A Agência Unesp de Inovação inaugurou, no dia 6 último, um escritório no Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS). No mesmo evento também foi inaugurado o Poupatempo da Inovação e laboratórios de diversas universidades do país, inclusive da Unesp.
A cerimônia, realizada no Parque Tecnológico, contou com a presença do reitor da Unesp, Julio Cezar Durigan, da diretora executiva da Agência Unesp de Inovação, Vanderlan Bolzani, diretores de universidades, do prefeito de Sorocaba, Antônio Carlos Pannunzio, e do secretário do Ministério da Ciência e Tecnologia, Osvaldo Batista Duarte Filho, que representou o ministro Marco Antonio Raupp.
De acordo com a professora Vanderlan da Silva Bolzani, a Agência servirá como vitrine do conhecimento científico da Unesp para o desenvolvimento social e econômico regional. “Um país sem inovação tecnológica não tem futuro. Hoje demos um salto para que possamos nos tornar um exemplo permanente”, disse a professora e diretora executiva da Agência Unesp de Inovação. Para a implementação e operacionalização das atividades no novo escritório a Agência contou com a Fundunesp (Fundação para o Desenvolvimento da Unesp) como parceira essencial.
O Parque Tecnológico de Sorocaba é um centro de pesquisas para empresas e universidades. O parque concentra sete universidades e vinte e três laboratórios das instituições Unesp, PUC-SP, Uniso, Ufscar, Fatec, Facens e Poli-USP. Osvaldo Batista enfatizou que o PTS fomentará o encontro de universidades, institutos de pesquisa e empresas, e, assim, proporcionará "um trabalho articulado e que irá mudar os paradigmas nas relações de pesquisa".
O laboratório da Unesp no Parque vai desenvolver atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em meio ambiente, automação e processamento de imagens. Os equipamentos são de análises de compostos orgânicos e inorgânicos e de processamento de imagens e sistemas microprocessados.
Entre as empresas que já estão no PTS estão a Bardella, Metso, Green Works, IQA, Jaraguá, FIT, Scania, entre outras. Segundo Durigan: ”Os países que investiram em interação com empresas são os países desenvolvidos”, diz o reitor. “Inovação boa é aquela que traz melhorias para a comunidade”, completou Julio Cezar Durigan em seu discurso.
Fonte: Agência Unesp de Notícias
A Caixa Econômica Federal lançou nova opção para gerar e visualizar extratos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A nova ferramenta permite consultar, pela internet, o extrato dos lançamentos dos últimos 25 anos, ocorridos após a centralização das contas do FGTS na Caixa. Antes, o trabalhador podia obter, pela internet, apenas os últimos seis registros. O serviço eletrônico “Extrato Completo” já está disponível nos endereços: www.caixa.gov.br e www.fgts.gov.br.
O trabalhador deverá cadastrar senha para acessos às informações, informando seu PIS e aceitando o “Termo de Cadastramento”. Além do “extrato completo”, o internauta encontrará os serviços como atualização de endereço, extrato por e-mail e serviços no celular.
A estimativa da Caixa é dois milhões de acessos ao novo serviço até o final 2013. Nos últimos 12 meses, mais de 25 milhões de trabalhadores acessaram os serviços eletrônicos do FGTS. A Caixa enviou mais de 300 milhões de extratos diretamente para as residências desses clientes. A Caixa também disponibilizou, no período, consultas de saldo nos terminais de autoatendimento e enviou mais de 50 milhões de mensagens eletrônicas para o telefone indicado pelo trabalhador.
De acordo com a Caixa, ao optar pelo serviço de mensagens no celular, o trabalhador recebe, gratuitamente, informações da conta vinculada ao FGTS, como o valor do depósito mensal feito pelo empregador, o saldo atualizado com juros e correções monetárias, a liberação de saque e outras movimentações.
São enviadas duas mensagens por mês: uma referente ao recolhimento regular e outra referente ao crédito de juros e atualização monetária. A adesão a esse serviço inibe a geração de extrato bimestral do FGTS, contribuindo para a preservação do meio ambiente e redução do consumo de papel, diz a Caixa.
