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"A difusão dos veículos elétricos no mercado mundial, bem como no brasileiro, dependerá do desenvolvimento e acerto nas escolhas das tecnologias mais relevantes, bem como dos preços dos combustíveis"

       Artigo de Pietro Erber, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico, publicado em "O Globo" e reproduzido no Jornal da Ciência Online defende as vantagens dos veículos elétricos que não permanecem ligados a uma fonte externaem relação aos veículos convencionais: menor consumo de combustíveis e redução de efluentes. Eles contribuem, assim, para melhorar a qualidade do meio ambiente, urbano e global e deixaram de constituir uma curiosidade histórica e um meio de transporte de uso restrito.

       O articulista explica as três modalidades de veículos elétricos:
Híbridos - a energia elétrica é gerada a bordo, por um gerador acionado por um motor de combustão interna (a célula a combustível ainda não é competitiva). A geração excedente é armazenada na bateria. Consomem de 10% a 50% menos do que seus similares convencionais.
A bateria - a energia elétrica, de uma fonte externa, é armazenada numa bateria, enquanto o veículo está estacionado. Seu custo operacional é cerca de quatro vezes menor do que o de um similar, a gasolina. Sua autonomia é de cerca de 150 km na maioria dos modelos comercializados.
Híbridos Plug-In - combinam características dos dois precedentes, dado que sua bateria pode ser alimentada tanto por uma fonte externa quanto pelo gerador de bordo. Sua autonomia no modo elétrico é da ordem de 40 km a 60 km.

       A avaliação do impacto ambiental desses veículos deve abranger toda a cadeia energética. E o carregamento das baterias, que constituirá um novo mercado para o setor elétrico, deveria ocorrer fora do horário de maior demanda, para evitar investimentos nas redes de distribuição. A facilidade desse carregamento será relevante para o emprego dos carros a bateria e plug-in.
       Os híbridos atingiram 1,43% das vendas mundiais, em 2009. Estes poderão ser os primeiros a terem participação significativa no mercado nacional, principalmente dentre os táxis e ônibus urbanos.
       Com a melhoria do desempenho das baterias, os híbridos plug-in deverão ocupar parte do mercado dos híbridos puros. Carros a bateria vêm tendo crescente aceitação, estimulada por incentivos governamentais, limitações à circulação de carros convencionais e menores custos operacionais.
       A difusão dos veículos elétricos no mercado mundial, bem como no brasileiro, dependerá do desenvolvimento e acerto nas escolhas das tecnologias mais relevantes, bem como dos preços dos combustíveis.
       As vantagens para a sociedade devidas ao emprego desses veículos deveriam se refletir no plano fiscal, no financiamento à sua produção e aquisição, bem como à sua utilização: simplicidade de licenciamento, permissão de circulação em face de restrições ambientais, facilidade de abastecimento de energia.

 

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       De sete anos para cá, o Brasil está vivendo um período de grandes e decisivas mudanças rumo a um futuro melhor para a população, principalmente no que se refere à geração de empregos formais.
       Contudo, segundo dados do Ministério do Trabalho, hoje as mulheres ocupam um espaço maior no mercado de trabalho.
      O estudo aponta que 16,2 milhões de mulheres, hoje, estão no mercado de trabalho formal, enquanto em 2002, a participação feminina era de 11,4 milhões. Isso representa um crescimento de 40,9%.
       O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta que, em 10 anos, a participação masculina no mercado de trabalho se manteve praticamente estável, oscilando de 81% para 80,5%.
       Mas as mulheres, no mesmo período, aumentaram de 52% para 57,6%. Esses números mostram como elas vêm ganhando espaço e conquistando autonomia para realizações pessoais.
       Outro dado importante é que, nesse período, houve uma diminuição na precarização dos postos de trabalho.
       Os locais onde as mulheres recebiam baixos salários, não tinham carteira assinada ou trabalhavam em péssimas condições estão diminuindo em relação à última década.
       Mais um avanço apontado no estudo é referente a proximidade de renda entre homens e mulheres.
       Em 2002, elas recebiam 62,6% da renda masculina, em sete anos, essa renda subiu para 65,5%. Isso aconteceu por conta do aumento no número de profissionais em posição de prestígio social e com boas remunerações.
       Houve também um aumento significativo da mão de obra feminina em profissões onde antes eram predominantemente masculinas. A construção civil é uma delas. (Fonte: Portal CTB, com agências)

