Em resposta às justas reivindicações da estatal, o Palácio do Planalto chegou a permitir o reajuste dos combustíveis, mas a limitou e compensou a alta reduzindo a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) que incidia sobre seus preços, mantendo-os estáveis ao consumidor. Ou seja, não houve qualquer ganho competitivo para o etanol.

Enquanto os valores da gasolina acabam sendo subsidiados, os custos da produção de etanol têm sido crescentes nos últimos anos, o que compromete sua competitividade, especialmente tendo em vista que a eficiência energética deste combustível é cerca de 30% menor do que a do primeiro.  Falando em eficácia energética, outro problema sensível é a falta de pesquisas desenvolvidas para melhorar a eficiência no uso de etanol pelos veículos nacionais. Em razão das pressões pela diminuição na emissão de poluentes na atmosfera, são notáveis os resultados positivos obtidos em relação à redução no consumo de combustíveis fósseis. Enquanto isso, por ser naturalmente menos poluente, há pouco ou nenhuma atenção voltada a economizar o álcool hidratado. Assim, sua eficiência energética em relação à gasolina apurada no lançamento do Proálcool, há quase 40 anos, é praticamente a mesma de hoje.

Os altos custos financeiros a que o setor está sujeito são outro fator que apena os produtores. Após anos de altos investimentos em razão do fortalecimento do mercado a partir da adoção da tecnologia que permitiu a utilização de motores flexíveis, o setor sucroenergético viu sua rentabilidade despencar nos últimos três anos e enfrenta dificuldades para gerir seus débitos. Tudo isso tem se refletido em perda de eficiência produtiva, especialmente em razão da escassez de recursos para a devida e adequada gestão de plantações de cana, manutenção de equipamentos e necessária modernização dos parques produtivos. Como é natural em qualquer setor produtivo que depende de gerar rentabilidade para se viabilizar economicamente, a produção de combustível a partir da cana de açúcar tem sido preterida sempre que a comercialização do açúcar torna-se mais vantajosa, o que acaba afetando o planejamento voltado ao fornecimento de etanol ao mercado.

Em um mundo tão carente de fontes de energia limpa e renovável, o enorme potencial brasileiro representado pelo uso em larga escala do etanol como combustível não pode ser desprezado ou preterido. O valor desse patrimônio é incomensurável, especialmente do ponto de vista ambiental. Reforçar a viabilidade econômica do uso do etanol como alternativa prioritária à queima de combustíveis fósseis deve ser uma missão assumida por todos, sem exceção.

* por José Osvaldo Bozzo, da KPMG em Ribeirão Preto


Imprensa - SEESP




O Governo de Estado de São Paulo, segundo o secretário de Energia, José Aníbal, vem acompanhando de perto o impacto da exploração do pré-sal na Baixada Santista. Ele informa que as ações governamentais em infraestrutura, na região, podem somar, até 2014, R$ 5,3 bilhões. Também contabiliza que a exploração na Bacia de Santos junto com a expansão do porto e a atividade naval, deve gerar, em 2025, até 130 mil empregos diretos na implantação, 71 mil diretos na operação e 120 mil indiretos.

Como a Secretaria avalia o impacto em termos de desenvolvimento econômico para a região com a atividade do pré-sal?
José Aníbal –
Nossa preocupação é criar as condições para que a riqueza gerada se traduza em dinamismo econômico e melhoria de vida da população. O desenvolvimento já está acontecendo. Têm empresas prestadoras de serviços como Shell, Repsol, BG, além da Petrobras, que já estão explorando petróleo e gás na Bacia de Santos. Alguns prestadores de serviços já se instalaram e outros estão em processo. Estão sendo desenvolvidos projetos para a formação de mão de obra, que será fundamental para toda a cadeia de fornecedores. A Poli da USP já iniciou o curso de Engenharia de Petróleo em Santos. O Programa Via Rápida Emprego, lançado pelo Centro Paula Souza, que é voltado para a qualificação profissional de nível básico em Petróleo e Gás. Está em preparação a Unidade Móvel do Programa com cursos específicos para o setor, entre outras ações.

Quais os projetos da Secretaria para a região por conta do pré-sal?
José Aníbal –
O Conselho Estadual de Petróleo e Gás, que é coordenado pela Secretaria de Energia, acompanha as ações do Programa Paulista de Petróleo e Gás Natural. Foram criados Comitês Técnicos que subsidiam tecnicamente o CEPG para definir as ações do governo, que visam minimizar os impactos ambientais e sociais, consolidar a inteligência de petróleo e gás tornando São Paulo referência em pesquisas e desenvolvimento tecnológico do setor.

Qual o número de mão de obra necessário para a atividade?
José Aníbal –
A estimativa indica que as atividades de petróleo e Gás, portuária e naval podem produzir, até 2025, 130 mil empregos diretos na implantação, 71 mil diretos na operação e 120 mil indiretos.

A Secretaria tem alguma ação conjunta com a Petrobras visando a exploração do pré-sal e seus impactos na região?
José Aníbal –
Firmamos em fevereiro deste ano um Protocolo de Intenções com a Petrobras. Foi criado um Comitê Executivo onde estabelecemos ações conjuntas em meio ambiente, implantação de uma base logística, centros de pesquisa, tecnologia e inovação, entre outros.

 

Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa – SEESP



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