Fonte: Agência Brasil
Uma das armadilhas em que o movimento sindical deve evitar cair em 2014 – ano eleitoral – é a da divisão.
Para que aconteça a tragédia basta que ele despreze a lição dos últimos anos vitoriosos, em que a unidade de ação garantiu seu protagonismo, o reconhecimento das centrais, a política de reajuste do salário mínimo, o estabelecimento da pauta unitária da Conclat do Pacaembu, os 1º de maio concorridos em São Paulo e em todo Brasil e um conjunto continuado de campanhas salariais com ganhos reais efetivos para os trabalhadores.
Sendo 2014, além de ano eleitoral, ano da Copa do Mundo, é bom que comparemos o nosso movimento à torcida para a seleção brasileira e não à tal ou qual torcida de um clube qualquer.
É impossível passar por 2014 sem a divisão partidária e eleitoral do movimento?
Não, desde que prevaleçam em nossa preocupação estratégica os interesses da pauta trabalhista unitária e que as disputas acomodem as diferentes movimentações e direções sindicais.
Vejamos, por exemplo, a política de reajuste do salário mínimo. Em janeiro de 2015 será a sua última aplicação decorrente da lei vigente, obtida por nossa articulação unitária. Qualquer que seja a candidatura pela qual se empenhe tal o qual entidade (e isto, mesmo sem mencionar o caráter plural do movimento), salta aos olhos que o movimento precisa ter durante a campanha de 2014 uma posição firme que se exercerá sobre os deputados, senadores, governadores e presidente que serão eleitos ou reeleitos, para garantir a continuidade dos reajustes ou sua ampliação.
E assim por diante.
Qualquer problema causado pelo empenho eleitoral partidário deve ser enfrentado de maneira a que não caiamos no alçapão do divisionismo e nos beneficiemos de nossa dinâmica unitária e do nosso protagonismo.
* por João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical do SEESP e de outras entidades sindicais
Criado pelo Sindicato da categoria, o troféu “Personalidade da Tecnologia 2013” há 27 anos marca comemorações do Dia do Engenheiro
Na data em que é comemorado o Dia do Engenheiro, 11 de dezembro, o Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (SEESP) homenageia os profissionais da área com o prêmio “Personalidade da Tecnologia 2013”. O tradicional evento está em sua 27° edição e reconhece todo ano profissionais que se destacam pela ousadia e criatividade na execução de seus trabalhos.
* Aqui a transmissão ao vivo online da premiação
Profissão imprescindível para o crescimento nacional, a engenharia forma 42 mil profissionais por ano no país, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O número é positivo em relação a 2006 quando graduavam-se apenas 30 mil por ano, mas ainda insuficiente. Diante desta realidade, o presidente do SEESP e da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), entidade que representa cerca de 500 mil profissionais, Murilo Celso de Campos Pinheiro, alerta para a necessidade da formação de qualidade. “É vital à nação dispor de mão de obra qualificada e apta a enfrentar as tarefas ligadas aos avanços necessários na infraestrutura e indústria nacionais”, ressalta.
“A atual demanda por engenheiros é um desafio que a sociedade brasileira deve enfrentar com otimismo e determinação. É preciso tanto requalificar os profissionais disponíveis, quanto garantir que mais jovens ingressem nos cursos voltados às áreas tecnológicas, assegurando a formação de qualidade”, acrescenta Pinheiro.
Pensando nisso, a FNE apoia a criação do Instituto Superior de Inovação Tecnológica (Isitec), uma iniciativa do sindicato, que deve receber a primeira turma de graduação, no curso de Engenharia de Inovação, em 2014. A proposta é graduar profissionais com sólida formação básica, educados numa cultura de inovação, aptos a buscar soluções aos desafios do setor produtivo para atuar nos mais diversos segmentos da economia.
Premiação
Nesta edição do Prêmio Personalidade Tecnologia serão agraciados: Frederick Michael Litto (categoria Empreendedorismo e inovação na educação), Sérgio Amadeu da Silveira (Inclusão digital e internet pública), Lúcio Gregori (Mobilidade urbana), Miguel Luiz Bucalem (Planejamento urbano), Dilma Seli Pena (Saneamento ambiental) e o deputado federal Paulo Teixeira (Valorização profissional).