 

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       Organizações sociais de mais de 40 países se reunem na Cidade do México para participar do Foro Social Mundial Temático, de 1 a 6 de maio de 2010, buscando construir um modelo econômico alternativo às políticas neoliberais, sustentada em valores vitais à dignidade humana, numa sociedade planetária de inclusão social.
       Debates sindicais e trabalhistas sao parte de agenda que inclui a proposta de uma Carta Laboral, apresentada pela ALAL - Associação Latino-Americana de Advogados Laboralistas, que segundo seu presidente, Luiz Salvador, vem se debruçando desde o ano de 2006 sobre a estruturação de uma proposta de regulação dos direitos humanos, sociais, laborais, previdenciários, num mundo novo de inclusão social, sem fronteiras, com livre circulação dos trabalhadores, com direitos recíprocos assegurados numa legislação supra-nacional, com jurisdição internacional.
       Um versão antenrior aprovada no México em outubro de 2009 propoe uma relação de 20 princípios para a concretização de uma sociedade plural, mais justa, e democrática, que assegure direitos e empregabilidade digna.
       Luiz Salvador lembra que em muitos dos países latinoamericanos são sistematicamente violados os Convênios 87, 98 e 102 da OIT, sobre Liberdade Sindical, Contratação Coletiva e Previdência Social. México é um claro exemplo disso. O poder político e o poder econômico tentam evitar que os trabalhadores possam constituir livremente suas organizações e eleger dirigentes autenticamente representativos. Na Colômbia, observa, a situação é ainda pior, e a vida e a liberdade dos ativistas sindicais não vale nada.

Os 20 princípios propostos na Carta Laboral:
1) Livre circulação de pessoas no espaço comunitário, sem discriminação em razão da nacionalidade e com igualdade de direitos;
2) Relações de trabalho democráticas e sem discriminação de qualquer tipo, de modo tal que o trabalhador, cidadão na sociedade, também o seja na empresa;
3) Direito à verdade, e de informação e consulta, em todos os temas relativos à vida da empresa que possam afetar os trabalhadores;
4) Direito a um emprego estável, e proibição e nulidade da demissão arbitrária ou sem causa;
5) Direito a um trabalho digno e de qualidade que, como mínimo, responda às normas da Organização Internacional do Trabalho;
6) Direito a uma retribuição digna, que cubra todas as necessidades do trabalhador e de sua família e que, além disso, leve em conta os benefícios obtidos pelo empregador;
7) Direito a uma real e efetiva jornada limitada de trabalho. Os Estados deverão exercer com a energia necessária e com os meios adequados seu Poder de Polícia Trabalhista, para evitar toda transgressão aos limites horários máximos de serviço;
8) Direito à formação e capacitação profissional;
9) Direito à Previdência Social, que cubra as necessidades vitais do trabalhador e de sua família, frente às contingências sociais que possam afetar sua renda econômica. A Previdência Social deve ser função indelegável do Estado, fato pelo qual deverá se reverter o processo de privatização que sofreram nossos países na década de ´90;
10) Institucionalização de uma Renda Básica Cidadã, como direito de cada pessoa, sem importar sua raça, sexo, idade, condição civil ou social, de receber uma renda para atender suas necessidades vitais;
11) Direito à efetiva proteção da saúde e a vida do trabalhador, frente aos riscos do trabalho. A gestão do sistema de prevenção e reparação dos danos causados pelos sinistros de trabalho, não poderá estar nas mãos de operadores privados que atuem com fins de lucro;
12) Direito à organização sindical livre e democrática;
13) Direito à negociação coletiva, nacional e transnacional;
14) Direito de greve, abrangente das diversas formas de pressão e protesto, e sem restrições regulamentares que o limitem ou anulem;
15) Proteção laboral real e efetiva para os trabalhadores do serviço doméstico e do trabalho agrário;
16) Garantia de pagamento dos créditos laborais, estabelecendo-se a responsabilidade solidária de todos aqueles que na cadeia produtiva se aproveitam ou beneficiam da força de trabalho assalariada;
17) Criação de Fundos que cubram os casos de insolvência patronal;
18) Garantia de uma Justiça especializada em Direito de Trabalho, com um procedimento que recepte o princípio de proteção;
19) Tutela para os representantes e ativistas sindical contra qualquer represália que possa afetar sua família, seu emprego ou suas condições de trabalho;
20) Princípio de progressividade, que significa não apenas a proibição de retrocesso social, mas também o compromisso dos Estados de atingir progressivamente a plena efetividade dos direitos humanos laborais.
Nossa proposta não é uma utopia. Ela é o desafio de navegar com esperança, mesmo em um mar tormentoso, rumo à integração latinoamericana; rumo à Pátria Grande com que sonharam os heróis das lutas independentistas. Luta que não acabou e que nos encontra na primeira linha da frente, da batalha pela emancipação de nossos povos.

Cidade do México, 23 de outubro de 2009.
Link: http://www.conjur.com.br/2010-abr-15/carta-latinoamericana-cria-principios-internacionais-pro-trabalhador

(*) Luiz Salvador é membro integrante do Corpo de Jurados do TILS, no México e Presidente da ABRAT (www.abrat.adv.br)

 

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       O troféu "Mérito da Engenharia do Distrito Federal" é uma distinção instituída pelo Sindicato dos Engenheiros do Distrito Federal para homenagear personalidades de destaque pela contribuição à engenharia brasileira e ao desenvolvimento de Brasília. 

 

       No ano em que a capital brasileira completa seu cinquentenário, o Senge-DF celebra tambem seus 37 anos de existência. Para a passagem solene, a entidade promoveu na quinta-feira a Noite do Mérito da Engenharia com a entrega solene do troféu a seis engenheiros, entre eles o presidente da FNE/SEESP, Murilo Pinheiro, e a vice-presidente da FNE, Fátima Có. Eles receberam a distinção das mãos do presidente do Senge-DF,Ronildo Menezes, ao lado dos também homenageados Armando José Buchmann, Danilo Sili Borges, Dilson Carlos Rehem, João Bosco Ribeiro, Lia Sá e, como homenagem póstuma, Arino Oton de Lima.

 

      A ocasião festiva foi animada com a apresentação do grupo de Câmara Quarteto de Brasília no salão principal do Dom Francisco Restaurante, onde foram recebidas também diversas lideranças profissionais e políticas, como o presidente do CREA-DF,Francisco Machado, o presidente do CONFEA, Marcos Túlio de Melo, o deputado distrital Rôney Nemer e o presidente do Clube de Engenharia de Brasília, Carlos Roberto dos Santos Moura. 

 

 

 

www.fne.org.br 

 

 