Serviço:
Personalidade da Tecnologia 2013
Data e Hora: 11 de dezembro, às 19h30
Local: Auditório do SEESP- Rua Genebra, 25 – São Paulo
Informações para a imprensa
Rita Casaro
(11) 3113-2651
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Há 225 anos, D. Bernardo José Maria de Lorena e Silveira (1756-1818), capitão-general e governador de São Paulo à época colonial, tomou uma atitude que seria fundamental para abrir literalmente o caminho para o desenvolvimento da capitania. Determinou que toda carga produzida na capitania primeiro teria de passar pelo Porto de Santos, medida que na historiografia passaria a ser conhecida impropriamente como “lei do porto único”.
Ainda que não fosse lei porque não havia sido baixada pela rainha D. Maria I, mas apenas uma determinação do governador, a medida permitiu que o Porto de Santos passasse a receber mais navios e a fazer o comércio diretamente com Portugal. Mais: a partir daí, as embarcações passaram a vir a Santos porque seus armadores sabiam que não retornariam mais vazias ou com meia carga. Em pouco tempo, Santos passou a despachar 12 navios por ano.
Obviamente, isso causou descontentamento entre os grupos prejudicados: intermediários do Rio de Janeiro que atravessavam os negócios dos paulistas, produtores que costumavam escoar a produção por outros portos da capitania, como Ubatuba, São Sebastião, Cananeia e Paranaguá, e até o vice-rei, que viu a arrecadação da Alfândega fluminense cair. Em compensação, as rendas da Alfândega santista aumentaram sobremaneira porque antes os produtos tinham de passar pelo Rio de Janeiro e lá é que pagavam as taxas.
Ao mesmo tempo, o governador tratou de melhorar os caminhos da Serra de Cubatão em direção a Santos, mandando construir a primeira via pavimentada da América, a hoje chamada Calçada do Lorena, da qual só restam ruínas, além de concluir um aterrado que permitiu a passagem com mais desenvoltura das cargas que vinham em lombo de muares e até em carroças. Naturalmente, alguns grupos enriqueceram com a medida que se transformou numa espécie de “monopólio”, mas, afinal de contas, a produção paulista, especialmente a de açúcar, que vinha de Itu, Mogi Guaçu, Sorocaba e Jundiaí, começou a crescer de maneira vertiginosa.
A que vêm estas digressões históricas? Elas vem a propósito de dizer que governar é estabelecer prioridades, tal como fez Lorena. É o caso hoje das dificuldades para escoar a produção de grãos do Centro-Oeste. O governo federal precisa urgentemente criar um corredor alternativo de exportação que desafogue os portos de Santos e Paranaguá. E a opção mais viável é melhorar os caminhos até Santarém, no Pará, asfaltando a BR-163, que ainda é de terra batida na maior parte de sua extensão.
Embora fique distante da costa, o Porto de Santarém está localizado à margem do Rio Tapajós e, a partir dali, os navios podem sair carregados seguindo pelo Rio Amazonas até o Oceano Atlântico. Essa viagem economiza 800 quilômetros de estrada em relação a Santos. É tão compensadora que de janeiro a outubro Santarém recebeu 3,1 milhões de toneladas de grãos, o que equivale a um crescimento de 57% em relação ao mesmo período de 2012, apesar dos percalços da viagem.
É claro que não basta asfaltar a BR-163 porque outros investimentos são necessários como construir hidrovias e desassorear rios. Seja como for, o País precisa criar alternativas para escoar a sua produção agrícola. Só que não pode fazer tudo de uma vez. É preciso estabelecer prioridades. Lorena, que governou a capitania de São Paulo de 1788 a 1797, sabia muito bem disso. O seu exemplo merece ser lembrado.
* por Milton Lourenço, presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC)
Em expressiva assembleia, no dia 6 último, os engenheiros da Telefônica Vivo, por unanimidade, aprovaram a decretação de greve no próximo dia 18, a partir da zero hora. Rejeitaram, ainda, a última proposta apresentada pela empresa para renovação do Acordo Coletivo de Trabalho 2013. A assembleia está em caráter permanente.