       O trabalho sério que vem sendo desenvolvido por toda a diretoria do SEESP, apoiada pela categoria em todo o Estado, vem rendendo excelentes frutos e se traduzindo em ganhos significativos para os profissionais. Dois exemplos dessa ação estão nesta edição do Jornal do Engenheiro. Em primeiro lugar, o X Seminário das Campanhas Salariais, que mais uma vez foi um grande sucesso e nos permite dar início às negociações de forma exemplar. O evento, já tradicional no SEESP, reuniu inúmeras empresas e sindicatos patronais com as quais a entidade firma acordos e convenções, marcando a disposição para o diálogo nas campanhas salariais 2010.
       Evidentemente, nem por isso deixará de haver dificuldades e conflitos de interesses ao longo do processo, contraditório por natureza, mas se deixa claro o objetivo de buscar o melhor resultado possível para ambas as partes. Também obviamente, o objetivo à mesa de negociação será garantir os direitos dos engenheiros, assim como novas conquistas que lhes assegurem não apenas salários mais elevados, mas também melhores condições de trabalho. Pelo panorama político e econômico traçado pelos consultores presentes, reivindicar ganhos reais e mais benefícios será mais que justificado, tendo em vista a perspectiva de crescimento e inúmeros projetos previstos para o Estado e o País.
       Outra importante iniciativa também relatada neste JE é o convênio assinado entre o SEESP e o Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola), que garantirá condições vantajosas ao engenheiro autônomo associado ao SEESP para contratar estagiários (leia matéria na página 6). Sintonizada com o aquecimento do mercado de trabalho, a parceria é mais um importante benefício oferecido aos filiados, além de criar mais oportunidades aos estudantes.
        Por fim, mas longe de ser menos relevante, está protocolo de intenções firmado entre a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) e a VDI Brasil (Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha), em 12 de abril último, visando o intercâmbio tecnológico com o objetivo de qualificar os profissionais. Por isso mesmo, a primeira iniciativa prevista nesse trabalho conjunto é a criação de uma IES (Instituição de Ensino Superior) pelo SEESP. Em fase de formatação, sua implantação está prevista para 2011. Contará com ao menos uma graduação e diversas especializações que ajudem a preparar a nossa mão de obra para os desafios que já se apresentam e os futuros. Conforme noticiado em edição passada desta publicação (veja JE 363)a oficialização desse acordo deu-se durante a abertura do “Ano Brasil-Alemanha da Ciência, Tecnologia e Inovação 2010/2011”, na presença do ministro da Ciência e Tecnologia brasileiro, Sergio Rezende, e da ministra da Educação e Pesquisa da Alemanha, Annette Schavan, o que revestiu o ato de ainda maior relevância. Como se vê, os engenheiros têm mostrado a que vieram e estão dispostos a trabalhar.

 

 

Marco Aurélio Cabral Pinto

       O debate sobre o leilão da usina de Belo Monte foi contaminado emocionalmente pela conjuntura eleitoral, colocando-se em relação de oposição interesses que, em outros momentos do ciclo político, possivelmente estivessem juntos defendendo a realização do projeto. Por um lado, cumpre observar que hidrelétricas se constituem em fonte renovável de energia, com grandes benefícios ambientais sobre alternativas viáveis.
       E aqui não entram nem eólica, nem fotovoltaica, nem eficiência energética, dados os montantes requeridos. Entre as alternativas consideráveis, estariam as termelétricas, que, à exceção das termonucleares, possuem baixo impacto na obra, mas pesadas consequências ambientais na operação, via emissões atmosféricas. Em síntese, os custos por unidade de energia gerada e transmitida, necessários para equacionamento dos passivos socioambientais decorrentes, são provavelmente menores em hidrelétricas, mesmo para aquelas situadas na Amazônia.
       Outra premissa importante é que a engenharia nacional dispõe de competência tecnológica suficiente para equacionar quaisquer impactos decorrentes do projeto, seja através de prevenção, remediação ou monitoramento de passivos. Dito isso, coube à sociedade fixar democraticamente os níveis de excelência exigidos para o projeto, ainda que se reconheça que a dimensão do empreendimento exige estudos mais amplos e profundos a título de prevenção.
       Dado que a estratégia brasileira para os próximos anos parece ser a de dobrar apostas no crescimento pela via da industrialização, e dado que a oferta de energia é fundamental para o sucesso dessa estratégia, o Estado brasileiro assume a corresponsabilidade pelo êxito do empreendimento. Será possivelmente cobrado pela administração dos impactos esperados e não esperados sobre as populações e sobre a floresta, transformando, no melhor cenário, ameaças alarmistas em paradigma de melhores práticas para o resto do mundo.
       Ainda assim, mesmo que as melhores expectativas não se realizem, a estratégia adotada parece melhor para os brasileiros que a aposta na interrupção do processo de crescimento para os próximos anos, quando Belo Monte seria relativamente menos urgente e importante. Essa visão sustenta que o Brasil não conseguirá construir trajetória própria e independente de industrialização sustentável enquanto países centrais, incluindo os Estados Unidos, enfrentam grandes dificuldades. Esperamos sinceramente que essa sombria profecia não se realize.