A insatisfação é geral frente ao descaso da companhia em relação às suas justas reivindicações. Se não bastassem os pífios 0,41% de aumento real propostos pela Telefônica como sua derradeira oferta econômica nesta campanha salarial, a indignação dos engenheiros aumentou sobremaneira com o teto salarial no pagamento do abono compensatório relativo aos meses de setembro, outubro e novembro deste ano e o não pagamento das horas extras e sobreaviso corrigidos em relação aos mesmos meses.
A categoria não concorda com o abono, quer o pagamento integral das perdas referentes aos meses de setembro, outubro e novembro de 2013.
A intransigência da Telefônica, que continua adotando política de não valorizar seus profissionais, responsáveis diretos pelos sucessivos ganhos de produtividade da empresa, levou os engenheiros a utilizarem sua última e legítima ferramenta de persuasão neste embate trabalhista, a paralisação das atividades.
Antes do movimento, os engenheiros voltam a se reunir em assembleia no dia 17 próximo (terça-feira), às 14h30 (primeira convocação) e 15h (segunda convocação), na: Telefônica Vivo (Avenida Doutor Chucri Zaidan, 860, Brooklin – São Paulo/SP – miniauditório).
Imprensa – SEESP
A porção sul do Oceano Atlântico está recebendo um maior volume de água do Oceano Índico, que tem águas relativamente mais quentes e com maior concentração de sal do que as oriundas das regiões subantárticas.
O processo, verificado recentemente por pesquisadores, pode provocar mudanças na composição da água do Atlântico Sul – que vai depois para o Atlântico Norte – e afetar a temperatura da atmosfera nas regiões subárticas.
O fenômeno ocorre porque as águas do Atlântico Sul que fluem em direção ao Norte transportam e liberam calor para a atmosfera nas latitudes mais altas. Ao se tornarem mais salinas e, consequentemente, mais pesadas, tenderão a afundar mais rapidamente, antes de chegar às altas latitudes do Atlântico Norte – o que pode reduzir a temperatura da superfície do oceano e da atmosfera das regiões subárticas.
As constatações, feitas anteriormente por modelagens numéricas, foram reiteradas agora por um estudo observacional realizado por um grupo internacional de pesquisadores, com a participação de brasileiros, que acaba de ser publicado na edição online do Journal of Geophysical Research Oceans (JGR).
A pesquisa é a primeira baseada em dados coletados no Alpha Crucis – navio oceanográfico adquirido pela Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), em 2012, para o Instituto Oceanográfico (IO) da Universidade de São Paulo (USP) – e faz parte do projeto internacional de análise da circulação de calor no Atlântico Sul South Atlantic Meridional Overtuning Circulation (Samoc).
O esforço internacional de pesquisa envolve pesquisadores e instituições dos Estados Unidos, França, Brasil, África do Sul, Argentina, Rússia e Alemanha. A participação de pesquisadores brasileiros é financiada pela Fundação, por meio de um Projeto Temático, realizado no âmbito do Programa Fapesp de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais, e de um acordo estabelecido com a Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe) e com a Agence Nationale de la Recherche (ANR), da França.
“O objetivo do Samoc é monitorar fluxos meridionais e propriedades termodinâmicas de massa de água em uma seção vertical ao longo da latitude 34.5 graus sul, que começa na região do Chuí, na América do Sul, e se estende até a África do Sul, e que chamamos de Samba [sigla de Samoc Basin-wide Array]”, disse Edmo Campos, professor do IO da USP e coordenador do projeto pelo lado do Brasil, à Agência FAPESP.
Fronteira dos oceanos
De acordo com Campos, essa linha geográfica representa uma região de fronteira por meio da qual a mistura de águas oriundas dos oceanos Índico e Pacífico adentram a região subtropical do Atlântico Sul; a partir daí, uma porção significativa segue rumo ao Atlântico Norte, como parte da Circulação de Revolvimento Meridional do Atlântico (MOC).
Ao monitorar e detectar sinais de variação nessa região é possível prever mudanças na temperatura do Atlântico Norte nas próximas décadas, apontou Campos.
“O Atlântico Sul realiza transporte de calor para o Atlântico Norte a uma taxa da ordem de 1,3 petawatt, o que representa uma quantidade de energia equivalente à produzida por mais de 200 mil usinas de Itaipu funcionando a todo o vapor”, exemplificou Campos. “Qualquer pequena alteração nesse processo de transporte de calor pode desencadear sérias consequências ao clima do planeta.”
Segundo o pesquisador, em razão dessa importância do Atlântico Sul e por ser essa uma das regiões oceânicas com a menor quantidade de observações marítimas, foi iniciada, nos últimos anos, uma série de esforços internacionais para monitorá-la.
Um deles é o Samoc. Os pesquisadores brasileiros, argentinos e norte-americanos assumiram a responsabilidade de realizar monitoramentos na parte oeste da linha Samba. Já os pesquisadores da África do Sul e da França estudam a região leste, e os dos Estados Unidos, em colaboração com outros países – incluindo o Brasil –, planejam a implantação do sistema de monitoramento na parte central da linha.
“Nosso objetivo é que o Brasil assuma a liderança e passe a cobrir toda a extensão dessa latitude [do Chuí à África do Sul] em cooperação com outros países, de modo a garantir o monitoramento da linha Samba e obter informações para inferir variações no sistema de transporte de calor entre os oceanos que, eventualmente, podem ter impactos no clima tanto em escala regional como global”, contou Campos.
Fonte: Agência Fapesp
Os frentistas de postos de combustível podem estar com a visão em risco pela exposição aos solventes existentes na gasolina. Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) observou perdas visuais significativas – principalmente relacionadas à capacidade de discriminar cores – em um grupo de 25 trabalhadores. Eles foram avaliados por meio de uma nova metodologia capaz de detectar problemas que passam despercebidos em exames oftalmológicos convencionais. O estudo foi realizado no âmbito de um Projeto Temático coordenado pela professora Dora Selma Fix Ventura, do Instituto de Psicologia da USP.
“Avaliamos a capacidade de discriminar cores e contrastes e fazemos medidas de campo visual por meio de testes psicofísicos computadorizados. A atividade elétrica da retina também é medida com um exame não invasivo, o eletrorretinograma, que consiste na colocação de um eletrodo no olho para medir a resposta elétrica da retina a um determinado estímulo visual”, contou Ventura.
Os testes também já foram aplicados em pacientes que sofreram exposição ao mercúrio e em portadores de doenças como diabetes, glaucoma, Parkinson, esclerose múltipla, autismo, distrofia muscular de Duchenne e neuropatia óptica hereditária de Leber – uma patologia genética que costuma causar perda súbita de visão.
A pesquisa com o grupo de frentistas da capital foi realizada durante o mestrado de Thiago Leiros Costa, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), e os resultados foram publicados na revista PLoS One.
“Esses trabalhadores têm contato diário com solventes da gasolina, como benzeno, tolueno e xileno, e não há um controle normativo forte. Há estudos que estabelecem limites de segurança para a exposição a solventes, mas de forma isolada. Não há parâmetros de segurança para a exposição à mistura de substâncias presentes na gasolina e praticamente ninguém faz uso de equipamentos de proteção individual”, disse Costa.
Os voluntários passaram por exames oftalmológicos que descartaram qualquer alteração estrutural na córnea, no cristalino ou no fundo do olho. Ainda assim, o desempenho dos frentistas nos testes psicofísicos foi significativamente inferior quando comparado ao do grupo controle. A hipótese dos pesquisadores é que o impacto na visão seja decorrente do dano neurológico causado pelas substâncias tóxicas do combustível, absorvidas principalmente pelas mucosas da boca e do nariz.
“Encontramos alterações em todos os testes de visão de cores e de contrastes. Foi uma perda difusa de sensibilidade visual e isso sugere que foram afetados diferentes níveis de processamento do córtex visual”, contou Costa.
Em quatro dos frentistas testados, a perda de sensibilidade para cores foi tão significativa que os pesquisadores precisaram realizar um exame genético para descartar a possibilidade de daltonismo congênito.
“Todos os voluntários trabalhavam em postos controlados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e, em princípio, deveriam estar de acordo com as normas de segurança. Isso sugere que, atualmente, o trabalho de frentista não é tão seguro quanto o proposto. Se os solventes estão de fato afetando o cérebro, não é apenas a visão que está sendo comprometida”, avaliou Costa.