Marco Aurélio Cabral Pinto é consultor em Ciência & Tecnologia do projeto
“Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” e professor da
UFF (Universidade Federal Fluminense)

 

 

Soraya Misleh

        Com esse objetivo, o SEESP realizou seu já tradicional Seminário de Abertura das Campanhas Salariais em 15 de abril último, em seu auditório na Capital paulista. Em sua décima edição, o evento anual teve a participação de cerca de 150 profissionais, incluindo negociadores do sindicato. A iniciativa contou ainda com a presença de dez representantes de recursos humanos de empresas e um de entidade patronal com as quais o SEESP senta-se à mesa em busca de conquistas aos seus representados.
       Além desses, também prestigiaram a atividade os presidentes dos Senges do Alagoas, Acre, Piauí e Maranhão. Além do secretário adjunto de Esportes, Lazer e Turismo do Estado de São Paulo, Flávio José Albergaria de Oliveira Brízida.
       Na ocasião, o presidente do sindicato, Murilo Celso de Campos Pinheiro, apontou a importância do seminário, que “traduz o trabalho de negociação e aproximação” dessa entidade com seus interlocutores. Ele enfatizou ainda o papel cidadão do SEESP, que se revigora com seu engajamento ao projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” – lançado pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) em 2006 e atualizado no ano passado –, que propugna por uma plataforma nacional de desenvolvimento sustentável com inclusão social. Pauta essa que é de interesse tanto de empresas quanto de trabalhadores e que traz à tona a importância da valorização da engenharia.
       O cenário às negociações em 2010 é auspicioso, como apontaram Sérgio Mendonça, economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e consultor do “Cresce Brasil”, e Antonio Augusto de Queiroz, o Toninho, diretor de documentação do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). Ao destacar a expectativa alvissareira nas campanhas salariais que se iniciam – diante de perspectiva de expansão do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano de 5% a 7% e de projetos e planejamento –, este último frisou inclusive que o processo eleitoral não deve impactar tal conjuntura. Toninho acredita, contudo, que, a depender de quem assumir a Presidência do País, o movimento dos trabalhadores pode vir a enfrentar uma relação mais ou menos conflituosa. Diante disso, os sindicatos deverão ter reforçado seu papel crucial na intermediação de demandas.
       Não obstante, o diretor do Diap enfatizou: “O Brasil, nos próximos dez anos, tende a ficar entre as cinco maiores economias do mundo.” E foi categórico que, nessa rota ascendente, “não tem sentido os trabalhadores da iniciativa privada não obterem pelo menos o mesmo índice de reajuste dado aos aposentados que ganham acima do salário mínimo, os quais tiveram aumento real (de 2,55%, mas proposta tramita no Congresso visando ampliar esse percentual)”.
       Elogiando a iniciativa do SEESP, que busca aprofundar o diálogo entre as partes, Mendonça ratificou que o Brasil vive um ciclo virtuoso, com a possibilidade de chegar ao final de 2010 com 43 milhões de empregos formais, com ampliação da rede de proteção social. Situação propícia ao aumento da renda e salários. “Hoje, há espaço de convergência entre empresa e trabalhador, há possibilidade de jogo de ganha-ganha. O cenário é favorável ao diálogo e à melhoria do bem-estar.”
       Marco Aurélio Cabral Pinto, professor da UFF (Universidade Federal Fluminense), executivo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e consultor do “Cresce Brasil”, apontou o papel e envolvimento do SEESP nesse projeto, o qual se pauta por uma visão estratégica de longo prazo, de interesse de todos. E, assim como Mendonça, também destacou a perspectiva de concertação entre capital e trabalho de modo a fortalecer o projeto civilizatório. Rechaçou, ainda, a existência de um “conflito fundamental” entre as partes que impeça a concretização desse quadro.