O pesquisador destacou ainda outras categorias de trabalhadores que podem sofrer perdas visuais pela exposição crônica a solventes orgânicos, como funcionários da indústria gráfica e de tintas.
Fonte: Agência Fapesp
Nesta sexta-feira (6/12), no último dia do 2º Encontro Nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), iniciado na quinta-feira (5), na Capital paulista, as seis categorias que compõem a entidade – engenheiros, economistas, farmacêuticos, odontologistas, médicos e nutricionistas – apresentaram o projeto “Brasil 2022: o país que queremos”, proposta que prevê iniciativas ao longo dos próximos nove anos, como seminários, exposições, publicações, campanhas e formação de comissões de estudos, pesquisas e ações em vários temas de desenvolvimento brasileiro. “A caminho de 2022, podemos transformar o Brasil numa sociedade do conhecimento, lutar contra a miséria e pela qualidade na saúde, na educação, na segurança, na alimentação. Tudo isso é trabalho para os nossos profissionais”, observa Allen Habert [foto ao lado], diretor de Articulação Nacional da entidade, que fez a exposição do tratado.
Fazendo um paralelo aos desafios em prol da igualdade e justiça social no país, Habert citou o líder sul-africano Nelson Mandela – morto, aos 95 anos de idade, no último dia 5 –, como um inspirador da luta que se tem pela frente, lembrando que o ex-presidente da África do Sul ficou 26 anos na prisão, sendo 16 deles numa solitária. Apesar de tudo isso, destacou o sindicalista, Mandela teve a sabedoria de fazer uma das transições mais complexas do mundo, quando terminou com o sistema de segregação racial, o apartheid, que vigorou naquele país de 1948 a 1994, ano da posse de Mandela na Presidência da República. “Ele nos mostrou que não há problema que não tenha solução.”
O projeto da CNTU foi debatido pelo embaixador Samuel Pinheiro Guimarães e pelo secretário adjunto municipal de Cultura de São Paulo, Alfredo Manevy de Pereira Mendes. Como a questão levantada foi a do desenvolvimento nacional, Guimarães fez a consideração de que nenhum país é desenvolvido ou subdesenvolvido por conta própria, isoladamente, ele assume uma determinada posição a partir das forças econômicas mundiais. Nesse sentido, o Brasil não pode ter como objetivo ser igual a esta ou aquela nação, “ele não pode aspirar ser um país pequeno”. Por isso, observou que todos os projetos devem fazer um diagnóstico sobre “de onde estamos, para onde vamos e como vamos”.
Processo político plutocrático
Guimarães [foto ao lado] relaciona o desenvolvimento econômico de um país à questão cultural. “É na política que são feitas as normas da sociedade, que definirão programas e recursos”, ressalta, expondo que no caso brasileiro o processo político é plutocrático, ou seja, o poder econômico é quem faz e dita as regras. “É ele quem vai indicar candidatos e definir os projetos.” E completa: “Cabe às instituições de classe, como a CNTU, pressionarem nesse processo.”
Para que haja crescimento econômico, observa, é necessária a combinação de alguns fatores, entre eles, processos político e econômico adequados e aumento da capacidade produtiva em várias áreas, como industrial, de mineração, de serviços, de infraestrutura. Guimarães diz que a grande característica brasileira ainda é a desigualdade social, onde quase 13 milhões de famílias estão na miséria. Ele critica que se o salário médio nacional é de R$ 1.500,00, na outra ponta estão as instituições financeiras com altos rendimentos. “No último trimestre, o Itaú teve R$ 13,5 bilhões de lucro, que não vão ser investidos no banco, mas vão para os acionistas.”
Todavia, prossegue com o seu raciocínio, o país ainda enfrenta, além da econômica, vários tipos de desigualdades: étnica, de gênero, de regiões e cultural. Aqui, Guimarães mostra que é na área cultural, e não educacional, que se formam as visões de mundo das pessoas que compõem uma sociedade, que farão a disputa, ou não, de projetos no campo político. “E essa formação da visão e, portanto, os projetos políticos, sociais e econômicos, depende de grandes conglomerados da informação." Infelizmente, reclamou, o grande “formador cultural” do nosso país é a televisão.