 

Qualificação
       O cenário positivo tem revelado um gargalo importante a sua sustentabilidade: a falta de engenheiros qualificados para desenvolver o País. Segundo dados do Ministério da Educação, ingressam anualmente cerca de 150 mil nos cursos dessa área e graduam-se apenas 47 mil. Visando contribuir para responder ao desafio de ampliar a formação desses profissionais, inclusive na especialização, o sindicato implementará em 2011 a IES (Instituição de Ensino Superior). Coordenador desse projeto, em formatação, Antonio Octaviano destacou sua importância e lembrou que a iniciativa conta com o apoio do Instituto Lobo e está aberta a outras parcerias. “Não há, nem deve haver contradição entre o trabalho desenvolvido pelo SEESP e as propostas das empresas. Há espaço grande de convergência e temos que dar um passo no sentido da qualificação de mão de obra que possa operar o desenvolvimento e garantir sua sustentabilidade”, concluiu.
       Na sua concepção, para acelerar as taxas de inovação no setor produtivo nacional, isso é fundamental. “O problema não é apenas importar maquinários, mas ter estoque de conhecimento científico necessário. A educação para a inovação tecnológica é um gargalo que o País terá que enfrentar, e o sindicato pretende dar sua contribuição.” Octaviano complementou: “O SEESP não poderia deixar de dar esse passo, grande, difícil e duro. Porém, estamos nos cercando das melhores cabeças para tanto.” Para o coordenador da IES, esse projeto, pela sua força e objetivos, vai imantar segmentos com visão semelhante à da entidade, que precisam de profissionais aptos e capacitados.

 

Vozes do patronato
     
Segundo a superintendente de recursos humanos da Comgás (Companhia de Gás de São Paulo), Célia Dutra, ter pessoal qualificado para acompanhar o crescimento é a principal preocupação da empresa. “Esse é o grande problema. É bom saber que tem uma universidade sendo criada e que está se colocando energia nisso.” Cristina Auxiliadora Rodrigues, assessora de relações trabalhistas e sindicais da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), apontou a disposição para colaborar com a IES e destacou que a companhia já conta com um programa nesse sentido, criado há cinco anos: “Recrutamos os melhores profissionais em todas as universidades do País e investimos, pagando-lhes mestrado ministrado por pessoal do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).” De acordo com ela, a empresa vive momento de “sobrevivência” e expectativa da retomada de mercados como o europeu e o estadunidense, o que deve ocorrer no segundo semestre de 2011. Mesmo assim, “nada foi cortado em relação à qualificação”.
       Também a Usiminas não se recuperou inteiramente dos impactos da crise financeira global, cujo ápice no Brasil se deu no segundo semestre de 2008. Quem afirma é Niedja de Andrade e Silva Afonso, gerente de relações trabalhistas da empresa, conforme a qual houve grande queda nos resultados da companhia. Apesar disso, ela assegurou que as perspectivas para 2010 são boas, sobretudo com a possibilidade de ampliar o uso do aço na construção civil, diante de projetos como os relativos à Copa de 2014, às Olimpíadas de 2016 e ao “Minha casa, minha vida” – cuja segunda versão promete mais um milhão de moradias até 2014. Não obstante, acredita que a campanha salarial não vai ser fácil. “Vamos tentar avançar mais em questões como a relativa à qualificação.” Carlos de Freitas Nieuwenhoff, negociador do Sinaenco (Sindicato das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva), foi enfático: é preciso insistir e se aprofundar na valorização da engenharia.
       Além desses, entre os interlocutores do SEESP, estiveram presentes Dubravka Sidonija Suto, gerente de recursos humanos da Cesp (Companhia Energética de São Paulo); Dirceu Bueno de Camargo, representante de RH da Elektro; José Borges Filho, da SPTrans (São Paulo Transporte); Romeu Romulo Ruggiero, gerente de relações sindicais da Telefônica; Mariana Sokolowski, gerente de recursos humanos da GE; Marcelo Moraes Isiama, diretor de representação da CET (Companhia Energética de São Paulo); e Nelo Semi, supervisor de RH da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A).

 

 

Lucélia Barbosa

       Um convênio entre o SEESP e o Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola), assinado em 19 de abril, tem como um dos principais objetivos estimular a contratação de estagiários nas inúmeras áreas da engenharia. O acordo oferece um pacote de facilidades aos 50 mil engenheiros associados ao sindicato, que terão vantagens ao admitir estudantes como estagiários. Entre elas, desconto de 36% no valor da contribuição institucional, que ficará em R$ 60,16.
       As duas entidades vão elaborar um cronograma para implantação das atividades a serem desenvolvidas ao longo de um ano, que prevê a abertura de espaços para a divulgação de oportunidades de estágio nos veículos de comunicação de ambas as organizações e a promoção de seminários, palestras e outros eventos voltados à capacitação integral dos futuros engenheiros. “Os estudantes recrutados e encaminhados aos associados do SEESP contarão com todos os serviços de qualificação que o centro oferece com total gratuidade. Vale ainda destacar que o estágio vem se consolidando como um dos mais eficientes instrumentos de recrutamento e preparação de novos profissionais, registrando uma taxa de efetivação após o período de treinamento superior a 60%, conforme pesquisa realizada pelo instituto TNS InterScience”, informa Luiz Gonzaga Bertelli, presidente executivo do Ciee.
       A parceria visa ainda chamar a atenção dos engenheiros autônomos sobre a possibilidade de contratar estagiários em seus escritórios. “Antes, somente as empresas que tinham o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) poderiam recrutar jovens, mas desde que a Lei do Estágio (nº 11.788/08) foi sancionada, isso pode ser feito por qualquer profissional liberal devidamente registrado em seu conselho de fiscalização de classe”, afirma Bertelli. Ele lembra ainda que quem admite estagiários não precisa recolher encargos sociais e trabalhistas. “O Estado faz uma renúncia fiscal e incentiva a abertura de oportunidades para os jovens pelas organizações”, explica.
       Outro benefício é que os contratantes também terão acesso a modelos de toda a documentação legal exigida para a realização de um programa de estágio, assessoria jurídica específica, assistência a todos os serviços referentes à administração do treinamento e acesso ao banco de dados do Ciee, no qual estão cadastrados 1,5 milhão de estudantes.
       Na visão de Bertelli, esse acordo é de grande relevância tanto pela importância da engenharia e de seus profissionais para o futuro do Brasil quanto pela presença do sindicato no cenário nacional. O presidente do SEESP, Murilo Pinheiro, também comemorou a parceria: “Esse convênio com uma entidade da importância do Ciee é extremamente significativo para o sindicato e representará relevante prestação de serviços aos nossos associados.”
       Participaram da cerimônia de assinatura o presidente do Conselho Administrativo do Ciee, Ruy Martins Altenfelder, e o superintendente de Atendimento do Estado de São Paulo, Luiz Gustavo Coppola, além de vários diretores do SEESP.

 

De olho no futuro
       A ideia de criar a parceria surgiu de uma preocupação comum, que é a preparação do futuro profissional para enfrentar os desafios do mercado de trabalho e também dotar o País de uma nova geração de engenheiros aptos a assegurar condições de sustentabilidade no desenvolvimento social e econômico.
       Outro aspecto a ser contemplado é a garantia de que os jovens que ingressem nas escolas particulares tenham como se manter até a conclusão do curso. “Criar condições efetivas para que os estudantes possam pagar a mensalidade é uma das preocupações do Ciee. Infelizmente, hoje o acesso às universidades públicas só é permitido aos jovens que conseguem fazer um bom ensino médio particular ou um cursinho pré-vestibular. Nesse sentido, é fundamental unirmos esforços, ampliar a contratação e consequentemente capacitar novos talentos nos segmentos da engenharia, área em que se tem grande déficit no País”, destaca Bertelli.
       Na mesma linha, Pinheiro lembrou que o SEESP tem feito palestras em várias universidades de São Paulo incentivando que os alunos terminem os cursos de engenharia. “Só assim vamos garantir mão de obra especializada para atender as futuras demandas do mercado brasileiro”, concluiu.
        Presente em todos os estados do Brasil, o Ciee existe há 46 anos, conta hoje com uma rede física de 300 unidades, parceria com 250 mil empresas e órgãos públicos no País e 500 mil jovens bolsistas, sendo 60% no Estado de São Paulo.