A cultura e o desenvolvimento
O secretário municipal de Cultura reforçou que o país deve pensar o seu desenvolvimento juntamente com a questão cultural, que ele apresenta em três dimensões. A primeira é a simbólica: “É aquilo que nos identifica como brasileiros e nos distingue de outros povos e que nos coloca o desafio de zelar pela nossa diversidade cultural e pela complexidade da sociedade brasileira.” Mendes observa que temos diversos aportes culturais, quase 220 línguas faladas em território nacional e mais de 180 povos indígenas que compõem a sociedade brasileira, que a torna uma das mais ricas do mundo. Ele mostra preocupação com o desenvolvimento econômico que cria uma classe média – que está nas grandes cidades, principalmente –, que pode perder essa diversidade, por isso defende afirmar essa diversidade como premissa para o desenvolvimento nacional, para que o Brasil não eleve o seu padrão de renda ou de consumo ao mesmo tempo em que se empobrece culturalmente.
A outra dimensão é a da cultura como direito da cidadania de se ter acesso ao repertório cultural do país e do mundo. Para mostrar como o Brasil é deficitário nessa questão, Mendes [foto ao lado] apresenta alguns índices de pesquisa realizada pelo Ministério da Cultura em conjunto com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2008, que revelou o fosso e a exclusão cultural no país: apenas 10% dos brasileiros vão ou já foram alguma vez na vida no cinema, 90% nunca foram a uma sala de cinema; em torno de 13% já foram a um museu; de 10% a 15% já frequentaram um centro ou outro equipamento de cultura. Entre as 5.500 cidades brasileiras, apenas 10% têm centros que oferecem programação cultural. São números preocupantes, sentencia, que indicam o desafio de um projeto para esse novo momento nacional. “Os números apontam para um verdadeiro abismo, um apartheid do ponto de vista de acesso às estruturas culturais em nosso país.”
Para ele, essa é uma questão estratégica, porque a única estrutura cultural presente em mais de 90% das cidades e dos lares brasileiros, é a televisão aberta. “Mudar esse cenário é um tema fundamental, investir numa infraestrutura cultural é vital para a nossa cidadania”, conclama e questiona: “Como é que o Brasil pode se tornar um país desenvolvido tendo quase 90% da sua população sem acesso à estruturas culturais diversificadas?”
A última dimensão é a econômica. O Brasil tem uma arte e uma grande cultura, por isso precisa ter uma estrutura para que a riqueza criada a partir desse conteúdo seja revertida para o próprio país, se transformando em benefício para o povo brasileiro. É preciso uma política estratégica de Estado e uma incorporação mais funda na sociedade brasileira do lugar que a cultura tem nesse novo momento, senão vamos abrir mão de um artigo que vale ouro e que é decisivo para característica do “ser” brasileiro e que pode afirmar o país como um polo cultural do planeta. Para ele, o crescimento da economia com desenvolvimento cultural tornará o Brasil mais forte, mais soberano e mais independente.
Internet democrática e saudável
Mendes destaca a importância das redes digitais para mudar um pouco esse quadro de soberania da televisão no processo de produção e distribuição de cultura no país. “A internet, sem dúvida nenhuma, talvez seja um dos meios que mais permita acesso a repertórios culturais diversificados de várias origens do Brasil e do mundo.” Informa que a internet atualmente está sob uma disputa importante em cima do seu marco civil. “Esse acesso está hoje sob ameaça por legislações que visam transformar o meio num espaço de controle econômico no modelo tradicional de compra e venda de cultura”, adverte, exemplificando com os casos de países da Europa, como França e Alemanha, que aprovaram regulamentações que transformaram a internet num lugar proibitivo, onde a única forma de compartilhar filmes, músicas e outros conteúdos é pelas regras da indústria cultural clássica, “e isso tem criado um ambiente hostil para os usuários. O Brasil não deve seguir esse modelo”.
Os trabalhos dessa mesa foram coordenados por Welington Moreira Mello, diretor de finanças da CNTU.
* Aqui mais fotos dessa atividade
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa - SEESP
No debate inicial do 2º Encontro Nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), na manhã desta quinta-feira (5/12), os expositores Armando Boito Jr., cientista político da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Waldir Quadros, economista do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit/Unicamp), falaram sobre as “Camadas médias, sindicalismo e desenvolvimento nacional: a necessidade de inovar”. Para este último, o grande desafio brasileiro é a reindustrialização para que o país tenha um futuro. “Não se pode falar em desenvolvimento sem indústria.” Segundo ele, os países que resolveram a questão da educação, por exemplo, são os que têm Produto Interno Bruto (PIB) alto.
Fotos: Beatriz Arruda/SEESP
Reindustrialização é o rumo certo para o País, segundo Waldir Quadros
Boito apresentou vários índices mostrando a nova fase brasileira a partir de 2003. Naquele ano, afirma, início do primeiro mandato dos governos do PT, apenas 18% das convenções e acordos coletivos de trabalho conseguiram reajuste acima da inflação. Em 2012, prossegue Boito, 96% dos acordos obtiveram reajuste acima da inflação. “Ou seja, a massa salarial cresceu.” Da mesma forma, o número de greves aumentou, assim como o perfil das reivindicações das categorias profissionais que, na década de 1990, era defensivo, pela garantia do não atraso do pagamento dos salários, nos anos 2000, será ofensivo, incluindo o aumento real e a produtividade.
Números indicam mais lutas e conquistas para os trabalhadores nos últimos anos, afirma Boito
Para ver mais fotos do evento clique aqui
Ele explica o fenômeno do aumento das lutas sindicais porque a situação econômica melhorou, com a redução do desemprego, principalmente. Isso, destaca Boito, “deu mais disposição de luta e coragem aos trabalhadores para fazerem suas lutas”. O cientista político da Unicamp diz que o processo político brasileiro, desde o final dos anos 1990, está organizado da seguinte forma: de um lado o grande capital internacional que pressiona os governos a adotarem políticas neoliberais; e de outro, o setor da grande burguesia interna – grandes empresas, construtoras, mineradoras, agronegócio, etc – que procura preservar a sua posição dentro da economia nacional e crescer na mundial. Ele denomina este último como uma “frente neodesenvolvimentista”, que seria o ponto principal de apoio dos últimos três governos – os dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual de Dilma Rousseff. Na próxima eleição presidencial, portanto, Boto antecipa que o embate se dará ainda mais forte entre essas duas forças.
Quadros defende a realização da reforma agrária em território nacional como forma também de impulsionar a reindustrialização do País e critica: “Em 30 anos, 50 milhões de pessoas saíram do campo e vieram para as cidades em situação miserável.” E afirma que a grande problemática do milênio vai ser a questão do emprego frente à robótica e à inteligência artificial. “Temos uma “janela” de uns 15 ou 20 anos para impulsionarmos a nossa indústria para não sofrermos o impacto da renovação tecnológica, que vai eliminar emprego qualificado e desqualificado”, adverte.
Os trabalhos dessa mesa foram coordenados por Geraldo Ferreira Filho, presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), e José Ferreira Campos Sobrinho, presidente da Federação Interestadual dos Odontologistas (Fio), ambos diretores da CNTU.
Próximas atividades do 2º encontro da CNTU
5 de dezembro
14h30 - Sindicalismo e organização dos profissionais universitários: desafios para o avanço
17h30 - Leitura, debate e aprovação da Carta do 2º Encontro Nacional da CNTU - “Desafios do sindicalismo de profissionais universitários no Brasil”
6 de dezembro
9h - Instalação e apresentação da escultura do marco um do Brasil 2022
10h - Brasil 2022: um projeto estratégico de país Apresentação pela Diretoria da CNTU e debate
13h - Intervalo para almoço
14h30 - Posse dos novos membros do Conselho Consultivo da CNTU - “1000 Cabeças para Mudar o Brasil”
3ª Plenária do Conselho Consultivo da CNTU
Debates sobre iniciativas e programações para 2014
Coletivo de Mulheres da CNTU.
Formação das Comissões de Trabalho do projeto Brasil 2022
19h – Cerimônia de entrega do Prêmio Personalidade Profissional 2013 Coquetel de confraternização
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa – SEESP