 

 

       Com o objetivo de apresentar os incentivos governamentais à inovação tecnológica e expor os dispositivos legais de proteção à propriedade intelectual, será realizado no dia 12 de maio, em São Paulo, seminário sobre o tema, abordando os desafios e oportunidades pertinentes ao assunto.
       A atividade pretende evidenciar como se dá a inovação, os novos processos e produtos gerados, cuja proteção legal, especialmente por meio de patentes e desenhos industriais, é fundamental para que a companhia possa reaver os investimentos feitos em pesquisa e desenvolvimento e se manter competitiva no mercado. O evento apresentará ainda a experiência de empresas alemãs sediadas no Brasil, tais como Volkswagen do Brasil e Robert Bosch.
        Promovido pela VDI-Brasil (Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha) e pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, o seminário acontece das 8h30 às 12h30, na VDI-Brasil, localizada na Rua Verbo Divino, 1.488, 3º andar. As inscrições vão até o dia 11 de maio e custam R$ 100,00 para filiados à VDI-Brasil, R$ 150,00 para sócios do SEESP e da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha e R$ 200,00 para os demais.
        Mais informações sobre a programação e inscrições no site www.vdibrasil.com.br ou pelo telefone (11) 5180-2316.

 

 

CAMPINAS
Extecamp (Escola de Extensão da Unicamp – Universidade Estadual de Campinas)
Site
: www.extecamp.unicamp.br
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Telefone: (19) 3521-5883
• Modelagem e projeto de banco de dados. Para quem quer aprender a tecnologia de banco de dados para desenvolver modelos de sistemas. Entre os temas, conceitos básicos de modelagem de dados, projeto lógico – modelo relacional, linguagens de manipulação de dados e SQL – teoria e prática. Com carga de 24 horas, o curso será oferecido de 22 de maio a 26 de junho, aos sábados, das 8h às 12h. O custo é de R$ 555,00.

 

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
AEA (Associação de Engenheiros e Arquitetos de São José dos Campos)
Site
: www.aeasjc.com.br
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Telefone: (12) 3921-6259
• Gestão de serviços. Para conhecer as ferramentas operacionais e gerenciais com foco na contratação e/ou gestão de serviços de terceiros. O programa inclui panorama de terceirização, ciclo de vida e gestão dos contratos, aspectos fiscais, tributários, financeiros, contratuais e trabalhistas e seleção de fornecedores. O curso será ministrado nos dias 13 e 14 de maio, das 8h às 18h. O preço é de R$ 300,00 para sócios da AEA e de R$ 390,00 para os demais.

 

SÃO PAULO
Instituto de Engenharia
Site: www.institutodeengenharia.org.br
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Telefone: (11) 3466-9253
• Sistemas de aterramento, projeto, construção, medições e manutenção. Para quem quer obter informações técnicas para projetar construções e realizar manutenções de sistemas de aterramento. O curso abordará finalidades e requisitos atendidos por esses sistemas, métodos de medições diversos, estratificação do solo e trabalho prático em campo. Com carga de 21 horas, a atividade será realizada de 12 a 14 de maio, das 8h30 às 17h30. O custo é de R$ 750,00 para associados ao IE e de R$ 980,00 para os demais.

Ycon Formação Continuada
Site
: www.ycon.com.br
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Telefone: (11) 3816-0441
• Compatibilização e gestão de projetos de arquitetura e interiores. Para aprender a gerenciar projetos, desenvolver a qualidade dos serviços prestados, administrar a relação com seus clientes internos e externos e ainda formar uma visão interdisciplinar sobre o tema. A atividade apresentará as realidades e os desafios para a gestão de projetos em escritórios de arquitetura, design e serviços complementares, tendências, além de identificação, arquivamento e controle das revisões de projetos. O curso acontecerá no dia 22 de maio, das 9h às 18h, e o custo é de R$ 490,00.

Fundação Coge
Site
: www.funcoge.org.br
E-mails: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Telefone: (21) 3973-8493
• Proteção de sistemas de distribuição. Para aprimorar e reciclar os conhecimentos necessários ao desempenho profissional em estudos e projetos de engenharia de proteção de sistemas de distribuição de energia elétrica. Entre os temas, proteção em redes de distribuição de alta e média tensão, de subestações de distribuição e de bancos de capacitores, além de visitas técnicas. Com carga de 40 horas, a atividade será realizada de 10 a 14 de maio, das 8h às 17h30. O custo é de R$ 1.662,00 para empresas instituidoras/mantenedoras da Fundação Coge e de R$ 1.994,00 para os demais.

 

 

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